Vale agrada analistas com balanço; Petrobras convoca assembleia e outros 6 resultados no radar

Confira os principais destaques corporativos da Bovespa nesta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Dando continuidade à temporada de balanços do 3° trimestre, o grande destaque fica para o resultado da Vale. Além disso, a Petrobras confirmou ontem que seu balanço será revelado dia 10 de novembro e a Cia Hering anunciou que pagará dividendos de R$ 40 milhões no dia 29 de novembro. 

Confira abaixo os principais destaques corporativos desta quinta-feira:

Vale (VALE3;VALE5)
A mineradora Vale relatou nesta quinta-feira lucro líquido de R$ 1,842 bilhão no terceiro trimestre, ante prejuízo de R$ 6,663 bilhões o mesmo período do ano passado, quando a variação cambial havia afetado os resultados da companhia. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da companhia brasileira somou R$ 9,829 bilhões no terceiro trimestre, ante R$ 6,816 bilhões no mesmo período do ano passado.

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Segundo o Bradesco BBI, a Vale registrou cifras sólidas e Ebitda em linha com a estimativa. De acordo com os analistas, os resultados foram fortes em todos os negócios com custos de minério de ferro como destaque. Já o lucro ficou abaixo da estimativa do Bradesco BBI, principalmente, em consequência das despesas financeiras acima das expectativas e da variação monetária. O BTG Pactual também destaca que os números foram fortes, apontando que a desalavancagem começou a tomar forma. Veja mais sobre o balanço da Vale clicando aqui. 

Ainda no noticiário da companhia, o Valor informa que o conselho de administração da mineradora, reunido ontem no Rio, autorizou duas operações de venda de ativos: a divisão de fertilizantes e a mina de carvão de Carborough Downs, na Austrália. A venda dos fertilizantes deve totalizar cerca de US$ 3,5 bilhões. A expectativa é que a maior parte dos ativos seja comprada pela americana Mosaic, que deve fazer o pagamento em dinheiro e em ações. No carvão, a venda de Carborough Downs não terá valor relevante, mas é simbólica pois representa a última mina da Vale em operação no mercado australiano. A Vale deixa o carvão na Austrália para se concentrar no projeto que desenvolve em Moçambique.

Via Varejo (VVAR11)
A Via Varejo, braço do Grupo Pão de Açúcar que reúne as operações de Casas Bahia e Ponto Frio, viu seu prejuízo líquido subir 91,4% no terceiro trimestre na comparação anual, passando de R$ 47 milhões para R$ 90 milhões. O resultado é o atribuído aos sócios da empresa controladora.

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Já a receita líquida subiu 0,4%, para R$ 4,112 bilhões ante os R$ 4,095 bilhões do mesmo período de 2015. O Ebitda no período totalizou R$ 105 milhões, 138% superior ante o Ebitda de R$ 44 milhões de um ano antes. De acordo com o BTG Pactual, o balanço foi pouco inspirador, apontando que a tendência de fraqueza continua. “Apesar do Ebitda bater nossas expectativas, o prejuízo foi de R$ 90 milhões, versus nossa estimativa de R$ 73 milhões”. Os analistas apontam ainda que, apesar do crescimento nas vendas e expansão da margem bruta, ainda levará um tempo para uma recuperação expressiva do balanço.

Petrobras (PETR3; PETR4)
A Petrobras informou nesta noite que divulgará seu balanço dia 10 de novembro, após o fechamento do mercado. 

Além disso, a estatal poderá rever lista de 32 empresas bloqueadas por conta da Operação Lava Jato até dezembro, disse o diretor de compliance da estatal, João Elek, durante evento no Rio de Janeiro. O bloqueio cautelar foi estabelecido em 29 de dezembro de 2014. “Estamos buscando uma solução, era para ser um bloqueio temporário que já vai completar dois anos”, disse Elek. Segundo ele, a empresa gostaria de anunciar uma revisão até 29 de dezembro.  

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Nesta manhã, a estatal ainda convocou os acionistas para uma assembleia geral extraordinária em 30 de novembro na qual deverá ser aprovada a proposta de venda de 90 por cento da participação da companhia na Nova Transportadora do Sudeste (NTS) para a Brookfield, segundo comunicado nesta quinta-feira. A assembleia também decidirá sobre uma proposta para que a Petrobras renuncie ao direito de preferência na subscrição de debêntures conversíveis em ações que serão emitidas pela NTS e sobre a eleição de um conselheiro representante dos acionistas minoritários.

