Petrobras ganha fôlego no último minuto e fecha em alta e Vale ON cai 4%; só duas ações têm queda na semana

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa ganhou força na reta final do último pregão do ano e encerrou em alta de 0,75%, a 60.227 pontos, no seu quinto dia seguido de ganhos. Com isso, o benchmark da Bolsa brasileira encerrou a semana em alta de 3,42%, com apenas duas das 58 ações que o compõem em queda no período. Ainda assim, Localiza e Cielo, que figuraram na ponta negativa, tiveram desvalorização amena de 0,2% a 0,8% no período.

No ano, o índice subiu 29%, puxado principalmente pelas ações de commodities. A campeã do ano foi a ação da Bradespar, com valorização de 200% (veja mais clicando aqui).  

Do lado negativo, as empresas dolarizadas foram as grandes penalizadas em um ano de poucas quedas no índice. Apenas 9 das 58 ações do Ibovespa fecharam 2016 em queda. As maiores perdedoras foram: Embraer, Fibria, Klabin e Suzano, com desvalorizações de 23% a 47%. 

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A explicação para isso está no desempenho da moeda americana: o dólar comercial encerrou o ano em queda de 17,69%, na sua primeira desvalorização frente ao real desde 2010 e com a maior queda desde 2009. Na última sessão do ano, o dólar teve queda de 0,94% nesta sessão, encerrando a R$ 3,2497 na venda.

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 16,94, -0,24%; PETR4, R$ 14,87, +0,61%)
As ações PNs da Petrobras se descolaram dos preços do petróleo e viraram para alta na reta final de pregão. No último minuto de negociação, o papel PETR4 subiu 0,75%, com forte volume financeiro. Lá fora, o contrato futuro do petróleo Brent caía 0,14%, a US$ 56,14 o barril, enquanto o WTI recuava 0,61%, a US$ 53,73 o barril. Nesta tarde, o Departamento de Energia dos EUA mostrou alta dos estoques de petróleo em 613,9 mil barris na semana encerrada em 23 de dezembro, contra estimativas de diminuição de 1,27 milhão de barris. O último dado divulgado havia apontado uma alta de 2,26 milhões de barris (leia mais aqui).  

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No radar, conselho de administração da Petrobras aprovou a venda do Complexo Petroquímico de Suape, em Pernambuco, e também uma fatia de 45,9% que a Petrobras Biocombustível detinha em Guarani. O complexo será vendido por US$ 385 milhões e a participação em Guarani, por US$ 202 milhões, totalizando US$ 587 milhões nas duas operações.

O complexo petroquímico será adquirido pela mexicana Alpex, do setor petroquímico e com atuação na produção de fibras têxteis. Já a participação da Petrobras Biocombustível em Guarani vai para as mãos da Tereos Internacional, que já detinha 54,1% do negócio. As informações foram confirmadas esta noite pela estatal por meio de fatos relevantes enviados à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). 

Segundo o Credit Suisse, a reação do mercado deveria ser marginalmente positiva aos anúncios, mas destacou que as duas transações ainda são muito pequenas para serem consideradas como “game changers”. 

Com as operações anunciadas na véspera, a Petrobras alcança 90% da sua meta de desinvestimentos para o biênio de 2015 e 2016, que é de US$ 15,1 bilhões. Segundo a estatal, o não atingimento é explicado pela obrigação da Petrobras em cumprir decisão liminar da Justiça de Sergipe, impedindo a conclusão das negociações dos campos de Tartaruga Verde e Baúna, localizados, respectivamente, na Bacia de Campos e na Bacia de Santos, para as quais a estatal já estava em estágio avançado de negociação. Pelo não conclusão da meta, a estatal informou irá acrescer o montante faltante para o biênio de 2017 e 2018, totalizando o valor de US$ 21 bilhões.   

A Petrobras ainda informou nesta quinta-feira que concluiu a venda de 100% das ações da refinaria Nansei Sekiyu para a Taiyo Oil Company, com o pagamento de 165 milhões de dólares realizado na quarta-feira. A estatal afirmou que o valor ainda está sujeito a ajustes finais. Em 17 de outubro, a Petrobras havia informado que o seu Conselho de Administração havia aprovado a venda da unidade, localizada na ilha de Okinawa, no Japão, por 129,285 milhões de dólares. A petroleira ainda convocou acionistas para AGE (Assembleia Geral Extraordinária) em 31 de janeiro. 

Por fim, o Banco Safra está processando a AG Internacional e a construtora Andrade Gutierrez sob a acusação de que enganaram os investidores ao não revelarem sua participação no escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras. Em 2013, o Banco Safra investiu em notas emitidas pela AG Internacional, de acordo com o processo em um tribunal federal de Nova York. A emissão que está no mercado totaliza US$ 500 milhões. Caso é Banco Safra SA x Andrade Gutierrez International SA, Tribunal Distrital dos EUA, Distrito Sul de Nova Iorque (Manhattan). 

