Siderúrgicas e Vale saltam até 7% e exportadoras afundam 4%; small cap dispara 15% em 4 dias

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa viveu dia de euforia após decisão do Federal Reserve e discurso de Janet Yellen acalmarem os ânimos dos investidores sobre uma possibilidade de alta de juros nos Estados Unidos mais cedo que o previsto. Segundo a chairwoman, o comitê “escolheu esperar” por uma evidência maior de novos progressos” no mercado de trabalho e inflação. 

A reação no mercado foi imediata, com o índice renovando sua máxima diária após discurso de Yellen. Nesta quarta-feira, o benchmark encerrou em alta de 1,19%, retomando para os 58.423 pontos, marcando sua terceira alta seguida, impulsionado pela ações ligadas a commodities. As siderúrgicas e Vale lideraram os ganhos do índice, com altas de até 7%. Na ponta negativa, as exportadoras, com Fibria e Suzano, apareceram entre as maiores quedas, penalizadas pelo movimento mais forte de queda do dólar frente ao real visto nesta tarde. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

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Vale 
As ações da Vale (VALE3, R$ 17,65, +5,69%; VALE5, R$ 15,23, +6,06%) e Bradespar (BRAP4, R$ 10,00, +3,63%) – holding que detém participação na Vale – subiram hoje, entre recomendação elevada, alta do minério de ferro e possível venda de parte de negócio de fertilizantes. Hoje, o minério de ferro cotado no Porto de Qingdao, na China, avançou 0,18%, a US$ 55,87 a tonelada. 

Acompanharam o movimento as ações das siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 8,81, +6,14%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,69, +5,43%), Usiminas (USIM5, R$ 3,65, +7,35%) e CSN (CSNA3, R$ 8,89, +4,71%). 

A Vale teve a recomendação elevada de underweight (exposição abaixo da média do mercado) para equalweight (exposição em linha com o mercado) pelo Barclays, que elevou o preço-alvo para o ADR de US$ 3,50 para US$ 4,00.  

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Destaque ainda para a notícia da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, de que o Conselho de administração da Vale vai aprovar hoje a venda de dois terços de sua área de fertilizantes para a americana Mosaic, em transação de US$ 3 bilhões.

Petrobras (PETR3, R$ 15,34, +1,93%; PETR4, R$ 13,66, +1,19%)
As ações da Petrobras aceleraram os ganhos após decisão do Federal Reserve e fala de Janet Yellen. Minutos antes, os papéis praticamente zeraram a alta, ignorando a valorização de cerca de 2% dos preços do petróleo no mercado internacional e uma enxurrada de revisões de recomendações da estatal. 

A Petrobras teve a sua recomendação elevada pela Raymond James de underperform para marketperform. Outra casa que elevou a recomendação para a companhia foi o BB Investimentos, que tem recomendação outperform para os papéis. Além disso, o Santander elevou o preço-alvo para as ações da estatal de R$ 20,00 para R$ 21,00 para 2017, na esteira no Plano de Negócios 2017-2021. De acordo com o Santander, o novo plano trouxe diversas notícias positivas, como maior pragmatismo, desalavancagem, corte significativo do capex (despesas de capital), um plano de desinvestimento mais realista, meta de produção mais pragmática no curto prazo e premissas macroeconômicas mais realistas. Contudo, os analistas apontam um ambicioso programa de cortes e de metas de produção no longo prazo que devem ser monitoradas de perto. Já o BTG Pactual, em relatório de estratégia para o mês, manteve o Brasil overweight e adicionou a Petrobras em seu portfólio mensal, baseado na expectativa de um melhor ambiente regulatório e confiança na nova gestão da estatal.  

Nesta tarde, o presidente da estatal, Pedro Parente, disse que não há decisão sobre os preços dos combustíveis, durante evento no Rio de Janeiro. Segundo ele, a empresa ainda está definindo exatamente qual será essa política. Segundo informações reveladas mais cedo pelo G1, a Petrobras deveria anunciar até o fim do ano uma redução no preço da gasolina. A queda do preço estaria em estudo pela companhia. A intenção seria anunciar a medida junto com uma nova política de preços para os combustíveis, dizia o portal.

