Petros vai à CVM contra gestores do Bradesco, bilionário propõe investir R$ 40 bi na Oi e mais notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (15)

Lara Rizério

(FILES) Egyptian Naguib Sawiris, chairma...(FILES) Egyptian Naguib Sawiris, chairman of Egypt's Orascom Telecom, smiles as he answers reporters questions in Cairo. Italian group Enel SpA said 26 May 2005 in Milan it has signed an agreement to sell its wholly-owned telecommunications unit Wind to the fund Weather Investments Sarl, led by the Egyptian businessman Naguib Sawiris. AFP PHOTO FILES/eps (Photo credit should read -/AFP/Getty Images)

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SÃO PAULO – Além de seguir repercutindo a decisão do Fomc (Federal Open Market Committee) de elevar os juros e aumentar a perspectiva de altas pela frente, o noticiário corporativo também deve mexer com a Bolsa, com destaque para o acordo de leniência da Braskem, o recorde de produção da Petrobras e a análise sobre o sell-off da Gerdau. Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (15):

Bradesco (BBDC3;BBDC4)
A Petros pediu para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investigar irregularidades de gestores de fundos administrados por gestores do Bradesco e da Caixa Econômica Federal e que causaram perdas ao fundo de pensão dos funcionários da Petrobras.

Para a Petros, a BEM Distribuidora de Títulos e a Bradesco Asset Management, responsáveis pelo FIP Enseada, montado para investir na marca de produtos eletrônicos Gradiente, incorreram em conflito de interesse. Isso porque ambas são controladas pelo Bradesco, principal credor da Gradiente, cujo projeto de volta ao mercado fracassou, resultando na perda total para os cotistas. Para a Petros, o prejuízo foi de cerca de 17,5 milhões de reais.

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Em outro caso, a Petros questiona Caixa Econômica Federal e os gestores Mare e Mantiq, responsáveis por administração e gestão do FIP Brasil Petróleo 1, criado em 2012 para investir no setor de óleo e gás. O Bradesco afirmou que não comenta assuntos que estejam sob discussão judicial ou administrativa. Consultada, a Caixa não respondeu até a publicação da reportagem.

Oi (OIBR3;OIBR4)
A Oi recebe nesta semana proposta de detentores de títulos de dívida, do bilionário egípcio Naguib Sawiris e de agências de crédito à exportação que inclui investimentos de cerca de R$ 40 bilhões (US$ 12 bilhões ) em 6 anos, disse uma pessoa com conhecimento direto do assunto ouvida pela Bloomberg.

Os credores representados pela Moelis e pelo bilionário Sawiris propõem injetar US$ 1,2 bilhão em capital na companhia. As agências de crédito à exportação também vão ajudar a financiar investimentos, disse a pessoa, que pediu anonimato porque os planos ainda não são públicos. Parte dos R$ 40 bilhões também virão do fluxo de caixa da Oi, de cerca de R$ 6,5 bilhões por ano, segundo a fonte. 

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 A ideia é investir em tecnologia e infraestrutura para dados, com foco em telefonia móvel, TV paga, banda larga e melhores serviços aos clientes. A Oi tem dívidas totais de cerca de US$ 19 bilhões e, para tornar sua operação viável, ideia é converter cerca de R$ 25 bilhões dos títulos de dívida externa em ações. 

Gerdau (GGBR4)
O BTG Pactual analisou a forte queda das ações da Gerdau, avaliando como exagerada e reiterando a recomendação de compra e preço-alvo de R$ 16 por ativo. “As expectativas são de que a Gerdau apresente um quarto trimestre muito fraco (mais fraco do que a sazonalidade típica sugeriria), e as ações têm registrado um sell-off muito significativo recentemente (queda de 25% em relação às altas recentes). Na verdade, a ação perdeu cerca de R $ 4,8 bilhões em valor de mercado, o que consideramos um tanto exagerado, apesar de reconhecer que isso poderia ser visto como uma oportunidade ‘perfeita’ para obter lucros”, avaliam os analistas do banco. Segundo eles, indiscutivelmente, os resultados devem ser fracos, mas eles ponderam afirmando que eles serão abalados por uma série de fatores não recorrentes (por exemplo, paradas de manutenção) – o que provavelmente será revertido nos próximos trimestres. “As ações podem permanecer pressionadas no curto prazo, mas ainda acreditamos que a call estrutural de alta está intacto”, concluem.

