JPMorgan coloca Itaú como “top pick”; venda da Via Varejo, acordos da Petrobras e mais 5 notícias no radar

Confira os principais destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (24)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo desta quinta-feira (24) é agitado, com destaque para o Pão de Açúcar, que deu início à venda da Via Varejo, que tem entre as interessadas a Lojas Americanas. Além disso, a Petrobras anunciou que conseguiu um acordo para encerrar 11 processos contra ela nos EUA. Confira os destaques:

Pão de Açúcar (PCAR4)
O conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar, dando sequência ao anúncio de 3 de novembro, autorizou a diretoria a iniciar um processo de alienação da participação da companhia no capital da Via Varejo (VVAR11). Segundo o comunicado da empresa, isto vai “em linha com a sua estratégia de longo prazo de focar no desenvolvimento do setor alimentar”. O Pão de Açúcar disse que voltará a informar o mercado quando processo for concluído ou se houver uma nova deliberação sobre o assunto.

De acordo com o jornal Valor Econômico, pelo menos três grupos têm interesse no negócio: os chilenos da Falabella, a Lojas Americanas (LAME4) e a Steinhoff International, de origem alemã, mas com sede na África do Sul, sendo que esta última já estaria em conversas com o Casino pelo menos desde outubro.

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Petrobras (PETR3; PETR4)
O conselho de administração da Petrobras aprovou nesta quarta os acordos para encerrar onze ações contra a companhia nos Estados Unidos. A estatal ressaltou que no balanço do terceiro trimestre ela havia reconhecido uma provisão de US$ 364 milhões, onde estão incluídos estes processos.

“Essas onze ações individuais foram consolidadas, para fins de julgamento, com outras doze ações individuais (além das quatro já extintas por acordo) e a class action movidas contra a Companhia (e outros) perante a Corte Federal de Nova York”, disse a Petrobras em comunicado. Com isso, a empresa já conseguiu acordos em mais da metade das ações individuais consolidadas contra ela. 

Esses acordos, cujos termos são confidenciais, não constituem qualquer reconhecimento de responsabilidade por parte da Petrobras, disse a empresa.

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Itaú Unibanco (ITUB4)
O Itaú Unibanco ficou entre as 10 ações “top pick” de emergentes do JP Morgan, que estima um crescimento de 14,3% no lucro das companhias brasileiras em 2017, valor duas vezes maior que o consenso do mercado, segundo a Bloomberg. Segundo o relatório do banco, a fraca base de comparação, um real mais forte, menor custo de dívida, alavancagem operacional e preços mais altos das commodities justificam esta previsão otimista. No Brasil, além do Itaú, o JP Morgan coloca BR Malls (BRML3), Cielo (CIEL3), Cosan (CSAN3) e Rumo (RUMO3) entre as “top picks”.

BRF (BRFS3)
A BRF captou R$ 1,5 bilhão com a emissão de CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio). A demanda, segundo o Valor Econômico, ficou em R$ 1,78 bilhão. A taxa dos títulos pós-fixados com vencimento em dezembro de 2020 ficou em 96% do CDI, 1 ponto percentual abaixo do limite definido, de 97%. Enquanto isso, a tranche indexada ao IPCA, com vencimento em dezembro de 2023, pagará 5,897% mais IPCA.

CPFL Energia (CPFE3)
A CPFL Energia apresentou requerimento para que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorize a transferência das ações detidas pelos acionistas do bloco de controle à State Grid. A autorização é a última condição precedente para a consumação da transferência das ações de emissão da CPFL Energia. O negócio anunciado em julho passado, inicialmente envolvia apenas a parte da Camargo Correa, mas teve adesão dos outros acionistas Previ e fundo Energia SP FIA.

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Com isso, a empresa chinesa já tem assegurado 53,3% do capital social da companhia. A State Grid deve oferecer aos acionistas minoritários as mesmas condições de compra dos papeis, podendo chegar a 100% do capital social da companhia brasileira. O negócio pode chegar perto de R$ 39,5 bilhões, segundo cálculos do mercado financeiro na ocasião da divulgação do negócio.

Alupar (ALUP11)
A Alupar foi a vencedora, por meio de sua controlada Alupar Colômbia, do leilão de licitação da linha de transmissão Virginia-Nueva Esperanza, na Colômbia. A linha liga a subestação Nueva Esperanza à subestação La Virginia, com aproximadamente 200 quilômetros de extensão. A receita anual da transmissão é de US$ 22,5 milhões pelo prazo de 25 anos após a entrada em operação do projeto. O prazo de implementação é até 30 de novembro de 2021.

Embraer (EMBR3)
Uma semana após a Embraer anunciar lay-off na empresa para 2.000 funcionários, alegando contenção de gastos, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos apresentou ontem uma nova proposta para evitar a medida, na segunda reunião realizada entre as partes para debater o assunto.

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A entidade propôs a redução da jornada de trabalho sem redução salarial para os funcionários da fabricante de aviões. O Sindicato quer que a jornada, atualmente de 43 horas, para 41h30 semanais. A Embraer informou em nota oficial que fará uma terceira reunião para discutir o assunto no dia 29 de dezembro e voltou a defender o lay-off.

“A Embraer acredita que o lay-off é uma alternativa para diminuir temporariamente os custos, contribuindo para que a empresa ultrapasse o período de baixa demanda e ociosidade passageira”, diz o comunicado. A empresa também rebatou o Sindicato sobre a falta de transparência nas negociações e ressalta que o foco é reduzir custos, enquanto o Sindicato tem proposta de aumentar custos na empresa.

Oi (OIBR4)
A AGU (Advocacia Geral da União) recorreu à Justiça para cancelar a reunião de mediação entre a Oi e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A tentativa de conciliação foi marcada para hoje, mas ainda não há certeza se ela de fato vai ocorrer. A AGU entende que as multas aplicadas pelo órgão regulador devem ser enquadradas como dívida tributária e não podem integrar o processo de recuperação judicial da empresa.

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Na véspera, o presidente da companhia, Marco Schroeder, disse que começará a negociar hoje com o governo uma proposta formulada pela empresa em recuperação judicial para conseguir um termo de ajustamento de conduta (TAC) a fim de converter em investimentos e benefícios aos usuários uma dívida de R$ 11 bilhões com o poder público.

“O TAC não seria só investimentos. Pode ser benefícios, posso usar a minha infraestrutura para dar serviços a populações carentes”, disse. “Pode ser um desconto para a população, a gente pode fazer um ‘bolsa telecom’, por exemplo, e dar um desconto e parte desse valor ser abatido”, acrescentou.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.