Ibovespa Futuro segue correção de rali do petróleo em dia de tensão política; DIs sobem após Copom

Contratos futuros do índice acompanham movimento dos mercados internacionais e caem após sessão positiva na véspera

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após uma sessão positiva para o principal índice acionário nacional na véspera em meio ao rali do petróleo na véspera, o Ibovespa Futuro iniciou a quinta-feira (1) em queda. Às 9h23 (horário de Brasília), os contratos futuros do índice com vencimento em dezembro acumulavam variação negativa de 1,16%, a 61.530 pontos, com os investidores de olho no agravamento da tensão política entre os Poderes. No exterior, o dia é marcado pela fala de líderes do Federal Reserve e os números dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos.

No mesmo horário, o dólar comercial registrava leves ganhos de 0,03%, a R$ 3,882 na venda, enquanto os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 subiam 4 pontos-base, a 12,12%, enquanto os papéis com vencimento em janeiro de 2021 avançavam 4 pontos-base, a 11,81%. Na noite da véspera, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu reduzir pela segunda vez seguida a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 13,75%. A decisão foi em linha com o que esperava a maior parte dos economistas, que sinalizaram uma melhora do cenário doméstico e um risco maior no exterior para explicar a manutenção do ritmo de corte.

Confira os destaques desta sessão:

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Bolsas mundiais
Os mercados acionários da Ásia encerraram em alta refletindo o acordo de ontem dos membros da Opep, que fez o petróleo disparar 9%. Além disso, dados econômicos na China também ajudaram no bom humor do mercado. A atividade industrial no país avançou em novembro e registrou o nível mais elevado em mais de dois anos, mostrou o indicador PMI da indústria. O índice ficou em 51,7 no período, conforme levantamento da Federação Chinesa de Logística e Compra.

Na Europa, os mercados registram perdas deixando para trás o acordo da Opep para focar no referendo da Itália que ocorre neste fim de semana e que tem sido considerado um novo “Brexit”, já que o resultado pode levar à saída do primeiro-ministro Matteo Renzi e levar a um novo referendo sobre a saída do país da Zona do Euro. O petróleo, por sua vez, tem dia de leves perdas, perdendo os US$ 50 após a disparada da véspera.

Agenda doméstica
A agenda doméstica tem como destaque os dados da balança comercial de novembro, que serão divulgados às 15h pelo Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Serviços. Mais cedo, às 10h, o HSBC publica o PMI Industrial do Brasil, e o Tesouro realiza leilão tradicional de LTN e NTN-F, às 11h. Também serão conhecidos diversos dados relativos à indústria, como o Indicador do Nível de Atividade da Fiesp, às 15h, e os indicadores industriais da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e de vendas de veículos da Fenabrave, sem horário previsto.

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Agenda internacional
Nos Estados Unidos, as atenções se voltam para os discursos da dirigente do Fed de Cleveland Loretta Mester, às 11h30, e do dirigente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, às 12h. Os números dos pedidos de auxílio-desemprego referentes a novembro serão divulgados às 11h30 e o PMI norte-americano, às 12h45. Na Europa, as indústrias da zona do euro tiveram em novembro o melhor mês desde o início de 2014, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), tirando proveito da moeda mais fraca e da demanda mais forte. O PMI final de indústria do IHS Markit ficou em 53,7, em linha com a estimativa preliminar e contra 53,5 em outubro.

Na China, a atividade no setor industrial cresceu mais do que o esperado em novembro, avançando no ritmo mais forte em mais de dois anos. Após um início de ano complicado, as indústrias da China avançaram nos últimos meses, impulsionadas por uma onda de construções de infraestrutura do governo e por um boom imobiliário, que começa a mostrar sinais de fadiga. O PMI oficial de indústria subiu em novembro para 51,7 de 51,2 no mês anterior. O crescimento também acelerou no setor de serviços para níveis que não eram vistos desde 2014, indicando melhora não apenas em indústrias pesadas, como a de aço, mas também na economia como um todo.

Choque entre poderes
Após o plenário da Câmara dos Deputados votar uma desfiguração no texto da lei anticorrupção e aprovar emenda que tipifica o crime de abuso de autoridade para integrantes do Ministério Público e magistrados, os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato criticaram fortemente os parlamentares e ameaçaram abandonar os trabalhos investigativos ao que ficou conhecido por eles como “proposta de intimidação”. Coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol disse que este foi o “golpe mais forte efetuado contra a Lava Jato”. Segundo ele, se a proposta for aprovada será o começo do fim da operação. “Não será possível continuar trabalhando na Lava Jato se a lei da intimidação for aprovada”, disse.

A postura dos procuradores foi entendida no mundo político como ação descabida, que inflama o debate, em busca de angariar apoio popular contra a decisão dos deputados tomada na madrugada de terça para quarta-feira. Irritado com o agravamento do incêndio político, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), colocou para votação em plenário pedido de urgência na votação do texto recém-enviado pela mesa da Câmara. A manobra não obteve êxito, mas causou indignação de parlamentares contrários à forma como o projeto foi aprovado na outra casa.

Destaques corporativos
Petrobras aprovou na noite de ontem a venda de 90% da participação acionária que tinha na companhia NTS (Nova Transportadora do Sudeste) para o fundo Nova Infraestrutura Fundo de Investimento em Participações, gerido pela Brookfield BrasilO valor da transação é de US$ 5,194 bilhões. Ainda entre os destaques, a Rumo anunciou um plano para incorporar a Rumo Logística, enquanto o Valor Econômica afirma que a CPFL irá anunciar hoje o investimento na ordem de R$ 1,8 bilhão nas distribuidoras do grupo em 2017. Por fim, a Haitong rebaixou sua recomendação para as ações da Vale de neutra para venda.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.