Além de Trump: redução do preço de combustíveis pela Petrobras e enxurrada de balanços agitam Bovespa

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (9)

Paula Barra

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SÃO PAULO – Além da eleição de Donald Trump, o grande vetor dos mercados mundiais nesta sessão, o noticiário corporativo é bastante movimentado, com destaque para o anúncio da redução dos preços de combustíveis pela Petrobras, além da temporada de balanços agitada. 

Confira abaixo os destaques desta quarta-feira: 

Petrobras (PETR3PETR4)
A Petrobras anunciou redução dos preços dos combustíveis nas refinarias: o preço do diesel será cortado em 10,4% e da gasolina em 3,1%. Essa é a segunda redução nos valores dos dois derivados desde que a estatal sua nova política de preços, no mês passado. 

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 Segundo a empresa, a combinação de queda dos preços de petróleo e derivados entre os dias 14 de outubro e hoje, de 12,1%, e a redução da participação da companhia nas vendas ao mercado interno, que têm impactos sobre o nível de utilização dos ativos da estatal, justificaram essa correção maior nos preços do diesel e gasolina. 

“A metodologia definida pela Petrobras prevê a revisão dos preços cobrados nas refinarias pelo menos uma vez por mês após análise do comitê formado pelo presidente da companhia, o diretor de Refino e Gás Natural e o diretor Financeiro e de Relação com Investidores”, informou o comunicado.

Segundo o Santander, o novo ajuste de preço evidencia compromisso em reforçar nova política de precificação e aderência à estratégia tem implicações positivas no longo prazo, segundo relatório dos analistas Christian Audi e Gustavo Allevato.

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Essa arrumação para maior previsibilidade e visibilidade na geração de caixa, para potencialmente atrair players estrangeiros para áreas de transporte, distribuição e comercialização de derivados (downstream) e de refino e hidrocarbonetos, poderia, por sua vez, indiscutivelmente tornar qualquer reversão dessa nova política mais difícil de ser implementada. O corte de preços deve ter impacto negativo no Ebitda do quarto trimestre de 2016 de aproximadamente US$ 400 milhões. A visão mais construtiva para preços do petróleo em 2017 (US$ 52,50 em média) sugere aumento de preços no próximo ano.

JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3)
A JBS, BRF e Aurora se uniram para comprar dois carregamentos de milho dos Estados Unidos, em tentativa de amenizar escassez de oferta do produto no País, disseram duas pessoas com conhecimento no assunto em condição de anonimato à Bloomberg. Essa será a maior importação da commodity do país desde 1998, quando o Brasil importou 105.911 toneladas de milho dos EUA. A informação foi revelada após o fechamento do pregão desta terça-feira (8). 

Segundo a fonte, cada carregamento terá 30.000 toneladas de milho, com 10.000 toneladas indo para cada empresa. As importações devem ser descarregadas em portos no Sul do País entre dezembro e janeiro de 2017, disse a pessoa.

Procurada pela Bloomberg, a assessoria de imprensa da BRF não comentou o assunto. A JBS, por meio de sua assessoria, disse que está permanentemente avaliando oportunidades econômicas que possam resultar na reduçao de custos e melhoria na competitividade, o que inclui importação de insumos. Já a Aurora declarou que não há planos em curso para comprar milho dos EUA em conjunto com a BRF e JBS. 

Rumo (RUMO3)
O conselho de administração da Rumo aprovou aumento de capital privado de R$ 755,6 milhões, conforme comunicado enviado ao mercado após o fechamento deste pregão. 

Oi (OIBR4)
A operadora de telefonia Oi confirmou a decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de suspender a participação de novos membros do conselho de administração indicados pelo acionista Société Mondiale, conforme fato relevante divulgado nesta quarta-feira.

Segundo o documento, a empresa terá de notificar a agência reguladora das reuniões convocadas, bem como deverá encaminhar à superintendência da Anatel cópia das atas em um prazo de até dois dias úteis após assinatura.

Em caso de descumprimento das determinações, a Oi será multada em 50 milhões de reais por cada reunião de conselho, diretoria ou órgão com atribuição equivalente em que haja participação dos conselheiros apontados pelo Société.

A operadora de telefonia entrou em junho com o maior pedido de recuperação na história do país, a fim de reestruturar uma dívida de 65,4 bilhões de reais.

