Petrobras avança, Localiza sobe 2% antes de balanço e PDG dispara 19%; veja mais destaques

Confira os destaques corporativos da sessão desta quarta-feira (19)

Paula Barra

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SÃO PAULO – A euforia dos investidores encontrou trégua no pregão desta terça-feira (19). Depois de subir 0,48% na máxima do dia, o Ibovespa virou e fechou em queda de 0,43%, a 63.505pontos, com a prisão de Eduardo Cunha gerando desconforto no mercado de que uma possível delação premiada dele atinja alguém do governo federal. Com o movimento negativo, 17 das 58 ações do índice fecharam em alta. 

Apesar da pausa no rali, projeções de especialistas já consideram que o Ibovespa pode buscar os 90.000 pontos até o fim deste ano. Na base para a disparada estão a mudança política do País, as perspectivas de ajuste fiscal, sobretudo depois da aprovação da PEC do teto de gastos em 1° turno pela Câmara, e o fato de os preços terem sido muito depreciados durante a crise do governo Dilma. 

As altas desta sessão foram lideradas pelas ações da Kroton, após o Congresso aprovar ontem o projeto que libera para o Ministério da Educação crédito suplementar de R$ 1,1 bilhão, dos quais R$ 702 milhões serão destinados para o Fies. Na esteira, apareciam as ações da Localiza, que subiam antes da divulgação de resultados. Amanhã inicia a temporada de balanços do 3° trimestre. Do outro lado, figuravam entre as maiores quedas os papéis da Cosan, CSN e Natura. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 18,99, +1,06%PETR4, R$ 17,62, +1,15%)
As ações da Petrobras amenizaram os ganhos nesta tarde, juntamente com o movimento do Ibovespa enquanto os preços do petróleo seguiram em forte alta no exterior, após surpresa com a divulgação dos estoques de petróleo nos Estados Unidos. Esse foi o quinto pregão seguido de alta da estatal, acumulando no período alta de 11% no caso das ações ordinárias e ganhos de 14% para os ativos preferenciais. 

O Departamento de Energia dos EUA informou que os estoques de petróleo do país caíram 5,25 milhões de barris na semana encerrada em 14 de outubro. Analistas consultados pela Bloomberg esperavam crescimento de 2,2 milhões de barris. O último dado divulgado havia apontado para uma alta de 4,85 milhões de barris. Em reação, os contratos do petróleo Brent subiram 1,7%, a US$ 52,57 o barril neste momento, enquanto o WTI avançou 2,6%, a US$ 51,60 o barril. 

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Vale destacar que, nesta manhã, o UBS ajustou o modelo para as ações da Petrobras após a política de preços, elevando o preço-alvo para 12 meses das ações PETR3 de R$ 18,80 para R$ 21,60 e para PETR4 de R$ 19,00 para R$ 21,80. 

A Petrobras ainda teve aval do Cade à venda da NTS a Grupo Brookfield. A venda de 90% do capital da Nova Transportadora do Sudeste pela Petrobras para Nova Infraestrutura FIP, fundo constituído e gerido pela Brookfield Brasil Asset Management foi aprovada sem restrições pelo Cade. O negócio envolve transferência de toda a malha existente de gasodutos de transporte detida pela Petrobras na região sudeste, com exceção dos ativos do Espírito Santo.

Usiminas (USIM5, R$ 3,68, +0,82%)
As ações da Usiminas subiram forte após ter sua 
recomendação elevada de underperform para market perform pelo Itaú BBA. “Estamos atualizando nossos modelos para CSN e Usiminas para incorporar um cenário mais construtivo para a demanda de aço no Brasil (crescimento de 10% em 2017)”, segundo relatório.

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“Reconhecemos que CSN e Usiminas têm uma forte alavancagem financeira e operacional para uma recuperação da economia brasileira, mas note que o forte desempenho acumulado no ano (ações têm ganho médio de 150% desde 1 de Janeiro) limita de alguma forma um potencial significativo de valorização. Também vemos espaço limitado para que qualquer das duas empresas distribuírem dividendos nos próximos anos, até a desalavancagem de seus balanços”, afirmam os analistas do banco.

