Dividendos da Vale, novo IPO na Bolsa, Petrobras e mais 6 notícias agitam o radar

Confira os principais destaques corporativos desta terça-feira (29)

Rodrigo Tolotti

(Divulgação)

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SÃO PAULO – A terça-feira (29) começa com noticiário agitado, com destaque para o anúncio do pagamento de juros sobre capital próprio da Vale, além da fala do presidente da Petrobras em evento ocorrido na véspera. Chamam atenção também a aprovação da aquisição da Minerva pelo Cade e a captação de R$ 1 bilhão da Suzano, que será usada para reduzir o custo da dívida da empresa. Confira os destaques:

Petrobras (PETR3PETR4)
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, destacou nesta segunda que a companhia está praticando sua nova política para preços de diesel e gasolina com mais frequência, fazendo uma revisão pelo menos uma vez por mês.

Durante apresentação do novo Plano de Negócios da estatal no Unica Fórum, o executivo lembrou que as últimas duas revisões resultaram em quedas de preço, mas salientou que isso não significa que o comportamento vai se repetir para sempre no futuro, uma vez que a política segue a volatilidade de preços e câmbio. Conforme estabeleceu a companhia, a nova política é baseada na paridade de importação em reais, incluindo o preço internacional e o câmbio atual, acrescido de uma margem de risco e tributos.

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Além disso, faltando pouco mais de um mês do final do ano, a Petrobras mantém a meta de realizar US$ 15,1 bilhões em desinvestimentos no período 2015-2016, segundo Parente. “Temos iniciativas em andamento, se vai anunciar ou não, não podemos dizer, porque está em andamento, mas até o final do ano mantemos a meta… é uma lógica concreta, se a meta é US$ 15,1 bilhões e já anunciamos US$ 11 bilhões, precisamos anunciar mais até o final do ano”, disse sem dar detalhes sobre os ativos em negociação ou os valores envolvidos.

Segundo o Valor Econômico, a Petrobras e a Federação Única dos Petroleiros realizam nesta terça-feira uma nova rodada de negociações salariais, que já se arrastam por dois meses. A última proposta da estatal previa um reajuste fatiado de 6% retroativo a setembro e outro de 2,8% em março do ano que vem. Já os sindicalistas defendem um aumento de 5% acima da inflação.

Vale (VALE3VALE5)
A Vale informou que seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de remuneração aos acionistas como uma antecipação da distribuição obrigatória dos resultados de 2016, no valor bruto de R$ 856,975 milhões (US$ 250 milhões), correspondente ao valor de R$ 0,166293936 (US$ 0,048511898) por ação ordinária ou preferencial.

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O pagamento será feito, segundo a companhia, a partir de 16 de dezembro na forma de juros sobre capital próprio, segundo a posição acionária de 1 de dezembro. A mineradora informou ainda que os valores em reais foram obtidos mediante a conversão dos valores em dólares pela taxa de câmbio de venda da moeda informada pelo Banco Central do Brasil no dia 25 de novembro de R$ 3,4279. Para os detentores de ADRs negociados na New York Stock Exchange e na Euronext Paris, a data “com” será o dia 6 de dezembro. Os detentores de ADRs receberão o pagamento através do Citibank em 23 de dezembro.

Além disso, às 13h, ocorre o “Vale Day” em Nova York. Na avaliação do Bradesco, entre os assuntos a serem monitorados o Capex e as perspectivas de produção, medidas de redução de custos e aumento de competitividades. A revista Veja adiantou que a mineradora anunciará que não vai mais vender ativos. 

Minerva (BEEF3)
A Minerva informou que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou, sem restrições, a aquisição da Frisa Frigorífico Rio Doce. A companhia disse que, em conjunto com a Frisa e seus acionistas, “está trabalhando no cumprimento das demais condições precedentes para o implemento da Operação, incluindo, mas não se restringindo aos procedimentos normais de auditoria contábil, jurídica, operacional, procedimental e financeira da Frisa e de suas subsidiárias”.

Suzano (SUZB5)
A Suzano quer usar parte dos recursos captados nesta segunda para recomprar papéis no mercado e reduzir o custo médio da dívida, diante de um cenário desafiador para o setor, disse à Reuters um executivo da companhia. A empresa anunciou hoje a conclusão da operação de captação de um bilhão de reais com a emissão certificados de recebíveis do agronegócio (CRA), lastreada em notas de crédito a exportação da companhia.

“Vamos empregar recursos (da captação) com projetos verdes que já fazem parte do dia a dia da empresa”, disse à Reuters o diretor financeiro e de relações com investidores da Suzano, Marcelo Bacci. “Mas também podemos substituir outras dívidas mais caras”, acrescentou.

