Petrobras e bancos despencam até 6%; Embraer se salva de “sell off” e MMX dispara 208% em 4 pregões

Confira os destaques da Bovespa na sessão desta terça-feira (1)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa aprofundou as perdas nesta terça-feira (1), em meio ao “risco-Trump” e com investidores aproveitando para realizar o lucro antes do feriado de Finados na próxima quarta-feira, que manterá a BM&FBovespa fechada. Em dia de “sell off”, o índice registrou sua pior sessão desde 13 de setembro, com baixa de 2,46%, a 64.326 pontos. Somente 7 das 58 ações do índice subiram hoje, enquanto 10 registraram queda superior a 4%. 

Uma pesquisa do Washington Post-ABC News sinalizou o candidato Donald Trump à frente da adversária Hillary Clinton por 46% a 45%, levando a derrocada da Bolsa e disparada do dólar nesta tarde. Além disso, o mercado segue à espera do desfecho da reunião do Federal Reserve, que poderá aumentar as chances para um aumento de juros na próxima reunião que ocorrerá em dezembro. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta tarde: 

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M. Dias Branco (MDIA3, R$ 130,63, -4,17%
Após chegar a subir 3% durante a manhã na esteira da divulgação dos resultados do terceiro trimestre, as ações da M. Dias Branco viraram para o negativo, fechando na mínima do dia. 

A fabricante de massas e biscoitos, dona de marcas como Adria, Isabella e Richester, reportou um lucro líquido de R$ 269,7 milhões no 3° trimestre, resultado 63,4% acima do registrado no mesmo intervalo de 2015. A receita líquida da companhia atingiu R$ 1,45 bilhão, montante 14,4% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. O Ebitda chegou a R$ 313,3 milhões, com alta de 62,4%, o mais alto obtido pela companhia em um trimestre desde 2006. A margem Ebitda alcançou 21,7%, ante 15,2% um ano antes. 

De acordo com o BTG Pactual, os resultados foram positivos, com destaque para o aumento do volume de vendas, crescimento do Ebitda e de margens, o que aponta que a empresa “decidiu não participar da crise”. “Poucas empresas foram capazes de tal realização em meio a uma das mais duras recessões macroeconômicas na história recente do Brasil”, ressalta o BTG. Já o Itaú BBA ressalta: “esperávamos altas máximas nos resultados, mas eles foram ainda melhores do que esperávamos, não tanto devido aos números, mas pelos sinais qualitativos”. 

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O Bradesco BBI aponta ainda que, independentemente dos preços, a companhia implementou planos de eficiência e deve emergir da recessão muito mais forte do que antes; “continuamos a ter MDIA3 como uma das nossas top picks”. Veja a análise clicando aqui. 

TIM (TIMP3, R$ 8,71, -1,69%)
A operadora de telefonia TIM viraram para o negativo, após atingir valorização de 7,22%, a R$ 9,50, na máxima do dia, após o resultado. A empresa registrou um lucro líquido normalizado pela venda de torres e outros impactos de R$ 200 milhões no 3° trimestre, crescimento de 14% sobre igual período do ano passado. A receita líquida total recuou 5,3% no trimestre, para R$ 3,9 bilhões. A margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) cresceu 1,9 ponto percentual, passando de 31,5% para 33,4% no período. 

Para o Bradesco BBI, os resultados foram sólidos e melhores devido à melhor receita de serviços e à entrega do plano de corte de custos; ‘‘acreditamos que a Tim está no caminho certo para apresentar resultados melhores, sendo mais racional em termos de preços e melhorando o mix de assinantes. No entanto, ainda não estamos convencidos de que a receita vai se recuperar fortemente nos próximos trimestres”.

Em teleconferência, a companhia reafirmou o plano de investir R$ 12,5 bilhões no período entre 2016 e 2018. O presidente-executivo da companhia, Stefano De Angelis, disse que a TIM estenderá rede 4G para 1.000 cidades brasileiras este ano, alta de 24% em relação a 2015.

Vale (VALE3, R$ 22,30, +1,00%; VALE5, R$ 20,77, +0,68%)
As ações da Vale tiveram pregão volátil, em dia de “sell off” na Bovespa, mas conseguiram fechar no positivo em meio à duas notícias positivas. O PMI (Índice de Gerentes de Compras) oficial da indústria da China atingiu 51,2 em outubro, o ritmo mais rápido em mais de dois anos, ante 50,4 no mês anterior e acima da marca de 50 pontos que separa o crescimento da contração. Além disso, o minério de ferro negociado em Qingdao fechou em alta de 1,47%, a US$ 65,33 a tonelada. 

