Petrobras salta 2,8% em 30 minutos com “coletiva surpresa”, mas fecha em queda; empresas de Eike disparam até 45%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa desta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – As ações da Petrobras dispararam na reta final do pregão, após anúncio de uma coletiva surpresa à imprensa hoje às 19h (horário de Brasília). Em 30 minutos (das 17h15 às 17h45), os papéis subiram 2,8%, mas ainda assim fecharam em ligeiras perdas. Com o movimento das ações da estatal, que se descolaram da queda dos preços do petróleo no mercado internacional, o Ibovespa virou para o campo positivo e fechou em alta de 0,11%, a 57.646 pontos.

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta quarta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 16,55, -0,54%; PETR4, R$ 14,34, -0,07%)
As ações da Petrobras dispararam 2,8% em 30 minutos, após a estatal anunciar uma coletiva “surpresa” à imprensa na reta final do pregão desta quarta-feira. Conforme o comunicado enviado por email, o evento será realizado hoje às 19h na sede da empresa, no Rio de Janeiro. 
Procurada pelo InfoMoney, a assessoria de imprensa da Petrobras não quis revelar o assunto do evento. 

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Com a arrancada na reta final do pregão, os papéis da estatal se descolavam dos preços do petróleo, que mais cedo os puxaram para o campo negativo. Lá fora, os contratos futuros do Brent caíam 1,41%, a US$ 54,57 o barril, enquanto o WTI recuava 1,35%, a US$ 52,58 o barril. 

Mais cedo, os papéis caíram forte após surpresa negativa com os estoques da commodity nos EUA. O Departamento de Energia dos Estados Unidos informou que os estoques de petróleo no país subiram 2,26 milhões de barris na semana encerrada em 16 de dezembro. Analistas consultados pela Bloomberg esperavam recuo de 2,43 milhões de barris. O último dado divulgado havia apontado para um recuo de 2,56 milhões de barris. Lá fora, o petróleo Brent registrava queda de 0,72%, a US$ 54,95 o barril, enquanto o WTI caía 0,69%, a US$ 52,93 o barril. 

No radar, a Petrobras disse que está trabalhando na reformulação de sua sistemática para desinvestimento, com vistas a ajustá-la às determinações do TCU, informou a companhia em fato relevante, informando que a decisão não se aplica a contratos já assinados. A petroleira ainda espera concluir a reformulação “no menor prazo possível” para não prejudicar as metas de parceiras e desinvestimentos incluídas no plano de negócios. A terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por processos de desinvestimentos relativos aos três projetos abaixo encontram-se paralisados pelas liminares do Poder Judiciário: alienação de participação acionária da BR Distribuidora; cessão dos diretos de concessões em águas rasas nos Estados de Sergipe e Ceará e alienação de direitos de concessão em Baúna e Tartaruga Verde.

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A companhia ainda informou que, em reunião realizada ontem, aprovou a contratação da KPMG para prestar serviços de auditoria independente nos exercícios de 2017 a 2019, com possibilidade de renovação por mais dois anos. Após a assinatura do contrato, a KPMG iniciará suas atividades a partir da revisão das informações trimestrais (ITRs) do primeiro trimestre de 2017, em substituição à PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes – PwC. A contratação da KPMG foi precedida de processo licitatório de acordo com as normas aplicáveis à companhia.

Braskem (BRKM5, R$ 34,11, +3,27%)
As ações da Braskem subiram após a empresa informar que concluiu a última etapa de um acordo global em caso de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. 

Conforme havia informado no dia 14, a empresa, que é controlada pela Odebrecht e Petrobras, concordou em pagar US$ 957 milhões, ou equivalente a R$ 3,1 bilhões, em acordo de leniência junto ao Ministério Público Federal (MPF). O montante já inclui a parte destinada às autoridades americanas, já que as ações da companhia também são negociadas na Bolsa de Nova York.  