O Itaú BBA introduziu preço-alvo no fim de 2017 para a Usiminas de R$ 4 por ação (R$ 1,50 no fim de 2016), para a CSN (CSNA3, R$ 10,32, +2,73%) de R$ 7 por ação (R$ 4 no fim de 2016). A Gerdau (GGBR4, R$ 10,15, +1,30%) permanece como top pick no setor, sendo mantida com recomendação outperform (preço-alvo para o fim de 2017 de R$ 11 por ação). 

Vale (VALE3, R$ 18,62, -0,80%; VALE5, R$ 17,16, -1,10%)
Destaque ainda para as ações da Vale, que depois de manhã positiva viraram para queda. Hoje, o preço do minério de ferro negociado em Qingdao recuou 0,07%, a US$ 58,37 a tonelada métrica. Ainda no radar da empresa, a Samarco, joint venture controlada por Vale e BHP, poderia obter licenças e reiniciar sua operação em meados de 2017, confirmou a assessoria de imprensa da Vale na noite de ontem.  Clovis Torres, diretor-executivo da Vale, havia sido citado em matéria do Valor mais cedo sobre o assunto.

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A mineradora e seus proprietários estão trabalhando para retomar a produção tão rapidamente quanto possível, utilizando cavas exauridas para armazenar rejeitos. O plano de retomada com revisão da licença daria para Samarco de 3 anos de expectativa de vida, disse Torres. No mês passado, Peter Poppinga, diretor de ferrosos da Vale, disse que reinício seria mais provável até o final de 2017. A mineradora está com operações suspensas desde novembro, quando um rompimento de barragens de minérios matou mais de 19 pessoas. 

Gafisa (GFSA3, R$ 2,73, +6,23%)
As ações da Gafisa dispararam após a divulgação da prévia operacional. A construtora e incorporadora informou na terça-feira que seus lançamentos e vendas do terceiro trimestre cresceram na comparação anual, mas os distratos também avançaram fortemente. Os lançamentos da empresa entre julho e setembro somaram 736,4 milhões de reais, alta de 21,3 por cento ante mesma etapa de 2015 e de 35,1 por cento contra o trimestre anterior. O destaque foi o segmento Gafisa, que produz imóveis para famílias de rendas média e alta, que compensou com sobras o fraco desempenho da Tenda, para clientes de menor renda.

Já as vendas contratadas líquidas foram de 497 milhões de reais, alta de 1 por cento ano a ano e aumento de 9,4 por cento ante o segundo trimestre deste ano, também refletindo o melhor desempenho da divisão Gafisa. Segundo a companhia, no trimestre as vendas de lançamentos do ano representaram 63,2 por cento do total, enquanto vendas de produtos remanescentes foram responderam por 36,8 por cento.

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Segundo a Gafisa, seu estoque de imóveis a valor de mercado cresceu 6,7 por cento na comparação com o trimestre anterior. A Gafisa informou ainda que o volume de distratos da Tenda, quando os clientes desistem da compra de imóveis, foi de 25 por cento das vendas. Na mesma etapa de 2015, esse índice tinha sido de 14,6 por cento. O BTG Pactual destacou que os lançamentos da companhia e as vendas foram a surpresa positiva; os analistas seguem com recomendação de compra para os ativos, com preço-alvo de R$ 3,00. No relatório, os analistas também apontam que o IPO (Initial Public Offering) da Tenda está próximo de ocorrer. 

Construtoras
Além da Gafisa, outras construtoras registraram fortes ganhos nesta sessão, com destaque para Rossi (RSID3, R$ 4,32, +8,27%) e PDG Realty (PDGR3, R$ 3,00, +19,52%). Na máxima do dia, os papéis da PDG atingiram valorização de 21,51%, a R$ 3,05, com volume financeiro alcançando R$ 16,6 milhões nesta sessão, contra média diária de R$ 3,4 milhões nos últimos 21 pregões. Os papéis da Helbor (HBOR3, R$ 2,02, +2,54%), Direcional (DIRR3, R$ 5,56, +0,72%), Eztec (EZTC3, R$ 16,35, +2,06%) e Tecnisa (TCSA3, R$ 2,56, +1,99%) subiram mais de 1% hoje. 

