Eletrobras trocará 50 executivos que destruíram provas, 5 notícias sobre Petrobras e mais 7 empresas

Confira os destaques corporativos desta segunda-feira (24)

Lara Rizério

Usina Eólica Volta do Rio - Ceará *** Local Caption *** Vista dos aerogeradores durante a visita técnica à usina Eólica Volta do Rio no Ceará. Usina eólica conectada a SE SOBRAL III, Chesf. A usina pertence ao grupo Energimp S/A, controlado pela IMPSA WIND (Industrias Metalúrgicas Pescarmona S.A.).

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado nesta segunda-feira (24), com destaque para quatro notícias sobre Petrobras. Outra estatal, a Eletrobras também ganha destaque após notícia do Radar Online, da Veja, de que a elétrica trocará 50 executivos por eles terem destruído provas. Confira os destaques desta segunda-feira (24):

Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras informou nesta sexta-feira que seu conselho de administração aprovou acordos para encerrar quatro ações individuais propostas à Corte Federal de Nova York, em processos em que investidores buscam reparações pelo escândalo bilionário de corrupção envolvendo a petroleira. A Petrobras ressaltou acordos fechados com a Pimco Total Return Fund, uma das maiores detentoras de títulos da Petrobras, e com a Dodge & Cox, um dos maiores acionistas da companhia após o governo brasileiro.

A Petrobras, que se considera vítima no processo de corrupção, disse prever, atualmente, provisão de 353 milhões de dólares em função desses processos nos EUA. A empresa disse ainda que reconhecerá a provisão no balanço do terceiro trimestre, como resultado dos acordos e do estágio de negociações em andamento com outros autores de ações.

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“Esses acordos, cujos termos são confidenciais, não constituem qualquer reconhecimento de responsabilidade por parte da Petrobras, que continuará se defendendo firmemente nas demais ações em andamento…”, afirmou a estatal em fato relevante.

A empresa, que também fechou acordos com outros líderes de processos, como Janus Overseas Fund e Al Shams Investments, explicou ainda que os acertos têm como objetivo eliminar incertezas, ônus e custos ligados à continuidade das disputas. Investidores no exterior alegam que a Petrobras não os informou corretamente sobre as perdas relacionadas à corrupção, que ampliaram a pressão sobre os preços das ações. Essas ações individuais, informou a empresa, tramitam em conjunto com 23 outras ações similares e uma ação coletiva (class action) movidas contra a companhia perante a Corte Federal de Nova York. “No momento, não é possível fazer estimativa confiável sobre o desfecho da class action”, afirmou a empresa. 

Além disso, a elevação do rating da estatal pela agência de classificação de risco Moody’s na sexta de B3 para B2 e a mudança de perspectiva de negativa para estável foi comemorada pelo diretor de Estratégia da petroleira estatal, Nelson Silva. “É muito positivo ver que já existe uma percepção mais positiva com relação à qualidade de crédito da Petrobras”, disse o executivo a jornalistas, após participar de evento do setor de infraestrutura em São Paulo. Silva, entretanto, ponderou que a petroleira estatal tem ainda muito trabalho pela frente. “Temos ainda que executar o plano, entregar os resultados e esperamos que a percepção vá melhorando ao longo do tempo.”

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Apesar da melhora, o rating da Petrobras ainda continua sendo grau especulativo –o que significa que a companhia potencialmente enfrenta condições mais difíceis para fazer captações de títulos–, uma situação vivenciada há algum tempo, desde que a petroleira viu suas finanças se deteriorarem em meio a um escândalo de corrupção, elevado endividamento e queda nos preços do petróleo. 

A estatal ainda informou que seu Conselho de Administração aprovou a criação de um Comitê de Minoritários para acompanhar o processo de Revisão do Contrato de Cessão Onerosa. O Comitê será composto pelos dois conselheiros eleitos pelos acionistas minoritários, Guilherme Affonso Ferreira e Marcelo Mesquita de Siqueira Filho, e por um membro externo independente com notório conhecimento na área de análise técnico-financeira de projetos de investimento.

“A Petrobras entende que, devido à relevância do tema para a companhia, a criação de um comitê independente para acompanhar o processo de revisão está alinhada às melhores práticas de governança corporativa, garantindo a transparência e imparcialidade da operação para os acionistas não-controladores. O processo de revisão está em andamento desde as declarações de comercialidade, efetuadas entre dezembro de 2013 e dezembro de 2014, envolvendo representantes da Petrobras e, por parte da União, dos Ministérios de Minas e Energia e da Fazenda, além da ANP”, ressalta a empresa no comunicado.

Ainda no radar da empresa, a Liquigás, que está à venda pela Petrobras, colocou em leilão imóvel em Osasco por preço mínimo de R$ 76,1 milhões. 

Por fim, a Petrobras e petroleira francesa Total informaram nesta segunda-feira que os seus respectivos presidentes, Pedro Parente e Patrick Pouyanné, assinam no Rio de Janeiro um memorando de entendimento para consolidação de uma aliança estratégica nos segmentos de Exploração e Produção (E&P) e Gás e Energia (G&E). No acordo a ser assinado nesta segunda-feira, as empresas se comprometem a avaliar conjuntamente oportunidades no Brasil e no exterior em áreas chaves de interesse mútuo, “beneficiando-se de suas reconhecidas experiências em todos os segmentos da cadeia de óleo e gás”. 