Um dos usos dos recursos pode ser o pagamento de uma aquisição de terreno feita pela companhia há algumas semanas, no valor de US$ 245 milhões. A captação, lastreada em notas de crédito a exportação da Suzano, tem vencimento em oito anos, com juros semestrais equivalentes a 96% do CDI.

Segundo Bacci, a companhia está zelando pela manutenção de um custo adequado da dívida e um caixa elevado, diante de um cenário mais adverso para o setor no âmbito internacional. Na semana passada, Suzano e Fibria anunciaram que vão elevar preços para clientes na Ásia em US$ 20 a tonelada a partir de dezembro, em meio à avaliação de que as condições do mercado estão favoráveis para isso. “Aumentamos os preços agora, mas o cenário ainda é desafiador”, disse Bacci.

Embraer (EMBR3)
A fabricante de jatos Embraer assinou acordos com sindicatos da maior parte de sua base de funcionários no Brasil, com exceção da base em São José dos Campos, onde fica a principal fábrica da companhia.

Os acordos foram assinados com os sindicatos que representam os trabalhadores das unidades em Botucatu, Gavião Peixoto, São Paulo, Sorocaba e Taubaté, afirmou a empresa. Foi aprovado o pagamento de um abono fixo de R$ 4 mil por funcionário, independente da faixa salarial, que será pago em 30 de novembro. Além disso, o reajuste sobre o salário nominal será de 5% partir de janeiro de 2017.

“Em São José dos Campos, os trabalhadores de todas as unidades e de todos os turnos também aprovaram a mesma proposta. Para ser efetivada, falta ainda a formalização do acordo de convenção coletiva entre a Fiesp e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos”, afirmou a Embraer em comunicado.

Em nota, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos afirmou que o anúncio da empresa significa descumprimento do acordo aprovado em assembleia dos trabalhadores, que previa pagamento de abono nesta quarta-feira.

“Essa postura da Embraer é um total desrespeito aos trabalhadores. O sindicato fez sua parte, os trabalhadores aprovaram a proposta, agora falta a Embraer cumprir o acordado”, disse o vice-presidente do sindicato, Herbert Claros, em nota.

Oi (OIBR4)
A Pharol, maior acionista individual da Oi, afirmou que não se opõe a uma diluição de sua participação acionária na operadora brasileira desde que o processo atenda aos interesses de todos os envolvidos. O presidente da ex-Portugal Telecom, Luís Palha, disse ao Valor Econômico que uma “diluição aceitável” seria a que “seguisse todos os critérios de equilíbrio” entre os envolvidos e incluísse técnicas de avaliação financeira por diversas partes. Palhas revelou ser “altamente provável” que a companhia se desfaça de sua participação na Oi durante o processo de recuperação judicial, mas que, como acionista, a Pharol tem interesse de longo prazo na telefônica.

Senior Solution (SNSL3)
A Senior Solution anunciou a aquisição da att/PS, que será a nona aquisição realizada pela companhia e a quarta com recursos captados na oferta pública inicial de ações. A att/PS é uma fornecedora de softwares para o setor financeiro, especialista em soluções para bancos, entidades de previdência e operadoras de saúde.

De acordo com Bernardo Gomes, Diretor Presidente da Senior Solution, a aquisição da att/PS é motivada por sólidos racionais estratégicos. “A Senior Solution e a att/PS apresentam um encaixe único, pela alta complementaridade no portfólio de produtos e baixa sobreposição na carteira de clientes” afirma o executivo. De acordo com comunicado da companhia, esta é sua mais importante aquisição.

O valor inicial da aquisição da att/PS é de R$ 50 milhões, composto por uma parcela à vista de R$ 35 milhões e uma parcela a prazo de R$ 15 milhões, desembolsada ao longo de 5 anos. O valor poderá ser acrescido de uma parcela adicional de até R$ 14 milhões, vinculada ao alcance de determinadas metas em 2017.

Unidas
A locadora de veículos Unidas informou que pediu aval da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta segunda para realizar um IPO (Oferta Pública Inicial) de ações. A operação, que compreende ofertas primária (ações novas) e secundária (papéis detidos por atuais sócios), terá como coordenadores Itaú BBA, JPMorgan, Bank of America Merrill Lynch e Haitong, afirmou a companhia em fato relevante.

No fim de outubro, a Unidas havia informado que seus sócios, incluindo os gestores de fundos Kinea, Vinci Partners e GIF, venderam participação conjunta detida na companhia para a norte-americana Enterprise Holdings, equivalente a 20% da empresa.

Recomendações
A Cyrela (CYRE3) teve sua recomendação elevada de manutenção para compra pelo Santander. Por outro lado, o banco rebaixou sua recomendação para os papéis da Weg (WEGE3) de compra para manutenção.

Com Reuters

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.