Rumo dispara 7% com MP das Concessões, Vale salta 6%, BB sobe 5% e só 7 das 58 ações do Ibovespa caem

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

Setor extrativo foi destaque de baixa em janeiro, mas projeções para o ano são boas

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SÃO PAULO – O Ibovespa ganhou força na tarde desta segunda-feira (28), puxado pelo rali das commodities e força dos bancos. Em meio ao apetite dos investidores por ativos de risco, o índice encerrou a sessão com alta de 2,11%, a 62.855 pontos, com apenas 7 das 58 ações que compõem o benchmark da bolsa em queda.  

Do lado positivo, a ação ON da Vale disparou 6,34% hoje, embalada pela alta de 1,53% do minério de ferro no porto de Qingdao, na China. Os papéis de peso dos bancos também não ficaram para trás e subiram quase 5%, com destaque principalmente para Banco do Brasil e Bradesco. Já a Petrobras teve uma alta mais contida de 1%, refletindo os preços do petróleo no mercado internacional, que ganharam força após declaração do ministro do petróleo do Iraque afirmar que irá cooperar com os membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para um acordo sobre produção. 

Foram as ações da Rumo, no entanto, que lideraram os ganhos do índice, com valorização de 7%, após o presidente da República, Michel Temer, editar na sexta-feira medida provisória para prorrogação e relicitação de parceria em rodovias, ferrovias e aeroportos. Destaque também para a Klabin, do setor de papel e celulose, que apareceu como a segunda maior alta do dia de 6%, apesar da queda do dólar frente ao real. O dólar comercial encerrou em perdas de 0,84%, a R$ 3,3846 na venda. 

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Fora do Ibovespa, chamou atenção a ação da MMX que, operaram voláteis nesta sessão, após a empresa ter entrado com pedido de recuperação judicial. A ação ficou suspensa nas primeiras 4 horas desta sessão na BM&FBovespa. 

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira:

Rumo (RUMO3, R$ 6,60, +6,80%)
As ações da Rumo dispararam até 6,96% nesta sessão, a R$ 6,61, após o presidente da República, Michel Temer, editar na sexta-feira medida provisória para prorrogação e relicitação de parceria em rodovias, ferrovias e aeroportos. A companhia afirmou que a MP é positiva ao trazer segurança jurídica aos processos de renovação das concessões ferroviárias e possibilitar um novo ciclo de investimentos no setor. “Em suma, a notícia é positiva para a Rumo, porém, não veio positiva para as concessionárias de rodovias, caso da ECOR e da CCR”, comentou a equipe de análise da XP Investimentos. 

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MMX Mineração (MMXM3, R$ 6,48, -4,71%)
As ações da MMX Mineração tiveram um pregão instável, após a empresa ter comunicado que entrou com pedido de recuperação judicial da companhia em caráter de urgência, citando a conjuntura adversa do país e declínio dos preços do minério de ferro. Na mínima do dia, os papéis chegaram a cair 7,35%, a R$ 6,30; e na máxima, as ações subiram até 15,44%, a R$ 7,85. 

Por conta do anúncio, os papéis ficaram suspensos por 4 horas na Bolsa, ou até às 14h (horário de Brasília). A partir de amanhã, as negociações com as ações da empresa passam a ser listadas em separado, sob o título de recuperação judicial, informou a Bovespa. 

A MMX afirmou que contribuiu ainda para o pedido de proteção contra credores dificuldades em atração de novos investimentos e financiamentos, o declínio dos preços do minério de ferro e o contexto de instabilidade política e econômica impossibilitaram que a companhia concretizasse as expectativas de faturamento previstas. O pedido de recuperação envolve além da MMX, a subsidiária MMX Corumbá. A companhia afirmou ainda que a recuperação judicial da outra unidade, MMX Sudeste, “segue seu rito normal e independente” do novo pedido de proteção contra credores. 

Educacionais
As ações das educacionais subiram forte nesta sessão, seguindo o otimismo generalizado do mercado, com Kroton (KROT3, R$ 14,80, +5,19%), Estácio (ESTC3, R$ 16,69, +3,28%), Anima (ANIM3, R$ 13,60, +1,80%) e Ser Educacional (SEER3, R$ 21,05, +0,62%). No radar, o ministro da Educação, Mendonça Filho, disse hoje que pretende reformular e aumentar o número de vagas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). “Nosso compromisso com relação ao Fies é que a gente possa ter um Fies turbinado e que seja sustentável no médio e longo prazo”, disse após dar palestra na Associação Comercial de São Paulo.

