Petrobras ‘ignora’ petróleo e sobe, holding da Vale salta 4% e Usiminas cai após corte de rating pela Fitch

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quarta-feiraMark Mobius vê "oportunidades diferenciadas" em ações small caps de mercados emergentes

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa sustentou alta nesta quarta-feira (14), depois de dia de sell off ontem, respaldado pelas ações ligadas a commodities que lideraram os ganhos nesta sessão. Os papéis da Vale e a holding Bradespar – que detém participação na mineradora – subiram até 5%, enquanto Petrobras se manteve em alta mesmo com os preços do petróleo em queda no mercado internacional. 

A commodity até mostrou euforia nesta sessão, após divulgação de queda de 559 mil barris na semana passada nos estoques de petróleo nos Estados Unidos, contra previsões de aumento de 3,8 milhões de barris. Os investidores, no entanto, viraram a mão rapidamente após leitura detalhada do relatório semanal da agência de energia dos EUA, que mostrou, pela primeira vez em meses, aumento da produção no País. Os produtores norte-americanos elevaram em 35 mil barris por dia a produção. Com isso, o contrato futuro do WTI fechou em queda de 2,1%, a US$ 43,97 o barril, enquanto o Brent recuava 2%, a US$ 46,18 o barril.

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

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Petrobras (PETR3, R$ 14,94, +0,88%; PETR4, R$ 13,11, +0,77%)
As ações da Petrobras ganharam força após surpresa positiva com a divulgação dos dados do estoque de petróleo nos Estados Unidos, mas a euforia não durou muito e os papéis voltaram a registrar alta mais amena. Os estoques de Cushing, Oklahoma (EUA) caíram 559 mil barris na semana encerrada em 9 de setembro, segundo dados da EIA (Energy Information Administration). Analistas do mercado esperavam aumento de 3,3 milhões de barris no período, mostrava pesquisa da S&P Global Platts

Vale e Siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 16,64, +2,27%; VALE5, R$ 14,13, +2,24%), Bradespar (BRAP4, R$ 9,82, +3,70%) – holding que detém participação na mineradora – e as siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 8,74, +1,04%) e CSN (CSNA3, R$ 8,26, +1,47%) tiveram pregão de ganhos após derrocada na véspera. Analistas da Upside Investor comentaram ontem, durante o programa Comprar ou Vender, que a forte queda poderia abrir uma janela de oportunidade para o investidor colocar esses papéis em carteira (confira a análise completa clicando aqui). O movimento positivo ocorre mesmo em pregão de queda do minério de ferro. A commodity cotada no Porto de Qingdao, na China, fechou em leve queda de 0,21%, a US$ 55,97 a tonelada. 

A exceção entre as siderúrgicas foi a Usiminas (USIM5, R$ 3,53, -1,67%), que virou para queda após a Fitch rebaixar nesta tarde o rating da companhia de “C” para “RD”, equivalente a “calote seletivo”. Ao mesmo tempo, a agência de classificação de risco rebaixou a nota em escala nacional da siderúrgica de “C (bra)” para “RD(bra)”. O rebaixamento ocorre após a Usiminas ter entrado em um acordo com seus credores para reestruturação de cerca de 92% de seu endividamento total. Na visão da agência, a proposta representa uma troca em situação de estresse, quando a negociação impõe uma redução significativa no principal em relação aos originais. 

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Além disso, segundo matéria da Bloomberg, a mina de minério de ferro da Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP, está enfrentando custos mais elevados do que anteriormente calculados após o rompimento da barragem em Minas Gerais, depois de uma juíza determinar avaliações independentes dos danos, de acordo com Eduardo Aguiar, do Ministério Público Federal.

A companhia terá que financiar 3 estudos independentes a serem entregues à juiza Rosilene Maria Clemente, disse Aguiar em entrevista por telefone na terça-feira para a agência. Aguiar é um dos 4 procuradores que buscam derrubar um acordo assinado entre as empresas e o governo, em março. Ele disse que sua equipe irá selecionar especialistas para realizar os estudos, com resultados a serem entregues em cerca de 60 dias

A quantidade de dinheiro que as companhias vão pagar e os períodos de compliance podem mudar significativamente, disse ele. “É muito provável que cheguemos a um novo número que seja maior do que aquele pensado no primeiro acordo”. A Vale e BHP se recusaram a comentar e a Samarco não respondeu aos pedidos. 

Vale destaque também para uma matéria publicada hoje no blog O Investidor de Sucesso, do InfoMoney, citando as ações da Bradespar como a “última grande aposta do impeachment”, em meio às expectativas de que o governo Temer renove o acordo de acionistas da Valepar. “Nossa opinião é de que o acordo será renovado”, disse o analista Paschoal Paione, da Votorantim Corretora. No final de agosto, o banco manteve a recomendação outperform para a ação, com preço-alvo em R$ 13,50 – potencial de valorização de 43% frente ao fechamento de terça-feira. O BTG Pactual também destacou o papel BRAP4 como “o melhor veículo para investir em Vale”. Para conferir a análise completa clique aqui

