JBS dispara 6% e concessionária desaba 25% em um mês, com risco de calote iminente

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve sessão de forte alta nesta sessão quinta-feira (6), impulsionado tanto pelo cenário internacional quanto pelo noticiário doméstico. Em pregão de forte euforia, apenas 4 das 58 ações do índice encerraram no negativo: BB Seguridade, Cielo, CPFL Energia e Rumo.

Do lado positivo, destaque para as ações da Petrobras, que saltaram 4%, puxadas pelos preços do petróleo, que intensificaram os ganhos após surpresa positiva com os estoques de petróleo nos Estados Unidos.

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão: 

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Petrobras (PETR3, R$ 16,14, +3,40%; PETR4, R$ 14,45, +3,07%)
As ações da Petrobras dispararam, acompanhando os preços do petróleo no mercado internacional e de olho no pré-sal. Lá fora, o contrato futuro do Brent subiu 1,8%, a US$ 51,76 o barril, enquanto o WTI avançou 2,3%, a US$ 49,83 o barril. Os ativos aceleraram as altas após os dados do estoque de petróleo nos EUA, que apontaram queda de 2,98 milhões de barris, ante expectativa de alta de 1,06 milhão de barris. O indicador foi divulgado às 11h30 (horário de Brasília), momento que os papéis começaram a subir mais forte na Bovespa. 

No radar da estatal, está ainda a votação do projeto que desobriga a Petrobras a atuar como operadora exclusiva nas explorações do pré-sal sob o regime de partilha será realizada nesta quarta-feira, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Diante de obstruções da oposição e da necessidade de realizar uma sessão do Congresso Nacional na noite desta terça, a análise da proposta foi adiada para a quarta. O projeto desobriga a Petrobras de ser a operadora exclusiva em áreas do pré-sal sob regime de partilha, mas prevê que terá a preferência para operar blocos sob este regime.

Ainda no noticiário da estatal, a Petrobras reiniciou contratação de FPSO para projeto piloto Libra. A companhia confirmou o cancelamento do processo anterior, iniciado em 12 de agosto de 2015, que resultou em proposta com preço superior aos adotados no mercado internacional e acima da expectativa da Petrobras e seus parceiros. A Petrobras pediu à ANP isenção de alguns percentuais de conteúdo local no novo processo. O Consórcio de Libra prevê para o segundo semestre de 2020 a entrada em operação do sistema de produção. A FPSO deve ser contratado até o primeiro semestre de 2017. O consórcio é formado pela Petrobras (operadora, com 40%), Shell (20%), Total (20%),CNPC (10%), CNOOC (10%) e PPSA.

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Além disso, segundo matéria veiculada pelo Valor Econômico, a Petrobras identificou mais de 60 potenciais parceiros interessados em adquirir uma participação acionária na BR Distribuidora. Entre os investidores interessados estão investidores estratégicos e investidores financeiros, que estão recebendo o prospecto sobre o processo de venda, para o qual a petroleira contratou o Citi como agente financeiro. A Petrobras acredita que pode levantar mais de R$ 12 bilhões com a venda de uma fatia de 51% na distribuidora.

Segundo uma reportagem do Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a Petrobras está de olho em uma possível concentração do mercado de distribuição de combustíveis e, por isso, a tendência é que a Petrobras evite a escolha de uma das grandes empresas do setor, como a Ipiranga (Ultrapar) e Shell (Cosan). A BR responde por 45% do mercado de combustíveis no Brasil, líder de vendas, seguido pela Ipiranga (25,2%) e a Raízen (24,7%), formado pela Shell e pela Cosan.

JBS (JBSS3, R$ 12,86, +6,19%)
Apesar da falta de notícias no radar, as ações da JBS dispararam nesta sessão, fechando como a maior alta do Ibovepa. O volume financeiro movimentado com a ação também chamou atenção, ficando em R$ 151,4 milhões, contra média diária de R$ 82,6 milhões dos últimos 21 pregões

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Kroton (KROT3, R$ 15,65, +2,42%) e Estácio (ESTC3, R$ 18,35, +2,74%)
O Cade habilitou terceiras interessadas em ato Kroton-Estácio. Laureate, Anima (ANIM3), Ser Educacional (SEER3), Associação Nacional dos Centros Universitários e Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/MA) são habilitadas como terceiras interessadas no processo que tramita no órgão antitruste sobre a compra da Estácio pela Kroton. O Cade concedeu ainda prazo adicional de 15 dias para Laureate, Ser e Procon/MA apresentarem documentos e pareceres.