Cia Hering (HGTX3)
A Cia Hering anunciou nesta noite o pagamento de dividendos no montante de R$ 39,9 milhões, correspondentes a R$ 0,2485 por ação. O pagamento será efetuado dia 29 de novembro, com base na posição acionária do dia 4 de novembro. As ações da companhia passarão a ser negociadas ex-dividendos a partir do dia 7 de novembro.  

JBS (JBSS3)
Após o fechamento do mercado, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) explicou o motivo de ter dito “não” à reorganização societária da JBS, que provocou uma derrocada de até 21% das ações da companhia nesta quarta-feira. Segundo nota enviada à imprensa, a BNDESPAR informou que vetou a operação porque não a considerou como a alternativa que melhor atende aos interesses da companhia e de seus acionistas. Para o banco, a reorganização da JBS implicaria na desnacionalização da empresa e alteraria substancialmente os direitos e deveres conferidos a todos os acionistas, com repercussões de diversas naturezas. 

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“A BNDESPAR, zelando por seus deveres fiduciários enquanto parte da coletividade de acionistas da companhia, age de forma a proteger os interesses da empresa na qual investiu. A reorganização proposta, ao prever a transferência da propriedade de ativos que representam aproximadamente 85% da geração do caixa operacional da JBS para uma companhia estrangeira, implicaria na desnacionalização da empresa e alteraria substancialmente os direitos e deveres conferidos a todos os acionistas, com repercussões de diversas naturezas, e submetendo-os a legislação e jurisdição estrangeiras”, disse a nota do BNDES. 

O banco informa ainda que reitera seu total apoio à JBS e permanece aberto para avaliar outras alternativas de reorganização societária que venham a ser apresentadas pela companhia.

Magazine Luiza (MGLU3
A Magazine Luiza informou na noite de quarta-feira (26) que decidiu antecipar em 7 dias a divulgação de seu balanço, após forte queda “sem motivo” de suas ações na Bolsa. Nos últimos 2 pregões, os papéis da varejista desabaram 30%, com alguns operadores de mercado sinalizando possibilidade de resultado fraco no 3° trimestre. Apesar da derrocada recente, vale lembrar que a ação registra no ano valorização de 294%. 

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“Tendo em vista as oscilações atípicas verificadas nas cotações de ações ordinárias de emissão da Companhia, e baseado no entendimento de que tais negociações decorrem de movimentos especulativos que não guardam qualquer relação com os fundamentos econômicos e à evolução dos resultados da companhia, a empresa decidiu antecipar a divulgação dos balanços”, informou a Magazine Luiza em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). 

A divulgação do balanço do 3° trimestre ocorrerá em 31 de outubro, antes da abertura do pregão, frente previsão anterior do dia 7 de novembro. A teleconferência será realizada no mesmo dia (31) às 11 (horário de Brasília). 

Pão de Açúcar (PCAR4)
A CVM determinou que o Grupo Pão de Açúcar faça pagamento de R$ 150 milhões a acionistas da Globex. Em uma análise preliminar, a decisão importaria na obrigação de efetuar um pagamento de aproximadamente R$ 150 mi, segundo comunicado.

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Em 25 de outubro, a Superintendência de Registro de Valores Mobiliários da CVM determinou que a companhia realize pagamento do valor adicional equivalente a 80% do valor efetivamente pago à Morzan a título de indenização aos demais acionistas de Globex que aderiram ao contrato de compra de ações que culminou na alienação de controle da companhia ou escolheram, no âmbito de sua OPA, a opção de pagamento mista. A GPA “está convencida de que a Decisão Arbitral não tem os efeitos atribuídos pela SRE, razão pela qual apresentará recurso ao Colegiado da CVM, com pedido de efeito suspensivo, visando à reforma da determinação”.

Oi (OIBR3; OIBR4)
O juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, em decisão da última segunda-feira, marcou para o próximo 16 de novembro, às 15h (horário de Brasília), a realização de audiência entre a Oi, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e a AGU (Advocacia Geral da União) para discutir questões relacionadas ao processo de mediação sobre as multas administrativas aplicadas pelo órgão regulador à operadora. 

Natura (NATU3)
A Natura registrou lucro líquido de R$ 73,1 milhões no 3° trimestre, queda de 44,5% na comparação com o mesmo período de 2015. A estimativa dos analistas consultados pela Bloomberg era de R$ 144,3 milhões. A receita líquida ficou em R$ 1,9 bilhão, recuo de 4,7% utilizando a mesma base de comparação. Analistas esperavam receita de R$ 2,06 bilhões. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado atingiu R$ 319,8 milhões no período, queda de 20%, enquanto a margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) ficou em 16,8%, frente 20% no 3° trimestre de 2015. 

