Ibovespa Futuro sobe e encosta nos 62 mil pontos com BCE e dia decisivo no STF; dólar mergulha

Contratos futuros do índice apontam para continuidade de movimento positivo, apesar da crise institucional

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após uma sessão positiva para o principal índice do mercado acionário brasileiro mesmo em meio ao agravamento da crise entre os podres Judiciário e Legislativo, o Ibovespa Futuro iniciou a quarta-feira (7) em alta. Às 9h09 (horário de Brasília), os contratos futuros do índice com vencimento em dezembro operavam com variação positiva de 1,25%, a 61.965 pontos. No radar dos investidores, destaque para o dia decisivo no Supremo Tribunal Federal, com o plenário deliberando sobre decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello por afastar Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado.

Além dos possíveis efeitos da crise institucional sobre a tramitação da PEC do Teto — com apenas a votação em segundo turno no plenário do Senado pendente –, o mercado também observa com atenção as primeiras impressões do mundo político sobre o texto da Reforma da Previdência. Enquanto isso, no exterior, o dia é de otimismo com os mercados apostando em mais estímulos do BCE à economia europeia.

No mesmo horário, os contratos de dólar futuro com vencimento em janeiro de 2017 operavam em queda de 0,60%, sinalizando cotação de R$ 3,414. Do lado dos DIs, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 recuavam 6 pontos-base, a 11,92%, enquanto os com vencimento em janeiro de 2021 caíam 14 pontos-base, a 11,94%.

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Confira no que se atentar na sessão desta quarta-feira:

Bolsas mundiais
A sessão é positiva para os principais índices acionário europeus, com os investidores apostando que o Banco Central Europeu poderá anunciar novos estímulos depois da reunião marcada para a próxima quinta-feira. Na Ásia, os mercados chineses interromperam uma sequência de três dias de quedas. As blue-chips do setor industrial ainda eram negociadas perto das mínimas recentes depois que o regulador de títulos do país alertou para aquisições “brutais” por gestores de ativos que usam fundos ilegais.

Este era o desempenho dos principais índices:

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* FTSE 100 (Reino Unido) +1,36%

* CAC-40 (França) +1,04%

*DAX (Alemanha) +1,53%

* Xangai (China) +0,70% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) +0,55% (fechado)

* Nikkei (Japão) +0,74% (fechado)

*Petróleo WTI +0,08%, a US$ 50,97, o barril

Crise institucional
Com a agenda de indicadores esvaziada, o agravamento da crise institucional em Brasília deve seguir dominando o radar dos investidores. O embate direto entre Legislativo e Judiciário ganhou um novo capítulo depois de a mesa diretora do Senado se recusar a cumprir a decisão do ministro do STF Marco Aurélio Mello de afastar Renan Calheiros da presidência da Casa. O próximo passo deve vir da sessão do STF marcada para as 14h em que a questão será analisada. Em meio a este impasse, o calendário de votações do Senado foi suspenso.

Reforma da Previdência
Um dia após o governo enviar texto com mudanças nas regras para aposentadoria e enquanto o impasse sobre a possibilidade de atraso na aprovação da PEC do Teto continua no Senado, já são percebidas as primeiras reações à proposta da equipe econômica do governo Michel Temer na Câmara dos Deputados. Em poucas horas do conhecimento dos termos, alguns parlamentares já discutem a possibilidade de alterar regras como a idade mínima fixada, em 65 anos, o tempo mínimo de contribuição, previsto para 49 anos, e a percepção de aumento da vulnerabilidade dos trabalhadores rurais.

Agenda de indicadores
Com poucos indicadores previstos para o dia, o destaque interno fica com a coletiva de imprensa dos diretores do BC (Banco Central), às 9h, quando o mercado deve buscar mais sinalizações sobre o ritmo do ciclo de corte de juros. Após a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), aumentaram as apostas de que a autoridade monetária adotará uma postura mais dovish e passará a reduzir a Selic em cortes de 50 pontos-base a partir da próxima reunião, em janeiro. Lá fora, atenções voltadas para os dados semanais dos estoques de petróleo, às 13h30, no horário de Brasília. Mais cedo, saíram os dados da produção industrial da Alemanha, que avançou apenas 0,3% em outubro ante setembro, decepcionando as expectativas de elevação de 0,8%

Noticiário corporativo
Do lado das empresas, destaque para a Via Varejo, depois que uma empresa sul-africana desmentiu rumores de que estaria interessada na aquisição. Em teleconferência com investidores, o presidente do grupo sul-africano Steinhoff International, Markus Jooste, disse que não está buscando acordos de fusões e aquisições na América do Sul. No setor da construção, a Cyrela teve seu rating rebaixada de BB para BB- pela Fitch e a Even aprovou uma emissão de R$ 100 milhões em debêntures. 

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.