Ibovespa Futuro recupera 62 mil pontos com disparada de 6% do petróleo em dia decisivo

Contratos futuros do índice com vencimento em dezembro sinalizam sessão de recuperação em dia de euforia com commodities

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após uma sessão de pessimismo para o principal índice acionário brasileiro, o Ibovespa Futuro abriu em forte alta nesta quarta-feira (30), na esteira da disparada dos preços do petróleo no mercado internacional, após integrantes da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) sinalizarem que devem chegar a um acordo sobre corte na produção da commodity ainda hoje. Às 9h06 (horário de Brasília), os contratos futuros do índice subiam 1,39%, a 62.170 pontos.

A agenda de indicadores também é carregada, com destaque para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro pela manhã e o resultado da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) à noite. No front político, destaques para a aprovação em primeiro turno da PEC 55, que limita o teto dos gastos públicos, e a votação na Câmara de “desfigurou” o pacote anticorrupção proposto pelo Ministério Público.

No mesmo horário, os contratos de dólar futuro com vencimento em dezembro operavam com queda de 0,28%, sinalizando cotação de R$ 3,391. Do lado dos DIs, o dia é indefinido, com os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 subindo 1 ponto-base, a 12,07%, enquanto os de vencimento em janeiro de 2021 caíam 4 pontos-base, a 11,80%.

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Confira os destaques desta sessão: 

Bolsas mundiais
No exterior, as bolsas europeias e os índices futuros norte-americanos sobem em meio ao rali dos preços do petróleo antes da reunião decisiva entre os membros da Opep. Já na Ásia, o índice de blue-chips chinesas recuou, interrompendo uma sequência de sete altas, com as ações do setor de matérias-primas caindo após os preços das commodities serem afetados pelos receios de um aperto da liquidez. Os mercados no restante do continente tentaram se estabilizar após um mês de novembro agitado ter chegado ao fim, mas a sessão trouxe novos receios com as ações chinesas e as commodities caindo em meio às preocupações de que os esforços de Pequim para sustentar sua moeda podem reduzir a liquidez.

Este era o desempenho dos principais índices:

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* FTSE 100 (Reino Unido) +0,67%

* CAC-40 (França) +0,29%

*DAX (Alemanha) +0,13%

* Xangai (China) -0,98% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) +0,23% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,01% (fechado)

*Petróleo WTI 6,08%, a US$ 2,75 o barril

*Petróleo Brent +6,81%, a US$ 49,54 o barril

PEC no Senado e oportunismo na Câmara
Os mercados devem repercutir a aprovação, por 61 votos a 14, em primeiro turno no Senado da PEC 55, que limita o teto dos gastos públicos pelos próximos 20 anos. A medida era tida como prioritária pelo Palácio do Planalto e o resultado é avaliado como um avanço do ajuste fiscal no Congresso, representando mais uma vitória do governo, mesmo fragilizado após as denúncias do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de que sofreu pressão do próprio presidente Michel Temer para atender interesses pessoais do ex-secretário de governo Geddel Vieira Lima.

Na noite da última terça-feira, em meio às atenções dadas à tragédia da queda do avião que transportava a delegação da Chapecoense, jornalistas e convidados, o plenário da Câmara votou o projeto que tratava das medidas anticorrupção, mas desfigurando o relatório prévio do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Na versão aprovada foram retirados pontos-chave como a criminalização de enriquecimento ilícito, o aumento do prazo de prescrição dos crimes, assim como foi incluída a tipificação do crime de abuso de autoridade para magistrados e integrantes do Ministério Público Federal.

PIB e Copom 
O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro caiu 0,8% no terceiro trimestre de 2016 ante o segundo, a sétima queda consecutiva na relação trimestral. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na comparação com o mesmo período de 2015, a retração foi de 2,9%, a décima consecutiva. No acumulado do ano até setembro, a economia brasileira encolheu 4,0%, a retração mais forte desde o início da série histórica em 1996.

Na análise pelos setores da economia houve queda em todos os segmentos, na passagem do segundo para o terceiro trimestre do ano: a agropecuária caiu 1,4%, a indústria, 1,3% e os serviços 0,6%. Em relação ao terceiro trimestre de 2015, as quedas foram de 6,0%, 2,9% e 2,2%, respectivamente.

À noite, o Copom (Comitê de Política Monetária) publica a decisão sobre a taxa básica de juros. O consenso do mercado é de que haverá redução, mas ainda há dúvidas sobre a magnitude do corte, se de 25 ou 50 pontos-base. Leia a análise completa clicando aqui.

Reunião da Opep e disparada do petróleo
O mercado acompanha de perto também a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em Viena (Áustria), para decidir sobre um possível corte de produção como forma de sustentar os preços da commodity. Na manhã desta quarta-feira (30), o preço do barril tipo Brent avançava quase 6%, após o secretário-geral e ministros dos países membros indicarem que o acordo deve ser fechado. Nas últimas semanas, os preços do petróleo têm operado instáveis e voláteis, reagindo às diferentes informações sobre as chances de os integrantes da Opep atingirem um consenso. Nesta sessão, as ações das companhias do setor de óleo e gás no mundo inteiro disparam em meio ao movimento de forte valorização das commodities.

Noticiário corporativo
Entre os destaques do noticiário corporativo estão a proposta do Cade de impugnar a fusão da BM&FBovespa com a Cetip e o rebaixamento das recomendações do Santander para Fibria e Suzano de compra para manutenção e da Randon de manutenção para compra. Além disso, a Ambev teve recomendação elevada pelo Bradesco e quatro empresas avaliam ofertas pela Celg D, controlada pela Eletrobras.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.