Petrobras de olho no pré-sal, 4 recomendações e mais 10 notícias no radar

Confira os principais destaques corporativos desta quarta-feira (5)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário desta quarta-feira é movimentado, com destaque para a votação do projeto que desobriga a Petrobras a atuar como operadora exclusiva nas explorações do pré-sal, enquanto a Cosan e a Hypermarcas venderam ativos. Além disso, destaque para a notícia da Folha de que a Braskem negocia delação no Brasil e nos EUA. Confira as principais notícias:

Braskem (BRKM5)
Segundo a Folha de S. Paulo, a Braskem, indústria petroquímica que tem 38% de seu capital controlado pela Odebrecht, anunciou na segunda (3) que começou a negociar acordos nos EUA e no Brasil para encerrar processos em que é acusada de ter pago propina a políticos e executivos da Petrobras.

 Um dos nomes que a empresa deve citar como beneficiário de suborno é o do ex-ministro Antonio Palocci, que foi preso no último dia 26 no âmbito da Operação Lava Jato.  

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Relatório da Polícia Federal levanta a suspeita de que a Braskem fez pagamentos ilícitos ao marqueteiro João Santana, que cuidou das últimas campanhas petistas. A suspeita em torno de Santana se baseia em registros encontrados no que a força-tarefa da Lava Jato chama de “departamento de propina” da Odebrecht.

Petrobras (PETR3; PETR4)
A votação do projeto que desobriga a Petrobras a atuar como operadora exclusiva nas explorações do pré-sal sob o regime de partilha será realizada nesta quarta-feira, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Diante de obstruções da oposição e da necessidade de realizar uma sessão do Congresso Nacional na noite desta terça, a análise da proposta foi adiada para a quarta.

Maia estimava iniciar a votação da proposta ainda nesta terça, mas no meio da tarde o líder do governo, Andre Moura (PSC-SE), já admitia a dificuldade de votar a matéria ainda nesta terça, uma vez que a pauta da Casa previa a votação de um outro projeto, sobre o Supersimples, antes da análise da proposta do pré-sal.

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“Como a oposição já anunciou o kit obstrução e às 19h nós temos que encerrar por conta da sessão do Congresso Nacional, então a ideia é que a gente possa tentar adiantar o máximo possível o pré-sal hoje, e se não concluir até as 19h, suspende (a sessão da Câmara) … e retomamos amanhã pela manhã”, disse o líder. Com isso, a votação passou para quarta.

O projeto desobriga a Petrobras de ser a operadora exclusiva em áreas do pré-sal sob regime de partilha, mas prevê que terá a preferência para operar blocos sob este regime.

Ainda no noticiário da estatal, a Petrobras reiniciou contratação de FPSO para projeto piloto Libra. A companhia confirmou o cancelamento do processo anterior, iniciado em 12 de agosto de 2015, que resultou em proposta com preço superior aos adotados no mercado internacional e acima da expectativa da Petrobras e seus parceiros.

A Petrobras pediu à ANP isenção de alguns percentuais de conteúdo local no novo processo. O Consórcio de Libra prevê para o segundo semestre de 2020 a entrada em operação do sistema de produção. A FPSO deve ser contratado até o primeiro semestre de 2017. O consórcio é formado pela Petrobras (operadora, com 40%), Shell (20%), Total (20%), CNPC (10%), CNOOC (10%) e PPSA.

Kroton (KROT3) e Estácio (ESTC3)
O Cade habilitou terceiras interessadas em ato Kroton-Estácio. Laureate, Anima (ANIM3), Ser Educacional (SEER3), Associação Nacional dos Centros Universitários e Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/MA) são habilitadas como terceiras interessadas no processo que tramita no órgão antitruste sobre a compra da Estácio pela Kroton. O Cade concedeu ainda prazo adicional de 15 dias para Laureate, Ser e Procon/MA apresentarem documentos e pareceres.

Ainda no setor, o Safra rebaixou a recomendação para as ações de educacionais. Kroton e Estácio tiveram a recomendação cortada para neutra, enquanto a Anima foi cortada para underperform. 

Itaúsa (ITSA4)
Em meio às notícias desta semana de que pode comprar a BR Distribuidora, a Itaúsa informou que está continuamente analisando operações e que não há qualquer decisão a ser comunicada. 

Após a Bloomberg, o Estadão informa hoje que a holding de investimento das famílias Setubal e Vilella, em conjunto com a Cambuhy Investimentos, empresa de private equity da família Moreira Salles, está avaliando o negócio como uma possibilidade de diversificação de portfólio. A possível compra, aliás, poderia desequilibrar a relação entre a Itaúsa e o Itaú, como você pode conferir acessando esse link. 

Oi (OIBR4)
Elliott Management, hedge fund liderado pelo bilionário Paul Singer, está em negociações para investir tanto quanto cerca de R$ 10 bilhões (US$ 3 bilhões) na Oi, afirmou a Bloomberg citando duas pessoas com conhecimento direto do assunto. Os fundos serão destinados para o pagamento da dívida e os investimentos, disseram as fontes.

