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SÃO PAULO – A decisão do Fomc (Federal Open Market Committee) foi tomada e já está claro que os juros nos Estados Unidos devem subir só em dezembro mesmo, um evento totalmente precificado. Resolvida essa questão que foi fonte de muita volatilidade nas últimas semanas, o mercado brasileiro voltará a olhar para o cenário doméstico em uma semana de agenda cheia por aqui.
O principal evento a se acompanhar será a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central, que deve dar o ultimato sobre a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de outubro. O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) da quinta-feira (22) fez a curva de juros precificar corte da Selic no Brasil no mês que vem. De acordo com o economista da Rio Bravo Investimentos, Evandro Buccini, as projeções do Banco Central contidas no relatório serão a parte mais importante a observar. “Se vier abaixo de 5% a inflação para o ano que vem, o BC vai cortar juros em outubro. Parece que a inflação fechada de setembro já vai ser boa”, afirma.
Apesar disso, Buccini ainda acredita que o BC vai manter as projeções de inflação entre 5,5% e 5% em 2017, e aposta em queda dos juros apenas em novembro.
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O investidor também não pode deixar de acompanhar o que acontece no Congresso. Há uma boa expectativa de que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241/2016, que limita o gasto do governo em um ano ao gasto do ano anterior corrigido pela inflação, seja aprovada em comissão especial na Câmara até a sexta-feira (30), antes das eleições municipais. “A previsão atual era de que a PEC fosse aprovada só depois das eleições. Se vier antes é uma boa notícia. Nós já sabemos que o orçamento do ano que vem está moldado com as regras dela, mas com a aprovação poderemos começar a conversar sobre a próxima PEC, que é da reforma da previdência”, explica o economista.
Entre outros destaques dos próximos dias estão a divulgação do resultado primário consolidado das contas públicas de agosto no Brasil e o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA.
Confira os principais eventos da agenda da próxima semana:
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Relatório de Inflação
Mais importante indicador da semana, o relatório mostrará de que maneira o BC vê a inflação brasileira no terceiro trimestre de 2016. Economistas veem como os principais pontos do documento as projeções da autoridade monetária para o IPCA em cada ano e as conclusões no fim do texto. O relatório será divulgado às 8h30 (horário de Brasília) da terça-feira (27).
Teto dos gastos
Considerada a principal medida do ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a PEC do teto dos gastos pode ser aprovada em comissão na semana que vem. Mas o caminho para ela começar a vigorar ainda é longo: são duas votações no plenário na Câmara dos Deputados, uma análise mais votação em comissão especial no Senado e duas votações em plenário no Senado. Até lá, muitas emendas podem ser feitas na PEC, de modo que economistas como Evandro Buccini veem como essencial que se atente para qual será o texto final da proposta se ela for efetivamente aprovada.
Resultado fiscal
O resultado consolidado das contas públicas em agosto será importante para acompanhar se o governo vai conseguir cumprir a meta de 2016, de déficit primário de R$ 170,5 bilhões. Caso a União ultrapasse esse limite, enviará um péssimo sinal para o mercado, podendo até incorrer em novos rebaixamentos do rating soberano do Brasil pelas principais agências avaliadoras de risco internacionais. O dado sai na sexta-feira (30) às 10h30.
PIB dos EUA
A terceira e última estimativa da variação do PIB dos EUA no segundo trimestre será anunciada ao mercado às 9h30 da quinta-feira (28). A economia norte-americana cresceu 1,1% no primeiro trimestre deste ano, e avançou 1,2% no segundo trimestre de acordo com a prévia anterior.
Núcleo do PCE
Indicador de inflação mais acompanhado pelo Fed, o núcleo do PCE relativo a agosto será divulgado na próxima sexta-feira (30) às 9h30. Em julho, o PCE mostrou um leve avanço de 0,1% na inflação dos EUA.
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