Petrobras, JBS e Localiza: as 3 ações para ficar de olho logo na abertura do pregão

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Além dos fatos políticos políticos relevantes em Brasília, o noticiário corporativo também é intenso. Entre as ações para ficar de olho logo no início do pregão estão a Petrobras, que, pelo lado positivo anunciou o reajuste de combustíveis e, do lado negativo, viu a Justiça suspender a venda da BR Distribuidora. A JBS, que deve sentir os reflexos do anúncio de um IPO nos EUA e da elevação da recomendação de compra pelo Itaú BBA. Além disso, a Localiza fez uma parceria estratégica com a Hertz, uma uma das maiores empresas de aluguel de carros do mundo, o que pode refletir nos papéis negociados na Bovespa.

Veja os destaques desta terça-feira:

Petrobras (PETR3PETR4) – parte I
A Petrobras informou na noite desta segunda-feira (5) o reajuste dos combustíveis nas refinarias, para que fiquem alinhados aos preços no exterior. Já em vigor a partir desta terça-feira (6), o aumento na gasolina é de 8,1%, em média, enquanto o óleo diesel, de 9,5%. Segundo a companhia, as principais variáveis que explicam a decisão são o aumento observado nos preços do petróleo e derivados e desvalorização da taxa de câmbio no período recente.

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Se esse reajuste for repassado ao consumidor integralmente, a gasolina pode subir 3,4%, ou R$ 0,12 por litro e o diesel pode ficar 5,5% ou cerca de R$ 0,17 por litro mais caro, calcula a estatal. A estatal havia anunciado duas vezes queda nos preços para as refinarias – em 14 de outubro e em 8 de novembro. Porém, em muitos estados os preços nas bombas subiram em vez de cair.

Petrobras – parte II
Ainda no noticiário da estatal, destaque para a decisão, em caráter liminar, da 3ª Vara da Justiça Federal em Sergipe pela suspensão pela companhia e a ANP (Agência Nacional do Petróleo) da venda de participação acionária na BR Distribuidora. A ação foi movida pelos petroleiros José Hunaldo Nunes Santos e Fernando Borges da Silva, ligados ao Sindipetro-Alagoas, que alegam que a Petrobras estaria infringindo a legislação ao planejar vender 51% de participação no ativo sem realizar licitação. A companhia diz que vai recorrer.

Conta o jornal Valor Econômico que a companhia esperava que as ofertas fossem entregues até 20 de dezembro e que a ideia era que o sócio que comprasse a fatia de 51% da companhia tivesse pouca ou quase nenhuma autonomia. A estatal quer manter controle sobre as decisões estratégicas, a despeito de abrir mão do controle acionário.

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Vale (VALE3; VALE4)
A Vale e a Polaris Shipping concluíram nesta segunda-feira a transação de compra e venda de quatro navios capesize atualmente operados pela mineradora brasileira, segundo comunicado divulgado ao mercado. A transação totalizou 140 milhões de dólares, equivalentes a 35 milhões de dólares por navio, que serão recebidos pela Vale mediante a entrega de cada navio. Um dos navios foi entregue nesta segunda-feira e as entregas dos demais navios estão previstas para ocorrer em dezembro de 2016 e janeiro de 2017. “A transação é consistente com a estratégia da Vale de fortalecer o balanço e focar nos ativos core”, disse a companhia em nota.

JBS (JBSS3)
A JBS anunciou nesta segunda-feira uma revisão em seus planos de reorganização, prevendo um pedido de IPO (oferta pública inicial de ações) da JBS Foods International (JBSFI) na bolsa de Nova York no primeiro semestre de 2017. A subsidiária na Holanda vai concentrar todas as suas operações internacionais e da Seara, mantendo a sede do grupo no Brasil. A nova empresa terá 35 bilhões de dólares em receita anual e 115 mil funcionários em mais de quatro continentes, segundo dados de meados deste ano. O presidente-executivo da JBS SA, Wesley Batista, será presidente do conselho de administração da JBSFI, que terá um colegiado formado por nove membros, a maioria independentes. O plano, aprovado por unanimidade pelo Conselho de Administração, ocorre depois que o braço de participações do BNDES, o BNDESPar, vetou em outubro uma reorganização que previa que a sede do grupo seria na Irlanda, o que levou a uma forte queda no valor de mercado da companhia.