Itaú Unibanco e Santander
O Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,65, +0,96%) estaria negociando com exclusividade a operação de varejo do Citibank no Brasil, apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Fontes não sabem afirmar se o Santander Brasil (SANB11, R$ 21,82, +0,74%) continua no páreo, mas alegam que o interesse dos espanhóis pelo ativo diminuiu, facilitando a chegada do concorrente, que teria feito uma oferta maior.

Tanto o presidente do Citi no Brasil, Hélio Magalhães, quanto o presidente do Itaú, Roberto Setubal, estão em Nova York neste momento, conforme fonte, e estariam negociando os detalhes finais da aquisição. Enquanto isso, o presidente do Santander, Sérgio Rial, estaria em Madri, de acordo com outra fonte. A permanência do Itaú até o final da disputa pelo Citi chamou a atenção do mercado, que sempre considerou o Santander como favorito em levar o ativo. Uma fonte da agência diz, porém, que a oferta feita pelo espanhol teria sido “baixíssima”. Confira mais clicando aqui.  Já segundo o Valor Econômico, o Santander obteve exclusividade para negociar a unidade de varejo do Citi na Argentina. 

Gol (GOLL4, R$ 6,29, +7,34%)
As ações da Gol dispararam após ter sua recomendação elevada de venda para compra pelo UBS.

Sobre o setor de aviação, o BTG Pactual destacou reportagem do O Globo com o presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Eduardo Sanovicz, que pediu ontem ao secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, em reunião no Ministério da Fazenda, que o governo mantenha os contratos de “leasing” (aluguel) de aeronaves feitos na Irlanda com alíquota zero de tributação. Segundo o BTG, há boas chances de exceções serem abertas para o setor, que já está com a rentabilidade mto deprimida.

Sanepar (SAPR4, R$ 7,86, +6,50%) 
As ações da Sanepar disparam 15% em 4 pregões, renovando hoje a máxima histórica de fechamento, na esteira de uma notícia de que 
a Assembleia Legislativa (AL) do Paraná aprovou no início da semana a venda de ações ordinárias das empresas públicas e sociedades de economia mista, sem precisar passar antes por um aval da Assembleia. O Estado Paranaense assegura, no entanto, que manterá o controle das companhias—60% da Sanepar e mais de 50% da Copel. Atualmente, ele é dono de 74% e de 58,5%, respectivamente. 

Helbor (HBOR3, R$ 2,04, -3,77%)
As ações da Helbor afundaram após o conselho de administração da companhia aprovar aumento de capital no valor de até R$ 120 milhões, com a emissão de 68,2 milhões de ações ordinárias, ao preço de R$ 1,76 por papel. O objetivo do aumento, segundo a companhia, é fortalecer sua estrutura de capital para reduzir seu endividamento líquido e, consequentemente, o atual nível de alavancagem.

Segundo analistas do BTG Pactual, a leitura é negativa para a operação por conta do preço descontado e diluição implícita dos minoritários, embora entendam que o movimento de capitalização era necessário (acreditando que poderia ser ainda maior). Pelos cálculos do banco, com o direito de subscrição a R$ 1,76 (17% abaixo do preço do papel), a diluição será entre 23% e 27%. O banco manteve recomendação neutra na ação.

Caso as ações sejam subscritas em sua integralidade, o capital social da Helbor passará a ser de R$ 926,3 milhões, divididos em 325,881 milhões de ações ordinárias. Os acionistas controladores da companhia, Hélio Borenstein Administração Participação e Comércio e Henrique Borenstein se comprometeram a aportar um valor de até R$ 70 milhões mediante a subscrição de até 39,7 milhões de ações.

Oi (OIBR3, R$ 3,38, 0,0%; OIBR4, R$ 2,47, -1,59%)
As ações da Oi dispararam até 10% com interesse da América Móvil. Segundo o jornal Valor Econômico, o grupo mexicano América Móvil, dono da Claro/Net e Embratel no Brasil, tem interesse em comprar a Oi como um negócio total ou em partes. Tudo dependerá do que a companhia vai liberar para venda, do que a regulamentação brasileira permitir e do preço, disse ao jornal o CEO do grupo, Daniel Hajj. Ao jornal, Eduardo Tude, da consultoria Teleco, afirmou: “acho muito difícil que seja aprovada [a transação]. A América Móvil é hoje o segundo maior grupo no país. Incorporar a Oi seria uma concentração muito grande”. 

