Os 2 eventos que podem fazer o investidor esquecer do Deutsche Bank em outubro

Mês trará importante decisão de política monetária e tramitação de medida essencial no Congresso

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Nos últimos dias, o mercado só falou na crise do Deutsche Bank, tornand-se previsível a queda do Ibovespa na semana. No entanto, outubro não deverá ser tão focado na crise do maior banco alemão. O evento que realmente roubará a cena será a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) no dia 21, para a qual os economistas projetam que comece um ciclo de corte de juros no Brasil. 

O Relatório Trimestral de Inflação divulgado pelo Banco Central no começo da semana teve entre seus destaques a mudança da projeção de inflação em 2017 de 4,7% para 4,4%. Depois que o documento saiu, o mercado entrou em um consenso de que a taxa de juros brasileira vai cair no fim deste mês, mas ainda fica alguma dúvida sobre a magnitude desse corte. 

A opinião de José Márcio Camargo, economista-chefe da Opus Asset, é de que o mercado está mais agressivo do que o Banco Central. “O corte deve ocorrer, mas não vejo 0,5 ponto percentual acontecendo”, afirma. 

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Outro evento que deve roubar as manchetes é a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241/2016, que limita o gasto público ao orçamento do ano anterior corrigido pela inflação do mesmo período. “Seria muito bom se a PEC já fosse aprovada na semana que vem”, diz Camargo. Ele acredita que será importante se atentar também para o texto que for aprovado. “A PEC tem que incluir todos os gastos, inclusive de saúde e educação. O corte tem que ser feito em todos os setores”, explica. 

Confira os principais eventos da agenda de outubro:

Copom
Mais importante indicador do mês, o Copom deve trazer um corte na Selic este mês, mas não há ainda consenso sobre o tamanho da redução nos juros. O sócio-gestor da Modal Asset, Luiz Eduardo Portella, afirmou que o RTI abriu espaço para que a queda do juro comece com uma redução de 0,5 pp na Selic na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) em outubro, o que levaria a taxa dos atuais 14,25% para 13,75%. Por outro lado, Maurício Oreng, estrategista-sênior do Rabobank, diz que apesar da comunicação visivelmente mais inclinada a um relaxamento da política monetária, segundo ele, o BC procurou passar um sinal de cautela ao avaliar as condições anteriormente colocadas para cortar juros. A decisão sairá no dia 21 de outubro, quarta-feira às 18h (horário de Brasília).  

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Teto dos gastos
Considerada a principal medida do ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a PEC do teto dos gastos deve ser aprovada na comissão especial da Câmara dos Deputados até o dia 11. Ou pelo menos essa é a expectativa do governo Temer. “Vamos tentar votar até os dias 10 e 11 a PEC do teto, que é fundamental. Essa é a ideia, votar o mais rápido possível na Comissão Especial para votarmos os dois turnos com a maior brevidade”, afirmou o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, na saída do encontro. 

IPCA
Na semana que vem, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de setembro será divulgado às 9h da sexta-feira (7). A expectativa mediana dos economistas é de avanço de 0,14% na inflação, contra 0,44% mostrados em agosto. Para José Márcio Camargo, o IPCA pode mexer na curva de juros quando sair, mas a menos que venha muito diferente do que os economistas esperam, registrando estabilidade, por exemplo, dificilmente mudará muito a decisão mais esperada do Banco Central, que é cortar os juros em 0,25 pp. 

Relatório de emprego
Também no dia 7, o relatório de emprego dos EUA deve mostrar a criação de 176 mil postos de trabalho em setembro, contra 151 mil criados em agosto. Já a taxa de desemprego deve permanecer estável em 4,9%. O dado não deve, contudo, mudar o cenário-base do mercado para o Federal Reserve, que é de apenas uma elevação de juros esse ano, de 0,25 pp.

Deutsche Bank
A crise no banco alemão deve continuar a agitar os noticiários, mas é difícil prever os próximos passos. “Em princípio, se continuarmos a ver fuga dos clientes do Deutsche e a multa vier muito grande, vai piorar mais o cenário e os mercados vão responder negativamente”, diz Camargo. Por outro lado, se ocorrer o contrário e um acordo for fechado entre o banco e a Justiça dos EUA para reduzir a multa para algo em torno de US$ 6 bilhões, por exemplo, as bolsas podem subir como ocorreu nesta sexta. 

Para ver a agenda completa da semana que vem, clique aqui.