Vale (VALE3VALE5)
A Vale anunciou que fará reunião com o mercado em Londres no dia 1° de dezembro, quinta-feira, no Hyatt Regency London, segundo comunicado enviado ao mercado. A reunião será transmitida ao vivo por vídeo webcast através do site da Vale a partir das 10h15 (horário de Brasília). Ontem, a mineradora anunciou reunião com participantes do mercado de capitais em Nova York, no dia 29 novembro, terça-feira, às 13h. 

PDG Realty (PDGR3)
A construtora PDG Realty informou nesta terça-feira que seu conselho de administração nomeou Pedro Bulhões Carvalho da Fonseca e Olinto Antonio Schmitt Sant’Anna para ocupar, respectivamente, os cargos de vice-presidente e do membro efetivo do colegiado. Eles assumem os cargos em substituição a Alessandro Morgado Horta e Matheus Affonso Bandeira, nesta ordem, que renunciaram hoje.  

Light (LIGT3)
O conselho de administração da Light aprovou financiamento de R$ 474,7 milhões com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), segundo informou a empresa 
à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta terça-feira. 

Lupatech (LUPA3)
A fabricante de equipamentos para a indústria de petróleo e gás Lupatech afirmou nesta terça-feira que uma assembleia geral de credores aprovou o novo plano de recuperação judicial da companhia. O plano foi apresentado em setembro, pouco mais de dois meses após a justiça aceitar recursos de credores e anular a homologação do plano de recuperação judicial. A empresa pediu recuperação judicial em maio de 2015, afetada pelos menores preços do petróleo e pelas turbulências envolvendo a Petrobras, sua principal cliente.

Gafisa (GFSA3)
Dando continuidade à temporada de balanços, a Gafisa reverteu lucro líquido de R$ 13,49 milhões um ano antes em prejuízo líquido de R$ 72,6 milhões no 3° trimestre de 2016. A divisão Gafisa teve prejuízo de R$ 95,67 milhões, enquanto a Tenda teve lucro líquido de R$ 23 milhões.

A receita líquida consolidada da empresa caiu 14% no período, para R$ 538,78 milhões. A geração de caixa líquido ficou em R$ 13 milhões no trimestre e R$ 8,8 milhões no ano.  

Gerdau (GGBR4)
O grupo siderúrgico Gerdau teve lucro líquido ajustado de 95 milhões de reais no terceiro trimestre, 50,8 por cento menor em relação ao mesmo período um ano antes.

A maior produtora de aços longos das Américas apurou geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 1,2 bilhão de reais, 7 por cento abaixo do obtido no mesmo período do ano passado.

A companhia também afirmou que estima investir 1,4 bilhão de reais em 2017 ante expectativa de 1,5 bilhão em 2016.

Cielo (CIEL3)
A Cielo viu seu lucro líquido subir 14,5% no 3° trimestre quando comparado com o mesmo período de 2015, para R$ 1,009 bilhão. O lucro líquido ajustado totalizou R$ 1,076 bilhão, aumento de 14%. A receita operacional líquida avançou 5,2% utilizando a mesma base de comparação, para R$ 3,1 bilhões.

Já o Ebitda atingiu R$ 1,4 bilhão no período, crescimento de 1,5%, enquanto a margem Ebitda caiu de 46,7% para 45,1% neste trimestre, ou 1,6 ponto percentual. 

Minerva (BEEF3)
A Minerva registrou lucro líquido de R$ 47,4 milhões no 3° trimestre, contra prejuízo de R$ 446,1 milhões no mesmo período de 2015. A receita líquida ficou em R$ 2,53 bilhões, acima da média das estimativas compiladas pela Bloomberg de R$ 2,26 bilhões. Em relação a um ano antes, a receita cresceu 6,1%.

O Ebitda somou R$ 249,3 milhões no período, queda de 10,4% na comparação anual, enquanto a margem Ebitda encolheu 1,8 ponto percentual, indo de 11,7% para 9,8%. 

Iguatemi (IGTA3)
A administradora e incorporadora de shoppings centers Iguatemi teve lucro líquido de R$ 40 milhões no terceiro trimestre, abaixo dos R$ 58 milhões divulgados no mesmo período de 2015, enquanto a receita líquida teve leve expansão. No ano passado, o resultado tinha sido influenciado por receita adicional referente a uma permuta de terreno no Complexo Iguatemi Esplanada, em Sorocaba, e ao exercício da opção de venda da fatia remanescente do Shopping Boulevard Iguatemi Rio.

Tal efeito também respingou no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), que caiu 5% ano a ano, a R$ 127,9 milhões. Excluindo efeito não recorrente, houve alta de 6,6%. A margem Ebitda atingiu 79,4%, abaixo dos 84,4% de um ano antes.