Segundo o BTG Pactual, alguns negócios de infraestrutura podem, de fato, fazer sentido, mas a América Móvil já está alavancada e integrar Oi não será nada trivial. Além disso, os analistas comentam que a Oi é o principal competidor da Net Serviços fora de São Paulo e isso poderia trazer algumas questões com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Pelo simples fato do CEO ter dito que está olhando deve ser o suficiente para pressionar as ações da América Móvil, disseram.

Para os analistas, a Telefônica Brasil (VIVT4, R$ 47,22, -0,48%) deveria performar bem com a notícia uma vez que ela se beneficiaria da consolidação, sem ter qualquer ônus. Já para a TIM (TIMP3, R$ 7,80, +0,26%), eles comentam que seria negativo, dado que ficaria ainda mais isolada. 

Nessa tarde, no entanto, uma matéria da Exame traz um detalhe que pode mudar toda a análise: a inteção da América Móvel pode ir muito além: comprar a TIM, unidade da Telecom Italia. 

Segundo a reportagem, a chance de um acordo vingar com a mexicana seria bem maior, graças ao poderio financeiro da empresa – lembrando que, em dezembro do ano passado, a Oi disse que trabalhava para fazer uma nova oferta pela TIM, mas o negócio não aconteceu, com a operadora entrando com pedido de recuperação judicial em julho deste ano. 

Minerva (BEEF3, R$ 9,82, -0,41%)
O Santander reiniciou ontem cobertura em Minerva, com recomendação de compra e preço-alvo para o final de 2017 de R$ 15,00 por ação (potencial de alta de 60%). A opinião positiva dos analistas está baseada em 5 fatores: 1) potencial de alta atrativo para o valor justo; 2) valuation atrativo; 3) perspectiva positiva para os resultados; 4) dinâmica favorável da indústria; e 5) forte posição no mercado.

Para os analistas, o desconto de 15% para a média histórica que os papéis é negociado e de 29% para os seus pares domésticos do setor de alimentos não é justificado, devido a dinâmica favorável da indústria e a rápida desalavancagem que esperam da empresa. Eles, no entanto, reconhecem que o valuation da Minerva deve refletir uma menor liquidez da ação (com volume médio diário em torno de US$3 milhões) e o valor de mercado (em menos de US$1 bilhão).

Bradesco (BBDC4, R$ 29,11, +1,96%)
A diretoria do Bradesco decidiu submeter ao conselho de administração da companhia a proposta para pagamento de juros sobre capital próprio no valor total de R$ 3,317 bilhões. O montante é relativo ao terceiro trimestre de 2016, e corresponde a R$ 0,571123466 por ação ordinária e R$ 0,628235813 por ação preferencial. O conselho irá se reunir no dia 30 de setembro para decidir se aprova o pagamento.

Caso seja aceita a proposta, farão jus ao provento os acionistas que tiverem ações da companhia no dia 30, com os papéis passando a ser negociados na forma “ex” a partir de 3 de outubro. O pagamento será feito no dia 8 de março de 2017, com o valor líquido de R$ 0,485454946 por ação ordinária e R$ 0,534000441 por ação preferencial, já deduzido o Imposto de Renda na Fonte de 15%.

O banco informou ainda que estes juros extraordinários, líquidos de Imposto de Renda na Fonte representam, aproximadamente, 33 vezes o valor dos juros sobre capital próprio mensalmente pagos pela companhia.

BR Properties (BRPR3, R$ 8,57, +1,30%)
A BR Properties teve a recomendação elevada de manutenção para compra pelo Santander, que também rolou o preço-alvo de R$ 9,50 em 2016 para R$ 11,00 em 2017. 

