Petrobras sobe 2%, Fibria afunda 4% e small cap dispara 54% após cancelar aumento de capital

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa subiu nesta quinta-feira (22), com as bolsas dos mercados emergentes ganhando força por conta da decisão do Federal Reserve e do banco central japonês de ontem. O mercado doméstico se animou também com as chances de aprovação do ajuste fiscal, enquanto o noticiário foi dominado pela prisão do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. 

O índice, no entanto, fechou distante da máxima, com alta de 0,97%, a 58.962 pontos nesta sessão, enquanto o dólar ganhou força frente ao real. O contrato futuro da moeda negociado na BM&FBovespa, com vencimento em outubro, marcava alta de 0,54%, a R$ 3,230.

Segundo o diretor da mesa de trade da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer, a redução dos ganhos da Bolsa e o aumento das compras de dólar ocorreram por preocupações com as eleições norte-americanas. Apesar disso, as ações das exportadoras seguiram no campo negativo nesta sessão, com os papéis da Fibria liderando as perdas do Ibovespa. 

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Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 15,54, +1,30%; PETR4, R$ 14,00, +2,49%)
As ações da Petrobras acompanharam a alta dos preços do petróleo e uma elevação de recomendação pelo GBM para “market perform” (desempenho em linha com a média). Os papéis da companhia já tiveram preço-alvo revisto para cima ou elevação de recomendação por ao menos sete instituições financeiras de peso nas últimas três semanas. Lá fora, os preços do petróleo subiram cerca de 2%, em rali pelo segundo pregão seguido, após surpresa com a queda dos estoques de petróleo nos Estados Unidos e à espera de conversas na próxima semana entre a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e outros produtores da commodity sobre corte no excesso de produção. 

Ainda no noticiário da companhia, destaque para as informações de que a venda da fatia da estatal na Braskem depende de uma negociação com os futuros sócios remanescentes para que sejam transferidos ao comprador vários direitos que a estatal tem na direção da companhia. Conforme conta o jornal Folha de S. Paulo, sem a negociação, a cúpula da estatal avalia que a venda perderia valor de mercado e não faria sentido. 

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Gol (GOLL4, R$ 6,82, +8,43%)
As ações da Gol dispararam até 10,81%, a R$ 6,97, nesta sessão, acumulando ganhos de 19% nos últimos dois pregões, na esteira de uma elevação de recomendação de venda para compra dada ontem pelo UBS, enquanto o preço-alvo passou de R$ 2,00 para R$ 10,50, uma elevação de 425% e com uma potencial de valorização de 79% em relação ao fechamento da última terça-feira.

O banco destaca melhores perspectivas para a companhia levando em conta a apreciação recente do real (que alivia a pressão de custos), preços do petróleo abaixo de US$ 50,00 o barril. “Ao mesmo tempo que acreditamos que a estabilidade política do Brasil e a melhor perspectiva econômica estabilizará a demanda, nós avaliamos que a capacidade de racionalização das companhias aéreas irão impulsionar maiores rendimentos”, ressaltam os analistas. 

Exportadoras 
As ações das exportadoras caíram forte hoje, apesar da virada para cima do dólar. As ações da Fibria (FIBR3, R$ 20,90, -4,39%) lideravam as perdas do Ibovespa nesta tarde. Do setor de papel e celulose, Suzano (SUZB5, R$ 9,50, -0,84%) também registrou queda hoje. 

Ontem, a Fibria anunciou ajustes na expansão da fábrica de Três Lagoas (MS), projeto conhecido como Horizonte 2. A expansão física atingiu 54% e o investimento total foi reduzido de US$ 2,5 bilhões para US$ 2,3 bilhões. A empresa informou, em nota, que a capacidade de produção está mantida em 1,95 milhão de toneladas de celulose por ano e que o ajuste nos aportes ocorre em decorrência de ganhos de eficiência, produtividade e negociações. Segundo a nota, as obras seguem dentro do cronograma. A previsão para conclusão é mantida para o início do quarto trimestre de 2017.

Segundo afirmou o diretor de finanças e relações com investidores da empresa, a posição de caixa da Fibria, em torno de US$ 870 milhões, mais os financiamentos já contratados, além da própria geração de caixa livre da empresa, são suficientes para a execução do Projeto Horizonte 2. O diretor Comercial destacou que a demanda por celulose foi boa em agosto e setembro e que os preços não tem mais espaço para cair.

Em relatório, os analistas do BTG Pactual reiteraram recomendação de compra para Fibria, ainda vendo potencial de alta de 27%, considerando o dólar no patamar de R$ 3,30, mesmo sabendo de todos os riscos de curto prazo e falta de triggers para a ação.

