PIB, PEC, ata do Copom e temporada de balanços: a última semana de outubro promete agitar o mercado

Investidor também deve estar atento à proximidade do final do prazo para a repatriação, que deve ajudar a pressionar ainda mais o dólar nos próximos pregões

Paula Barra

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SÃO PAULO – A última semana de outubro promete agitar o mercado, entre divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do 3o trimestre dos Estados Unidos, votação em 2o turno da PEC do teto dos gastos na Câmara e a ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que poderá trazer informações adicionais sobre os próximos passos da política monetária, especialmente em relação ao ritmo e à magnitude do ciclo atual. Além disso, a proximidade do final do prazo para repatriação pode alimentar o fluxo e contribuir para mais pressão no dólar frente ao real. Nesta semana, o dólar comercial encerrou em queda de 1,37%, na sua terceira semana consecutiva de perdas, a R$ 3,1606 na venda.

Segundo Juan Jensen, economista da 4E Consultoria, o movimento do câmbio dos últimos dias teve como questão fundamental a proximidade do prazo da repatriação dos bens e isso deve contribuir para trazer mais pressão na semana que vem. O prazo final é dia 31 de outubro. O governo prevê que a arrecadação atinja R$ 50 bilhões, mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, comentou que o volume de impostos poderá alcançar R$ 90 bilhões, ou quase 5 vezes o valor já arrecadado. 

Se essa projeção se confirmar, poderá ocorrer uma entrada súbita de dólares, embora, naturalemnte, não seja todo o recurso regularizado que virá para o país, alerta o diretor de câmbio da Wagner Investimentos, José Faria Júnior. Apesar de considerar essa possibilidade, ele comenta que a queda do dólar pode ser provisória, com os gráficos sinalizando um fortalecimento do Dollar Index, que pode abrir uma tendência de alta de longo prazo. Entre os fatores para a recente queda do dólar ele cita ainda o Copom mais cauteloso (corte mais suave de 0,25 ponto percentual) e a possível aprovação da PEC 241 na Câmara em segundo turno. 

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Agenda doméstica
Por aqui, o investidor deve ficar atento na próxima semana à divulgação da ata do Copom na próxima terça-feira (25), especialmente para buscar sinais em relação ao ritmo e à magnitude do ciclo atual. Para o economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, a retomada mais gradual da atividade, frustrando as expectativas, deverá contribuir para o processo de desinflação em curso, o que deverá levar o BC a acelerar o ritmo dos próximos cortes da Selic. Nesse sentido, o resultado da leitura final do IGP-M de outubro, a ser conhecido na próxima sexta-feira, poderá reforçar sua visão de desaceleração de inflação à frente.

No radar também a divulgação dos dados de mercado de trabalho de setembro, que mostrarão a continuidade do ajuste do emprego: a Pnad Contínua, na quarta-feira, deverá indicar que a taxa de desemprego chegou a 11,8% no período, e as informações do Caged, sem data definida, apontarão para saldo negativo de 10 mil vagas formais, projeta o Bradesco.

Do lado corporativo, a temporada de balanços do terceiro trimestre começa a ganhar força na semana quem vem, com os números de Lojas Renner (LREN3) logo na segunda-feira, após o pregão; Telefônica Brasil (VIVT4), no dia seguinte também após as atividades dos mercados; Natura (NATU3), OdontoPrev (ODPV3), Santander (SANB11) e Suzano (SUZB5) na quarta-feira, sendo as duas primeiras antes do pregão e as outras duas após o fechamento da Bolsa; Vale (VALE3; VALE5), Klabin (KLBN11), BRF (BRFS3), Hering (HGTX11), Pão de Açúcar (PCAR4), Raia Drogasil (RADL3) na quinta-feira, sendo as duas primeiras antes da abertura da Bovespa e as demais após a sessão; Ambev (ABEV3), Usiminas (USIM5) e Hypermarcas (HYPE3) encerram a semana com balanços na sexta-feira, sendo as duas primeiras antes do pregão (para mais informações sobre a temporada de balanços, clique aqui).

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Já no campo político, o destaque fica com a votação em segundo turno da PEC 241, que estabelece um limite para o aumento dos gatos públicos, na próxima quarta-feira (26). O mercado já considera a aprovação do texto, embora não com tanta folga como foi em primeiro turno, mas não devemos ter surpresas negativas, disse Jensen. Por outro lado, notícias sobre Eduardo Cunho e possíveis novas ações da Polícia Federal podem desestabilizar o mercado, comenta.

Destaques internacionais
No radar internacional, merece atenção do investidor a primeira prévia do PIB dos EUA para o terceiro trimestre, que será conhecida na sexta-feira (28). O mercado espera aceleração do ritmo de crescimento ante os três meses anteriores. “Assim, juntamente com os sinais adicionais de aperto do mercado de trabalho e aceleração da inflação, os dados deverão reforçar nossa expectativa de alta da taxa de juros dos EUA em dezembro”, comentou o economista-chefe do Bradesco.

Além disso, atenção para as divulgações das leituras preliminares dos índices PMI compostos da Área do Euro e dos Estados Unidos, na segunda e quarta-feira, nessa ordem, ambos de outubro, trazendo as primeiras informações acerca do desempenho dessas economias no quarto trimestre.