Fleury (FLRY3, R$ 38,50, +3,22%)
A Fleury teve a cobertura reiniciada pelo BTG Pactual com recomendação de compra e um novo preço-alvo de R$ 45,00 por ação. Os analistas destacam que, após uma queda recorde em 2015, a ação da companhia já sobe 130% no acumulado deste ano, com os investidores recebendo bem as medidas tomadas desde a remodelação da gestão em 2014, quando Carlos Marinelli assumiu como CEO. “Juntamente com outros executivos e a Advent (a partir de setembro de 2015), o novo CEO tem dado foco em (i) eficiência de custos e despesas; (ii) geração de caixa; e (iii) reposicionamento das marcas regionais no segmento de “média-alta” renda. Os resultados recentes têm sido sólidos em todas essas frentes, e estamos vendo mais por vir nos próximos trimestres, impulsionando os ganhos e provocando revisões para cima”, apontam os analistas.

CVC (CVCB3, R$ 23,79, +2,50%)
A CVC teve a recomendação iniciada pelo Bank of America Merrill Lynch com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 30,00.  

Triunfo (TPIS3, R$ 3,73, -0,53%)
A Triunfo informou ontem que nem a companhia e nem sua controlada Concer sofreram qualquer redução patrimonial ou de contas bancárias até agora. O comunicado foi em resposta à notícia do jornal O Globo, que afirmou ontem que uma decisão judicial pôs em risco a renovação da concessão da BR-040, administrada pela Concer (consórcio controlado pela Triunfo, com Construcap, CMSA e C.C.I Concessões). O jornal informou que a Concer teve seus bens bloqueados judicialmente por suspeita de superfaturamento nas obras. Ela lidera a fila das empresas que aguardam a extensão antecipada de seus contratos. 

A polêmica está centrada em um termo aditivo firmado em 2012, que trata da subida da serra, na BR-040, entre as cidades de Juiz de Fora (MG) e Petrópolis (RJ). Avaliado inicialmente em R$ 280 milhões, o aditivo saltou para R$ 897 milhões. Depois de encontrar irregularidades nas obras e indícios de superfaturamento maiores do que R$ 200 milhões, a preços de 2012, o ministro Walton Alencar pediu que o pagamento pelas obras fosse suspenso.

A Triunfo informou ontem que nem a companhia e nem sua controlada Concer sofreram qualquer redução patrimonial ou de contas bancárias até agora. O comunicado foi em resposta à notícia do jornal O Globo, que afirmou ontem que uma decisão judicial pôs em risco a renovação da concessão da BR-040, administrada pela Concer (consórcio controlado pela Triunfo, com Construcap, CMSA e C.C.I Concessões). O jornal informou que a Concer teve seus bens bloqueados judicialmente por suspeita de superfaturamento nas obras. Ela lidera a fila das empresas que aguardam a extensão antecipada de seus contratos. 

A polêmica está centrada em um termo aditivo firmado em 2012, que trata da subida da serra, na BR-040, entre as cidades de Juiz de Fora (MG) e Petrópolis (RJ). Avaliado inicialmente em R$ 280 milhões, o aditivo saltou para R$ 897 milhões. Depois de encontrar irregularidades nas obras e indícios de superfaturamento maiores do que R$ 200 milhões, a preços de 2012, o ministro Walton Alencar pediu que o pagamento pelas obras fosse suspenso.

Randon (RAPT4, R$ 4,29, +0,47%) 
A Randon informou que a sua receita líquida consolidada atingiu R$ 185,9 milhões em agosto, 37,2% menor que a registrada no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano até agosto, a receita líquida consolidada totalizou R$ 1,826 bilhão ou 9,2% menor que no acumulado no mesmo período do ano anterior.

A Receita Bruta total (sem eliminação e com impostos) no atingiu R$ 264,8 milhões no mês passado, 30,7% menor que aquela de agosto de 2015. No acumulado do ano, a receita Bruta totalizou R$ 2,563 bilhões ou 7,6% menor que no mesmo período do ano anterior.

Brasil Agro (AGRO3, R$ 11,50, +4,07%)
As ações da BrasilAgro subiram forte após a empresa informar que pretende recomprar até 1,34 milhão de ações ordinárias.