Ainda no setor, o Safra rebaixou a recomendação para as ações de educacionais. Kroton e Estácio tiveram a recomendação cortada para neutra, enquanto a Anima foi cortada para underperform. 

Triunfo (TPIS3, R$ 3,22, -4,73%)
As ações da Triunfo caíram 25% em um mês e renovaram hoje sua mínima desde o dia 4 de dezembro de 2015. Desde a máxima registrada este ano (4/05) até agora, os papéis já afundaram 42%. Ontem, a agência de classificação de risco Fitch cortou o rating nacional de longo prazo da empresa e de suas emissões de debêntures de “BB- (bra)” para “CC (bra)”. Segundo a agência, o rebaixamento se baseia na percepção de que a inadimplência de uma obrigação relevante da companhia nos próximos dez dias é provável.

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Em relatório, a Fitch explica que a companhia tem uma dívida no montante de R$ 160 milhões que vence em 15 de outubro e seus recursos em caixa mais fluxo de dividendos das subsidiárias operacionais a receber até a data de vencimento não são suficientes.

No começo deste mês, uma matéria da Agência Estado apontava que o inferno astral da Triunfo vai além do vencimento de dívidas de curto prazo. Ela é sócia de uma das empresas envolvidas na Operação Lava Jato (a UTC), entrou na mira do Ministério Público Federal por causa de uma obra e tem uma importante concessão de rodovia que vence no ano que vem. No meio disso tudo, ainda tem de conviver com a crise econômica que afeta a movimentação nas estradas e aeroportos.  

Além das renegociações de dívidas, a Triunfo tem outra preocupação imediata. Em meados do mês passado, o Ministério Público Federal entrou na Justiça com uma ação de improbidade administrativa por causa de supostas irregularidades cometidas em obras da nova subida da serra na BR-040, entre as cidades de Juiz de Fora (MG) e Petrópolis (RJ).

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Por causa desse pedido, a Concer – empresa do grupo que administra um trecho da rodovia BR-040 – teve bens bloqueados judicialmente por suspeita de superfaturamento nas obras. “Mas os únicos bens que a concessionária tem são 2 ambulâncias, 1 guincho e veículos leves”, destaca Bottarrelli, explicando que o governo está inadimplente com a empresa por causa dessa obra. Em 2013, a empresa assinou um aditivo com o governo para tocar a construção. 

“Pegamos uma dívida e tínhamos de pagar com o dinheiro que receberíamos do governo, mas os pagamentos foram suspensos no ano passado. Em maio deste ano, desmobilizamos uma obra de 2.500 pessoas num eixo importante para o País.” Hoje a empresa está renegociando a dívida da Concer com os bancos. A companhia já havia feito quatro de cinco túneis previstos no projeto. “Em algum momento terão de nos pagar por esse serviço, seja por meio de tarifa, prazo ou dinheiro.”

Questionado sobre a acusação de superfaturamento, ele explicou que o Tribunal de Contas da União (TCU) reclama de sobrepreço numa pintura antipichação que nem está pronta. “Esse superfaturamento não existe. Se acham que essa pintura é cara, que encontrem uma alternativa e nos apresente”, reclama Bottarelli. A concessão da Concer vence em 2021 e um dos objetivos do governo era renovar a concessão. Mas, diante da situação, a decisão virou uma incógnita.

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Log-In (LOGN3, R$ 3,21, -3,02%)
As ações da empresa de logística Log-In vivem seu inferno astral na Bovespa e renovaram hoje sua mínima histórica, em meio ao processo de reestruturação. Há seis meses, as ações da companhia “comemoravam” um acordo com bancos para reestruturar suas dívidas e de sua controlada Terminal de Vila Velha (TVV) de R$ 411 milhões. Naquele pregão (9/05), os papéis da empresa fecharam em alta de 19%, atingindo o maior patamar do ano. No entanto, as ações degringolaram na Bolsa de lá para cá e já acumulam queda no período de 
62%. Somente nos últimos 30 pregões a desvalorização foi de 32%.

