BB dispara 8%, Petrobras salta 7% e Vale sobe 5%; só 13 das 58 ações do Ibovespa caem

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa ignorou nova turbulência contra o governo Temer e subiu nesta segunda-feira (21), marcada pelo vencimento de opções sobre ações na BM&FBovespa, que normalmente traz volatilidade para as blue chips. O benchmark ganhou força com dia positivo em Wall Street e avançou 1,85%, a 61.070 pontos, puxado principalmente pelas ações da Petrobras, Vale e bancos. Em meio ao rali do mercado, apenas 13 das 58 ações do índice caíram hoje. 

A Petrobras seguiu os preços do petróleo, enquanto a Vale se descolou da forte queda do minério e subiu. Já o BB saltou 5% – a maior alta entre os bancos – após anunciar reestruturação. Na contramão, a ação de sua controlada BB Seguridade recuou cerca de 1%, sofrendo por conta de possíveis impactos negativos do anúncio sobre a empresa, conforme comentou o Credit Suisse.

Fora do Ibovespa, a Eletropaulo corrigiu forte euforia da última quinta-feira, quando subiram 18%, após AES Brasil e o BNDESPar terem fechado acordo para reorganização societária.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 17,26, +5,12%; PETR4, R$ 15,58, +7,30%)
As ações da Petrobras subiram forte, seguindo o rali dos preços do petróleo no mercado internacional. O contrato do Brent subiu 4,5%, a US$ 48,98 o barril, enquanto o WTI avançou 3,7%, a US$ 47,42 o barril, com o mercado à espera da reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) marcada para o dia 30 de novembro e que poderá definir um corte da produção da commodity entre os países membros. 

Além disso, ainda no radar, a Petrobras negocia a venda de uma participação nas áreas mais cobiçadas do pré-sal –próximas aos megacampos de Lula e Sapinhoá– para o grupo francês Total, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo. O objetivo é concluir a operação ainda neste ano, colaborando para a Petrobras obter US$ 15,1 bilhões com a venda de ativos até dezembro.  

Continua depois da publicidade

Já a Karoon Gas Australia disse que tomou conhecimento de ação judicial iniciada por José Hunaldo Nunes Santos contra a Petrobras e ANP na qual ele argumenta que processo de venda de campos pela petrolífera não cumpriu com relevantes exigências regulatórias brasileiras, segundo comunicado divulgado no site da companhia australiana. 

Como parte do processo, uma liminar determina que Petrobras e ANP interrompam o procedimento de venda neste momento. A liminar não é final e empresa está iniciando apelação. A Karoon diz que está atualmente analisando o processo judicial, incluindo seus potenciais efeitos sobre o prazo da compra de uma participação nos campos Baúna e Tartaruga Verde.

Vale (VALE3, R$ 24,83, +5,13%; VALE5, R$ 23,43, +5,54%)
As ações da Vale se descolaram dos preços do minério de ferro e subiram forte na Bolsa, na esteira do dia otimismo do mercado brasileiro. Hoje, o minério de ferro fechou em queda de 3,36% no porto de Qingdao, na China, indo a US$ 70,34 a tonelada.  

Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 14,27, +4,77%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 13,54, +1,80%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,20, +3,17%), CSN (CSNA3, R$ 11,46, +5,52%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,09, +2,51%). 

Em relatório, o BTG Pactual destacou estar cautelosamente otimista sobre as ações de siderúrgicas, afirmando que elas demandam valuation. Contudo, os analistas seguem com recomendação de compra para Gerdau, neutros em Usiminas e recomendação venda de CSN

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 28,33, +7,84%)
As ações do BB dispararam na Bolsa, após o banco anunciar nesta segunda-feira, em coletiva de imprensa, um plano de reestruturação da instituição que reduzirá o número de agências e oferecerá um plano de aposentadoria incentivada para até 18 mil funcionários. 

