DIs caem e chance de corte de 75 pontos da Selic aumenta após menor IPCA em 18 anos

O dado reforçou o entendimento de que a desinflação está se intensificando, conforme a atividade econômica segue fraca, o que pode levar a inflação para a meta em 2017

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A divulgação do melhor resultado para a inflação de novembro em 18 anos abriu espaço para o mercado apostar em cortes mais expressivos nos juros pelo Banco Central. Nesta sexta-feira (9), os contratos de DI curtos e longos têm nova sessão negativa, com os papéis com vencimento em janeiro de 2018 e janeiro de 2021 caindo 4 pontos-base, em respectivos percentuais de 11,85% e 11,66%.

Em linha com o que já vinha sendo indicado pelo presidente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn, e a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) nos últimos dias, os investidores passaram a acreditar em mais espaço para a Selic perder altura em um menor espaço de tempo. Além da própria mudança de tom nos discursos, a crescente pressão do mundo político para que os juros caiam mais rapidamente também podem pesar sobre o cenário.

O dado reforçou o entendimento de que a desinflação está se intensificando, conforme a atividade econômica segue bastante fraca, o que pode levar a inflação para o centro da meta em 2017, reforçando a chance de um corte de juros mais intenso a partir de agora. Com isso, hoje o mercado passou a ver alguma possibilidade de um corte de 75 pontos-base da Selic em janeiro, apesar de 50 bps ainda ser a maior aposta dos investidores.

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O IPCA registrou alta de 0,18% em novembro, ficando bem abaixo da expectativa do mercado, de 0,27%, e registrando seu menor resultado para meses de novembro desde 1998. Enquanto isso, no acumulado de 12 meses, o valor caiu para 6,99%, seu menor patamar desde dezembro de 2014.

Segundo Jason Vieira, economista da Inifity Asset, a aceleração da deflação do item alimentação foi um dos componentes da alta mais modesta do indicador, enquanto o item despesas pessoas seguiu a linha inversa aos 0,47%, após alta de apenas 0,01% na medição anterior.

“A desinflação mais expressiva, atividade econômica desaquecida e a possibilidade de aprovação da PEC 55 na próxima semana dão as condições necessárias ao corte de juros de 50 bp na reunião do COPOM de janeiro e de um ciclo acentuado de afrouxamento até o final de 2017”, explica Vieira.

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Com este resultado, o economista projeta de forma preliminar para dezembro um IPCA de 0,41% por conta do aumento de combustíveis, o que tende a colocar o índice oficial dentro das metas do CMN aos 6,41% ao ano.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.