Santander lucra R$ 1,88 bi e mais 3 balanços; 6 recomendações e outras 8 notícias no radar

Confira os principais destaques corporativos desta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado nesta quarta-feira, entre continuidade da temporada de balanços do 3° trimestre, com destaque para os balanços do Santander, Vivo e Suzano, a renúncia do CEO da Natura e corte de rating da Samarco, joint venture entre Vale e BHP Billiton. Além disso, diversas recomendações agitam o mercado. Confira abaixo os principais destaques do mercado desta quarta-feira: 

Santander Brasil (SANB11)
O Santander Brasil teve lucro líquido de terceiro trimestre acima do esperado por analistas, em um resultado apoiado por reprecificação de empréstimos e venda de mais serviços financeiros que compensou o impacto de alta nas provisões para perdas com empréstimos.

O maior banco estrangeiro em operação no país divulgou nesta quarta-feira que lucro líquido gerencial de 1,884 bilhão de reais para o terceiro trimestre, ante resultado positivo no mesmo período de 2015 de 1,7 bilhão. Analistas, em média, esperavam lucro de 1,462 bilhão para os três meses encerrados em setembro, segundo pesquisa da Reuters. O banco teve receitas com prestação de serviços de 3,437 bilhões de reais no terceiro trimestre. Sobre o mesmo período do ano passado, a linha apresentou alta de 17,7 por cento e no comparativo trimestral houve aumento de 3,3 por cento nas receitas.

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Mas o índice de inadimplência subiu. O nível de operações de crédito vencidas há mais de 90 dias foi de 3,5 por cento ante 3,2 por cento no mesmo período de 2015 e no segundo trimestre deste ano. Como resultado, as provisões para perdas com crédito subiram 13 por cento sobre o segundo trimestre, para 2,837 bilhões de reais, nível mais alto em mais de três anos. O índice de cobertura, um indicador de reservas disponíveis, caiu 0,1 ponto percentual, para 198,1 por cento, o menor nível deste ano.

A primeira leitura do BTG é de que o resultado do Santander foi bom e melhor do que o esperado com forte NII. “Apesar da base ser mais baixa, o banco tem apresentado os melhores resultados entre os grandes nos últimos trimestres”, afirma o BTG.

Telefônica Brasil (VIVT4)
Dando sequência à temporada de balanços, a Telefônica Brasil encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 952,7 milhões, alta de 9,6% na comparação com o mesmo período de 2015. O desempenho melhor reflete o resultado operacional mais forte, em virtude das sinergias com a integração da GVT e a redução dos custos. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia totalizou R$ 3,41 bilhões no período, 8,8% superior ao registrado um ano antes. A margem Ebitda atingiu 31,9%, representando um aumento de 2,3 pontos percentuais frente ao mesmo período de 2015. A receita líquida ficou em R$ 10,69 bilhões, crescimento de 1,1% em bases anuais.

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Segundo o BTG, os números foram bons e em linha, confirmando papel como nosso top pick no setor. O destaque fica para a receita de serviços móveis, que mais que compensou a queda (esperada) de receita de serviços fixos. Além disso, a empresa também teve bom desempenho no corte de custos no trimestre, entregando forte aumento de 8,8% na comparação anual no Ebitda para R$ 3,4 bilhões.

Vale destacar que o presidente da companhia, Amos Genish, disse a repórteres em São Paulo que a empresa não está interessada em comprar a Sky. “Não é nosso objetivo comprar mais ativos no Brasil”, afirmou, destacando que a empresa quer “investir no futuro, não no passado. Para mim, o futuro é tornar a empresa mais digital”. Genish ainda afirmou que a transição para novo presidente está indo muito bem e deve ser concluída antes do final do ano, disse ele, que será substituído por Eduardo Navarro de Carvalho no ano que vem. 

Suzano (SUZB5)
A Suzano Papel e Celulose teve forte queda trimestral no resultado líquido entre julho e setembro, em um resultado impactado por variação cambial e pela queda nos preços da celulose, que também afetou rivais no país.

A empresa teve lucro líquido de 53 milhões de reais no terceiro trimestre depois de um resultado positivo três meses antes de 954 milhões de reais. Mas o desempenho conseguiu reverter o prejuízo de 959 milhões sofrido entre julho e setembro de 2015. Na semana passada, a rival Eldorado Brasil divulgou lucro de 11 milhões de reais para o terceiro trimestre, ante resultado positivo um ano antes de 334 milhões. A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) teve queda de 43 por cento.

