Atenção: As 3 ações para ficar de olho no pregão desta sexta-feira

Veja o que de mais essencial você precisa saber antes de começar a operar nesta sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – A sexta-feira começa negativa para a maior parte dos mercados internacionais, sinalizando a perda de força do rali de alguns ativos com a nova interpretação do mercado sobre a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Na maior economia do mundo, a agenda do dia conta com os dados do emprego e discursos de membros do Federal Reserve. Já no Brasil, com a agenda econômica contando apenas com a produção industrial de outubro, a atenção dos investidores se volta ao agravamento da crise entre os Poderes, a repercussão do acordo de leniência firmado pela Odebrecht com a PGR e maior desconfiança sobre o governo Michel Temer.

Na véspera, o Ibovespa fechou em forte queda de 3,88%, a 59.506 pontos, mais que devolvendo o rali do dia anterior em meio ao acordo de corte de produção firmado pelos países-membros da Opep. Os DIs fecharam em alta expressiva mesmo após a continuidade da política de corte de juros indicada pelo Copom enquanto o dólar comercial disparou 2,39%, fechando a R$ 3,4685 na venda. Confira os destaques desta sessão.

Nesta sexta-feira, três ações devem movimentar o pregão logo no início da sessão: A Petrobras deve abrir em queda, acompanhando os preços do petróleo. às 9h30, o barril do tipo Brent recuava 1,35%, cotado a US$ 53,22. Os papéis da Embraer também devem começar o pregão em queda, após o Santander cortar o preço alvo de suas ADRs de US$ 30 para US$ 25 ao fim de 2017. Já a Ambev teve sentir os reflexos positivos do anúncio feito na noite desta quinta-feira (1º) de que distribuirá R$ 3,5 bilhões em juros sobre capital próprio referentes ao exercício de 2016, o que corresponde a R$ 0,22 por ação.

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1. Bolsas mundiais
O dia é negativo para as bolsas europeias e asiáticas, assim como para os índices futuros em Wall Street, com o mercado dando continuidade ao movimento de ressaca após a disparada dos preços das commodities das últimas sessões. Na Europa, o pregão é de nervosismo em meio à proximidade do referendo a ser realizado na Itália. Já na Ásia, o índice de blue-chips da China avançou pela oitava semana seguida, embora tenha recuado nesta sexta-feira e os ganhos tenham sido limitados pelas ações de recursos básicos em meio ao recuo de commodities. Como um todo, as ações asiáticas devolveram parte dos ganhos nesta sessão, diante da possibilidade de altas de juros mais rápidas do que o esperado nos Estados Unidos.

Às 7h54, este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) -0,92%

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* CAC-40 (França) -1,27%

*DAX (Alemanha) -0,95%

* Xangai (China) -0,88% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -1,37% (fechado)

* Nikkei (Japão) -0,47% (fechado)

*Petróleo brent -0,85%, a US$ 53,48 o barril

*Minério de ferro negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza -0,73%, a US$ 77,79 a tonelada

2. Indicadores econômicos
Com a agenda doméstica esvaziada – o único dado relevante é a produção industrial de outubro a ser divulgada às 9h pelo IBGE -, os mercados devem monitorar dados do mercado de trabalho norte-americano e discursos de dirigentes do Fed para colher novas informações sobre como a autoridade monetária norte-americana deve proceder após a alta de juros da reunião de 14 de dezembro, que já é dada como certa pelos mercados. O payroll e a taxa de desemprego dos EUA serão conhecidos às 11h30. Às 11h45, o diretor do Fed Lean Brainard discursa. Às 15h30, é a vez de seu colega Daniel Tarullo.

3. BC retoma intervenção no câmbio
Após ver o dólar disparar, o Banco Central anunciou ontem à noite leilão de rolagem de 15.000 contratos de swap cambial de janeiro de 2017, retomando a intervenção no mercado de câmbio e tentando limitar as perdas do real ante a divisa dos Estados Unidos. Na quinta-feira (1º), o dólar comercial fechou em alta de 2,39% frente ao real, a R$ 3,4685 na venda, no maior patamar desde junho, em meio à turbulência política doméstica. 

4. Crise institucional e delação da Odebrecht
O mercado ainda deve digerir o pesado noticiário político desta quinta-feira, que pesou para a queda do Ibovespa no pregão de ontem. A sessão no Senado para discutir o crime de abuso de autoridade contra magistrados e membros do Ministério Público colocou frente a frente o juiz Sérgio Moro e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O senador alagoano foi ainda declarado réu pelo Supremo Tribunal Federal e agora é réu acusado de peculato. Ele teria recebido dinheiro de uma empreiteira para pagar despesas particulares de uma ex-amante. A apreensão de analistas é que o embate entre o Legislativo e o Judiciário emperre o avanço das medidas de ajuste fiscal no Congresso e fragilize a governabilidade do presidente Temer.

O nervosismo também cresce em Brasília após a construtora Odebrecht finalmente assinar seu acordo de leniênia e 77 executivos do grupo, acordos de delação premiada. Anunciadas para a semana passada, as assinaturas dos documentos começaram a ser feitas na na tarde desta quinta-feira (30). Pelo acordo, a empreiteira se compromete a pagar uma multa de R$ 6,7 bilhões em 20 anos, valor que, acrescido dos juros, pode atingir R$ 8,6 bilhões. As novas revelações que devem surgir a partir dos depoimentos podem envolver mais de 200 políticos de diversos partidos e deixar o clima político pesado, dificultando ainda mais a aprovação das medidas do ajuste fiscal. A negociação incluiu também um acordo de leniência da Braskem.

5. Noticiário corporativo
O radar corporativo perde força nesta sexta-feira. Nos destaques, o conselho de administração da Ambev aprovou o pagamento de R$ 3,5 bilhões em juros sobre capital próprio, correspondente  a R$ 0,22 por ação. O pagamento será realizado em 29 de dezembro; a Embraer vai atrasar a programação inicial de certificação e entrada em serviço do jato E175 E2, de 2020 para 2021. A companahia aérea também teve seu preço-alvo de ação ao final de 2017 cortado de US$ 30 para US$ 25 dólares; e a Oi comunicou que os administradores judiciais que coordenam a suspensão de pagamentos de subsidiárias na Holanda protocolaram pedidos de conversão dos processos em procedimentos de falência.
 Segundo o jornal Valor Econômico, a operadora e seus credores retomaram o diálogo para desenhar um novo plano de recuperação até o fim do primeiro trimestre do ano que vem.

(Com Bloomberg)