Eletrobras (ELET3, R$ 25,72, +2,92%; ELET6, R$ 28,42, +2,23%)
As ações ONs da Eletrobras subiram mais do que as PNs nesta sessão. Entre os motivos para a arrancada, está a nova carteira do MSCI Emergentes, índice acompanhado por diversos fundos estrangeiros, que será revisado na próxima quarta-feira (30). Segundo a última prévia, serão incluídas no índice as ações ordinárias da Eletrobras (ELET3), enquanto sairão os papéis da Totvs, Cesp e Taesa. Pelos cálculos do Credit Suisse, aproximadamente US$ 23 milhões deixarão a Bovespa na próxima quarta-feira, por conta da mudança do MSCI Emergentes.

Além disso, vale destaque o programa Visão Técnica da última sexta-feira, que trouxe uma recomendação de compra para as ações ONs da Eletrobras. Segundo o analista Fabio “Vlad” Figueiredo, da Messem no Alvo, a ação deu entrada de compra nos R$ 25,00, com alvo para a operação nos R$ 27,00, o que daria um potencial de alta de 8%. “A ação está com gráfico bonito, com a formação de um triângulo ascendente, o que puxar novas altas do papel”, disse.   

Raia Drogasil (RAIA3, R$ 65,17, +1,35%)
A rede de farmácias Raia Drogasil vai intensificar a expansão do seu segmento de lojas voltado para o público de baixa renda, com a bandeira Farmasil. A companhia vai abrir ainda este ano quatro novas unidades e fará forte expansão em 2017, disse ontem Antonio Carlos de Freitas, vice-presidente e de relações institucionais da Farmasil, a analistas e investidores.

Após o encontro, os analistas do Credit Suisse comentaram que a diretoria da empresa não passou nenhuma grande novidade, mas ficou claro que a companhia continua capitalizando crescimento estrutural da indústria de farmácias e que deve entregar crescimento de “market share”, avanço de receita líquida e expansão de margens.

Segundo eles, os principais targets da empresa continuam sendo: 1) crescimento orgânico de 200 lojas por ano em 2016 e 2017; 2) introdução de novos formatos (principalmente Farmasil); 3) incrementar da diversidade de produtos de health & beauty nas lojas e explorar mais o potencial de uma base que ja esta bastante mapeada pela empresa. Os analistas continuam com recomendação “outperform” (desempenho acima da média) e preço-alvo de R$ 80,00 por ação. 

M.Dias Branco (MDIA3, R$ 114,91, -1,53%)
O BTG Pactual destacou em relatório matinal os comentários sobre M.Dias Branco e seus benefícios fiscais, após encontro do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com os governadores para discutir o tema. No geral, as companhias terão que depositar até 10% de seus benefícios fiscais  anuais, o que terá impacto no quanto a companhia irá recolher no ano.

Segundo analistas do banco, a medida teria impacto final de 2% do Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da M.Dias Branco em 2017. Ainda que esse valor seja recuperado lá na frente, a notícia é marginalmente negativa, que deve trazer discussão de quanto investidores deveriam pagar pelo benefício fiscal lá na frente. A recomendação neutra foi mantida. 

Petrobras (PETR3, R$ 17,63, +0,28%; PETR4, R$ 15,46, +1,05%)
As ações da Petrobras subiram, guiadas pelos preços do petróleo no mercado internacional, que disparam após declaração do ministro do petróleo do Iraque afirmar que irá cooperar com os membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para um acordo sobre produção. Os membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) se reunirão em Viena no próximo dia 30. O contrato do petróleo Brent subia 1,6%, a US$ 48,01 o barril, enquanto o WTI fechou em queda de 2,2%, a US$ 47,08 o barril. 

Locamerica (LCAM3, R$ 5,78, +5,47%)
As ações da small cap Locamerica subiram forte na Bolsa nesta sessão, atingindo na máxima do dia valorização de 9,49%, a R$ 6,00. Em entrevista à Bloomberg, Luiz Alves, um dos gestores de fundos de hedge do Brasil com melhor desempenho, citou que a ação da Locamerica é uma de suas apostas neste ano. Alves, que administra o fundo Versa Long Biased FI Multimercado, viu 
o papel negociado com desconto de 35% em relação ao valor da frota de 30.000 veículos. A ação subiu 86% em dólares neste ano. 

Vale (VALE3, R$ 31,01, +7,30%; VALE5, R$ 27,50, +6,34%)
As ações da Vale ganharam força nesta tarde, acompanhando o desempenho dos preços do minério de ferro. A commodity cotada no porto de Qingdao, na China, subiu 1,53% nesta sessão, a US$ 80,83 a tonelada.