Na Suzano, a queda do Ebitda na comparação anual foi de 48 por cento, a 767 milhões de reais em termos ajustados. “O resultado do segmento de celulose continuou sentindo as consequências de fatores exógenos (pressão no preço da celulose e apreciação do real ante o dólar)”, afirmou a Suzano no balanço, acrescentando que elevou seus preços para a China para 530 dólares a tonelada a partir deste mês, repetindo estratégia de aumento das rivais Fibria e Eldorado, que elevaram seus preços em 20 dólares. De acordo com o BTG, o resultado foi fraco. 

WEG (WEGE3)
A fabricante de motores elétricos e tintas industriais Weg teve lucro líquido de 257 milhões de reais no terceiro trimestre, uma queda de 3,2 por cento sobre o resultado obtido no mesmo período do ano passado.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de 338 milhões de reais, queda de 14,4 por cento na comparação o terceiro trimestre de 2015. A margem no período passou de 15,5 para 15,1 por cento.

Natura (NATU3)
A fabricante de cosméticos Natura informou nesta terça-feira que seu conselho de administração aceitou o pedido de renúncia do diretor-presidente da companhia, Roberto Lima. Em fato relevante, a companhia informou também que o conselho elegeu João Paulo Brotto Gonçalves Ferreira para ocupar o cargo no lugar de Lima, que deixa a Natura após dois anos.

Gonçalves, ocupou vários cargos na empresa, onde está há sete anos, o última deles a vice-presidência de redes, responsável pela área comercial, afirma o documento. De acordo com o Santander, a renúncia de Roberto Lima é negativa, uma vez que a estratégia da companhia de implementar mudanças para se recuperar ainda está no caminho. Assim, apesar da experiência da equipe de continuar a implantar o plano, as preocupações dos investidores devem aumentar após o anúncio. 

Bancos
O BB Investimentos revisou a recomendação para o setor financeiro, elevando a recomendação para o Bradesco (BBDC4) e para o ABC Brasil (ABCB4) de marketperform para outperform, mantendo Itaú Unibanco (ITUB4), Cielo (CIEL3) e Smiles (SMLE3) como outperform. Além disso, Banrisul (BRSR6) e Multiplus (MPLU3) seguem com recomendação marketperform e Santander Brasil underperform. Itaú e Cielo são top pick do setor financeiro. 

O novo preço-alvo do Bradesco passou de R$ 30,00 em 2016 para R$ 38,00 em 2017, enquanto do Itaú passou de R$ 35,50 em 2016 para R$ 43,50 este ano. O novo preço-alvo dos ativos ABCB4 é de R$ 17,50 para 2017, ante R$ 15,00 este ano. 

Copasa (CSMG3)
A Copasa teve sua recomendação elevada para outperform (desempenho acima da média) pelo Itaú BBA. O preço-alvo é de R$ 50,00. O Itaú BBA também manteve a recomendação outperform para a Sabesp (SBSP3), com preço-alvo de R$ 45,00. 

Multiplus (MPLU3)
A Multiplus teve a recomendação rebaixada pela Santander Corretora de compra para underperform, com o preço-alvo sendo rolado de R$ 39,00 em 2016 para R$ 50,00 em 2017. De acordo com os analistas, em meio à baixa perspectiva de crescimento do lucro por ação e com os múltiplos já esticados, a recomendação é que os investidores embolsem o lucro com os papéis. 

Cosan (CSAN3)
O UBS elevou o preço-alvo para as ações da Cosan de R$ 43 para R$ 47, mas rebaixou a recomendação dos ativos de compra para neutra após a forte alta dos papéis. 

Localiza (RENT3)
O BTG Pactual elevou a recomendação das ações da Localiza para compra. De acordo com os analistas do banco, os resultados do terceiro trimestre foram positivos e a queda de 8,5% registrada após o balanço foi injustificada. O preço-alvo para as ações é de R$ 50,00.  

PDG Realty (PDGR3)
A PDG Realty informou que ainda necessita de escopo mais amplo no processo de reestruturação de suas dívidas e, por isso, mantém conversas permanentes com os bancos para avaliar alternativas que possam concretizar os objetivos do processo, disse em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) esta noite. A incorporadora precisa de R$ 300 milhões para organizar suas contas de 2016, segundo reportagem do Valor Econômico desta terça-feira. 

Celulose Irani (RANI3)
A Celulose Irani informou na terça-feira que seu conselho de administração aprovou fazer uma oferta pública primária com esforços restritos de certificados de depósito de ações (units). 

Cada units representará uma ação ordinária e quatro ações preferenciais da companhia e serão listados no Nível 2 da BM&FBovespa, informou a Celulose Irani em fato relevante. Como a operação não será aberta ao público, dispensará receber registro prévio da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), informou a empresa.