Vale (VALE3, R$ 25,68, -3,75%; VALE5, R$ 23,34, -1,93%)
As ações da Vale acentuam as perdas nesta tarde, seguindo o mesmo sentido dos preços do minério de ferro. Com isso, o papel PN da mineradora teve sua primeira queda após subir por quatro pregões seguidos. O preço do minério de ferro negociado no Porto de Qingdao, na China, fechou em queda de 0,31% nesta quinta-feira, a US$ 80,43 a tonelada.  

Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 14,85, -2,17%) – holding que detém participação na Vale -, enquanto as siderúrgicas fecharam com leves ganhos, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,80, +0,28%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,80, +0,63%), CSN (CSNA3, R$ 10,85, +0,28%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,10, +0,74%). 

No radar das siderúrgicas, os preços do vergalhão de aço na China caíram mais de 2% nesta quinta-feira, revertendo os ganhos do dia anterior, enquanto o carvão de coque permaneceu em queda, com preocupações sobre o enfraquecimento da demanda retornando em uma negociação volátil de fim de ano. “O recuo mostra que os operadores não estão confiantes sobre o mercado de aço e a demanda futura durante o inverno”, disse Wang Yilin, analista de aço da Sinosteel Futures.

Eletrobras (ELET3, R$ 22,81, +0,31%; ELET6, R$ 25,89, -0,88%)
A terceira e última prévia da carteira teórica do Ibovespa confirmou nesta quinta-feira a entrada das ações ONs da Eletrobras (ELET3), mas a notícia não empolgou o mercado. Na Bolsa, os papéis ONs da elétrica fecharam em leves ganhos. Uma possível explicação para isso é que o peso que os papéis terão no será muito pequeno de 0,598%, ou 260.901.814 ações. 

Os papéis da Eletrobras foram cogitados pela primeira vez no Ibovespa na segunda prévia da carteira, divulgada no dia 16 de dezembro, mas naquela sessão as ações já demonstravam pouca euforia com a notícia, encerrando o dia em queda de 0,6%. 

A nova carteira do Ibovespa vai vigorar do dia 2 de janeiro até 28 de abril de 2017 e terá 58 ações ante 58 na carteira que vigora até o fim deste mês. Com isso, o principal índice de ações da Bolsa cresce após encolher por nove vezes seguidas e chegar à menor composição desde o quadrimestre do início de janeiro de 2007, quando era formado por 58 papéis. 

Outras alterações em índices da Bovespa
A maior mudança no “novo” Ibovespa, contudo, ficou com a BRF (BRFS3, R$ 47,61, -0,10%), mas ainda assim não muito relevante, com uma saída de aproximadamente R$ 15 milhões, destaca um relatório do BTG Pactual.

Já no IBX-50 entram as ações da Localiza (RENT3, R$ 34,22, +3,38%) no lugar de Smiles (SMLE3, R$ 44,73, -0,04%), mas também com pesos insignificantes, enquanto no IBX-100 serão incluídas os ativos da Alupar (ALUP11, R$ 17,10, +3,51%) e Copasa (CSMG3, R$ 36,50, +1,96%), em substituição dos papéis da Even (EVEN3, R$ 3,70, -0,54%) e Grendene (GRND3, R$ 17,62, +0,28%).  

Gol (GOLL4, R$ 17,58, +0,06%)
As ações da Gol tiveram pregão de correção após subirem por 4 pregões seguidos, acumulando ganhos de 25% no período. Na terça-feira, a companhia anunciou uma redução de 5,2% nos preços das passagens padrão vendidas à sua controlada Smiles. Ao mesmo tempo, os preços das milhas vendidas pela Smiles à Gol terão queda de 25,3%. Os novos preços entram em vigor em 1º de janeiro de 2017. 

A leitura dos analistas sobre o anúncio foi unânime: o Bradesco BBI, Itaú BBA, Credit Suisse e BTG Pactual destacaram o comunicado como positivo. O Itaú BBA comentou que isso pode implicar em uma potencial de alta em suas previsões, provavelmente através de receitas brutas melhores que as antecipadas para a Smiles. O BTG Pactual reiterou recomendação de compra para a ação SMLE3, com preço-alvo de R$ 65,00. Os analistas comentaram que o corte de preços é sinal do sucesso do Smiles em administrar resgates em voos com baixa taxa de ocupação e isso é muito positivo, especialmente considerando que a Gol tem expandido seus taxas de ocupação e capacidade.

PDG Realty (PDGR3, R$ 1,19, -0,83%)
As ações da PDG Realty ficaram “congeladas” por 17 minutos na BM&FBovespa nesta quinta-feira por conta de um block trade envolvendo 1,470 milhão de ações. O leilão foi realizado entre 17h e 17h17 (horário de Brasília).

O block trade teve demanda acima do previsto movimentando 1,55 milhão de ações, contra estimativa de 1,47 milhão de papéis, conforme informou ontem a Bloomberg. Segundo dados do Profit Chart, o leilão movimentou R$ 1,8 milhão, a R$ 1,19 por ação, sendo que boa parte das transações foram intermediadas pela corretora do Itaú.