Em comunicado divulgado ao mercado, o BB informou que fechará 402 agências em todo o País e transformará outras 379 em postos de atendimento ao longo do próximo ano. A economia anual com o enxugamento da estrutura é estimada pelo BB em R$ 750 milhões, sendo R$ 450 milhões da nova estrutura organizacional e R$ 300 milhões de redução de gastos com transporte de valores, segurança, locação e condomínios, manutenção de imóveis, entre outras despesas. Atualmente, o BB conta com 5.430 agências e 1.791 postos de atendimento. O banco também fechará 28 superintendências regionais de varejo e três de governo de um total de 140. 

Segundo o Bradesco BBI, as mudanças no BB podem adicionar 10% à estimativa de lucro em 2018. “Vemos isso como um grande avanço para o BB no sentido de reduzir despesas e aumentar a lucratividade”, avaliam os analistas.

“As medidas já eram, de algum modo, esperadas pelo mercado, mas a confirmação é com certeza um catalisador positivo para as ações do BB que provavelmente irão continuar apresentando um forte desempenho. Nós reiteramos nossa recomendação para as ações do BB”, afirmam os analistas do Itaú BBA. 

Apesar de todos os desafios, o viés é mais positivo, avalia o BTG, destacando o poder de um novo acionista controlador, com um novo presidente do Conselho Eduardo Guardia e um novo diretor-presidente, Paulo Caffarelli, o BB deixou claro que a melhoria da rentabilidade (expectativa de atingir 18% de ROE no médio prazo) é uma prioridade.

BB Seguridade (BBSE3, R$ 28,91, -0,28%)
Já as ações da controlada do BB, a BB Seguridade, caíram nesta segunda, em meio aos possíveis impactos negativos com o anúncio de reestruturação do banco. Segundo o Credit Suisse, o anúncio não é tão favorável para a BB Seguridade, principalmente por reduzir as redes de distribuição dos produtos oferecidos pela empresa. “A venda de seguros no canal digital ainda está engatinhando e não deve ser suficente para compensar essa perda de ‘pontos de vendas'”, comentaram os analistas. Além disso, “essa estratégia deve resultar em uma menor originação e, como consequência, um menor nível de vendas de produtos no qual a BB Seguridade poderia ter algum benefício”, complementaram.

Os analistas destacaram ainda que também fica a percepção de que esse movimento demonstra um direcionamento do banco para a maior eficiência e otimização do capital.

M.Dias Branco (MDIA3, R$ 116,90, -2,69%)
As ações da M.Dias Branco afundou com perspectivas de fortalecimento do dólar e atingiu seu menor patamar de fechamento desde 28 de julho. Com grande parte dos custos da empresa em dólar, a perspectiva de fortalecimento da moeda americana no ano que vem pressiona papel, disse Gabriel Vaz de Lima, analista do Bradesco BBI, em entrevista à Bloomberg.

No relatório do 3° trimestre deste ano, a empresa informou que os custos com trigo, principal matéria-prima da companhia, caíram cerca de 12% na comparação anual com ajuda de real mais fortalecido. O relatório semanal Focus, do Banco Central, elevou a projeção para dólar de R$ 3,22 para R$ 3,30 no fim do ano. 

Exportadoras 
As ações das exportadoras, que têm suas receitas fortemente atreladas à moeda americana, recuaram hoje com a queda do dólar frente ao real nesta segunda-feira. Na Bolsa, as mais impactadas hoje foram as ações da WEG (WEGE3, R$ 15,95, -2,92%), Embraer (EMBR3, R$ 17,00, -2,91%), JBS (JBSS3, R$ 9,86, -2,86%) e os papéis do setor de papel e celulose Klabin (KLBN11, R$ 15,67, -2,73%) e Suzano (SUZB5, R$ 11,84, -1,17%). Hoje, o dólar comercial encerrou em queda de 1,03%, a R$ 3,3495 na compra e R$ 3,3520 na venda. 

Em meio ao dia de correção para esses papéis, o trader profissional Wagner Caetano, que apresenta todas as segundas-feiras o programa Na Mira do Trader, aproveitou para aumentar sua exposição nas ações da JBS. Ele comprou ao vivo na InfoMoneyTV mais 5.000 ações do frigorífico, atingindo uma posição de 35.000 papéis, à espera de uma alta de 70% até o ano que vem (confira aqui o programa). 

