Os 6 fatos que agitaram o mundo e você precisa saber na volta do feriado

Enquanto o mercado brasileiro ficou fechado por conta do feriado, bolsas nos exterior tiveram um dia agitado

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Enquanto o mercado brasileiro estava fechado devido ao feriado de Nossa Senhora Aparecida, uma série de eventos agitou o mundo e muitos deles devem ter impacto na Bovespa nesta quinta-feira (13). Para quem estava descansando nesta quarta e perdeu tudo isso, o InfoMoney separou os principais eventos do dia que você deveria saber:

1) Ata do Fomc
Provavelmente o evento mais esperado e mais importante de quarta-feira, a ata da última reunião do Fomc mostrou que “vários líderes” do Federal Reserve afirmam ser necessário elevar a taxa de juros nos Estados Unidos em breve. “Vários membros julgaram ser apropriado aumentar a meta para a taxa de juros relativamente logo caso a evolução econômica siga no caminho que o comitê espera”, diz o documento. “Notou-se que um argumento razoável poderia ser feito tanto para um aumento nesta reunião ou pela espera de alguma informação adicional sobre o mercado de trabalho e inflação”, continua o texto.

A ata mostra que a ideia de um aumento das taxas de juros tem se fortalecido, mas que o comitê de política do Fed decidiu, por enquanto, aguardar “mais evidências” do progresso contínuo em direção pleno emprego e inflação mais forte. Algumas autoridades do Fed também mostraram que esta declaração “pode ser mal interpretada”, como uma indicação de que “a passagem do tempo” em vez do acúmulo de evidências seria o fator-chave nas decisões do BC americano em reuniões futuras.

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O documento não mostra, porém, o que pesou na balança para que a maioria decidisse pela manutenção das taxas em setembro. O que provável é que tenha sido as perspectivas de inflação. “Muitos” membros comentaram que haviam poucos sinais de pressões inflacionistas surgindo, de acordo com a minuta do Fed. A expectativa dos membros é que a inflação permaneça abaixo da meta pelo menos até 2019.

Além disso, as autoridades disseram que os mais recentes dados de emprego mostraram uma “folga” no mercado de trabalho que o setor está se recuperando “apenas um ritmo modesto”. Isto sugeriu “proceder com cautela” com altas de juros, diz o documento.

2) Desempenho dos ADRs
O dia também foi volátil para os ADRs (American Depositary Receipt) brasileiros. O índice Brazil Titans 20, que reúne os principais ativos das companhias nacionais, não conseguiu acompanhar o movimento de Wall Street e teve queda de 0,45%, aos 19.073 pontos. Já os ativos PBR, que correspondem às ações ordinárias da Petrobras, recuaram 0,28%, a US$ 10,66, enquanto o PBR.A (ações preferenciais) caiu 0,63%, para US$ 9,50. A companhia acabou bastante pressionada pela queda do petróleo, que viu o barril tipo brent caindo 0,95%, a US$ 51,92, enquanto o WTI recuou 1,00%, para US$ 50,27.

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No caso da Vale, os ADRs ganharam força durante a tarde e subiram 0,69%, cotados a US$ 5,82, junto com a CSN , que avançou 1,27%, a US$ 3,20, e a Telefônica Brasil, que teve ganhos de 1,60%, a US$ 13,96. Enquanto isso, os ativos do Itaú Unibanco negociados em Nova York registraram perdas de 0,59%, para US$ 11,81, ao passo que o Bradesco caiu 1,36%, a US$ 9,45. Entre as quedas mais expressivas, chamaram atenção a Oi, que caiu 1,25%, para US$ 5,51, a Embraer, que teve queda de 1,72%, a US$ 17,17, e a Gafisa, que recuou 1,87%, em US$ 1,57. Para saber mais do desempenho dos ADRs durante o feriado, clique aqui.

3) Noticiário corporativo
Entre as poucas notícias do feriado no mundo corporativo, o novo presidente da Telefônica Brasil (VIVT4) e que vai assumir o cargo em janeiro de 2017, Eduardo Navarro, confirmou que a companhia tem interesse em adquirir alguns ativos da Oi (OIBR4), que passa por um momento de reestruturação após o pedido de recuperação judicial. As informações são do jornal O Globo.

“Se houver uma reestruturação da Oi, vamos olhar e ver como vai se desdobrar. A Oi tem muitos ativos em que temos interesse, como a infraestrutura no Rio e espectros de celular. Mas tem que esperar a Oi resolver a sua vida. Não é justo propor um fatiamento neste momento em que tenta se reerguer”, disse o executivo. Para saber mais, clique aqui.

4) Fala do presidente do Fed de Nova York
O presidente do Fed de Nova York, William Dudley, falou em um bate-papo no Conselho Empresarial do Estado de Nova York em Albany. Para ele, o provável caminho para a economia vai permitir ao banco central proceder com uma alta de juros lenta.

“Estamos em um ponto em que a expansão da economia tem bastante espaço ainda para preencher”, disse. “Acredito que nossa expansão pode durar pelo menos um pouco mais”, acrescentou. “A inflação está apenas um pouco abaixo da nossa meta, então acredito que podemos ser um pouco mais delicados pela frente em termos de gradualmente remover a acomodação da política monetária”.

Dudley disse ainda que o fato de a economia continuar gerando um sólido número de postos de emprego, apesar da taxa de desemprego relativamente estável, sugere que há pessoas antes classificadas como desencorajadas ou desalentadas que estão voltando para o mercado de trabalho. Para ele, isso significa que o Fed deve ser paciente com a elevação das taxas de juros porque o mercado de trabalho ainda não mostra sinais de que possa causar uma elevação indesejada da inflação.

“Essa é uma razão pela qual eu acredito que o Fed tem sido relativamente paciente em termos de elevação das taxas de juros este ano: há mais espaço no mercado de trabalho do que aquilo que a taxa de desemprego sugere”, declarou.

5) Novos dados de emprego nos EUA
Entre os indicadores, o dia teve a divulgação dos dados de criação de vagas nos EUA em agosto, que caiu para 5,44 milhões, após atingir uma marca recorde de 5,83 milhões no mês anterior. Apesar da queda, as aberturas dispararam para seus maiores níveis este ano. Um ano atrás o dado mostrou 5,31 milhões de novos empregos.

Estes dados não tiveram grande efeito no mercado, mas especialistas americanos sinalizaram que é um indicador importante para se ficar atento já que ele, junto com outros números do setor, ajuda a dar uma indicação mais clara de como está o mercado de trabalho, e, consequentemente, como o Fed vai reagir a isso na hora de decidir sobre a alta de juros no país.

6) Delcídio confirma propina a chapa Dilma-Temer
Em depoimento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS) confirmou na terça-feira (11), que a campanha da chapa Dilma Rousseff e Michel Temer à Presidência da República em 2014 foi abastecida com dinheiro desviado da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com as apurações da publicação, a fala de Delcídio reitera a acusação do executivo Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, que já havia afirmado em depoimento que houve pagamento de propina disfarçado de doação oficial à campanha de 2014.

O jornal, citando fontes próximas da investigação, afirma que o ex-senador disse ter certeza de que recursos oriundos de propina abasteceram a campanha da chapa Dilma-Temer em 2014 e que seria pouco provável que a petista não tivesse conhecimento do esquema. Delcídio ainda teria dito que a maior parte do dinheiro desviado de Belo Monte teria ido para o PMDB.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.