Holding da Vale afunda 7%, Petrobras cai 5% e small cap dispara 24% com aquisição de R$ 50 milhões

Confira os principais destaques de ações do pregão desta terça-feira (29)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Ibovespa sentiu a queda das ações das commodities e afundou 2,98%, a 60.986 pontos. Enquanto a Vale desabou mais de 4% pressionada pela correção do minério após rali, as ações da Petrobras mergulharam cerca de 5% com a apreensão do mercado com a reunião da Opep que ocorre amanhã.

Durante o programa Comprar ou Vender, da InfoMoneyTV, desta terça-feira, o analista Pedro Galdi alertou para o “perigo” da disparada de 100% das ações da Vale nos últimos 2 meses, contra alta de cerca de 30% do minério de ferro (confira a análise clicando aqui). Já o trader Luiz Fernando Roxo, sócio da ZenEconomics, comentou sobre os dois melhores “pozinhos” da Petrobras para quem se expor às oscilações da Bolsa por conta da reunião da Opep (veja aqui). 

Em meio ao dia de “sell-off”, apenas 3 das 58 ações do Ibovespa subiram hoje. O campo positivo foi representado somente por papéis do setor de papel e celulose, com Fibria, Suzano e Klabin, entre a alta dos preços da celulose e a valorização do dólar. O dólar comercial encerrou o dia em alta de 0,33%, a R$ 3,3957 na venda. 

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Fora do Ibovespa, o destaque ficou com a small cap Senior Solution, que viu suas ações dispararem até 28% nesta sessão, após da ATT/PS por R$ 50 milhões. 

Confira os destaques:

Vale (VALE3, R$ 28,99, -6,51%; VALE5, R$ 26,23, -4,62%)
A Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 15,30, -7,22%) – holding que detém participação da mineradora – tiveram forte correção na Bolsa hoje, após rali recente, seguindo o desempenho do minério de ferro. minério de ferro spot (à vista), negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, fechou em forte queda de 4,37% neste pregão, a US$ 77,30. As siderúrgicas seguiram o movimento e também caíram forte: CSN (CSNA3, R$ 12,73, -4,57%), Gerdau (GGBR4, R$ 13,86, -5,20%), Usiminas (USIM5, R$ 4,30, -6,11%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 6,05, -3,66%).

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No radar da companhia, ela informou que seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de remuneração aos acionistas como uma antecipação da distribuição obrigatória dos resultados de 2016, no valor bruto de R$ 856,975 milhões (US$ 250 milhões), correspondente ao valor de R$ 0,166293936 (US$ 0,048511898) por ação ordinária ou preferencial. O pagamento será feito, segundo a companhia, a partir de 16 de dezembro na forma de juros sobre capital próprio, segundo a posição acionária de 1 de dezembro.

Além disso, às 13h, ocorre o “Vale Day” em Nova York. Na avaliação do Bradesco, entre os assuntos a serem monitorados o Capex e as perspectivas de produção, medidas de redução de custos e aumento de competitividades. A revista Veja adiantou que a mineradora anunciará que não vai mais vender ativos.

Suzano (SUZB5, R$ 13,35, +2,77%) e Fibria (FIBR3, R$ 33,37, +4,11%)
As ações do setor de papel e celulose lideraram os ganhos do Ibovespa, em dia de fortes quedas no índice, após o preço da commodity registrar sua quarta semana seguida de ganhos, segundo informações do índice FOEX divulgada hoje. Além disso, o indicador mostra que a celulose subiu pela segunda semana na Europa.

No noticiário, a Suzano afirmou que quer usar parte dos recursos captados ontem para recomprar papéis no mercado e reduzir o custo médio da dívida, diante de um cenário desafiador para o setor, segundo um executivo da companhia. A empresa anunciou ontem a conclusão da operação de captação de um bilhão de reais com a emissão certificados de recebíveis do agronegócio (CRA), lastreada em notas de crédito a exportação da companhia.

“Vamos empregar recursos (da captação) com projetos verdes que já fazem parte do dia a dia da empresa”, disse à Reuters o diretor financeiro e de relações com investidores da Suzano, Marcelo Bacci. “Mas também podemos substituir outras dívidas mais caras”, acrescentou.

Um dos usos dos recursos pode ser o pagamento de uma aquisição de terreno feita pela companhia há algumas semanas, no valor de US$ 245 milhões. A captação, lastreada em notas de crédito a exportação da Suzano, tem vencimento em oito anos, com juros semestrais equivalentes a 96% do CDI.

Segundo Bacci, a companhia está zelando pela manutenção de um custo adequado da dívida e um caixa elevado, diante de um cenário mais adverso para o setor no âmbito internacional. Na semana passada, Suzano e Fibria anunciaram que vão elevar preços para clientes na Ásia em US$ 20 a tonelada a partir de dezembro, em meio à avaliação de que as condições do mercado estão favoráveis para isso. “Aumentamos os preços agora, mas o cenário ainda é desafiador”, disse Bacci.