Segundo a revista Veja, a Vale vai comunicar aos investidores das bolsas de Nova York e Londres na próxima semana que não vai mais se desfazer de nenhum ativo e que deve distribuir dividendos neste ano. Na próxima terça-feira, a companhia realizará seu encontro com investidores e analistas — o chamado Vale Day. Para os especialistas do Itaú BBA, é importante observar os temas de Capx, produção e estratégia comercial, custo de competitividade, desinvestimentos, dividendos e Samarco.

Acompanharam o movimento positivo as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 16,49, +5,03%) – holding que detém participação da Vale – e as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 14,62, +2,96%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 6,28, +4,84%), Usiminas (USIM5, R$ 4,58, +3,15%) e CSN (CSNA3, R$ 13,34, +3,49%). Vale menção que as ações da Metalúrgica Gerdau subiram mais do que sua controlada Gerdau. Nos últimos dias, o BTG Pactual ressaltou que as ações GOAU4 estavam com desconto excessivo em relação aos papéis GGBR4 e isso gerava um ponto interessante de compra. 

“Buy list” do Itaú
A fabricante de bebidas Ambev (ABEV3, R$ 17,55, +1,86%) e a Sabesp (SBSP3, R$ 30,50, +2,90%) foram adicionadas à “Brazil Buy List” do Itaú BBA, ao passo que Smiles (SMLE3, R$ 47,00, +4,35%) e Copasa (CSMG3, R$ 34,20, +1,51%) foram removidas da lista.

“Em março de 2016, adicionamos Smiles à nossa carteira para capturar o potencial de crescimento do mercado por meio de um nome de beta elevado, com uma sólida história ‘bottom-up’. Desde então, a ação se valorizou 36,5%, enquanto o Ibovespa ganhou 25,4%”, comentaram os analistas do Itaú. Com isso, eles estão agora realizando lucros na ação. Embora ainda tenha múltiplos atraentes, o risco de um real depreciado pode afetar o desempenho da ação, explicaram.

Na Ambev, a escolha deve-se à uma opção por uma empresa sólida, com baixo beta, que deve proteger a carteira de uma maior volatilidade no curto prazo. Além disso, a recente depreciação da ação abriu um atraente ponto de entrada, comentaram. Eles preveem ventos contrários mais fracos para a companhia em 2017, sustentados por uma perspectiva econômica melhor, um menor impacto dos hedges cambiais e um período de consumo mais longo. 

No caso do setor de serviços de água, eles acreditam que ele ainda oferece potencial de crescimento, considerando as mudanças regulatórias que esperamos para os próximos meses. No entanto, a troca de Copasa por Sabesp deve-se ao desempenho recente dos papéis. Enquanto Copasa superou o Ibovespa em 2,5% desde sua inclusão na carteira, a ação da Sabesp apresentou um desempenho inferior ao índice. “Esse baixo desempenho relativo, na nossa opinião, criou um melhor momento para a Sabesp do que para a Copasa”, comentaram. 

Desde a sua criação, em agosto de 2014, a “Brazil Buy List” se valorizou em 34,3%, superando o Ibovespa em 31%. As ações que compõem a Brazil Buy List são: Ambev, Bradesco, CPFL Energia, Energias do Brasil, Petrobras, Randon, Sabesp, São Martinho, Vale e Telefônica Brasil.

Morgan recomenda duas “compras”
O JPMorgan elevou avaliação sobre os papéis da Mahle-Metal Leve (LEVE3, R$ 21,19, +4,33%) de neutra para overweight, ao passo que iniciou análise sobre as ações da Valid (VLID3, R$ 25,10, +4,15%) com recomendação overweight.

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 16,66, +1,46%) e Cetip (CTIP3, R$ 43,99, +0,85%)
As ações da BM&FBovespa e Cetip subiram nesta sessão. No radar, o Credit Suisse retomou cobertura das duas companhias, após um período restrito, com recomendação outperform (desempenho acima da média), equivalente à compra. No caso de BM&FBovespa, o novo preço-alvo é de R$ 20,00 por ação, oferecendo um potencial de valorização de 22% e já incorporando a aquisição da Cetip. Para Cetip, o preço-alvo é de R$ 54,00 por ação, dando um potencial de ganhos de 24%, baseado no preço da oferta da BM&FBovespa e destacando que, além de ser um veículo de exposição à BM&F, também tem um bom “carry”, negociando com 7,7% de desconto ao preço de troca do acordo e pela correção do CDI na parte em dinheiro.