A vice-presidente de relações com investidores da Iguatemi, Cristina Betts, reiterou à Reuters que a expectativa é de fechar 2016 com a margem Ebitda no topo das estimativas da companhia, de 73% a 77%. “É uma margem super boa”, disse, atribuindo o desempenho principalmente a ganhos de eficiência operacional e disciplina na gestão dos custos.

BTG Pactual (BBTG11)
O BTG Pactual registrou lucro líquido de R$ 660,8 milhões no 3° trimestre, queda de 56% quando comparado com o mesmo período de 2015 e abaixo da média das estimativas em pesquisa Thomson Reuters de R$ 967 milhões. A receita total ficou em R$ 1,53 bilhão, frente R$ 2,56 bilhões em igual trimestre do ano passado, ou recuou de 40,2%. O ROAE (Retorno sobre Patrimônio Líquido Médio) caiu para 11,2%, frente 28,8% um ano antes.  

Ainda sobre o BTG, Persio Arida decidiu deixar cargo de presidente dos referidos conselhos de administração do Banco BTG Pactual e BTG Pactual Participations “para dedicar mais tempo aos seus interesses intelectuais”, segundo comunicado. Marcelo Kalim substituirá Arida como presidente dos conselhos das companhias. 

JSL (JSLG3)
A JSL registrou receita líquida de R$ 1,734 bilhão no 3° trimestre, crescimento de 12,8% na comparação com o mesmo período de 2015. A empresa, no entanto, reverteu lucro líquido de R$ 8,2 milhões um ano antes para prejuízo líquido de R$ 27,1 milhões. 

O Ebitda da empresa atingiu R$ 285,1 milhões no período, queda de 4,4% na comparação anual, enquanto a margem Ebitda recuou 2,4 pontos percentuais, indo de 23% para 20,6%. 

SLC Agrícola (SLCE3)
A SLC Agrícola, uma das principais produtoras de grãos e fibras do País, informou que registrou prejuízo líquido de R$ 21,215 milhões no 3° trimestre, contra lucro líquido de R$ 9,515 milhões um ano antes. Segundo a empresa, o resultado reflete perdas devido a efeitos climáticos.

O Ebitda somou R$ 25,207 milhões no período, redução de 68,6% na comparação anual. Excluindo os efeitos dos ativos biológicos, o Ebitda ficou em R$ 24,004 milhões, redução de 46,5%. A margem Ebitda ajustada, que também desconsidera os efeitos desses ativos, caiu 9,5 pontos percentuais, ficando em 7,4% no trimestre.

Dasa (DASA3)
A companhia de medicina diagnóstica Diagnósticos da América (Dasa) viu seu lucro líquido multiplicar em mais de 6 vezes no 3° trimestre, para R$ 60,5 milhões. As receitas subiram 9,1%, para R$ 794,4 milhões, utilizando a mesma base de comparação. 
O Ebitda ficou em R$ 175,5 milhões no trimestre, crescimento de 70,7% na comparação anual. 

Profarma (PFRM3)
A Profarma, distribuidora de produtos farmacêuticos, registrou um prejuízo líquido de R$ 9,5 milhões no 3° trimestre de 2016, crescimento de 49% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a companhia, eventos não recorrentes como os Jogos Olímpicos e a greve dos bancários contribuíram para uma redução do consumo durante o 3° trimestre, em especial no Rio de Janeiro, prejudicando a última linha do balanço.

A receita cresceu 8,4% no período, para R$ 1 bilhão. O Ebitda somou R$ 35,4 milhões, alta de 68,6% em relação a um ano antes. 

Anima (ANIM3)
A Anima registrou lucro líquido de R$ 5,6 milhões no 3° trimestre, queda de 81% na comparação com o mesmo período de 2015. A receita líquida ficou em R$ 230,3 milhões no período, abaixo da média das projeções dos analistas consultados pela Bloomberg de R$ 239,4 milhões. 

O Ebitda ajustado ficou em R$ 35,7 milhões, enquanto a margem Ebitda ajustada caiu 7 pontos percentuais, para 15,5%. 

Taesa (TAEE11)
A Taesa registrou receita líquida de R$ 436,7 milhões no 3° trimestre, crescimento de 6,6% na comparação com o mesmo período de 2015. O lucro líquido regulatório, sem IFRS, avançou 28% em relação a um ano antes, para R$ 245 milhões.

O Ebitda somou R$ 395,7 milhões no período, alta de 7,5% na comparação anual, enquanto a margem Ebitda passou de 89,9% para 90,6% no trimestre.  

(Com Reuters)