Após o anúncio, o Itaú BBA elevou a recomendação de JBS de market perform para outperform. O Credit Suisse também ressaltou que a ação deve reagir positivamente hoje ao anúncio e disse que, no cenário mais conservador, o papel tem potencial para valorização de 30%. Já o BTG reiterou recomendação neutra, mas com viés positivo, caso a JBS consiga ir adiante com essa oferta.

Localiza (RENT3
A Localiza fechou um acordo de longo prazo com a The Hertz Corporation, uma das maiores empresas de aluguel de carros do mundo, para formação de uma parceria estratégica que abrangerá o uso da marca combinada “Localiza Hertz” no Brasil, informou a companhia nesta segunda-feira (5). Segundo comunicado, foi fechado um acordo para utilização, pela Hertz, da marca Localiza nos principais aeroportos que atendem viajantes brasileiros nos Estados Unidos e Europa. Além disso, o combinado inclui também a troca de reservas, intercâmbio de executivos, tecnologia e informação. O acordo ainda está sujeito à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)

Banco do Brasil (BBAS3)
O Banco do Brasil anunciou nesta segunda-feira acordo com os Correios para manter serviços do Banco Postal por até 36 meses, mediante um novo modelo de remuneração. O novo modelo é baseado em parte fixa de 5 milhões de reais “e o restante na performance do negócio por meio de comissionamento variável, de acordo com o volume de serviços prestados”, disse o BB em fato relevante. O BB estima que, por este modelo, vai pagar no primeiro mês aos Correios cerca de 24 milhões de reais, “valor que poderá variar de acordo com a produtividade da rede do Banco Postal”. Ainda no noticiário do banco, fontes disseram à Bloomberg que o governo federal adiou o plano de vender ações da instituição financeira no Fundo Soberano.

Via Varejo (VVAR11)
Três empresas asiáticas demonstraram interesse na compra da Via Varejo: as chinesas Alibaba e Suning e a sul-coreana Samsumg, segundo informações do Estadão. Além delas, a chilena Falabella, a sul-africana Steinhoff e a brasileira Lojas Americanas também estão interessadas na compra do negócio de eletrodomésticos do Grupo Pão de Açúcar, que inclui as marcas Casas Bahia e Ponto Frio. 

Duratex (DTEX3); Fibria (FIBR3)
A fabricante de painéis de madeira Duratex anunciou nesta terça-feira a venda de florestas de eucalipto no Estado de São Paulo para a produtora de celulose Fibria por 74,8 milhões de reais. A Duratex vai reconhecer ainda neste ano metade do valor da transação e o restante a partir de 2017. A responsabilidade dos custos de colheita e transporte da madeira serão da Fibria. Segundo a Duratex, a venda faz parte de estratégia da empresa para “adequar o excedente de suprimento florestal e, portanto, não compromete a capacidade de fornecimento de madeira para as nossas operações de manufatura de painéis”.

Kroton (KROT3); Estácio (ESTC3)
A superintendência-geral do Cade declarou a operação de combinação dos negócios entre as empresas do setor de educação Kroton e Estácio Participações complexa e solicitou estudo de impacto concorrencial. Em fato relevante, as empresas informaram que a superintendência-geral pediu na véspera que o departamento de estudos econômicos do Cade elabore estudo quantitativo sobre impactos concorrenciais da operação. As empresas informaram ainda que a declaração de complexidade dá ao Cade a prerrogativa de prorrogar o prazo de análise da operação em até 90 dias. No entanto, ela não implica a imediata extensão do prazo limite de análise, que permanece sendo 240 dias. Ainda sobre a Estácio, a Bloomberg informa que o Conselho de Administração da companhia aprovou emitir uma série única de R$ 100 milhões em debêntures não conversíveis em ações. Segundo comunicado, o prazo é de 30 meses, a remuneração é de 150 pontos acima do CDI e os recursos “serão destinados para usos gerais de caixa da companhia.

Recomendações
Os analistas do Santander iniciaram cobertura sobre as ações da Alliar (AALR3) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 28,00 ao final de 2017. Também foi elevado pelos especialistas do banco o preço-alvo para as ações da Braskem (BRKM5), de US$ 19,10 para US$ 21,00. As ações de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) tiveram preços-alvos respectivamente elevados de R$ 7,50 para R$ 8,00, e de R$ 16,00 para R$ 17,00 pelos analistas do Itaú BBA no ano que vem.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.