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SÃO PAULO – O Ibovespa afundou nesta terça-feira (29), enquanto o dólar subiu e voltou a encostar nos R$ 3,40, entre o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) acima do esperado dos Estados Unidos e o pessimismo com um possível acordo de corte de produção entre os membros da Opep. Com isso, o benchmark da Bolsa brasileira caiu 2,98% nesta sessão, a 60.986 pontos, enquanto a moeda americana subiu 0,33%, cotada a R$ 3,3957 na venda. Divulgada no fim da manhã, a atividade econômica norte-americana mostrou expansão de 3,2% no terceiro trimestre, ante expectativa de 3,0% de alta.
A reação do mercado hoje sinalizou que aumentaram as chances do Federal Reserve subir os juros mais rapidamente nos EUA em 2017 — vale lembrar que, na última reunião que o Fed fará neste ano, em 14 de dezembro, o mercado já precifica 100% de chance de alta de juros em 25 pontos-base, que levaria a banda de juros para 0,5% e 0,75% ao ano.
Do lado das commodities, o petróleo afundou em meio às incertezas se os países membros da Opep, que se reunirão amanhã em Viena, conseguirão chegar a um acordo para corte da produção de cerca de 1 milhão de barris por dia dos atuais 33,82 milhões bpd registrados em outubro. Impacta sobre o maior pessimismo a resistência do Irã ao possível acordo. O contrato Brent caía 3,9%, a US$ 46,37 o barril, enquanto o WTI fechou em queda de 3,9%, a US$ 45,23 o barril. Já o minério de ferro spot (à vista), negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, encerrou em forte queda de 4,37%, a US$ 77,30.
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Em entrevista exclusiva ao InfoMoney, o diretor executivo e economista sênior do CME Group, Erik Norland, disse que o mercado pode estar otimista demais com as chances de um acordo ser firmado entre os países-membros da Opep e cumprido. Para ele, o ponto de equilíbrio para os preços em caso de frustração com as negociações seria algo entre US$ 45 e US$ 50, ao passo que o menos provável cenário de êxito poderia levar o barril à cotação de US$ 65.
No radar dos investidores em nível nacional, destaque para a sessão no Senado que votará em primeiro turno a PEC 55 — que estabelece um limite para o crescimento dos gastos públicos –, além dos dados da Pnad Contínua, a serem apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Fora dos mercados, o dia é marcado pela tragédia das mortes causadas pela queda do avião que levava a delegação da Chapecoense, jornalistas e convidados à cidade de Medellín, na Colômbia.
Destaques da Bolsa
Entre as ações que puxaram o Ibovespa para queda nesta sessão, chamaram atenção os papéis de Vale (VALE3; VALE5), que abriram em forte queda após o recente rali, seguindo o desempenho do minério de ferro. No radar da companhia, o conselho de administração aprovou o pagamento de remuneração aos acionistas como uma antecipação da distribuição obrigatória dos resultados de 2016, no valor bruto de R$ 856,975 milhões (US$ 250 milhões), correspondente ao valor de R$ 0,166293936 (US$ 0,048511898) por ação ordinária ou preferencial. Além disso, reunião com acionistas em Nova York, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse que o pagamento dos proventos mostra confiança nos próprios esforços da companhia e também nas perspectivas para o mercado. A companhia estima US$ 5,6 bilhões em capex em 2016; e US$ 4,5 bilhões para o ano que vem.
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Também na ponta negativa, o destaque ficou com as ações da Petrobras (PETR3; PETR4). No noticiário da estatal, o presidente Pedro Parente disse que a companhia está praticando sua nova política para preços de diesel e gasolina com mais frequência, fazendo uma revisão pelo menos uma vez por mês. O executivo lembrou que as últimas duas revisões resultaram em quedas de preço, mas salientou que isso não significa que o comportamento vai se repetir para sempre no futuro, uma vez que a política segue a volatilidade de preços e câmbio.
Além disso, faltando pouco mais de um mês do final do ano, a Petrobras mantém a meta de realizar US$ 15,1 bilhões em desinvestimentos no período 2015-2016, segundo Parente. Segundo o Valor Econômico, a Petrobras e a Federação Única dos Petroleiros realizam nesta terça-feira uma nova rodada de negociações salariais, que já se arrastam por dois meses. A última proposta da estatal previa um reajuste fatiado de 6% retroativo a setembro e outro de 2,8% em março do ano que vem. Já os sindicalistas defendem um aumento de 5% acima da inflação.
Já do lado positivo dentro da carteira teórica do índice, destaque para os papéis das companhias exportadoras. No noticiário do setor de papel e celulose, a Suzano (SUZB5) quer usar parte dos recursos captados ontem para recomprar papéis no mercado e reduzir o custo médio da dívida, diante de um cenário desafiador para o setor, disse à Reuters um executivo da companhia. A empresa anunciou hoje a conclusão da operação de captação de um bilhão de reais com a emissão certificados de recebíveis do agronegócio (CRA), lastreada em notas de crédito a exportação da companhia.
As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
BRAP4 | BRADESPAR PN | 15,30 | -7,22 | +206,61 | 55,34M |
RENT3 | LOCALIZA ON | 33,31 | -6,85 | +36,57 | 82,94M |
USIM5 | USIMINAS PNA | 4,30 | -6,11 | +177,42 | 109,55M |
RUMO3 | RUMO LOG ON | 6,20 | -6,06 | -0,64 | 49,71M |
VALE3 | VALE ON | 29,18 | -5,90 | +123,94 | 279,54M |
As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
FIBR3 | FIBRIA ON | 33,37 | +4,12 | -34,55 | 105,77M |
SUZB5 | SUZANO PAPELPNA | 13,35 | +2,77 | -27,02 | 73,97M |
KLBN11 | KLABIN S/A UNT N2 | 17,52 | +1,57 | -23,66 | 30,61M |
* – Lote de mil ações 1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) |