Decisão sobre BM&FBovespa e Cetip é adiada, leilão da Celg, recomendações e mais 4 notícias no radar

Confira os principais destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (30)

Paula Barra

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SÃO PAULO – Analistas repercutem a decisão da superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) de propor a impugnação da fusão entre BM&FBovespa e Cetip. Além disso, mudanças nas recomendações de compra de quatro empresas e uma multa bilionária por danos ambientais estão no radar.

Confira abaixo os principais destaques corporativos desta quarta-feira:

BM&FBovespa (BVMF3) e Cetip (CTIP3)
A Superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou nesta terça-feira a impugnação da fusão pretendida entre BM&FBovespa e Cetip e sugeriu ao tribunal do órgão que avalie “remédios” para solucionar problemas concorrenciais. Segundo o documento, a superintendência entendeu que a BM&FBovespa tem capacidade para impedir acesso de concorrentes à sua central depositária, e que há indícios de que a empresa continua se valendo de seu poder para fazê-lo.

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A BM&FBovespa anunciou em abril a compra da Cetip, maior central depositária de títulos privados da América Latina, em um negócio de quase 12 bilhões de reais, criando a 14a maior empresa listada no mercado acionário brasileiro, com valor de mercado de cerca de 42 bilhões de reais. O Cade declarou ser necessária uma análise “mais aprofundada” das condicões de concorrência no setor. Segundo a Bloomberg, a Cetip afirmou que as companhias buscarão obter a aprovação do Cade no prazo legal.

O Santander considera que a recomendação do Cade por “remédios amargos” já era esperada e que a “única mudança material” no parecer está no prazo do julgamento final, agora estipulado em outubro de 2017. Já o Bradesco BBI diz que segue otimista sobre a fusão das duas empresas.

Eletrobras (ELET3; ELET6
A agência de classificação de risco Fitch manteve os ratings da estatal Eletrobras e de sua subsidiária Furnas em “BB-” e revisou a perspectiva das duas empresas de negativa para estável, citando um maior suporte do sócio majoritário à elétrica.

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Destaque também para a notícia de que quatro empresas avaliam fazer ofertas pela Celg-D, da Eletrobras, segundo fontes disseram à Bloomberg. A Enel, Equatorial (EQTL3), CPFL Energia (CPFE3) e a Elektro acessaram a base de dados da empresa, como parte do leilão que vai acontecer nesta quarta-feira, comentaram as fontes.  

Ultrapar (UGPA3)
O Ministério Público de São Paulo estipulou que a Ultracargo, controlada pela Ultrapar, pague cerca de R$ 3,6 bilhões em reparação por danos ambientais por um incêndio em seu terminal no porto de Santos em 2015 que durou nove dias, informa o Valor Econômico. Anteriormente, a Ultracargo havia oferecido o equivalente a 1% do valor proposto pelo MP do Estado. Se a empresa discordar do montante, poderá propor uma ação civil pública para que o Judiciário determine o valor da indenização. Segundo o jornal, uma ação desse tipo pode levar cerca de 10 anos.

Oi (OIBR4)
O presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Juarez Quadros, disse, em entrevista ao Broadcast, que a aprovação de um novo marco regulatório para o setor é condição necessária para atrair investimentos, sobretudo para companhias como a Oi. Para ele, só haverá investidor se houver flexibilização na legislação e regulação. Sendo assim, Quadros pede que o Congresso seja célere em concluir a tramitação do projeto, evitando-se que a situação da Oi se agrave ainda mais.

Recomendações 
O Santander rebaixou a recomendação para os papéis de Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB5) de compra para manutenção e elevou de manutenção de compra a das ações da Randon (RAPT4). Já o Bradesco BBI elevou nesta terça-feira a recomendação da Ambev (ABEV3) para outperform (desempenho acima da média).

Vale (VALE3VALE5)
A mineradora Vale está mais próxima de realizar uma operação de desinvestimento de seus ativos de fertilizantes, afirmou nesta terça-feira (29) o presidente-executivo da companhia, Murilo Ferreira, durante entrevista a jornalistas após o evento Vale Day, na bolsa de Nova York. Ele disse que não poderia dar mais detalhes. Uma fonte disse à Reuters anteriormente que a norte-americana Mosaic poderia pagar cerca de 3,6 bilhões de dólares por alguns dos ativos de fertilizantes da Vale.

A Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, está aproveitando os recentes ganhos nos preços de metais e o sucesso das medidas de cortes de gastos para repensar o ritmo do plano de venda de ativos para reduzir a dívida, disseram executivos nesta terça-feira. 

Durante a entrevista, Ferreira foi questionado sobre planos de outros desinvestimentos e estratégias para levantar recursos. Há dois anos, no mesmo evento em Nova York, ele disse que a Vale considerava vender fatia de 30 a 40 por cento da sua unidade de metais básicos por meio de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Questionado sobre esse assunto, ele descartou tal movimento. “Em relação a base metals, não achamos que é o momento para qualquer transação estratégica”, disse, citando a força dos preços dos metais.

Petrobras (PETR3PETR4)
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse nesta terça-feira (29) que a nova lei do pré-sal não tem repercussão em projetos em andamento da estatal e destacou que a mudança é “muito importante para o País e para a Petrobras”, permitindo à estatal se concentrar nos campos ‘melhores dos melhores’. Parente destacou ainda que sem a obrigatoriedade de explorar o pré-sal, exploração destaca camada poderá ser “apressada” e ajudar na situação econômica do País. “Se os campos estivessem em produção, ajudariam a situação fiscal de Estados e municípios”, afirmou, destacando que 60% do investido em campos são receitas públicas ou de fornecedores locais.

(Com Reuters e Bloomberg)