Vale (VALE3, R$ 24,48, -0,38%; VALE5, R$ 22,97, -0,73%)
As ações da Vale viraram para queda, acompanhando o movimento do mercado doméstico, depois de terem subido 1,3% mais cedo. No radar da empresa, uma boa notícia e uma neutra: a Vale fechou acordo com a BHP Billiton para uso da cava de Timbopeba da mineradora brasileira para depósitos de rejeitos da Samarco; por sua vez, o minério de ferro negociado no Porto de Qingdao, na China, caiu 0,54% nesta quarta-feira, a US$ 79,19 a tonelada. 

O Bank of America Merrill Lynch reiterou a recomendação de compra da Vale, após assinatura do acordo. Segundo os analistas, o próximo passo é a Samarco obter licenças ambientais necessárias para retomar a produção, interrompida desde o rompimento de sua barragem em novembro de 2015. 

Segundo o Itaú BBA, o acordo é “marginalmente positivo para a Vale, pois oferece uma solução sustentável e ambientalmente correta para as operações da Samarco a longo prazo, o que pode, a nosso ver, facilitar o processo de reconquista das licenças ambientais necessárias”. Os analistas reiteraram recomendação outperform (desempenho acima da média) para os ADRs (American Depositary Receipts) da mineradora, com preço-alvo para o fim de 2017 de US$ 10,00.

JHSF (JHSF3, R$ 1,38, +5,34%)
A JHSF acelerou os ganhos na reta final de pregão: +3% nos últimos 25 minutos. Após o fechamento do pregão, a empresa informou que alienou 100% das ações do capital social da Companhia Metro Norte, subsidiária da JHSF e detentora do empreendimento “Shopping Metro Tucuruvi”. O valor final da transação, após a conclusão da diligência, foi reduzido em aproximadamente 5%, totalizando R$ 418,1 milhões, que serão utilizados, em linha com as prioridades da empresa, no aprimoramento da estrutura de capital, informou a empresa em comunicado divulgado ao mercado. 

Citi revisa ações de alimentos
Os analistas do CitiBank cortaram o preço-alvo das ações da Ambev (ABEV3, R$ 16,34, -0,37%) de R$ 22,50 para R$ 21,00, mas mantiveram a recomendação de compra, em meio à expectativa de um segundo semestre mais fraco.

Já para JBS (JBSS3, R$ 11,46, +1,51%), Marfrig (MRFG3, R$ 6,30, +0,32%) e BRF (BRFS3, R$ 46,46, +0,13%) os analistas elevaram em 9%, 7% e 2% o Ebitda projetado para 2017, por conta do câmbio mais fraco. Com isso, os analistas elevaram os preços-alvos dos papéis para R$ 15,00, R$ 7,00 e R$ 70,00, respectivamente. As recomendações de JBS e BRF foram mantidas em compra, enquanto Marfrig, neutra.  

Qualicorp (QUAL3, R$ 18,00, +2,39%)
Os cooperados aprovaram balanços de 2014 e 2015 ontem da Unimed-Rio. Segundo o BTG, apesar de não resolver todos os problemas da Unimed-Rio, foi um primeiro passo para tentar salvar a companhia e pelo menos ganham algum tempo até chegarem a novas alternativas (injeção de capital, venda de ativos, entre outros), ressaltando que a aprovação das contas era uma condição necessária do termo de compromisso assinado com a ANS. “Notícia marginalmente positiva pra Qualicorp, que possui 180 mil contratos com a empresa. Nas nossas contas uma eventual suspensão da Unimed-Rio poderia impactar em cerca de 0,8% do valor presente líquido para cada 5% de perda na carteira”, afirma o BTG.

MMX Mineração (MMXM3, R$ 7,05, +33,20%)
As ações “X”, controladas pelo empresário Eike Batista, dispararam nesta sessão, com uma boa notícia para a MMX Mineração: a empresa informou ontem que seu pedido de recuperação judicial, incluindo sua controlada MMX Corumbá, foi deferido pelo juiz Paulo Assed, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.