Apesar da derrocada na Bovespa, ontem, a empresa informou que concluiu a reestruturação da sua estrutura organizacional. O novo desenho é resultado de um profundo estudo promovido pela Falconi, líder em consultoria de gestão, que abrangeu todas as áreas operacionais e administrativas da Log-In, disse a empresa em comunicado enviado ao mercado. “O redesenho da estrutura organizacional é parte de um conjunto de medidas (Reestruturação), voltadas para adequar o fluxo de caixa e a estrutura de capital da Companhia, e assim possibilitar a retomada (turnaround) consistente de seu plano de negócios”, informou.   

Itaúsa (ITSA4, R$ 8,48, +1,31%)
Em meio às notícias desta semana de que pode comprar a BR Distribuidora, a Itaúsa informou que está continuamente analisando operações e que não há qualquer decisão a ser comunicada. Ontem, as ações da holding do Itaú Unibanco caíram 1,41%, a R$ 8,37. 

Após a Bloomberg, o Estadão informa hoje que a holding de investimento das famílias Setubal e Vilella, em conjunto com a Cambuhy Investimentos, empresa de private equity da família Moreira Salles, está avaliando o negócio como uma possibilidade de diversificação de portfólio. A possível compra, aliás, poderia desequilibrar a relação entre a Itaúsa e o Itaú, como você pode conferir acessando esse link. 

São Martinho (SMTO3, R$ 60,82, +3,49%)
As ações da São Martinho tiveram a recomendação elevada de neutra para overweight (exposição acima da média) pelo JPMorgan. O preço-alvo é de R$ 70,00 por ação.  

Já a Cosan (CSAN3, R$ 39,68, +2,55%) segue com recomendação overweight e preço-alvo de R$ 52,00. As estimativas para o Ebitda da companhia foram elevadas. 

Lojas Renner (LREN3, R$ 24,94, +2,80%)
O Credit Suisse destacou por que as ações da Lojas Renner caíram tanto na véspera (-2,84%). Os analistas do banco apontaram que o resultados do terceiro trimestre deve ser fraco, incluindo a possibilidade de SSS negativo (queda entre 1% e 2%), o que seria o primeiro desde o primeiro trimestre de 2009. “A empresa já vem tendo um ano modesto, mas nenhuma nova desaceleração significativa era esperada para o terceiro trimestre de 2016. O maior culpado dessa expectativa de fracos resultados é a redução do volume de vendas, pois apesar de elas terem recuperado um pouco em setembro, após resultado muito fraco em agosto, no melhor dos casos, o SSS não deve passar dos 0%”.

De acordo com o Credit, esse resultado pode tornar a perspectiva mais preocupante, mas eles não acreditam que tenha havido qualquer alteração no modus operandi e nos fundamentos de longo prazo da empresa. “Assim, acreditamos que papel continue pressionado no curto prazo, mas se o selloff continuar, essa também pode ser uma oportunidade de compra para os investidores que olham mais o longo prazo”.

Oi (OIBR3, R$ 3,78, -0,79%; OIBR4, R$ 2,87, +1,77%)
As ações preferenciais da Oi – que possuem maior liquidez na Bolsa – saltaram até 6,74% nesta sessão, a R$ 3,01, mas perderam força ao longo do dia. Já os papéis ordinários, que subiram 3,67% na máxima do dia, a R$ 3,95, fecharam no campo negativo. 

A euforia inicial ocorreu em meio às expectativas de injeção de capital de R$ 10 bilhões. A Elliott Management, hedge fund liderado pelo bilionário Paul Singer, está em negociações para investir tanto quanto cerca de R$ 10 bilhões (US$ 3 bilhões) na Oi, afirmou a Bloomberg citando duas pessoas com conhecimento direto do assunto. Os fundos serão destinados para o pagamento da dívida e os investimentos, disseram as fontes.

O objetivo é manter a empresa intacta, reduzindo a sua dívida de US$ 20 bilhões, afirma a Bloomberg. A Elliott está tentando chegar a um plano de reestruturação que pode vencer disputas com credores e acionistas. A proposta não vinculativa é preliminar e o fundo ainda está fazendo a devida diligência, disse uma das fontes.