Eletropaulo (ELPL4, R$ 8,80, -7,95%) 
As ações da Eletropaulo corrigem parte da forte euforia da última sexta-feira, quando subiram 18%, após AES Brasil e o BNDESPar terem fechado acordo para reorganização societária, de forma que ambos passarão a ter participação direta na distribuidora de energia AES Eletropaulo. O volume financeiro movimentado com o papel hoje é forte e já atinge R$ 20,1 milhões, frente média diária de R$ 12,8 milhões dos últimos 21 pregões. 

Segundo relatório do Bradesco BBI desta segunda-feira, a alta das ações coincidiu com o comunicado sobre reestruturação societária e de que a companhia se beneficiaria de mais de R$ 700 milhões, além da percepção otimista de possibilidade de venda de participação da AES na Eletropaulo. Para os analistas do banco, uma correção de pelo menos 5% frente ao fechamento de sexta seria justificada. 

Oi (OIBR3, R$ 2,54, +5,39%; OIBR4, R$ 2,24, 0,0)
Com uma dívida de R$ 65 bilhões, a Oi considera se unir à Sky, controlada pela AT&T, e à Tim Brasil no médio e longo prazos, uma vez que tenha superado o atual processo de recuperação judicial e não tenha mais pendências com credores. Fontes disseram ao jornal Valor Econômico, que a fusão deve não deve ocorrer antes de 2019 e que tratativas com a norte-americana AT&T foram iniciadas há cerca de um ano, mas não avançaram.

Ainda no noticiário da companhia, a coluna Radar Online, da Veja, informa que Nelson Tanure foi ao Palácio do Planalto em reunião com Moreira Franco; Tanure estava acompanhado de Hélio Costa para apresentar um “plano de salvação” da Oi.  

Em nota à coluna, a assessoria de Tanure afirmou: “o empresário Nelson Tanure, acionista da Oi, esteve com o ministro Moreira Franco para apresentar um plano de recuperação da companhia por meio de uma solução privada, sem o uso de recursos públicos. Tanure tem um longo histórico de recuperação de empresas, incluindo o setor de telecomunicações e petróleo e gás”.

Telefônica Brasil (VIVT4, R$ 43,86, +0,97%)
A Telefônica Brasil informou nesta segunda-feira estimativa de investimento de 24 bilhões de reais para o período de 2017 a 2019, com foco principal em expansão de cobertura 4G e ampliação da rede de fibra.

De acordo com o fato relevante, a decisão está em linha com a sua estratégia de oferecer qualidade, cobertura e serviços diferenciados a seus clientes e o montante exclui eventuais investimentos em licenças.

A operadora de telecomunicações ainda disse que o valor dos investimentos está sujeito à aprovação do conselho de administração da empresa e a alterações diante de eventuais mudanças no ambiente de negócio e macroeconômico.

Lojas Americanas (LAME4, R$ 16,53, +0,79%) e B2W (BTOW3, R$ 11,00, -0,90%)
O Credit Suisse reduziu suas estimativas para as ações da B2W e Lojas Americanas para incorporar resultados mais fracos no 3° trimestre. No caso da B2W, os analistas esperam um prejuízo de R$ 474 milhões e R$ 210 milhões para 2016 e 2017, respectivamente. Eles seguem esperando expansão de margem e robusto crescimento de receita líquida, mas ressaltaram que a estrutura de capital deve ser a principal pressão no resultado, impactando bem a geração de caixa. Com isso, eles reduziram o preço-alvo das ações da B2W de R$ 20,00 para R$ 14,00. 

A piora de expectativa de lucro de B2W junto com o 3° trimestre mais fraco impactaram também a projeção da Lojas Americanas, comentaram. Por conta disso, eles cortaram as projeções de lucro da LAME4 em 37% e 9% para 2016 e 2017, respectivamente, levando o preço-alvo da ação de R$ 22,00 para R$ 20,00.