Cade mira bancos, TCU “freia” Petrobras, novidade sobre a Oi e mais 7 destaques no radar

As informações que você precisa para para operar no pregão desta quinta-feira

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é intenso nesta quinta-feira (8) e o mercado deve digerir as informações de que pelo menos dez bancos estão sendo investigados pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) suspeitos de manipular do real. Destaque também para a decisão do TCU de suspender novas etapas do processo de desinvestimento da Petrobras. Além disso, novidades sobre o processo de recuperação judicial da Oi, emissão de debêntures e distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio estão no radar.

Confira os destaques corporativos desta quinta-feira:

Bancos
O mercado deve digerir neste pregão a notícia de que o Cade instaurou um novo processo para investigar cartel no mercado de câmbio brasileiro, envolvendo o real. Dez bancos com sede no Brasil são investigados e, segundo o conselho, há “fortes índícios” de conduta anticompetitiva contra os bancos BTG Pactual, Citibank, HSBC, BBM, BNP Paribas e Múltiplo. Também há indícios da participação, em menor grau, do Itaú, Santander, ABN AMRO Real, Fibra e Societé Générale. De acordo com o Cade, as condutas anticompetitivas teriam ocorrido nos mercados de câmbio à vista (FX Spot Market ou spot) e de futuros (derivativos). Em nota, o Bradesco diz reconhecer declaração emitida pelo Cade, na qual constam operações do antigo HSBC, comprado pela instituição financeira.

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Petrobras (PETR3; PETR4)
O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta quarta-feira (7) uma medida cautelar que proíbe a Petrobras de assinar novos contratos de venda de ativos e de iniciar novos processos de alienação, mas libera a estatal para concluir aqueles desinvestimentos que estão em fase final. Se tiver sucesso nos processos mais avançados, a Petrobras pode chegar perto da meta de desinvestimentos de US$ 15,1 bilhões estabelecida para o biênio 2015-2016. 

A companhia já fechou acordos de cerca de US$ 11 bilhões e os desinvestimentos de cinco projetos em andamento devem gerar US$ 3,3 bilhões. Dessa forma, a decisão do TCU, diante de uma representação formulada pela SeinfraPetróleo, foi vista como favorável pela Petrobras. 

A estatal informou ainda estar revisando sua sistemática de desinvestimentos e se comprometeu com aperfeiçoamentos recomendados pelo TCU e demais órgãos de controle. A petrolífera também reafirmou a meta de seu programa de parcerias e desinvestimentos de US$ 15,1 bilhões para o biênio 2015/16 e de US$ 19,5 bilhões para 2017/18.

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Oi (OIBR3)
Em processo de recuperação judicial e buscando consenso entre as partes interessadas, a Oi anunciou que firmou um acordo de confidencialidade com o fundo Cerberus, que representa parte dos credores da operadora.

Cyrela (CYRE3)
Em resposta à solicitação de esclarecimentos da CVM (Comissão de Valore Mobiliários) e BM&FBovespa, sobre notícia veiculada pelo jornal Valor Econômico acerca de estimativas de lançamentos anuais de R$ 4 bilhões, a construtora informou que “em momento algum, houve qualquer material que expressasse” lançamentos neste montante, “mas isso não impede que os executivos possam responder qual o volume teórico que poderia ser lançado dentro de um exercício”. Conforme comunicou a Cyrela, as afirmações não podem ser entendidas como guidance, mas sim como estimativa para a capacidade da empresa no longo prazo.

Randon (RAPT4)
A Randon vai emitir R$ 200 milhões em debêntures de duas séries. Na primeira, serão R$ 130 milhões, com vencimento em novembro de 2019 e remuneração de 270 pontos-base acima do CDI. Na segunda, R$ 70 milhões, com vencimento em novembro de 2021 e remuneração de 300 pontos-base acima do CDI. O coordenador líder da emissão é o Itaú BBA, segundo a Bloomberg.

Cosan (CSAN3)
A Cosan anunciou a distribuição de dividendos intercalares referente ao exercício social de 2016, no valor total de R$ 300 milhões, o que corresponde a R$ 0,736621455 por ação, sem retenção de Imposto de Renda na Fonte. Segundo comunicado, a distribuição ocorrerá com base na posição acionária de 12 de dezembro, sendo que, a partir de 13 de dezembro, as ações da companhia passam a ser negociadas na forma “ex”.

Ferbasa (FESA4)
A Ferbasa aprovou a distribuição de Juros sobre o Capital Próprio, no valor total de R$ 65,684 milhões. A quantia corresponde a R$ 0,7244582528 para cada ação ordinária e R$ 0,7969040781 para cada ação preferencial. O pagamento será feito com base na posição acionária de 14 de dezembro, com os papéis sendo negociados na forma “ex” a partir de 15 de dezembro. A companhia ainda informou que o pagamento será feito a partir de 19 de janeiro de 2017.

Multiplan (MULT3)
A Multiplan anunciou a conclusão da aquisição de participação de 4,5% da Área Bruta Locável do BarraShopping pelo valor total de R$ 143,9 milhões. “A aquisição foi decorrente do exercício do direito de preferência na aquisição da totalidade da participação proprietária da Carvalho Hosken S.A. Engenharia e Construções no shopping center, de forma que a Multiplan passa a deter 65,8% da ABL do BarraShopping”, diz a nota da companhia.

Light (LIGT3)
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) pretende flexibilizar as metas de qualidade da Light, distribuidora de energia que atende a região metropolitana do Rio de Janeiro, por conta da ação de criminosos na cidade e da crise fiscal que atinge o Estado.

A empresa protocolou um pedido no órgão regulador do setor para que fossem revistas suas tarifas em decorrência da forte crise da economia brasileira e do Estado fluminense e por furtos em áreas dominadas por traficantes e milícias. A elétrica, controlada pela mineira Cemig, informou anteriormente à Reuters que seus níveis de perdas não técnicas –causadas por furtos, os chamados “gatos”– são alvo de negociação com a Aneel.

Cerca de 23% da energia distribuída pela Light não é faturada porque é perdida com os furtos na rede. As perdas representam 42% do mercado de baixa tensão da companhia. De acordo com o diretor da Aneel, a flexibilização também pode ser ampliada a uma outra concessionária que atende o Estado, em especial municípios do interior, como a Enel Distribuição Rio (antiga Ampla).

BR Insurance (BRIN3)
A BR Insurance comunicou que seus acionistas aprovaram a incorporação das empresas André Carasso, BR Insurance Auto Corretora de Seguros, Correta Master Corretora de Seguros, Bi Bike Administradora e Corretora de Seguros, Omega B.I Corretora de Seguros, A&M Dandal Corretora de Seguros, Duraseg Corretora e a Consultoria de Seguros.

De acordo com a companhia, as incorporações ocorreram sem aumento de capital, ou seja, sem emissão de novas ações, eliminando-se os investimentos da companhia nas subsidiárias em contrapartida à absorção direta dos respectivos ativos e passivos.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.