Pregões incríveis: 8 anos atrás, o Lehman Brothers desmoronava 94% em NY

Marco do início da crise econômica do "subprime" completa 8 anos nesta quinta-feira

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – O mercado financeiro com certeza não gosta de segundas-feiras. Uma das maiores quedas diárias do índice Dow Jones foi registrada no dia 19 de outubro de 1987 – a chamada “black monday” -, quando o benchmark desmoronou 22,6%. Mas para os investidores do século XXI, a segunda-feira mais inesquecível de todas provavelmente foi a de 15 de setembro de 2008, exatamente 8 anos atrás, dia em que o banco Lehman Brothers, um dos maiores dos Estados Unidos, pediu concordata e sua ação derreteu 94,25%.   

Fundado em 1850 pelos irmãos Henry, Mayer e Emanuel Lehman, a história do Lehman Brothers se confundia com a própria história de Wall Street, de modo que é natural que o choque por conta do pedido de concordata do banco tenha sido tão grande. O Dow Jones caiu 4,42% no fechamento daquela sessão, no que foi a maior queda em pontos do índice em único dia, já que no intraday ele chegou a desabar 777,68 pontos. Aqui no Brasil, o Ibovespa fechou em queda de 7,89%. 

“Eu estava em Nova York e a imagem que mais ficou na minha mente foi a das pessoas saindo dos escritórios com aquelas caixas de pertences nas mãos porque haviam sido demitidas”, lembra José Roberto Securato Júnior, professor da Saint Paul Escola de Negócios e vice-presidente do IBEVAR (Instituto Brasileiro de Executivos de varejo e mercado de Consumo). “O pensamento de todo mundo naquele momento era: qual será o próximo banco a cair?.”

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Naquela manhã, muitos investidores foram pegos de surpresa principalmente pelo não envolvimento do governo norte-americano para salvar o banco. Seis meses antes, o Bear Stearns, que era o quinto maior banco de investimento dos Estados Unidos, teve de recorrer ao Federal Reserve (o banco central dos EUA), para conseguir fundos de emergência, e foi socorrido, sendo mais tarde vendido ao JP Morgan Chase por US$ 2 por ação. No entanto, desta vez, o Fed, comandado por Ben Bernanke, preferiu observar tudo à distância sem se envolver. A ideia era usar o banco de exemplo para “moralizar” o mercado financeiro do país, que havia se alavancado demais em operações de alto risco. 

“O Fed sabia que haveria uma sacudida no mercado, mas eles subdimensionaram esse impacto”, avalia Securato. Como consequência, o Fed passou a anunciar injeções de liquidez trilionárias no mercado, nos meses seguintes, além de interceder em fusões e aquisições usadas para salvar algumas das instituições financeiras. Uma delas ocorreu naquele mesmo 15 de setembro: a compra do Merril Lynch pelo Bank of America.