Em meio à notícia, as ações da MMX atingiram alta de 44,66% na máxima do dia, a R$ 7,45. O volume financeiro movimentado com a ação alcançou R$ 5,6 milhão neste momento, contra média diária de R$ 377,6 mil dos últimos 21 pregões. Seguiram o forte movimento de alta as ações da CCX Carvão (CCXC3), também controlada por Eike, que atingiram na máxima do dia alta de 18,44%, a R$ 1,67.

No fato relevante, a MMX informou ainda que o juiz nomeou o escritório de advocacia Marcello Macêdo Advogados como administrador judicial.

A mineradora pediu recuperação judicial em caráter de urgência no fim de novembro, citando a conjuntura adversa do país e declínio dos preços do minério de ferro. 

Embraer (EMBR3, R$ 15,29, +2,27%)
As ações da Embraer sobem forte após acordo com Airlink para venda de 11 ERJ 140 e elevação de recomendação a outperform pelo Itaú BBA. A corretora do Itaú elevou a recomendação para as ações da Embraer de marketperform para outperform, com novo preço-alvo de R$ 20,00 para 2017. Os analistas destacam que o valuation atrativo ofusca o ceticismo sobre uma possível virada da empresa.

Já nesta manhã, a Embraer informou que assinou contrato de leasing envolvendo 11 jatos modelo ERJ140 para a Airlink, ampliando para 30 a frota de aviões da fabricante brasileira a serem operados pela companhia aérea sul-africana. A Embraer não revelou o valor do contrato de leasing, acertado pela controlada ECC Leasing. Além do leasing, as empresas acertaram ampliação de contrato de peças de reposição por mais oito anos.

Na véspera, a empresa anunciou a criação de nova unidade de negócios voltada para serviços e suporte ao cliente, que será comandada pelo executivo Johann Bordais, atualmente diretor de serviços e suporte da Embraer Aviação Comercial, segundo informa o jornal Valor Econômico. A unidade começa a operar no próximo semestre e será responsável pelo suporte aos produtos e serviços atuais e novos.  

Estácio  (ESTC3, R$ 14,70, +0,62%)
A Estácio Participações nomeou João Zangrandi Neto para ocupar uma das duas vagas abertas no conselho de administração após renúncia de dois membros no fim de outubro, informou a empresa em comunicado divulgado na noite de terça-feira.

Em 26 de outubro, a companhia anunciou em fato relevante a saída de Chaim Zaher e Thamila Cefali Zaher dos cargos no conselho, para o qual haviam sido eleitos em 27 de abril de 2016.

Cemig (CMIG4, R$ 7,28, -2,02%)
Segundo fonte ouvida pela Reuters, a Cemig nomeará Bernardo Salomão como CEO. O anúncio poderá ser feito nesta quarta-feira, disse Reuters, citando uma fonte não identificada e familiarizada com o plano. Mauro Borges é o  atual presidente-executivo da companhia. 

Lojas Americanas (LAME4, R$ 16,22, +2,85%)
Os membros do conselho de administração da companhia decidiram, por unanimidade de votos, aprovar a segunda emissão de 190 notas promissórias comerciais, em série única, para distribuição pública com esforços restritos. O valor total da emissão será de R$ 190 milhões. Informou a Lojas Americanas em ata da reunião que os recursos captados serão utilizados para o alongamento de seu perfil de endividamento. As notas terão prazo de vencimento de 1.095 dias a contar da data de emissão.

Em relatório, o Itaú BBA reforçou recomendação outperform para as Lojas Americanas e rolou o preço-alvo para 2017 a R$ 19,70 por ação.  

Forjas Taurus (FJTA4, R$ 1,84, -5,64%)
As ações da Forjas Taurus passaram por forte correção após disparada de 24,2% na véspera, reagindo à notícia de que a empresa assinou os contratos finais para reestruturar dívidas. Em menos de 30 minutos de pregão, o volume financeiro movimentado com os papéis atingia R$ 160,5 mil, contra média diária de R$ 85,5 mil nos últimos 21 pregões.  

Segundo o comunicado da empresa, foram assinados “os contratos finais para o reperfilamento de dívidas com determinadas instituições financeiras, bem como de sua 3ª emissão pública de debêntures”.