Cosan dispara 6% com alta dos preços do açúcar, bancos saltam até 5% e Cielo tem reviravolta na Bolsa

Confira os principais destaques do pregão desta quarta-feira (28)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve mais um pregão de alta nesta quarta-feira (28), com o noticiário local bastante focado no veto do presidente Michel Temer ao projeto de renegociação de dívidas dos Estados. O índice fechou em alta pelo quarto pregão seguido, puxado pelo rali das commodities e bancos. Os papéis da Vale, Bradesco e Santander saltaram entre 3% e 5% hoje. 

Destaque hoje também para as ações da Cosan, que tiveram sua maior alta desde abril, puxadas pela alta dos preços do açúcar. Já as ações da Cielo sofreram reviravolta na Bolsa: após queda de 4,16% na mínima do dia, os papéis da companhia fecharam em leve alta de 0,58%, a R$ 27,56, apesar do corte de preço-justo pelo Itaú BBA.

Confira os principais destaques da sessão desta quarta-feira (28):

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Vale (VALE3, R$ 26,68, +3,17%; VALE5, R$ 23,80, +3,03%) e siderúrgicas
A mineradora Vale figurou entre as maiores altas do Ibovespa hoje, após nova alta no preço do minério de ferro. A commodity spot (à vista), negociada no porto de Qingdao com 62% de pureza, fechou em alta de 1,59%, a US$ 80,68. Acompanharam o desempenho as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 15,18, +3,12%) – holding que detém participação na Vale -, enquanto as siderúrgicas fecharam entre perdas e ganhos, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,77, -1,91%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,77, -0,83%), CSN (CSNA3, R$ 10,82, +0,84%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,07, -0,73%).

Cielo (CIEL3, R$ 27,56, +0,85%)
As ações da Cielo se recuperaram de um tombo de 4,16% mais cedo e fecharam no positivo, apesar da má notícia no radar. O Itaú BBA cortou hoje o preço justo da ação de R$ 40,50 para R$ 34,00, diante das mudanças regulatórias que o setor está passando. A recomendação, porém, se manteve em market perform (desempenho em linha com o mercado).

Esperamos que a dinâmica de lucros da Cielo seja moderada nos próximos trimestres, com uma persistente fraqueza na receita parcialmente compensada por uma melhor dinâmica de custos”, disseram os analistas em relatório, apontando que a companhia deve ter Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) de apenas um dígito em 2017.

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Segundo a equipe do Itaú, além dos riscos regulamentares, com mudanças envolvendo diferenciação de preços para uso de cartões de crédito e outras medidas do governo, a Cielo pode enfrentar dificuldades por conta de uma concorrência mais forte, ainda mais após o término dos acordos de exclusividade entre adquirentes e marcas de cartões.

Kroton (KROT3, R$ 13,27, +0,91%) e Estácio (ESTC3, R$ 15,43, +0,52%)
Segundo informações do jornal Valor Econômico, além do ensino a distância da Estácio, a Kroton está propondo vender uma das unidades de curso presencial localizadas em cidades onde há concentração de mercado maior do que 30%. Estão nesta lista unidades de municípios como São José dos Campos (SP), Niterói (RJ) Campo Grande, Macapá, Santo André (SP) e São Luís. Para aprovar a fusão, a Kroton propôs ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a venda do ensino a distância da Estácio – segmento no qual há concentração de mercado, uma vez que a Kroton já é a líder com mais de 500 mil alunos.

Gol (GOLL4, R$ 4,84, +4,54%)
A Gol engata mais uma sessão de forte alta, chegando a ganhos de 17,48% nos últimos três pregões. Na véspera, a companhia subiu 8% após o anúncio de uma redução de 5,2% nos preços das passagens padrão vendidas à sua controlada Smiles. Ao mesmo tempo, os preços das milhas vendidas pela Smiles à Gol terão queda de 25,3%. Os novos preços entram em vigor em 1º de janeiro de 2017. 

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A leitura dos analistas sobre o anúncio foi unânime: o Bradesco BBI, Itaú BBA, Credit Suisse e BTG Pactual destacaram o comunicado como positivo. O Itaú BBA comentou que isso pode implicar em uma potencial de alta em suas previsões, provavelmente através de receitas brutas melhores que as antecipadas para a Smiles. O BTG Pactual reiterou recomendação de compra para a ação SMLE3, com preço-alvo de R$ 65,00. Os analistas comentaram que o corte de preços é sinal do sucesso do Smiles em administrar resgates em voos com baixa taxa de ocupação e isso é muito positivo, especialmente considerando que a Gol tem expandido seus taxas de ocupação e capacidade.