Eletrobras (ELET3;ELET6)
Segundo informações da coluna Radar Online, da Veja, o resultado de uma investigação interna vai promover um estrago na Eletrobras e em suas subsidiárias. Segundo a coluna, cinquenta executivos serão trocados. Entre eles, um diretor da holding e o presidente da Eletronorte, Tito Cardoso. O motivo das demissões seria destruição de provas.

 Ainda no noticiário da estatal, a Folha de S. Paulo informa que o Ministério de Minas e Energia negocia com a Fazenda a liberação de mais R$ 1 bilhão em recursos do Tesouro para reforçar o caixa da Eletrobras ainda neste ano. A estatal já tinha conseguido R$ 3,5 bilhões, mas precisa de cerca de R$ 8 bilhões. 

Embraer (EMBR3)
De acordo com informações do jornal Valor Econômico, a Embraer negocia com a americana Surf Air uma encomenda que pode chegar a 50 aeronaves Phenom 300, negócio que, pelo preço de tabela, é avaliado em US$ 495 milhões.  

Usiminas (USIM5)
A Fitch Ratings elevou na sexta-feira a nota de crédito da Usiminas para “CCC” ante “RD” (sigla em inglês para calote restrito), citando melhora na flexibilidade financeira da empresa após a finalização da reestruturação de dívida e injeção de capital.

“Devido ao alongamento das datas de vencimento de 92 por cento da dívida da empresa, ela está agora em melhor posição para resistir à desaceleração severa na demanda por aço no Brasil”, disse a agência de classificação de risco.

De acordo com a Fitch, os novos ratings assumem que a companhia vai cumprir todas as exigências do acordo de dívida e terá acesso a pelo menos 700 milhões de reais do caixa mantido na Mineração Usiminas (Musa) até junho de 2017.

Oi (OIBR4)
O bilionário egípcio Naguib Sawiris e alguns credores da Oi estão considerando injetar 1,5 bilhão de dólares na operadora de telecomunicações em recuperação judicial, disseram duas fontes com conhecimento do assunto ouvidas pela Reuters.

De acordo com os termos do plano, que segue preliminar, o aporte de capital na Oi buscaria reduzir a dívida de 65,4 bilhões de reais da companhia e dar a Sawiris e seus parceiros uma fatia ao redor de 85 por cento da companhia brasileira, disseram as fontes. Os parceiros incluem cerca de 70 por cento das empresas detentoras de bônus da Oi assessoradas pela Moelis & Co.

O propósito do plano de Sawiris e detentores de bônus para a Oi é combater o controle dos atuais acionistas da operadora, incluindo a portuguesa Pharol e o fundo de investimentos Société Mondiale, bem como preparar uma potencial venda da companhia dentro de três anos, disse uma das fontes.

Vale (VALE3;VALE5)
Os preços do minério de ferro devem permanecer estáveis neste ano e no próximo, afirmou a jornalistas o presidente da mineradora brasileira Vale na sexta-feira, após participar do encerramento de um evento internacional de mineração no Rio de Janeiro.

O executivo, que acaba de retornar de uma viagem ao Japão, disse estar otimista em relação ao cenário econômico da Ásia, grande consumidora do minério de ferro, principal commodity da Vale. Ele pontuou que sua viagem à China neste ano também já havia sido “proveitosa”.

“Quando apresentamos o resultado do primeiro trimestre do ano, eu disse que eu tinha notado um mercado muito melhor… e realmente tivemos essa confirmação ao longo do ano… Acho que o cenário para o fim deste ano de 2016, de 2017, é de estabilidade dos preços”, disse Ferreira.

Braskem (BRKM5)
A Braskem prestou esclarecimentos sobre notícias veiculadas pela imprensa sobre aquisição da Cetrel. A companhia informou que não existe até o presente momento qualquer compromisso para a aquisição do referido ativo.

“A Braskem manterá seus acionistas e o mercado informados sobre qualquer evolução relevante do assunto”, destacou a petroquímica em comunicado.

Via Varejo (VVAR11)
Em relatório, o Deutsche Bank afirmou que a venda da Via Varejo poderia fazer sentido para a francesa Casino, uma vez que geraria valor ao lucro por ação e reduziria ainda mais a complexidade e a alavancagem.

Dada a baixa participação do Casino na Via Varejo, de 14% por meio do GPA, a venda desse negócio mesmo com um prêmio significativo teria um impacto limitado nos múltiplos SOTP. O impacto positivo deste negócio reside na maior simplificação da estrutura, reduzindo a alavancagem e levando a um acréscimo de 8% no lucro/ação esperado para 2017 e de 6% em 2018. No longo prazo, Casino poderia comprar a fatia do GPA na Cnova ou vender sua participação remanescente no GPA à Exito, ou Exito e GPA poderiam se fundir deixando o Casino com apenas uma subsidiária listada em bolsa. Em 19 de outubro, Bryan Garnier disse que o Casino poderia estar preparado para vender Via Varejo.

Prumo (PRML3)
A Prumo Logística divulgou nesta segunda-feira que, por meio da sua subsidiária Porto do Açu Operações, assinou contrato com a GranEnergia Navegação Ltda para a formação de uma parceria comercial.

De acordo com fato relevante, a parceria busca oferecer soluções integradas de serviços para as indústrias offshore e de logística, tais como reparo e manutenção naval; construção, manutenção e montagem de equipamentos diversos; e suporte logístico às operações de petróleo e gás, entre outros. A parceria será inicialmente instalada no Terminal 2 do Porto do Açu. A GranEnergia foi criada em 2011 e é uma empresa 100 por cento brasileira, controlada pela GranInvestimentos, holding da família Gradin, com investimentos nos setores de serviços de óleo e gás e logística integrada.

(Com Reuters e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.