Segundo o head de mercados de capitais da Eleven Financial, a euforia desses ativos hoje está muito relacionada com o alívio nos custos dos financiamentos, em meio à expectativa de redução da taxa básica de juros. O mercado aguarda que o Copom (Comitê de Política Monetária) decida nesta quarta-feira pela redução em 0,5 ponto percentual da taxa Selic. 

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Educacionais
As ações do setor educacional seguem em disparada na Bovespa. No final da sessão da última terça, os papéis aceleraram os ganhos após o Congresso aprovar R$ 702,5 milhões destinados ao FIES (Fundo de Investimento Estudantil). O governo publicou nesta quarta a lei que concede o crédito suplementar ao Ministério da Educação. 

Com isso, as ações da Estácio (ESTC3, R$ 20,00, +0,76%), Kroton (KROT3, R$ 16,90, +1,93%) e Anima (ANIM3, R$ 14,48, +3,43%) subiram forte. 

Sanepar (SAPR4, R$ 9,41, +4,67%)
As ações da Sanepar registraram alta hoje. O conselho de administração da companhia aprovou a oferta primária e secundária de ações preferenciais da companhia. A operação será coordenada pelo Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA e Votorantim, disse a companhia em comunicado enviado ao mercado. A empresa fará esforços para colocação das ações nos Estados Unidos para investidores qualificados. O preço por ação da oferta será fixado após a coleta de intenção dos investidores. 

Localiza (RENT3, R$ 41,72, +1,76%)
As ações da Localiza apareceram entre as maiores altas do Ibovespa nesta sessão, antes da divulgação dos resultados do 3° trimestre. Amanhã inicia a temporada de balanços, com os números da companhia. Para o BTG Pactual, o resultado deve surpreender positivamente os investidores, com projeção de crescimento de 5% do Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado na comparação anual, para R$ 252 milhões, guiado por uma nova rodada de forte (aceleração) dos volumes no segmento de aluguel de carros (RAC), que deve mostrar expansão de 15% na mesma base de comparação. O banco rolou no fim da semana passada o preço-alvo da ação de R$ 34,00 para R$ 47,00 para o fim de 2017, mantendo a recomendação neutra, devido ao limitado potencial de valorização. 

Taesa (TAEE11, R$ 20,90, +1,85%)
As units da Taesa registraram ganhos nesta sessão. No noticiário da empresa, o preço por ação em oferta secundária foi fixado em R$ 19,65. Com a definição do preço, montante total da oferta é de R$ 1,29 bilhão, segundo comunicado. 

A efetiva liquidação da oferta está programada para 24 de outubro. Os coordenadores da oferta são: Bank of America Merrill Lynch, BB-Banco de Investimento, Credit Suisse, Banco Modal e Banco Santander.

 A demanda foi cerca de três vezes o volume ofertado.  Cemig (CMIG4, R$ 9,07, +1,34%) e o fundo de investimento Coliseu colocaram à venda cerca de 65,7 milhões de units, sendo que 62% disso pertencem à primeira empresa. A partir da venda dos papéis, a Cemig fica com 31,5% da Taesa, e o FIP Coliseu possui fatia de 14,9%.

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 18,23, +2,24%)
As ações da BM&FBovespa subiram forte após a Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) adiar novamente, desta vez por pedido de vista, o julgamento do caso envolvendo a BM&FBovespa, no processo que trata da acusação de a bolsa ter usado critério fiscal equivocado na fusão que deu origem à companhia, em 2008, para pagar menos impostos.

Por isso, a empresa foi multada em cerca de R$ 1,1 bilhão. O Carf está julgando um recurso contra a multa. Com o pedido de vista, o caso será julgado em novembro, na próxima reunião da Câmara Superior do Carf.