Localiza (RENT3, R$ 40,73, -2,47%)
As ações da Localiza caíram até 3,54% nesta sessão, indo a R$ 40,28, sem motivo aparente. Segundo o BTG Pactual, o papel tem pesado nos últimos dias e os analistas acreditam que trata-se de um movimento de realização de muitos investidores que concordam que acima de R$ 40,00 há um potencial de alta limitado, a não ser que haja um cenário muito diferente de custo de capital ou perspectiva para atividade.

Diante do movimento, eles abriram nesta tarde call de compra na ação, antes de resultado do 3° trimestre (previsto para ser divulgado dia 20 de outubro). Os analistas comentaram que veem o papel negociando um pouco acima de 18,5 vezes em 2017 (acima do valuation histórico), mas estão considerando cerca de 5% a 10% de potencial de alta frente aos números do consenso (com riscos de upside adicional). 

Eles destacam 4 fatores para o trade: 1) um trimestre forte, com lucro líquido potencialmente ao redor de R$ 100 milhões, indicando que a companhia estaria a caminho de entregar algo perto de R$ 400 milhões por ano (consenso tem revisado para cima e está em torno de R$ 380 milhões e R$ 390 milhões); 2) expectativa de que os volumes da divisão RAC venham mais acelerados, potencialmente melhores que o avanço de 14% na comparação anual no 2° trimestre, com taxa de utilização seguindo alta; 3) nada muito novo em Seminovos, com margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) ao redor dos 5% e depreciação aumentando gradualmente; e 4) o trimestre deve gerar uma revisão adicional para cima em receita da divisão RAC

Shoppings
As ações da Aliansce (ALSC3, R$ 15,83, +0,83%), BR Malls (BRML3, R$ 12,64, +1,61%), Iguatemi (IGTA3, R$ 29,48, -0,57%) e Multiplan (MULT3, R$ 63,03, -0,05%) tiveram a recomendação rebaixada de manutenção para ‘reduzir’ pelo HSBC.

Imobiliárias
Na contramão da maior parte das revisões do dia, as ações de Cyrela (CYRE3, R$ 10,27, -0,29%) e Gafisa (GFSA3, R$ 2,50, +4,17%) tiveram recomendação elevada de “neutra” para “compra” pelos analistas do BTG Pactual. 

Em relatório revisando o setor, os analistas ressaltam que, de maneira geral, acreditam que o cenário desafiador de falta de crédito, juros altos e demanda fraca vai continuar pressionando os ROEs (Retorno sobre Patrimônio Líquido) das construtoras, com números ruins de vendas e grandes descontos. Por isso, eles comentaram que preferem as empresas desalavancadas de média/alta renda, como Eztec (EZTC3, R$ 15,89, +1,60%) e Cyrela, e as empresas de baixa renda mais barata, como Direcional (DIRR3, R$ 6,00, +1,35%) e Gafisa.

Eles destacaram ainda que a dinâmica das empresas de baixa renda são completamente diferentes e vão continuar se beneficiando do Minha Casa, Minha Vida. Após revisar todos os modelos, eles decidiram também rebaixar a recomendação da Even (EVEN3, R$ 4,17, -0,71%) para neutro, enquanto Direcional e Eztec seguem como suas top picks do setor. 

Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 17,55, -0,57%; VALE5, R$ 15,24, -0,20%) viraram para queda nesta tarde, descolando do movimento do minério de ferro e do Ibovespa. Hoje, commodity cotada no Porto de Qingdao, na China, com 62% de pureza fechou em alta de 0,84%, a US$ 56,34 a tonelada seca. 

O movimento era acompanhado também pelos papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 9,93, -0,70%) – holding que detém participação na Vale – e pelas siderúrgicas, que operavam entre ganhos e perdas, com Gerdau (GGBR4, R$ 8,70, -0,80%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,61, -2,17%), Usiminas (USIM5, R$ 3,64, -0,27%) e CSN (CSNA3, R$ 8,90, +0,45%). 

No radar, a Vale reafirmou o primeiro embarque de minério de S11D para janeiro de 2017. O comissionamento do projeto S11D está no prazo, disse Luiz Meriz, gerente executivo de transporte e comercialização de minério de ferro da da Vale, em conferência em Dalian, China. 

Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,22, +1,60%)
O Itaú Unibanco informou que “vem mantendo discussões com o Grupo Citibank em relação à aquisição de suas operações de varejo no Brasil”, segundo comunicado enviado à CVM na noite de quarta-feira. O movimento positivo das ações do Itaú também é visto nos demais papéis de bancos nesta sessão, com Bradesco (BBDC4, R$ 29,67, +1,92%), Santander (SANB11, R$ 21,91, +0,41%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,45, +0,47%). 

