Ibovespa Futuro abre em alta após debate nos EUA e relatório de inflação do BC

Indicador mais esperado pelo mercado na semana abre espaço para corte de juros e anima o mercado

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após um dia de queda para o principal índice acionário brasileiro, o Ibovespa Futuro iniciou a terça-feira (27) operando mais próximo da estabilidade. Às 9h03 (horário de Brasília), o índice acumulava alta de 0,2%, a 58.430 pontos. No radar dos investidores, destaque para o Relatório Trimestral de Inflação, que sinalizou um leve aumento nas projeções para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2016, para 7,3%, e redução para o ano seguinte — agora estimado em 4,4%.

Os contratos de juros futuros reagiram à divulgação do relatório da inflação e abriram em queda nesta sessão. No mesmo horário, os papéis com vencimento em janeiro de 2017 caíam para 13,79%, enquanto os DIs para janeiro de 2020 recuavam para 11,50%.

O mercado também acompanha a tramitação da PEC 241, que estabelece um limite para o crescimento dos gastos públicos. No exterior, o grande destaque ficou para o debate entre Hillary Clinton e Donald Trump, em que a democrata foi considerada vencedora, o que anima o mercado. Confira os destaques desta terça-feira: 

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1. Bolsas mundiais
As bolsas europeias têm um dia de leve queda, mas os mercados asiáticos e as moedas dos países emergentes registram um dia positivo após o debate presidencial entre Hillary Clinton e Donald Trump. O peso mexicano lidera alta contra o dólar entre as moedas emergentes após a democrata ser apontada em pesquisa como vencedora de debate com o republicado na noite da última segunda-feira. Em pesquisa realizada pela CNN, Hillary venceu o debate na opinião de 62% dos eleitores pesquisados; Trump saiu vencedor para 27%. Com isso, o S&P futuro tem leve alta; ações europeias revertem alta registrada mais cedo com DAX em destaque negativo, puxado por bancos e Volkswagen. As ações do Deutsche Bank seguem em queda, com baixa de quase 3%, em meio aos temores sobre a saúde financeira do maior banco alemão. Já na Ásia, destaque ainda para o os dados da China: o lucro das maiores empresas do setor industrial do país subiu 19,5% na comparação anual de agosto, depois de avançar 11% em julho, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) do país. O acréscimo no lucro foi o maior desde agosto de 2013.

Já o petróleo cai, devolvendo parte da alta de ontem, após Irã dizer que não vai congelar produção nos níveis atuais; o cobre recua e o níquel sobe.

 Às 07h48, este era o desempenho dos principais índices:

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* FTSE 100 (Reino Unido) -0,26%

* CAC-40 (França) -0,52%

*DAX (Alemanha) -0,81%

* Nikkei (Japão) 225 +0,84% (fechado)

*Xangai (China) +0,59% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) +1,09% (fechado)

*Dow Jones Futuro (EUA) +0,19%

*Petróleo brent -1,35%, a US$ 46,71 o barril

*Minério de ferro 62% Qingdao -0,24%, a US$ 56,63 a tonelada

2. Relatório Trimestral de Inflação
Depois do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) da última quinta-feira (22) fazer a curva de juros precificar um corte da Selic no Brasil no mês que vem, o mercado vai ter atenção redobrada para o Relatório Trimestral de Inflação. De acordo com o economista da Rio Bravo Investimentos, Evandro Buccini, as projeções do Banco Central contidas no relatório serão a parte mais importante a observar. “Se vier abaixo de 5% a inflação para o ano que vem, o BC vai cortar juros em outubro. Parece que a inflação fechada de setembro já vai ser boa”, afirma. O relatório será divulgado às 8h30 (horário de Brasília).

3. PEC do teto dos gastos
O presidente Michel Temer se reunirá amanhã (27) e quarta-feira (28) com líderes da base aliada da Câmara e do Senado para discutir projetos de interesse do governo e que estão em tramitação no Congresso Nacional, entre eles a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241/2016, que estabelece o limite para os gastos públicos de um ano como o gasto do ano anterior corrigido pela inflação. A primeira reunião, prevista para esta terça-feira, às 20h, no Palácio do Alvorada, tem confirmada, segundo a assessoria de Temer, a participação de ministros. Esta será a primeira vez que o presidente reunirá sua equipe na residência oficial do Alvorada, de onde a ex-presidente Dilma Rousseff se mudou há algumas semanas.

4. Lava Jato
Segundo informações da Folha, apesar de ser aconselhado por assessores a demitir seu ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o presidente Michel Temer avaliou que tomar essa medida seria uma admissão oficial de que seu assessor vazou uma operação da Lava Jato e decidiu mantê-lo no cargo. No domingo, Moraes afirmou que haveria mais uma etapa da Lava Jato esta semana, o que acabou ocorrendo na segunda-feira e culminou com a prisão de Antonio Palocci. Com essa “antecipação”, proposital ou não, o governo foi acusado de usar a operação politicamente. 

5. Noticiário corporativo
No noticiário corporativo, a diretoria do Bradesco propôs ao Conselho de Administração o pagamento extraordinário de R$ 3,32 bilhões em juros sobre o capital próprio relativos ao terceiro trimestre. Já a CCX confirma liquidação financeira do saldo remanescente do valor total estabelecido para venda de ativos da CCX Colombia para Yildirim; as companhias apresentarão ao tribunal arbitral pedido de arquivamento, dispensa e encerramento da arbitragem. A Gafisa, por sua vez, apontou que não há decisão definitiva sobre oferta pública da Tenda.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.