Já as ações das siderúrgicas registraram fortes perdas nesta sessão, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,56, -4,17%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,55, -4,21%), Usiminas (USIM5, R$ 4,27, -5,32%) e CSN (CSNA3, R$ 10,24, -4,66%). 

Petrobras (PETR3, R$ 17,85, -4,24%; PETR4, R$ 16,79, -5,09%)
As ações da Petrobras acentuaram perdas nesta tarde, apesar do movimento mais ameno dos preços do petróleo no mercado internacional. Na mínima do dia, os papéis PNs atingiram desvalorização de 6,4%. Hoje, o contrato do petróleo Brent caiu 0,9%, a US$ 48,18 o barril, enquanto o WTI recuou 0,4%, a US$ 46,67 o barril. 

Para o Goldman Sachs, o petróleo WTI deverá cair para US$ 40, caso a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) falhe em um acordo de corte de produção em sua reunião no final do mês de novembro.

Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 37,25, -2,96%)
As ações do Itaú Unibanco tiveram dia de correção após forte alta na véspera, repercutindo o balanço do 3° trimestre. Em teleconferência com analistas, o vice-presidente do banco, Eduardo Vassimon, disse que, se houver oportunidade para aquisição, o Itaú usará o capital, que está muito acima do nível adequado. Ele comentou que a instituição olharia para ativos em mercados onde não está presente, como no México e no Peru, e “consideraria também aumentar a presença na Colômbia e no Chile”. Segundo Vassimon, se não aparecerem oportunidades de comprar ativos, o banco consideraria uma recompra de ações.  

As demais ações do setor, que também subiram ontem, registraram queda nesta sessão: Banco do Brasil (BBAS3, R$ 27,94, -4,61%), Bradesco (BBDC4, R$ 32,46, -2,93%) e Santander (SANB11, R$ 25,56, -2,81%). 

Energias do Brasil (ENBR3, R$ 15,35, 0,0%)
A elétrica EDP Energias do Brasil fechou estável após os resultados. A companhia fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 230,8 milhões, alta de 317,2% ante o mesmo período de 2015, principalmente devido ao melhor resultado financeiro, informou a companhia em comunicado nesta segunda-feira.

A empresa, que atua em geração e distribuição de eletricidade, apresentou uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 625,8 milhões no trimestre, com avanço de 6,6% na comparação anual. De acordo com o Itaú BBA, os resultados foram em linha, com sólidos resultados no segmento de distribuição. 

Multiplan (MULT3, R$ 61,96, -3,41%)
A Multiplan, caiu após a divulgação do resultado do terceiro trimestre, virou para forte baixa. A administradora de shopping centers registrou lucro líquido de R$ 58,03 milhões no terceiro trimestre, queda de 0,9% sobre a mesma etapa do ano passado. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 1,2% na mesma base de comparação, para R$ 184,43 milhões.

Segundo o Safra, os resultados foram neutros; “apesar da estabilização nos indicadores, permanecemos com a nossa visão mais negativa sobre o setor e recomendação neutra sobre MULT3 devido ao múltiplo esticado e perspectivas para o varejo, seguindo nossa visão cautelosa macro no próximo ano”.

Embraer (EMBR3, R$ 17,75, +3,50%)
A Embraer, que subiu quase 7% na véspera em meio à divulgação dos resultados, seguiu em alta na sessão de hoje. Essa foi a sexta alta seguida da ação, que acumula no período ganhos de 15%. 

 Após os resultados do terceiro trimestre, o BB Investimentos elevou a recomendação para os papéis da Embraer de marketperform para outperform, reiterando o preço-alvo de R$ 22,50 para as ações da companhia para 2017. Outra que elevou a recomendação da empresa para compra foi a Drexel Hamilton, com preço-alvo do ADR de US$ 26,00. Por fim, a companhia também teve o preço-alvo elevado pelo HSBC de R$ 15,50 para R$ 16,00. 

Educacionais
As ações das educacionais também caíram seguindo o movimento de aversão ao risco do mercado. No radar do setor, o governo federal prorrogou para 15 de dezembro o prazo para a renovação de contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) neste segundo semestre, após o registro de mais de 980 mil contratos até a manhã desta segunda-feira.

De acordo com o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Gastão Vieira, em nota à imprensa, 1,5 milhão de financiamentos devem ser renovados neste semestre, envolvendo um investimento de 8,6 bilhões de reais.

