Ibovespa Futuro recupera 61 mil pontos e DIs caem após menor inflação para novembro desde 1998

Contratos futuros do índice sinalizam sessão de recuperação após recuo na véspera

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após uma sessão de queda para o principal índice acionário do mercado brasileiro na véspera, o Ibovespa Futuro abriu com variação positiva nesta sexta-feira (9). Às 9h15 (horário de Brasília), os contratos futuros do índice com vencimento em dezembro operavam em alta de 0,72%, a 61.120 pontos.

No mesmo horário, os contratos de juros futuros operavam em queda, após surpresa com o resultado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de novembro. Os DIs com vencimento em janeiro de 2018 caíam 4 pontos-base, a 11,85%, ao passo que os papéis com vencimento em janeiro de 2021 recuavam 5 pontos-base, a 11,65%. Os contratos de dólar futuro com vencimento em janeiro de 2017, por sua vez, subiam 0,26%, sinalizando cotação de R$ 3,405.

O IPCA avançou 0,18% em novembro – em seu menor resultado para o mês desde 1998 -, frente à alta de 0,26% no período anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (10). No mesmo período do ano passado, o indicador registrou avanço de 1,01%. A mediana das expectativas dos economistas projetava avanço de 0,27% nos preços no mês.

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Em 12 meses, o avanço da inflação foi de 6,99%, contra 7,87% registrados no período anterior. A expectativa da mediana dos analistas era de uma alta acumulada de 7,08%. Com este resultado, o acumulado de 12 meses atinge seu menor patamar desde dezembro de 2014.

Confira os destaques desta sessão:

Bolsas mundiais
O dia é de indefinição para as bolsas europeias, com os investidores ainda digerindo os desdobramentos da reunião do BCE (Banco Central Europeu), que culminou no corte do programa de estímulos para 60 bilhões de euros a partir de abril até dezembro — com a possibilidade de novas prorrogações. Na Ásia, o índice de blue-chips da China avançou, graças a dados melhores do que o esperado da inflação, apontando para sinais de que a economia está se estabilizando.

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Este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) +0,14%

* CAC-40 (França) +0,16%

*DAX (Alemanha) -0,14%

* Xangai (China) 0,52% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -0,44% (fechado)

* Nikkei (Japão) +1,23% (fechado)

*Petróleo brent +0,58%, a US$ 54,20, o barril

Radar internacional
Mais cedo, saíram os dados da balança comercial da Alemanha, que apontou um superávit de 20,5 bilhões de euros em outubro, ante estimativa de saldo de 21 bilhões de euros. Às 13h, saem os números da confiança do consumidor dos Estados Unidos. Na noite desta quinta-feira (8), foram conhecidos os dados de inflação na China. Os preços ao produtor (PPI) superaram as expectativas de alta de 2,2% e avançaram 3,3% em novembro na comparação com igual mês de 2015, a variação mais forte em 5 anos. Já os preços ao consumidor (CPI) vieram em linha com as estimativas e subiram 2,3% no período.

Ainda no exterior, a Assembleia Nacional da Coreia do Sul aprovou, por 234 votos a 56 contrários, o prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente Park Geun-hye, por envolvimento em escândalo de corrupção. Com o resultado, a chefe de Estado tem seu mandato suspenso e as funções passam a ser acumuladas pelo primeiro-ministro, Hwang Kyo-ahn, até que o Tribunal Constitucional ratifique ou invalide a decisão parlamentar. Para que a cassação ocorra, são necessários seis dos nove votos dos magistrados. O processo pode levar 180 dias, apesar de as expectativas serem de que o desfecho seja conhecido em cerca de dois meses.

Cenário de Loyola para 2017
Em discurso durante o último almoço de 2016 promovido pela OEB (Ordem dos Economistas do Brasil), o ex-presidente do Banco Central e sócio da consultoria Tendências, Gustavo Loyola, mostrou por que não enxerga sinais de “salvação” para a economia brasileira nem de drivers internos e muito menos do exterior, o que deixa a economia em um cenário “sem saída” para 2017. Clique aqui para ler a matéria completa

Noticiário corporativo
Petrobras é um dos destaques do dia, com a decisão de seguir com seu plano de desinvestimentos mesmo após a decisão do TCU de suspender novas vendas de ativos. No caso da BR Distribuidora, porém, as negociações estão suspensas até haver uma definição judicial, segundo o jornal Valor Econômico. Além disso, o presidente do Banco do Brasil revelou que cerca de 9 mil funcionários já aderiram ao programa de incentivo à aposentadoria. O prazo vence nesta sexta-feira e 18 mil servidores do banco podem participar. Atenção também ao pagamento de dividendos: a Embraer e a Triunfo suspenderam a distribuição de juros sobre capital próprio (JCP). Já a Fleury distribuirá R$ 220 milhões em dividendos e R$ 110,4 milhões em JCP, e a Ferbasa distribuirá R$ 65,6 milhões em juros sobre capital próprio.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.