Braskem (BRKM5)
A Braskem comunicou na noite desta quarta-feira (14) que celebrou um acordo de leniência com o MPF (Ministério Público Federal) que ainda está sujeito à homologação da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal e da 13ª Vara Criminal da Justiça Federal de Curitiba/PR.

Pelo termos acordados, a companhia pagará às autoridades competentes, a título de multa e indenização, o valor total de aproximadamente US$ 957 milhões, equivalentes a aproximadamente R$ 3,1 bilhões. O montante é 11,7% do valor de mercado da companhia hoje, que está em R$ 26,3 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa

Para o UBS, as incertezas sobre a Braskem podem ter acabado e não há mais obstáculos no caminho, o que permitirá que as ações sejam negociadas com base em fundamentos. “Acreditamos que os fundamentos da Braskem são fortes o suficiente para sustentar pelo menos múltiplos em níveis históricos. Segundo o banco, em decorrência da Lava Jato, o múltiplo EV/Ebitda recuou a 4,1 vezes, o que representa um desconto de 25% ante a média histórica de 5,5 vezes. O UBS estima que o múltiplo chegue a 6,0 vezes considerando que sua alavancagem está controlada, que seu rating corporativo está acima do soberano brasileiro, que as fontes de matérias-primas estão mais diversificadas e que a empresa está menos dependente do mercado do Brasil, já que a projeto no México está mais avançado.

O Bank of America Merrill Lynch elevou o preço-alvo da ação de R$ 42,00 para R$ 45,00 e das ADRs de US$ 21 para US$ 23, após o valor das multas ficar abaixo do estimado. O relatório também ressalta que o acordo prevê que a empresa será acompanhada por auditores externos por um período de tempo indeterminado, além de ser obrigada a fortalecer seu sistema interno de compliance.

Na mesma linha, o BTG Pactual elevou o preço-alvo da ação para R$ 35,00 e manteve o rating da companhia em neutro. Segundo o BTG, os efeitos do acordo podem ser ainda positivos que o novo preço-alvo sugere. “A Braskem está atualmente em um ótimo momento de seu ciclo e, dependendo da percepção dos investidores da duração deste ciclo, podemos ver uma percepção de valor muito maior entre os investidores”, diz o relatório.

Cielo (CIEL3)
Vale destacar uma notícia que pode impactar as ações da Cielo. O Senado aprovou a mudança do ISS que estabelece um valor mínimo de 2%, além de que as transações de crédito e débito deverão ser cobradas de acordo com a alíquota do município em que a transação acontece (ao invés de ser no município em que o emissor de cartão ou a adquirente ficam baseados). Uma vez que o presidente assine a lei, ela será efetiva 13 meses depois, dando tempo para as empresas ajustarem seus sistemas com a nova regulação, notícia esta que foi comentada pelo Credit Suisse.

O Credit aponta que a Cielo, que fica baseada em Barueri, tem uma alíquota de ISS de 1,5%. A cada ponto percentual de aumento do ISS, o lucro líquido da empresa seria reduzido em R$ 46 milhões, enquanto a gestão da empresa espera um impacto de R$ 30 milhões. “Em um cenário otimista em que a alíquota aumente em apenas 50 pontos-base para 2%, o impacto no lucro líquido seria de 0.6%. “No entanto, acreditamos que a medida deve incentivar que os municípios aumentem sua alíquota por causa dos problemas fiscais. Assim, assumindo um cenário pessimista em que os municípios aumentem o ISS para 5%, com impacto no lucro de 3,9%”. Os analistas acreditam ser razoável assumir que o ISS da Cielo aumento em 150 pontos-base para 3%, levando a uma redução no lucro liquido de 1,7%. 

Sanepar (SAPR4)
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, os ânimos para a oferta da Sanepar, que está fazendo uma oferta de ações, não foram afetados, mesmo em meio ao cancelamento do IPO ( oferta inicial de ações) da Tenda, braço de baixa renda da Gafisa. Tanto que a demanda pelas ações da companhia de saneamento do Paraná já supera em 1,5 vez a oferta. 