O objetivo é manter a empresa intacta, reduzindo a sua dívida de US$ 20 bilhões, afirma a Bloomberg. A Elliott está tentando chegar a um plano de reestruturação que pode vencer disputas com credores e acionistas. A proposta não vinculativa é preliminar e o fundo ainda está fazendo a devida diligência, disse uma das fontes.

A agência de notícias ainda destaca que a empresa de Singer vê uma oportunidade para agir como um investidor independente, porque os credores têm se recusado a aceitar o plano de reestruturação da Oi, chamando-o de “desfavorável e provavelmente inaceitável”.

Hypermarcas (HYPE3)
A Hypermarcas concluiu nesta terça a venda de seu negócio de preservativos para a Reckitt Benckiser. A companhia já havia anunciado a venda em 29 de janeiro deste ano. A empresa informou ainda que recebeu da RB hoje o saldo remanescente do preço de aquisição, no valor de R$ 570,8 milhões, o qual foi atualizado no total do negócio, que atingiu R$ 705,8 milhões.

São Martinho (SMTO3)
As ações da São Martinho tiveram a recomenração elevada de neutra para overweight (exposição acima da média) pelo JPMorgan. O preço-alvo é de R$ 70,00 por ação.  

Já a Cosan (CSAN3) segue com recomendação overweight e preço-alvo de R$ 52,00. As estimativas para o Ebitda da companhia foram elevadas.  

Cosan (CSAN3)
A Cosan informou que vendeu para a Mansilla Participações 16,41% de sua participação na Radar, o que representa a alienação de 3.468.696 de ações de emissão da Radar Propriedades Agrícolas. Também foi vendida 515.059.188 ações de emissão da Radar II Propriedades Agrícolas, representativas de 62% do capital social da empresa.

Além disso, foi aprovada uma reorganização societária envolvendo a Radar e a Radar II, sendo que a Cosan continuará a deter a maioria do capital social votante das duas companhias. A expectativa é que a venda, que depende da aprovação do CADE, seja concluída ainda este ano. 

Lojas Renner (LREN3)
O Credit Suisse destacou por que as ações da Lojas Renner caíram tanto na véspera. Os analistas do banco apontaram que o resultados do terceiro trimestre deve ser fraco, incluindo a possibilidade de SSS negativo (queda entre 1% e 2%), o que seria o primeiro desde o primeiro trimestre de 2009. “A empresa já vem tendo um ano modesto, mas nenhuma nova desaceleração significativa era esperada para o terceiro trimestre de 2016. O maior culpado dessa expectativa de fracos resultados é a redução do volume de vendas, pois apesar de elas terem recuperado um pouco em setembro, após resultado muito fraco em agosto, no melhor dos casos, o SSS não deve passar dos 0%”.

De acordo com o Credit, esse resultado pode tornar a perspectiva mais preocupante, mas eles não acreditam que tenha havido qualquer alteração no modus operandi e nos fundamentos de longo prazo da empresa. “Assim, acreditamos que papel continue pressionado no curto prazo, mas se o sell-off continuar, essa também pode ser uma oportunidade de compra para os investidores que olham mais o longo prazo”.

Embraer (EMBR3) e Marcopolo (POMO4)
As duas empresas avançam em negociações com o Irã, informa a Bloomberg; elas estão determinadas a contornar alguns obstáculos que ainda restaram, em decorrência das sanções recentemente levantadas pelos EUA ao Irã, para tentar fechar acordos bilionários para vender aviões e ônibus para o país do Oriente Médio.

A Embraer está em negociações avançadas para vender ao menos 20 jatos E195 com preço listado total de mais de US$ 1 bilhão, segundo Mahdi Rounagh, alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores do Irã e, até recentemente, vice-embaixador do país em Brasília. Já a fabricante de ônibus Marcopolo negociando o fornecimento de parte das 27.000 unidades necessárias para renovar a frota iraniana, segundo Rounagh. Os bancos brasileiros relutam em negociar com o Irã, com medo de sofrer penalidades pelos EUA, mesmo após Washington ter retirado restrições para bancos não- americanos. A preocupação é que ativos e subsidiárias nos EUA poderiam classificá-los como bancos americanos, de acordo com dois executivos de bancos em Brasília.

BTG Pactual (BBTG11)
O fechamento de capital do BTG Pactual não está sendo considerado, disse o banco em comunicado em resposta à notícia publicada durante o fim de semana pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

“Trata-se de notícia meramente especulativa e não condizente com o presente momento. A notícia não é compatível com as reiteradas manifestações públicas do BTG Pactual quando este é questionado sobre eventual fechamento de capital”, disse o banco.

CCR (CCRO3)
A CCR ViaOeste e RodoNorte tiveram avalpara emissão de debênture incentivada para reembolso de despesas ou pagamento de dívidas associadas a projeto de duplicação da Rodovia Raposo Tavares (SP-270) do km 45 ao km 90 e outras obras.

A CCR RodoNorte também tem aval para emitir debênture incentivada para reembolso de gastos, despesas e/ou dívidas relacionadas à duplicação da rodovia BR-376, do km 456 ao 465; implantação de um novo dispositivo de Viaduto no Km 244 da BR-376 e aquisições de veículos de apoio a usuários

Os avais constam de portarias do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil publicadas no Diário Oficial. 

 (Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.