Vale (VALE3; VALE5)
A agência de classificação de risco S&P Global rebaixou o rating de emissão de notas sênior com vencimento para 2023 da Samarco – joint venture entre Vale e BHP Billiton – de “CC” para “D” (calote), após a mineradora não ter pagado os juros dos títulos até o prazo final, que foi ontem. Segundo o comunicado da agência, a Samarco tem agora mais 30 dias para fazer o pagamento, mas dada a complicada situação da empresa e sua classificação já em calote, o cumprimento da obrigação parece improvável. 

Ainda sobre a Samarco, segundo o Valor, o Ibama alerta que uma nova onda de lama e rejeito de minério de ferro da Samarco deve avançar mais uma vez pelo Rio Doce, em Minas Gerais, e chegar até o Espírito Santo.

Oi (OIBR4)
O fundo de investimento americano Elliott Management trabalha neste momento para apresentar uma nova proposta pela Oi, ao conselho de administração da empresa no começo de novembro, informa o jornal Valor Econômico. O fundo, dedicado a empresas em dificuldades financeiras, havia apresentado uma oferta ao colegiado da empresa, que não avançou, em setembro. A disposição inicial de investimentos era de US$ 3 bilhões.  

CSN (CSNA3)
A CSN aplicará reajuste médio de 5 por cento a partir de novembro nos preços de aço, enquanto busca recompor custos mais elevados do setor, disse nesta terça-feira o diretor executivo da empresa, Luis Fernando Martinez. 

No começo do mês, duas fontes ouvidas pela Reuters afirmaram que as produtoras de aços planos estavam avisando distribuidores sobre reajuste de 5 por cento nos preços com previsão de entrada em vigor no fim deste mês, CSN entre elas. 

Para Martinez, a demanda por aço deve se recuperar em 2017 com um possível reaquecimento da economia brasileira. “Há uma demanda deprimida e os setores, desestocados. Acredito que aço pode dar um estirão e crescer mais que o PIB”, disse o executivo, responsável pelas áreas comerciais e de logística dos segmentos de siderurgia, cimentos e vendas especiais da CSN. Nesse contexto, a companhia retomou as operações do alto-forno 2 da usina de Volta Redonda (RJ) último dia 15 e, de acordo com Martinez, prevê alcançar o pico de produção do mesmo em até 15 dias.

Hypermarcas (HYPE3)
Conforme informa o Valor Econômico, a família Gonçalves está estudando a melhor forma de sair da Hypermarcas. A família decidiu sair do bloco de controle da Hypermarcas, e de seu conselho de administração, para ter liberdade de se desfazer das ações da empresa, o que até então não era permitido. De acordo com fonte ouvida pelo jornal, os sócios consideram a hipótese de vender sua parcela de forma gradual, ou usar parte dos papéis como garantia de pagamento de dívida. Ainda consideram, numa venda progressiva das ações, usar os recursos em negócios já controlados por eles, como um hotel e a fazenda da família, no norte de Goiás. 

Sofisa (SFSA4)
O Banco Sofisa informou que o leilão para aquisição de ações que viabilizou o fechamento de capital da empresa foi realizado com sucesso. Após a liquidação das operações no leilão, em 28 de outubro, os controladores do Sofisa, a família Burmaian, passarão a deter 99,09% ações preferenciais (PN) do banco. “As ações deixarão de integrar o Nível 2 da BM&FBovespa no dia imediatamente após o encerramento do leilão, passando ao segmento tradicional da BM&FBovespa até a manifestação da CVM [Comissão de Valores Mobiliários] quanto ao deferimento do cancelamento do registro”, informou o Sofisa.

Prumo (PRML3)
A Prumo convocou AGE (Assembleia Geral Extraordinária) para tratar de OPA e saída do Novo Mercado para 25 de novembro, às 10h, segundo comunicado. A AGE vai tratar da escolha da instituição ou empresa especializada que será responsável pela elaboração do laudo de avaliação das ações ON tendo em vista a intenção dos controladores de realizar OPA das ações em circulação “com o objetivo de cancelar o registro na categoria A perante a CVM, bem como permitir a saída do segmento de listagem especial do Novo Mercado. Os acionistas terão 3 opções de escolha: Brasil Plural, BR Partners Assessoria Financeira e Ernst & Young Assessoria Empresarial. Em 14 de outubro, Prumo disse que controladores querem realizar OPA das ações em circulação.

São Carlos (SCAR4)
Os acionistas controladores da São Carlos, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto da Veiga Sicupira, Marcel Herrmann Telles, Companhia Global de Imóveis (CGI) e Cedar Trade LLC informaram que a CVM autorizou doação, fora do mercado, de todas ações da São Carlos a seus herdeiros, segundo fato relevante. A decisão é fundamentada na Instrução CVM nº 560, diz São Carlos Transferência de ações não provocará alterações na estrutura dministrativa da São Carlos e não implicará mudança na estrutura de controle. As ações continuarão a ser regidas por acordo de acionistas a ser celebrado pelos herdeiros.

 (Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)