Presidente da Bovespa prevê “choque de capitalismo”; IPO à vista e mais 8 notícias no radar

Confira os principais destaques do mercado na sessão desta terça-feira (30)

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – O mercado segue em modo de espera pela conclusão do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, mas segue um dia agitado no noticiário corporativo, com destaque para recomendações e expectativa pela venda do Citi Brasil. Confira os destaques desta terça-feira (30):

Confira abaixo os principais destaques de empresas pós-fechamento do mercado nesta segunda-feira:

Ativos do Citi
Santander trabalha com o Morgan Stanley para comprar ativos de varejo do Citigroup no Brasil por valor entre US$ 350 milhões e US$ 450 milhões, disseram três pessoas com o conhecimento do assunto à Bloomberg. O banco espanhol contratou o Morgan Stanley como assessor, além de estar trabalhando também com o Credit Suisse, informaram outras pessoas na última semana, pedindo para não ser identificadas porque as negociações são privadas. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

 O banco não fez oferta por unidade do Citi na Colômbia; trabalha com Lazard para fazer proposta por ativos do Citi na Argentina. O Itaú Unibanco e Banco Safra fizeram propostas apenas por ativos brasileiros. Representantes de Santander não retornaram pedidos da Bloomberg de comentários por e-mail. O Citigroup e Morgan Stanley não quiseram comentar. 

BM&FBovespa
Para o presidente da BM&FBovespa (BVMF3), Edemir Pinto, o Brasil viverá um choque de capitalismo nos próximos dois anos com a definição do impeachment no Senado nesta semana. Ele falou a jornalistas em evento no Rio de Janeiro, segundo informações do Valor Econômico. Para ele, isso vai propiciar a retomada do mercado de capitais brasileiro e a volta do investidor estrangeiro. 

Segundo o executivo,  o que não pode continuar é exatamente tendo dois governos. “Na medida em que se tem uma decisão e uma finalização deste processo, acho que o Brasil passa a ter seu caminho, seu trilho, de forma mais prática, mais efetiva”, disse. 

Continua depois da publicidade

Petrobras
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) manteve multas aplicadas à Petrobras (PETR3; PETR4), à CPFL Energia (CPFE3) e à Light (LIGT3), em recursos administrativos apresentados pelas empresas para contestar autos de infração. Em relação à Petrobras, a agência manteve uma multa de R$ 1,8 milhão aplicada em 2015; à CPFL, foi mantida multa de R$ 789 mil; e à Light, foi reiterada uma multa de R$ 1,2 milhão.  

Ainda no noticiário da estatal, ela e a Statoil anunciaram ampliação da cooperação nas Bacias de Santos e Campos. O memorando assinado não tem cláusulas vinculantes, mas indica a intenção das duas empresas em trabalhar conjuntamente, em um horizonte de dois anos, para viabilizar esses projetos, informou a Petrobras em comunicado. Os valores envolvidos dependerão das negociações que serão feitas a partir da assinatura do documento.

As companhias trabalharão para avançar em propostas para participação conjunta em futuras licitações na área de exploração. Isso dá continuidade à parceria que as empresas já têm no Brasil e no exterior, além de capturar valor por meio do uso de novas tecnologias de aumento de recuperação de petróleo e da simplificação de atividades operacionais. ‘Os resultados que já alcançamos nas nossas parcerias na área de exploração são prova de que a Petrobras é capaz de manter seus interesses estratégicos ao mesmo tempo em que encontra formas de contornar as evidentes restrições de capital nesse momento’”, explicou Parente. Atualmente, a Petrobras e a Statoil estão consorciadas em 13 blocos, em fase exploração ou de produção, sendo 10 no Brasil e 3 no exterior.

Continua depois da publicidade

Braskem
Segundo o jornal Valor Econômico, com a proximidade de um acordo de leniência da Odebrecht na Operação Lava-Jato, alguns agentes financeiros começam a se movimentar para recolocar a Braskem (BRKM5)  na lista de ativos prioritários à venda da Petrobras. Procurada pela publicação, a Petrobras e a Braskem não comentaram a informação. A Petrobras tem como meta vender US$ 15 bilhões em ativos entre 2015 e 2016 com o objetivo de reduzir a alavancagem.

A partir de um acordo de leniência, que agora está mais próximo de acontecer, a venda da fatia da Petrobras ficaria mais fácil, na avaliação de um interlocutor ao jornal, uma vez que um dos obstáculos à alienação do ativo é o fato da Odebrecht, uma das suas controladas, ser investigada pela Lava Jato. Haveria ao menos cinco interessados na fatia da Petrobras na Braskem, diz o jornal, citando fontes. A canadense Brookfield, a Saudi Arabian Oil, a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) e as americanas Dow e ExxonMobil são apontadas como candidatas.

Embraer
A China, através da empresa Tianjin Airlines, poderá encomendar mais 32 jatos regionais da Embraer (EMBR3) esta semana, valendo algumas centenas de milhões de dólares, durante a visita do presidente Michel Temer ao país, segundo fontes próximas das discussões ouvidas pelo jornal Valor Econômico.  

Publicidade

Ultrapar
A Ultrapar (UGPA3) teve a recomendação reduzida para neutra pelo Bradesco BBI, com preço-alvo de R$ 75,00 (elevação frente aos R$ 73,00). De acordo com o analista Filipe Gouveia, a integração da Alesat em uma economia conturbada e a Oxiteno perdendo momentum em um cenário de real mais forte representa um cenário de grandes desafios. “Vemos alguns perigos à frente na estrada da companhia”, afirma Gouveia. 

