Leilão de linhas de energia tem melhor resultado desde 2012

O resultado representou nítido contraste ante as licitações realizadas após 2013, nas quais boa parte dos empreendimentos ficou sem atrair investidores

Reuters

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Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) – O setor de transmissão de eletricidade do Brasil voltou a atrair investidores em um leilão de linhas como não se via desde 2012, com fortes disputas por alguns lotes e destaque para as participações das elétricas Equatorial Energia, Cteep e Taesa, além da gestora de fundos canadense Brookfield.

Com o certame nesta sexta-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) viabilizou a concessão de 21 lotes de linhas, de um total de 24 ofertados, em projetos que deverão demandar cerca de 11,6 bilhões de reais para serem implementados, de acordo com estimativa do órgão regulador.

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O resultado representou nítido contraste ante as licitações realizadas após 2013, nas quais boa parte dos empreendimentos ficou sem atrair investidores.

O diretor da agência José Jurhosa qualificou o resultado como “um sucesso fantástico”, enquanto o secretário de energia elétrica do Ministério de Minas e Energia, Fábio Lopes Alves, disse que a maior participação de empresas deve-se a “uma nova condição do Brasil” após o início do governo do presidente Michel Temer, que tem acenado com um mandato pró-mercado após assumir o cargo em substituição a Dilma Rousseff, que foi afastada em processo de impeachment.

Originalmente, o certame estava agendado para setembro, mas a Aneel adiou a realização da disputa e elevou as receitas para aumentar a atratividade, em um movimento que levou à participação inédita da Equatorial, que até o leilão não atuava no setor de transmissão.

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A companhia, que se preparava desde setembro para uma eventual participação nas licitações de transmissão, ficou com sete lotes, além de ter apresentado também o maior desconto em relação à receita anual máxima oferecida pela construção e futura operação das linhas, com deságio de 27,99 por cento no lote 9.

Já a Brookfield arrematou três lotes em parceria com o grupo espanhol Cymi, o que demonstra o forte interesse da gestora canadense pelo Brasil, onde a companhia fechou recentemente a compra da fatias majoritárias das Nova Transportadora do Sudeste, da Petrobras, e da Odebrecht Ambiental.

Entre as empresas vencedoras também destacaram-se a Taesa, controlada pela elétrica Cemig e pelo fundo Coliseu, e a Cteep, que participaram da maioria das disputas. Além de levarem um lote cada uma, sozinhas, as empresas se juntaram em um consórcio que arrematou outros dois empreendimentos.

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Por fim, elétrica Alupar levou dois lotes, enquanto a EDP Brasil arrematou um lote, mesmo número de empreendimentos levado por um consórcio entre Nasspe e BTG Pactual.

A Construtora Brasil, o fundo de investimentos Pátria e a Empresa Amazonense de Transmissão de Energia também levaram um lote cada.

Além dessas empresas vencedoras, também participaram do leilão, sem sucesso, empresas como Celg-GT, Zopone Engenharia e Celeo Redes.

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A chinesa State Grid, que vinha se destacando no setor, chegou a se cadastrar para alguns lotes, mas não apresentou nenhum lance.

A estatal Eletrobras também ficou de fora, em meio a dificuldades financeiras e um esforço para concluir obras atrasadas.

Ao final, seis lotes foram licitados sem deságio, enquanto os demais tiveram descontos que variaram de cerca de 5 por cento até um máximo de 27,99 por cento.