JPMorgan mantém “compra” para Brasil e projeta Ibovespa a 74.800 pontos em 2017

No cenário "bullish", otimista, a expectativa é de que o índice alcance os 84.500 pontos, uma alta de 41,4%

Lara Rizério

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SÃO PAULO – As últimas sessões de forte volatilidade para o Ibovespa não assustaram o banco JPMorgan sobre as previsões para o índice no ano que vem. Em relatório de projeções para os mercados da América Latina, o JP manteve recomendação overweight (exposição acima da média do mercado) para as ações brasileiras para 2017. 

O banco projeta, no cenário-base, que o Ibovespa alcance os 74.800 pontos ao final de 2017, uma alta de 25,15% se comparado com o fechamento da última quinta-feira (17). No cenário “bullish”, otimista, a expectativa é de que o índice alcance os 84.500 pontos, uma alta de 41,4%. Já no cenário pessimista, o índice teria pouco espaço para cair e fecharia o ano que vem a 59.100 pontos, uma queda de 1,12% em relação ao patamar registrado na véspera.

“A recuperação do crescimento, o espaço para maior corte de juros e reformas no radar devem ser os principais catalisadores para o bom desempenho dos ativos”, afirmam os estrategistas do JPMorgan. O banco americano também prevê que o Brasil terá a maior variação positiva do PIB na região, com o PIB (Produto Interno Bruto) passando de uma retração de 3,2% em 2016 para alta de 0,8% em 2017.

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Com relação à política monetária, a expectativa é de um tímido corte de 0,25 ponto percentual, mas a expectativa é de uma aceleração dos cortes para uma queda adicional de 2,75 pontos percentuais, chegando aos 11,25%. 

No que diz respeito às reformas, eles avaliam que, em meados de 2017, os progressos na reforma da Previdência devem ser significativos. 

Sobre as empresas, os estrategistas avaliam que os catalisadores para os lucros no ano que vem são: 1) a fraca base de comparação; 2) o real mais forte; 3) o menor custo da dívida; 4) a alavancagem operacional e 5) os preços mais altos das commodities. Os esperam que os lucros cresçam em média 14,3% em 2017 (o dobro do consenso). Entre os riscos para ficar de olho, estão um possível desempenho pior do que o esperado na agenda fiscal, o que poderia minar o ciclo de corte de juros, limitando ainda mais o crescimento futuro.

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De acordo com os analistas, os setores que devem performar melhor são aqueles sensitivos à queda da taxa de juros, beta mais alto e que se beneficiarão da recuperação cíclica da economia. São elas: BR Malls (BRML3), Rumo (RUMO3), Cosan (CSAN3) e Cielo (CIEL3). 

De acordo com o JP, a BR Malls é a maior beneficiária de um ciclo de cortes, enquanto a Rumo também se beneficia deste cenário e deve obter a aprovação para renovar sua concessão e continuar executando seu plano de investimentos. “Nós também gostamos de Cielo, que tende a se recuperar junto com a economia”, avaliam. Já a expectativa de alta dos preços do açúcar geram um cenário positivo para a Cosan.

Já o México teve a recomendação rebaixada para underweight, enquanto Chile foi elevada de neutra para overweight. Peru foi mantido em overweight e Colômbia em underweight. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.