Prumo Logística
O Terminal de Petróleo (T-OIL) do Porto do Açu, da Prumo Logística (PRML3), iniciou hoje sua primeira operação de transbordo de petróleo, informou a companhia por meio de sua assessoria de imprensa. A operação é referente ao contrato com a empresa BG E&P Brasil Ltda., subsidiária da Royal Dutch Shell, assinado em junho de 2015. 

A operação, que está sendo realizada com as embarcações Bossa Nova Spirit e SKS Sinni, está transcorrendo dentro de todos os padrões de normalidade e requisitos de segurança adotados pelo terminal, e tem expectativa de duração total de 36 horas até a desatracação de ambas as embarcações envolvidas, disse a empresa. 

Continua depois da publicidade

Atualmente, o canal do T-OIL possui 20,5 metros de profundidade, e pode receber inicialmente navios Suezmax. Até o final de 2017, a previsão é que a profundidade do terminal seja ampliada para até 25 metros. Com a ampliação da profundidade, o Porto do Açu poderá receber no T-OIL navios da classe VLCC (Very Large Crude Carrier), que carregam até 320 mil toneladas. Os berços Norte e Central do terminal serão capacitados para transbordo entre navios tipo VLCC e SuezMax e o berço Sul, apenas para transbordo entre navios SuezMax.

Oi
A lista de credores da Oi (OIBR4), estimada até então em 13 mil nomes, e cinco vezes maior segundo o Valor Econômico com informações de um relatório preliminar elaborado pelos administradores judiciais da operadora, a PwC e o escritório Wald Advogados. Os administradores informam a existência de 66.849 credores da operadora, com R$ 65,14 bilhões a receber.

Entre as quatro classes de credores (trabalhistas, com garantia real, quirografários e empresas de pequeno e médio porte), a mais numerosa é a dos quirografários (sem garantia real), com 58.569 credores, com R$ 60,5 bilhões em débitos a receber.

Publicidade

Ainda sobre a Oi, a Pharol defendeu que continuará no conselho da empresa. “Os esforços para tirar representantes da Pharol do conselho da Oi não terão sucesso, pois não têm embasamento legal e vão contra o estatuto social da empresa”, disse um porta-voz da Pharol.

A Pharol teve poder de voto limitado a 15%, apesar de ter participação maior na companhia, em troca da permanência dos eleitos em setembro de 2015 no conselho da empresa até a aprovação das contas de 2017, no 1º semestre de 2018, segundo um conselheiro da Pharol que não quis se identificar porque estaria falando em nome do Pharol e não individualmente. Em uma resposta por e-mail, advogado do Société Mondiale disse que representantes da Pharol podem ser substituídos a qualquer momento. Os diretores podem ser responsabilizados em ação legal porque eles estavam trabalhando para Pharol na época, disse a Société Mondiale. O grupo de investimento disse que está confiante de que as assembleias de 8 de setembro possam ser realizadas.

IPO
A Centro de Imagem Diagnósticos protocolou na segunda-feira na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedido de registro para realizar IPO (oferta inicial de ações). A operação, que envolve ofertas primária (ações novas) e secundária (papéis detidos por sócios da companhia), será coordenada por Itaú BBA, Bank of America Merrill Lynch e Santander Brasil, segundo o prospecto preliminar da oferta. A companhia foi criada em 2010 e opera sob a marca Alliar Medicina Diagnóstica, pretende se listar no Novo Mercado, segmento da BM&FBovespa com regras mais rígidas de governança. 

A empresa tem entre os sócios o Pátria Investimentos, com 25,7% do capital; a Kinea, do Itaú Unibanco, com 6,35%; e um grupo de médicos e outros acionistas, com 67,95%.  O prospecto destaca que os recursos que devem ser levantados com a oferta primária serão usados para expansão orgânica da companhia e amortização de passivos bancários.

AtomPar
Na 
segunda-feira, uma small cap fora do radar dos investidores chamou atenção na Bolsa ao disparar 35% e a explicação está na possível resolução de uma dos principais problemas da companhia. A Atompar (ATOM3) disparou 34,43%, fechando a R$ 2,85, com a informação de que o Santander pode deixar de “travar” sua saída da recuperação judicial. 

A questão começa quando a companhia entrou na Bolsa, que não foi por meio de um IPO, mas sim com a compra da Inepar Telecomunicações, que estava em recuperação judicial. Com isso, a companhia “herdou” os problemas da antiga empresa, e mesmo conseguindo diversos pareceres favoráveis, o Santander (um dos credores da Inepar) travou o processo após um juiz em segunda instância acatar o pedido do banco e evitar a evolução do processo para saída da recuperação judicial.

Acontece que no último dia 26 de agosto, sexta-feira, o relator do caso, Enio Zuliani, publicou um despacho pedindo para que o Santander se pronuncie se concorda em desistir do recurso que trava o processo da Atompar em um prazo de 5 dias. Caso o banco aceite, a companhia estará livre da situação de recuperação judicial e poderá encaminhar seus planos para o mercado. Recentemente, durante a divulgação de seu balanço do segundo trimestre, a companhia culpou a si mesma pelos problemas com a recuperação judicial. “Quando compramos a Companhia, talvez nós não tenhamos imaginado que seria essa a parte mais difícil de todo o processo de construção do nosso negócio […] A culpa é nossa por não saber entender o quanto pode ser lento, ineficiente e errático um processo judicial”, disse a Atompar. Confira mais informações clicando aqui.