Ibovespa tem a maior alta do mundo em dólar em 2016 – mas fica só em 8º em termos nominais

Bolsa brasileira lidera com folga os ganhos entre os principais mercados do mundo puxada pelo otimismo com a troca de governo e desvalorização do dólar ante o real

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Se alguém pedisse para adivinhar, dificilmente você conseguiria acertar qual Bolsa teve o melhor desempenho de 2016 no mundo. Mesmo diante da crise, com um PIB (Produto Interno Bruto) que deve recuar mais de 3% no ano passado, o impeachment da presidente e um conturbado cenário político, o Brasil conseguiu ter a melhor bolsa de valores do ano em dólares, favorecido em grande parte pela desvalorização da moeda americana ante o real.

A combinação de otimismo com a troca de governo e a forte desvalorização do dólar contra o real levaram o Ibovespa a registrar ganhos de 63,36% em dólar em 2016 segundo levantamento feito pela Bloomberg.

A liderança brasileira se deve, em grande parte, às esperanças de que o presidente Michel Temer acabe com a pior recessão em um século e traga estabilidade política, diz a publicação. Enquanto isso, o real teve o melhor desempenho entre as principais moedas do mundo em 2016, subindo 20,9%, o que também favoreceu para esta forte alta do Ibovespa em dólar.

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Em segundo lugar ficou a bolsa do Cazaquistão, que avançou 59,95% no ano que passou. Ainda com altas de mais de 50% apareceram os principais índices do Peru (59,15%) e da Rússia (50,03%).

Já na ponta negativa, o pior desempenho ficou com a Nigéria, que viu sua bolsa afundar 41,40% no ano passado. De acordo com a Bloomberg, a economia da nação está programada para se contrair em 2016 pela primeira vez em mais de 20 anos, já que os controles de capital impedem os estrangeiros de investir.

Na sequência com as maiores quedas em dólar aparecem os mercados do Egito (-27,65%), Gana (-26,20%), Mongólia (-22,84%) e Xangai (-18,64%).

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Confira o ranking das melhores e piores bolsas de 2016 em dólar:

Desempenho nominal
Por outro lado, quando considerado os desempenhos de cada Bolsa em suas respectivas moedas locais, o Brasil cai para a 8ª colocação, deixando a Venezuela na liderança isolada ao subir 114% no ano passado. Porém, é importante lembrar que todo esse desempenho se dá pela altíssima inflação do país, que tem expectativa de chegar a 470% em 2016.

Completam o ranking dos melhores desempenhos do ano passado, com altas de mais de 50%, as bolsas do Egito (76,20%), Peru (58,69%), Cazaquistão (55,52%) e Rússia (51,15%)

Já na ponta negativa, os piores desempenhos ficaram com os mercados africanos e de países subdesenvolvidos, com a Bolsa da Zâmbia afundando 27,61%, seguida por Gana (-16,67%) e Laos (-13,55%).

Porém, na lista estão dois mercados que não se espera terem desempenhos tão fracos, caso de Xangai, que fechou 2016 com perdas de 13,34%, e a bolsa de Copenhagen, na Dinamarca, que recuou 13,34% no ano passado.

Confira o ranking das melhores e piores bolsas de 2016 em termos nominais:

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.