Além disso, a Ser Educacional (SEER3, R$ 20,40, -1,31%) e Estácio (ESTC3, R$ 18,10, -2,22%)  tiveram cobertura iniciada com recomendação overweight pelo Brasil Plural. Anima (ANIM3, R$ 13,35, -1,11%) e Kroton (KROT3, R$ 15,51, -2,45%) foram iniciadas com equalweight. 

Braskem (BRKM5, R$ 28,64, +1,31%)
A Camex prorrogou o direito antidumping por até 5 anos aplicado às importações brasileiras de resina de polipropileno, originárias dos EUA, após pleito da companhia, segundo resolução publicada no Diário Oficial. A investigação inicial foi aberta em 30 de janeiro de 2009 a pedido da Braskem. O antidumping será aplicado na foram de alíquota ad valorem de 10,6% a todas as importações de produtores norte-americanos. Bic Amazônia, 3M do Brasil, Becton Dickinson, Basell Poliolefinas, Globalpack, Owens Corning Fiberglass, Cepalgo, Johnson & Johnson do Brasil, Furukawa, Trelleborg Off Shore e Kimberly-Clark foram algumas das companhias consultadas no âmbito da investigação feita pela Camex.

Helbor (HBOR3, R$ 1,88, -7,39%)
A Helbor afundaram após anunciar vendas contratadas totais de R$ 145,7 milhões no 3° trimestre, representando uma queda de 36% na comparação anual. A empresa não realizou lançamentos no trimestre “para melhor administração do estoque e da demanda atuais do mercado imobiliário”, disse a companhia.

De acordo com o BTG Pactual, os números operacionais foram fracos, mas que já eram amplamente esperados pelos analistas. O BTG segue com recomendação neutra para os ativos. 

Oi (OIBR3, R$ 3,54, +6,95%; OIBR4, R$ 2,90, +6,23%)
As ações da Oi registraram ganhos nesta sessão. De acordo com informações da colunista Sonia Racy, do jornal O Estado de S. Paulo, o bilionário egpício Naguib Sawiris foi recebido há duas semanas por Michel Temer, por Eliseu Padilha, e passou para conversar na Anatel, em meio à costura de acordo com os detentores de títulos da Oi. O plano do investidor egípcio é ajudá-los a recuperar R$ 14 bilhões investidos na tele e, por meio deles controlar a companhia. Sawiris disse a Temer que estaria disposto a colocar US$ 1,5 bilhão do próprio bolso na empresa, segundo fontes próximas ao empresário ouvidas pela colunista. 

Hypermarcas (HYPE3, R$ 26,00, -2,84%)
As ações da Hypermarcas registraram nova queda após a leve baixa registrada na véspera, quando foram divulgados os resultados do terceiro trimestre.

O BTG Pactual destaca que os números da companhia foram sólidos, mas os números foram parcialmente ofuscados pela expectativa de overhang com a saída da família Gonçalves do bloco de controle da companhia.

 TecToy (TOYB4, R$ 27,20, +6,04%)
As ações da TecToy tiveram mais um dia de forte alta, após disparar 25,71% na véspera. No acumulado dos dois dias, os papéis já subiram até 50%. Vale destacar que, na última segunda, a Tectoy anunciou a volta do Mega Drive, o primeiro videogame de 16 bits, que trouxe para o mercado uma melhoria nos gráficos de jogos de console. Ele será relançado no Brasil em junho de 2017. A pré-venda do relançamento foi aberta na segunda-feira no site da Tectoy por R$ 400. O site informa que o preço é promocional e limitado e que, a partir do lançamento do console em 2017, ele será reajustado para R$ 450. 

Sucesso na década de 1990, o produto retorna em edição limitada com o clássico controle de três botões e o mesmo design do original, incluindo a entrada para cartuchos e 22 jogos na memória. “O novo Mega Drive vem com uma série de jogos clássicos da plataforma e vai fazer uma viagem no tempo com os jogadores, passando por alguns dos maiores clássicos da geração 16 bits”, conta Tomás Diettrich, CEO da empresa. Confira mais clicando aqui.

MMX Mineração (MMXM3, R$ 10,00, +48,15%)
As ações da MMX Mineração acumulam valorização de 208% em 4 pregões. Os papéis, que renovaram hoje sua máxima desde setembro de 2015, reagiram à notícia de que a MMX Sudeste deu um passo importante para avançar em seu plano de recuperação judicial. A empresa oficializou a venda de duas minas de minério de ferro. O valor total estimado é de R$ 207 milhões, dos quais R$ 70 milhões serão pagos à vista.