Pacote de concessões
O governo anunciou ontem o programa de concessão ou venda de 34 projetos nas áreas de energia, aeroportos, rodovias, portos, ferrovias e mineradora. Somente o setor de transporte representa onze desses, totalizando R$ 37 bilhões, e está sendo analisado de perto pelo mercado, que está de olho nas ações que mais podem se beneficiar do programa. No nosso universo de cobertura do BTG Pactual, os principais papéis que podem beneficiar são: CCR (CCRO3, R$ 16,83, -0,18%), Ecorodovias (ECOR3, R$ 8,49, -0,12%) , Mills (MILS3, R$ 4,54, +2,71%) e empresas de auto-peças como Randon (RAPT4, R$ 4,46, +3,72%) e Iochpe-Maxion (MYPK3, R$ 18,50, +3,82%), assim como a Rumo (RUMO3, R$ 6,62, -0,75%). O banco aponta que a CCR deve se beneficiar das concessões de aeroportos e rodovias, enquanto a Ecorodovias deve focar somente em rodovias. Já a Miils pode se favorecer do crescimento nos gastos em infraestrutura; contudo, o ciclo de lucros da empresa deve se deteriorar no curto prazo. 

Os analistas do BTG destacam que os contratos serão mais claros/diretos garantindo mais estabilidade regulatória com as agências ganhando mais autonomia. Eles ressaltaram que não serão mais necessários empréstimos-ponte visando minimizar os riscos de financiamento e que os documentos de licitação também serão divulgados em inglês e com mais tempo para análise. 

Por sua vez, o Credit Suisse ressaltou que, embora o anúncio tenha vindo em linha com as expectativas, chamou atenção que apenas dois projetos (ferrovia Ferrogrão e rodovia BR-101/116/290/386) representem 67% do total dos investimentos. A surpresa negativa, destacaram, foi a não inclusão da renovação de alguns contratos ou alterações do anúncio inicial, como a renovação da Malha Paulista (Rumo) e alteração na NovaDutra (CCR).

Os analistas do Credit estavam esperando que o Governo publicasse uma medida provisória que melhorasse o ambiente regulatório com a assinatura dessas alterções e renovação. Apesar disso, parece que o governo ainda precisa resolver alguns pontos para evitar problemas judiciais no futuro, comentaram. Essa discussão também inclui rodovias e aeroportos que a concessão foi dada em 2013 e 2014, uma vez que alguns não são sustentáveis economicamente. “Ainda não está claro se o governo vai renegociar ou fazer um novo leilão desses ativos”, disseram. 

Hypermarcas (HYPE3, R$ 26,71, 0,0%)
A Hypermarcas informou após o fechamento do mercado que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou, em sessão de julgamento realizada hoje, a venda da divisão de preservativos à Reckitt. A aprovação permite o fechamento, de imediato, da operação. Com isso, assim que cumpridas as demais condições precedentes estabelecidas no contrato, a companhia estará apta a realizar o fechamento e receber o restante do preço de aquisição, disse a Hypermarcas em comunicado enviado ao mercado. Pelas projeções do BTG Pactual, a operação deve liberar uma entrada de R$ 540 milhões no 4° tirmestre. Os analistas do banco reforçaram que “são compradores do papel nesses níveis”. 

Oi (OIBR3, R$ 3,87, -3,25%; OIBR4, R$ 2,91, -0,68%)
A Pharol comunica acordo com Société Mondiale sobre AGEs de 8 de setembro da Oi (OIBR4). A Bratel, 100% controlada da Pharol, celebrou acordo com Société Mondiale Fundo de Investimento em Ações sobre convocação e realização das assembleias extraordinárias da Oi convocadas para 8 de setembro, disse a Pharol em comunicado junto à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, reguladora do mercado em Portugal. 

“Em resultado deste acordo, ficam extintos todos os processos judiciais intentados pela Société Mondiale relacionados com a convocação das referidas assembleias”, afirmou. “Também em consequência do mesmo acordo a Société Mondiale está a requerer nesta data, a desconvocação das assembleias junto do Presidente do Conselho da Administração da Oi”, encerra o comunicado. 

A Oi ainda informou que o Bank of America Merrill Lynch passou a deter 5,20% do total de ações preferenciais.

Aliansce (ALSC3, R$ 15,90, -1,72%) 
Os acionistas da Aliansce Shopping Centers aprovaram ontem em assembleia a aquisição de uma fatia de 25,1% do Shopping Leblon, por meio de sua subsidiária Vivaldi. O montante a ser pago pela participação é de R$ 309,9 milhões.

Fleury (FLRY3, R$ 39,68, -0,30%)
A Fleury teve a recomendação iniciada com neutra pelo Credit Suisse, com preço-alvo de R$ 42,00. A ação da companhia dispara quase 190% desde o fundo deixado em janeiro até agora, operando na Bovespa próxima de sua máxima histórica. O target indicado pelo banco corresponde a um potencial de valorização de 6% frente ao patamar atual do papel. 

Minerva (BEEF3, R$ 9,59, +1,59%)
A Minerva teve a recomendação reiniciada pelo Santander com compra e preço-alvo de R$ 15,00. De acordo com os analistas do banco, há cinco motivos para tanto: um bom potencial de valorização frente o preço atual, valuation atrativo, expectativo de crescimento dos lucros, dinâmica favorável da indústria e forte posição no mercado.