Petrobras (PETR3, R$ 16,70, -5,28%; PETR4, R$ 14,66, -5,17%)
A estatal foi pressionada pelo petróleo, que recua no exterior antes da reunião dos membros da Opep. Na véspera, especialistas da Organização terminaram uma reunião sem concordar sobre os detalhes concretos da redução de produção que será apresentada na reunião do dia 30 de novembro. 

 Em entrevista exclusiva ao InfoMoney, o diretor executivo e economista sênior do CME Group, Erik Norland, disse que o mercado pode estar otimista demais com as chances de um acordo ser firmado entre os países-membros da Opep e cumprido. Para ele, o ponto de equilíbrio para os preços em caso de frustração com as negociações seria algo entre US$ 45 e US$ 50, ao passo que o menos provável cenário de êxito poderia levar o barril à cotação de US$ 65.

No radar da companhia, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, destacou nesta segunda que a companhia está praticando sua nova política para preços de diesel e gasolina com mais frequência, fazendo uma revisão pelo menos uma vez por mês. O executivo lembrou que as últimas duas revisões resultaram em quedas de preço, mas salientou que isso não significa que o comportamento vai se repetir para sempre no futuro, uma vez que a política segue a volatilidade de preços e câmbio.

Além disso, faltando pouco mais de um mês do final do ano, a Petrobras mantém a meta de realizar US$ 15,1 bilhões em desinvestimentos no período 2015-2016, segundo Parente. “Temos iniciativas em andamento, se vai anunciar ou não, não podemos dizer, porque está em andamento, mas até o final do ano mantemos a meta… é uma lógica concreta, se a meta é US$ 15,1 bilhões e já anunciamos US$ 11 bilhões, precisamos anunciar mais até o final do ano”, disse sem dar detalhes sobre os ativos em negociação ou os valores envolvidos.

Segundo o Valor Econômico, a Petrobras e a Federação Única dos Petroleiros realizam nesta terça-feira uma nova rodada de negociações salariais, que já se arrastam por dois meses. A última proposta da estatal previa um reajuste fatiado de 6% retroativo a setembro e outro de 2,8% em março do ano que vem. Já os sindicalistas defendem um aumento de 5% acima da inflação.

Minerva (BEEF3, R$ 12,14, +1,16%)
A Minerva informou que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou, sem restrições, a aquisição da Frisa Frigorífico Rio Doce. A companhia disse que, em conjunto com a Frisa e seus acionistas, “está trabalhando no cumprimento das demais condições precedentes para o implemento da Operação, incluindo, mas não se restringindo aos procedimentos normais de auditoria contábil, jurídica, operacional, procedimental e financeira da Frisa e de suas subsidiárias”.

Senior Solution (SNSL3, R$ 15,30, +24,59%)
A small cap Senior Solution dispararam nesta sessão, atingindo valorização de 28,42% na máxima do dia, a R$ 15,77. O dia foi também de forte volume financeiro movimentado com a ação de R$ 2,08 milhões, contra média diária de R$ 144,4 mil nos últimos 21 pregões. 

A euforia com a ação ocorreu após o anúncio da aquisição da ATT/PS pela empresa, por R$ 50 milhões. Essa será a nona aquisição realizada pela companhia e a quarta com recursos captados na oferta pública inicial de ações. A ATT/PS é uma fornecedora de softwares para o setor financeiro, especialista em soluções para bancos, entidades de previdência e operadoras de saúde.

Adeodato Volpi Netto, head de mercados de capitais da Eleven Financial, reforçou após o anúncio de aquisição sua recomendação de compra para ação, apontando que agora a companhia entre “definitivamente no jogo dos grandes”. Vale lembrar que durante o “Painel de Small Caps – InfoMoney”, realizado em julho deste ano, Adeodato alertou que não surpreenderia se a ação subisse mais 40% este ano (para conferir a análise completa, clique aqui).  

Weg (WEGE3, R$ 15,90, -1,36%)
O Santander rebaixou sua recomendação para as ações da Weg de compra para manutenção. Segundo os analistas do banco, no atual preço dos papéis, a companhia tem um potencial de upside bastante limitado (12%). “Vemos uma forte recuperação no setor industrial doméstico como um cenário ‘bull’ que ainda não levaria as ações a níveis atraentes. No lado qualitativo, continuamos a considerar a WEG como uma vantagem competitiva. No entanto, vemos os papéis como tendo baixo impulso”, disseram os analistas em relatório.

B2W (BTOW3, R$10,70, +7,97%)
A ação da B2W figurou entre as maiores altas da bolsa, depois de ter acumulado no mês queda de 32%. O movimento foi 
fortalecido por uma relatório do BTG Pactual divulgado nesta terça-feira (29), que elevou a recomendação da empresa para compra. Segundo o banco, a empresa de e-commerce deve sofrer nos próximos meses, mas ver melhoras no médio e longo prazos, projetando um movimento de reavaliação das ações por parte do mercado (re-rating). 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.