Em comunicado, o Itaú ressalta que, até o presente momento, não houve qualquer transação ou contrato de compra e venda firmado com o Grupo Citibank e esclarece ainda que comunicará imediatamente a conclusão de qualquer negociação” Na quarta-feira, a Bloomberg News disse, citando fontes com conhecimento direto do assunto, que Citigroup está em negociações exclusivas para vender atividades de varejo no Brasil ao Itaú Unibanco. Conversas similares estão sendo travadas com o Banco Santander sobre a unidade do Citi na Argentina.

Oi (OIBR3, R$ 3,43, +0,59%; OIBR4, R$ 2,49, +0,81%)
A DirecTV Latin America, controlada pela americana AT&T e dona da Sky no Brasil, considera todas as possibilidades de negócios para complementar a operação da Sky e reconhece Oi, Nextel e Tim como possibilidades de aquisição, disse ao Valor Econômico Jeffery McElfresh, presidente da DirecTV Latin America. 

McElfresh disse ao jornal que tem se reunido com governo brasileiro e Anatel em busca de informações sobre estabilização da macroeconomia e clareza do ambiente regulatório, considerados fundamentais para que grupo decida fazer mais aportes no país. 

Outra notícia importante foi que a companhia publicou em seu website a lista completa e atualizada de seus credores. Para acessar todas as informações divulgadas pela Oi referentes ao processo de recuperação judicial, basta clicar aqui.

Por fim, também ganha destaque a multa de US$ 1,25 milhão pela pela Securities and Exchange Commission (SEC, órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos) à Phrarol (antiga Portugal Telecom), maior acionista individual da brasileira. A punição ocorreu por falha na comunicação do risco de crédito de investimento em papéis da Rio Forte, empresa do Grupo Espírito Santo (GES). 

Em meio ao processo de fusão com a Oi, a antiga PT investiu em títulos podres da falida Rio Forte, o que gerou um rombo de US$ 897 milhões no seu caixa. O problema veio à tona poucos meses após o aumento de capital da Oi, parte do processo de fusão. A dívida levou a uma reconfiguração da operação entre a brasileira e a portuguesa. A SEC informou que, após investigação, detectou diversas falhas nas demonstrações financeiras da companhia portuguesa referentes a 2013. “Como resultado dessas falhas, os investidores da PT foram impedidos de ter um retrato completo dos riscos resultantes dos investimentos da companhia em instrumentos de dívida do GES“, diz o órgão norte-americano.

OSX Brasil (OSXB3, R$ 14,85, -0,34%)
As ações da OSX Brasil afundaram até 5% após a Polícia Federal deflagrar nesta manhã a 34ª fase da Operação Lava Jato, que tem como um dos alvos a OSX. O nome “Arquivo X” dado à investigação policial é referência ao grupo EBX, de Eike Batista. Neste momento, a força-tarefa concede entrevista em Curitiba para detalhar essa fase da Operação (confira aqui).  

Em depoimento ao MPF, Eike declarou que, em 1º de novembro de 2012, recebeu pedido do então ministro Guido Mantega para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões ao PT. Para operacionalizar o repasse da quantia, o executivo da OSX foi procurado e firmou contrato ideologicamente falso com empresa ligada a publicitários já denunciados na Operação Lava Jato por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes (veja aqui mais informações). 

Vitalyze.Me (VTLM3, R$ 1,85, +54,17%)
As ações da Vitalyze.Me Saúde e Tecnologia fecharam na máxima do dia, após a companhia cancelar um aumento de capital. O volume financeiro atinge R$ 1,9 milhão, contra média diária de R$ 189 mil dos últimos 21 pregões. 

A companhia cancelou o aumento de capital que havia sido aprovado pelo seu conselho no dia 15 de julho. “Em razão da queda no preço das ações da Companhia, que levou o valor para patamar inferior ao da subscrição, o Conselho de Administração decidiu pelo cancelamento do aumento de capital em curso”, disse a empresa em comunicado. A companhia informou ainda que os eventuais valores pagos a título de subscrição do aumento de capital serão restituídos aos titulares dos respectivos recibos de subscrição no prazo de cinco dias úteis. Nos últimos trinta dias, as ações da companhia acumulam perdas de 52,57% na Bolsa, sendo 25% nos últimos sete dias. Atualmente os papéis estão cotados a R$ 1,20.