Os 5 eventos que vão agitar o mercado nesta semana

Veja o que de mais essencial você precisa saber antes de começar a operar nesta segunda-feira

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – A agenda econômica brasileira é movimentada nesta semana, com destaque para o Relatório Trimestral de Inflação a ser divulgado na próxima terça-feira, além do trâmite para a aprovação da PEC do teto de gastos. Contudo, nesta segunda-feira, os mercados ficam de olho no exterior, com a expectativa pelo debate presidencial nos EUA e também da nossa fase da Lava Jato, que prendeu o ex-ministro Antonio Palocci. Confira os destaques desta segunda-feira e desta semana:

1. Bolsas mundiais
As bolsas mundiais têm um dia de forte aversão ao risco, de olho em dois eventos principais: a reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) que ocorrerá nesta semana e o debate desta noite entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos Hillary Clinton e Donald Trump; eles aparecem empatados com 46% das intenções de voto na última pesquisa divulgada antes do debate. Além disso, atenção para a fala do presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, em Bruxelas, às 11h (horário de Brasília). A segunda-feira ainda traz dados de moradias nos EUA.

Já na Europa, a sessão é de forte queda, com destaque negativo novamente para as ações do Deutsche Bank, que têm baixa superior a 6% após a revista alemã Focussaid afirmar que relatórios do governo do país tinham excluído qualquer auxílio estatal para o banco. O Deutsche negou que seu CEO, John Cryan, teria pedido à chanceler Angela Merkel ajuda para o banco. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

 Já no mercado de commodities, o petróleo brent é negociado em forte alta, após despencar 4% na sexta; a Arábia Saudita abriu a porta para acordo futuro, apesar de não esperar entendimento em encontro na Argélia quarta-feira.

Às 07h55, este era o desempenho dos principais índices:

*FTSE 100 (Reino Unido) -1,11%

Continua depois da publicidade

*CAC-40 (França) -1,57%

*DAX (Alemanha) -1,45%

*Nikkei (Japão) 225 -1,25% (fechado)

*Xangai (China) -1,74% (fechado)

*Hang Seng (Hong Kong) -1,56% (fechado)

*Dow Jones futuro -0,46%

*Petróleo brent +1,63%, a US$ 46,64 o barril

2. Operação Lava Jato
A semana já teve início com a Operação Lava Jato deflagrando a sua 35ª fase, a Ormetà. 
Entre os principais alvos está o ex-ministro Antonio Palocci, que foi preso em São Paulo. As suspeitas sobre Palocci surgiram na delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Costa afirmou que, em 2010, Alberto Youssef, que está preso na PF em Curitiba, lhe pediu R$ 2 milhões da cota de propinas do PP para a campanha presidencial da ex-presidente Dilma Rousseff. O pedido teria sido feito por encomenda de Palocci.

“Há indícios de que o ex-ministro atuou de forma direta a propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial nas mais diversas áreas de contratação com o Poder Público, tendo sido ele próprio e personagens de seu grupo político beneficiados com vultosos valores ilícitos”, afirmou a Polícia Federal.

3. Agenda econômica
Depois do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) da última quinta-feira (22) fazer a curva de juros precificar um corte da Selic no Brasil no mês que vem, o mercado vai ter atenção redobrada para o Relatório Trimestral de Inflação. De acordo com o economista da Rio Bravo Investimentos, Evandro Buccini, as projeções do Banco Central contidas no relatório serão a parte mais importante a observar. “Se vier abaixo de 5% a inflação para o ano que vem, o BC vai cortar juros em outubro. Parece que a inflação fechada de setembro já vai ser boa”, afirma. O relatório será divulgado às 8h30 (horário de Brasília) da terça-feira (27).

Outro evento importante da semana será o anúncio do resultado consolidado das contas públicas em agosto, que será determinante para acompanhar se o governo vai conseguir cumprir a meta de 2016, de déficit primário de R$ 170,5 bilhões. Caso a União ultrapasse esse limite, enviará um péssimo sinal para o mercado, podendo até incorrer em novos rebaixamentos do rating soberano do Brasil pelas principais agências avaliadoras de risco internacionais. O dado sai na sexta-feira (30) às 10h30. 

Considerada a principal medida do ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241/2016 do teto dos gastos pode ser aprovada em comissão nesta semana. Mas o caminho para ela começar a vigorar ainda é longo: são duas votações no plenário na Câmara dos Deputados, uma análise mais votação em comissão especial no Senado e duas votações em plenário no Senado. Até lá, muitas emendas podem ser feitas na PEC, de modo que economistas como Evandro Buccini veem como essencial que se atente para qual será o texto final da proposta se ela for efetivamente aprovada. 

Já nesta segunda, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, faz palestra na FEA- USP, São Paulo, às 8:45. À tarde, participa de encontro com Paulo Skaf, presidente da Fiesp, para apresentar o Plano de Negócios e Gestão da Petrobras 2017-2021, São Paulo, às 14:00. 

4. Dados dos EUA
A terceira e última estimativa da variação do PIB dos EUA no segundo trimestre será anunciada ao mercado às 9h30 da quinta-feira (28). A economia norte-americana cresceu 1,1% no primeiro trimestre deste ano, e avançou 1,2% no segundo trimestre de acordo com a prévia anterior.

Já o indicador de inflação mais acompanhado pelo Fed, o núcleo do PCE relativo a agosto será divulgado na próxima sexta-feira (30) às 9h30. Em julho, o PCE mostrou um leve avanço de 0,1% na inflação dos EUA.

5. Destaques corporativos
A Oi deu entrada com um requerimento solicitando a instauração de processo de mediação, para tentar um acordo, com a Anatel, que está entre os maiores credores da companhia, com R$ 11 bilhões dos R$ 65 bilhões em passivos que a Oi tem. Enquanto isso, a CPFL Energia informou que a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, venderá sua participação de 29,4% na empresa para a State Grid. Já a Comgás elegeu Rafael Bergman como novo diretor estatutário da companhia. Além disso, a Profarma adquiriu a Drogaria Rosário da Brasil Pharma. Para conferir mais detalhes, clique aqui.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.