O Itaú BBA espera reação negativa a resultados “muito fracos”, que “trouxeram evidências determinantes sobre os desafios futuros para Natura no Brasil”. 

Klabin (KLBN11)
A fabricante de papel e celulose Klabin teve lucro líquido de 31 milhões de reais no terceiro trimestre, revertendo prejuízo sofrido um ano antes, mas um desempenho que marcou forte queda na comparação com o resultado positivo do segundo trimestre deste ano.

A companhia teve geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 585 milhões de reais de julho a setembro, avanço de 13 por cento sobre o mesmo período do ano passado e alta de 9 por cento na comparação trimestral.

SulAmérica (SULA11)
A seguradora SulAmérica registrou lucro líquido de R$ 148,3 milhões no 3° trimestre, queda de 28,3% na comparação com o mesmo período de 2015. No período, eventos não recorrentes afetaram a base de comparação, como a mudança da alíquota de contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) em setembro do ano passado, venda de imóveis, e o efeito positivo em consequência da distribuição de juros sobre capital próprio. Excluindo esses efeitos, o lucro líquido teria subido 6,7% na comparação anual. A receita líquida da empresa avançou 6,8% no mesmo período de comparação, passada para R$ 4,44 bilhões.  

O BTG apontou que o resultado foi melhor do que o esperado, com o lucro líquido acima do consenso, reiterando recomendação de compra para os ativos. “A melhora da rentabilidade na área de seguro saúde, em meio a um cenário macro fraco, reforça o nossa visão ‘bullish’ (sem consenso) para a ação e deve desencadear uma resposta positiva no preço das ações”, aponta o Bradesco BBI. 

Locamérica (LCAM3)
A locadora de veículos Locamérica registrou lucro líquido de R$ 8 milhões no 3° trimestre, alta de 84% na comparação com o mesmo período de 2015. Segundo a empresa, a forte expansão da última linha do balanço deve-se à criação de iniciativas para melhoria do resultado de seminovos; a desalavancagem da empresa; a eficiência operacional; e o controle das despesas gerais e administrativas. A receita líquida da companhia cresceu 13% no período, para R$ 201,7 milhões.

Odontoprev (ODPV3)
A Odontoprev reportou lucro líquido de R$ 44,2 milhões no 3° trimestre, alta de 1,6% em relação a igual período de 2015. Analistas consultados pela Bloomberg estimavam lucro de R$ 50,7 milhões. A receita líquida avançou 8,5% em igual período de comparação, indo para R$ 44,6 milhões. O Ebitda caiu 15% na comparação anual, para R$ 64,4 milhões, contra estimativas de R$ 75,1 milhões. A margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) ficou em 18,7% no período, contra 23,8% no mesmo trimestre de 2015. 

O BTG aponta que o resultado foi muito fraco, destacando a forte queda do Ebitda; o banco mantém recomendação de venda para o ativo. O Santander destacou os custos substancialmente mais elevados da OdontoPrev, enquanto o Safra reforça que o forte crescimento dos planos individuais continuou impactando provisão para créditos de liquidação duvidosa.

O Itaú BBA aponta “combinação desagradável” de desempenho fraco do volume, aumento razoável na comparação anual no ticket médio e fraca rentabilidade. “Os desafios macro (especialmente o desemprego) estão, do nosso ponto de vista, colocando pressão sobre os resultados da empresa, principalmente com a maior frequência dos beneficiários”.

Estácio (ESTC3)
Chaim Zaher, maior acionista individual da Estácio  — e peça-chave na articulação do acordo de fusão com a Kroton Educacional — renunciou ao assento no Conselho de Administração da Companhia nesta quarta-feira. Thamila Zaher, filha do empresário e que futuramente será sucessora do presidente do Grupo SEB, também deixará sua posição como conselheira na universidade carioca.

Além disso, a empresa informou que o conselho de administração elegeu Leonardo Moretzsohn de Andrade como diretor financeiro da companhia, cargo até o momento ocupado por Pedro Thompson Landeira de Oliveira. Ele manterá sua função de diretor de relações com investidores.

Andrade é um executivo sênior, tendo ocupado cargos de alta administração em empresas brasileiras e multinacionais, no Brasil e no Exterior, tais como Vale S.A, Grupo EBX, Anglo American e Carta Fabril. Tem ampla experiência em finanças, planejamento, desenvolvimento e gestão nas áreas de mineração, recursos naturais, infraestrutura e bens de consumo, informou a empresa.

(Com Reuters e Bloomberg)