Petrobras (PETR3, R$ 16,98, +1,74%; PETR4, R$ 14,78, +2,57%)
As ações da Petrobras se descolaram dos preços do petróleo, que fecharam estáveis no mercado internacional, e subiram hoje. No radar, a empresa afirmou que não participou das negociações dos acordos de leniência envolvendo a Braskem e a Odebrecht, com autoridades do Brasil, Estados Unidos e Suíça. Em resposta à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a estatal disse que não teve acesso às informações dos acordos antes de se tornarem públicas.

“A Petrobras esclarece que tomou ciência do reconhecimento dos atos ilícitos praticados e dos valores referentes aos acordos firmados entre a Braskem e as autoridades públicas brasileiras e estrangeiras apenas quando das divulgações públicas realizadas pela própria Braskem e por tais autoridades”, disse a Petrobras.

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A estatal informou também que inquiriu os administradores com acesso “a atos ou fatos potencialmente relevantes sobre as matérias jornalísticas”, que confirmaram a ausência de informações materiais que deveriam ser divulgadas ao mercado na ocasião.

“A Petrobras está avaliando os termos dos acordos firmados com a Braskem, e que foram divulgados ao mercado, para decidir as medidas cabíveis que deve adotar na defesa dos seus interesses. Fatos julgados relevantes sobre o tema serão tempestivamente divulgados ao mercado”, completou.

Cosan (CSAN3, R$ 37,76, +5,74%)
As ações da Cosan lideraram os ganhos do Ibovespa, na sua maior alta desde abril, na esteira da alta dos preços do açúcar. Já a sua concorrente São Martinho (SMTO3, R$ 18,99, +2,26%) teve uma alta mais amena. O açúcar branco atingiu maior patamar em 2 semanas, com perspectiva para safras na Tailândia e na Índia sinalizando estoques globais menores em 2017.

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Itaúsa (ITSA4, R$ 8,08, +1,38%)
A Itaúsa, holding do Itaú Unibanco, informou na noite de ontem que sofrerá um impacto negativo de aproximadamente R$ 260 milhões em seu balanço referente ao ano de 2016 por conta da sua controlada Elekeiroz. 

Em comunicado, a Itaúsa informou que o conselho de administração da Elekeiroz aprovou a sugestão da diretoria da empresa que na elaboração das demonstrações financeiras do exercício de 2016 seja feito um impairment (reconhecimento de redução no valor contábil de determinados ativos), além da realização de outros ajustes contábeis, ambos relativos ao atual exercício.

Com isso, a Itaúsa explica que estas medidas, uma vez implementadas, impactarão negativamente o resultado e o patrimônio líquido das demonstrações contábeis da Itaúsa do último trimestre em aproximadamente R$ 260 milhões.

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CCX (CCXC3, R$ 1,49, +2,76%)
AGE (Assembleia Geral Extraordinária) da CCX aprovou a dissolução e a liquidação da CCX Colômbia; a dissolução e liquidação da subsidiária é composta por diversas etapas que tendem a consumir, no mínimo, 6 meses. A medida foi proposta e adotada no contexto de redução de custos e despesas da companhia e sua estrutura.

QGEP (QGEP3, R$ 5,33, +3,70%)
A Queiroz Galvão Exploração e Produção fechou um acordo para assumir a fatia de 35% da britânica Premier Oil no bloco exploratório FZA-M-90, na Bacia do Foz do Amazonas, passando assim a deter 100% da concessão. Segundo comunicado, a QGEP receberá US$ 9,2 milhões pelo acordo. Os dados sísmicos do bloco já foram adquiridos e processados, e atualmente estão sendo interpretados. O contrato de concessão prevê, ainda, a perfuração de um poço exploratório até o término do primeiro período exploratório, originalmente previsto para agosto de 2018.

Celesc (CLSC4, R$ 15,08, +2,72%)
O conselho de administração da Celesc, empresa de energia de Santa Catarina, aprovou um orçamento adicional de R$ 1,7 milhão para o ano de 2016 referente ao PDI (Plano de Desligamento Incentivado). O valor contempla o número de inscrições realizadas no plano de desligamento e os ganhos de eficiência e redução de custos que o PDI proporcionará à Celesc.