Natura (NATU3)
O conselho de administração da Natura aprovou o pagamento de R$ 61,8 milhões em juros sobre capital próprio relativos ao exercício social de 2016. O montante representa R$ 0,14 por ação. O pagamento será feito em 10 de fevereiro de 2017 e terão direito aos proventos os acionistas com posição em 19 de dezembro.

Petrobras (PETR3PETR4)
A Petrobras informou ontem que atingiu a marca histórica de 1 bilhão de barris de petróleo produzidos no pré-sal. “Essa produção acumulada ocorre apenas seis anos após a entrada do primeiro sistema de produção na Bacia de Santos, no campo de Lula, e dez anos após a primeira descoberta em 2006, e demonstra a capacidade técnica e de realização da companhia”, disse a companhia em comunicado.

Comparando com outras importantes áreas petrolíferas do mundo, na porção americana do Golfo do México, esse patamar foi atingido 14 anos após o início da produção comercial e, no Mar do Norte, em oito anos. No Brasil, esse mesmo patamar só foi atingido na Bacia de Campos depois de 15 anos de produção comercial.

Ainda no radar da companhia, a Câmara de Arbitragem da Bovespa abriu processo para analisar o pedido de ressarcimento de prejuízo que 40 fundos de investimento dos Estados Unidos, donos de cerca de R$ 1,5 bilhão em ações preferenciais e ordinárias da Petrobras, alegam ter tido com os casos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato. Segundo uma fonte nos EUA ouvida pelo Broadcast, serviço de informação em tempo real do Grupo Estado, os investidores estimam prejuízo de US$ 2 bilhões.

Esse grupo foi obrigado a recorrer à arbitragem por imposição da Justiça norte-americana, que se limitou a julgar o pedido de compensação feito por donos de ações adquiridas na Bolsa de Nova York, as ADRs. Os demais devem cumprir o previsto no estatuto social da Petrobrás, de que toda contestação de acionistas seja levada à Câmara de Arbitragem da Bovespa.

Vale (VALE3;VALE5)
A BHP Billiton, sócia da Vale na joint venture com a Samarco, afirmou ontem que a companhia pode retomar as suas operações em 2017, dependendo das aprovações necessárias e da segurança no novo acordo de produção.

“Esta é uma notícia positiva, pois mostra que a BHP está disposta a chegar a um acordo tanto do lado operacional quanto do lado financeiro”, apontam os analistas do Bradesco BBI. O plano é obter licenças para usar a mina Alegria Sul para depositar os rejeitos, enquanto uma solução mais estrutural está sendo estudada. “Como ressaltamos, parece que a Vale também está oferecendo à Samarco o uso do poço de Timbopeba para depositar os rejeitos, o que proporcionaria mais 6 a 7 anos de vida operacional à Samarco – aqui, a Vale e a BHP ainda precisam chegar a um acordo que pode acontecer no curto prazo também, em nossa opinião”, avaliam os analistas. 

Por fim, a Vale teve aval para iniciar o tráfego de cargas em ramal de Carajás. 

Copel (CPLE6)
O Conselho de Administração da Copel aprovou investimento de R$ 2,03 bilhões para 2017 em reunião realizada na quarta-feira, segundo comunicado ao mercado. Do total a ser investido, R$ 629,6 milhões serão aplicados em distribuição, R$ 570,3 milhões em geração e transmissão, e R$ 164,3 milhões em telecomunicações, disse a empresa.

 WEG (WEGE3)
A WEG anunciou hoje a aquisição do controle da TGM, fabricante de turbinas e transmissões com sede na cidade de Sertãozinho, São Paulo. Segundo o diretor superintendente da WEG, Eduardo de Nóbrega, a compra da TGM ampliará a linha de produtos da WEG para o segmento de geração térmica e outros setores da indústria. “Vamos oferecer soluções completas, mais competitivas e com maior atratividade para o mercado. Além disso, a TGM tem presença importante no mercado externo, o que fortalece a nossa posição de empresa global”, explica. O valor da aquisição não foi revelado. 

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.