A agência de notícias ainda destaca que a empresa de Singer vê uma oportunidade para agir como um investidor independente, porque os credores têm se recusado a aceitar o plano de reestruturação da Oi, chamando-o de “desfavorável e provavelmente inaceitável”.

Embraer (EMBR3, R$ 14,45, +1,83%) e Marcopolo (POMO4, R$ 3,50, +2,64%)
As duas empresas avançam em negociações com o Irã, informa a Bloomberg; elas estão determinadas a contornar alguns obstáculos que ainda restaram, em decorrência das sanções recentemente levantadas pelos EUA ao Irã, para tentar fechar acordos bilionários para vender aviões e ônibus para o país do Oriente Médio. Vale mencionar que ontem as ações da Marcopolo subiram 5,57%, a R$ 3,41, enquanto os papéis da Embraer tiveram leve alta de 0,21%, a R$ 14,19. 

Segundo a reportagem, a Embraer está em negociações avançadas para vender ao menos 20 jatos E195 com preço listado total de mais de US$ 1 bilhão, segundo Mahdi Rounagh, alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores do Irã e, até recentemente, vice-embaixador do país em Brasília. Já a fabricante de ônibus Marcopolo negociando o fornecimento de parte das 27.000 unidades necessárias para renovar a frota iraniana, segundo Rounagh. Os bancos brasileiros relutam em negociar com o Irã, com medo de sofrer penalidades pelos EUA, mesmo após Washington ter retirado restrições para bancos não- americanos. A preocupação é que ativos e subsidiárias nos EUA poderiam classificá-los como bancos americanos, de acordo com dois executivos de bancos em Brasília.

Braskem (BRKM5, R$ 24,16, +2,63%)
As ações da Braskem “respiraram” após derrocada de 9% na véspera, quando seus papéis ficaram “ex-dividendos” de R$ 1 bilhão. A petroquímica distribuirá R$ 1,25715870797 em dividendos por ação, totalizando um pagamento R$ 1 bilhão, a partir do dia 11 de outubro. A remuneração será feita com base na composição acionária da última segunda-feira. O pagamento dos dividendos será realizado a partir do dia 11 de outubro. Vale lembrar que o papel da companhia disparou 10,29% no dia que a empresa fez o anúncio sobre o provento. 

Além disso, segundo a Folha de S. Paulo, a Braskem, indústria petroquímica que tem 38% de seu capital controlado pela Odebrecht, anunciou na segunda (3) que começou a negociar acordos nos EUA e no Brasil para encerrar processos em que é acusada de ter pago propina a políticos e executivos da Petrobras. Um dos nomes que a empresa deve citar como beneficiário de suborno é o do ex-ministro Antonio Palocci, que foi preso no último dia 26 no âmbito da Operação Lava Jato.  

Relatório da Polícia Federal levanta a suspeita de que a Braskem fez pagamentos ilícitos ao marqueteiro João Santana, que cuidou das últimas campanhas petistas. A suspeita em torno de Santana se baseia em registros encontrados no que a força-tarefa da Lava Jato chama de “departamento de propina” da Odebrecht.

Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 17,86, +1,19%; VALE5, R$ 15,69, +0,90%), Bradespar (BRAP4, R$ 10,45, +3,26%) – holding que detém participação na Vale – e siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 9,08, +2,60%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,61, +3,74%), CSN (CSNA3, R$ 9,66, +2,55%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,72, +3,91%) acompanharam o dia positivo no mercado doméstico e subiram, em semana de feriado na China.  

No radar, a Justiça de Minas Gerais aceitou nesta quarta-feira pleito da Nippon Steel e decidiu anular a reunião do conselho de administração da Usiminas que elegeu o executivo Sergio Leite como presidente da siderúrgica brasileira, afirmou uma fonte próxima do assunto.

A Nippon Steel, uma das controladoras da Usiminas, pedia na ação a anulação da reunião do conselho realizada em 25 de maio deste ano. Nesta reunião, o executivo Rômel de Souza, indicado pelo grupo japonês, foi substituído por Leite, que teve votos favoráveis do grupo rival Techint.