Os 5 eventos que vão agitar o mercado nesta semana

Veja o que de mais essencial você precisa saber antes de começar a operar nesta segunda-feira

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Esta semana começa agitada na Bovespa, com destaque para a fala da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado nesta segunda-feira (29) e fim do julgamento do impeachment, previsto para ocorrer até quarta-feira (31). Além disso, a semana contará com dados importantes do PIB (Produto Interno Bruto), reunião co Copom e reltaório de emprego nos Estados Unidos. Confira o que é destaque nesta semana:

1. Bolsas mundiais
Os mercados mundiais seguem repercutindo o evento ocorrido em Jackson Hole na última sexta-feira, que elevou a chance de alta de juros principalmente por conta da fala do vice-presidente do Federal Reserve, Stanley Fischer, que afirmou que a fala da chairwoman Janet Yellen é compatível com altas de juros este ano. Com isso, o dia é de queda para a maior parte dos índices europeus, enquanto o S&P futuro opera sem tendência. Já a maioria das moedas e ações de países emergentes caem com a maior chance de alta das taxas. A probabilidade de alta no mês que vem subiu para 42% na sexta-feira, ante 32% na véspera e 10% um mês atrás; para dezembro, chance em um mês passou de 49% para 66%.

Já na Ásia, o japonês Nikkei teve fortes ganhos com enfraquecimento do iene diante das perspectivas de alta dos juros do Fed e de continuidade dos estímulos do Bank of Japan. O presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, disse no sábado que a instituição financeira não hesitará em tomar medidas de flexibilização monetária para alcançar a meta de inflação, de 2%. 

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Às 07h42, este era o desempenho dos principais índices:

* FTSE 100 (Reino Unido) +0,31%

* CAC-40 (França) -1,04%

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*DAX (Alemanha) -0,78%

* Nikkei (Japão) 225 +2,30% (fechado)

*Xangai (China) 0% (fechado)

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*Hang Seng (Hong Kong) -0,38% (fechado)

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,04%

*Petróleo brent -1,54%, a US$ 49,15 o barril

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* Minério de ferro 62% negociado em Qingdao (China) +0,02%, a US$ 59,14 a tonelada

2. Dilma fala no Senado
Com o fim dos depoimentos das oito testemunhas apresentadas pela acusação e pela defesa, os senadores completaram no sábado, a primeira fase da sessão de julgamento da presidente afastada, Dilma Rousseff. Nesta segunda-feira (29), às 9h, deve ter início um dos momentos mais importantes do julgamento: o comparecimento de Dilma ao Senado para falar pessoalmente aos senadores. Essa será a primeira vez que a presidente afastada se manifestará no processo de impeachment.

Dilma terá 30 minutos — prorrogáveis a critério do presidente da sessão, Ricardo Lewandowski — para apresentar seus argumentos aos senadores, que poderão questioná-la por cinco minutos cada um. A presidente afastada, entretanto, pode, a seu critério, responder ou não as perguntas. Para acompanhá-la neste momento, além de Cardozo, Dilma convidou ex-ministros, assessores e aliados do PT, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É esperado que a votação final ocorra até a quarta-feira (31). Na noite de ontem, Dilma se encontrou com Lula e afirmou estar se sentindo segura e confiante, bem como disposta a responder sem restrição de tempo aos questionamentos dos parlamentares nesta segunda-feira, no Senado Federal. 

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3. Agenda doméstica
Na terça e quarta-feira (31) ocorre a segunda reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) liderada por Ilan Goldfajn. O encontro, que tem formato novo, ocorre da 14h30 às 18h nos dois dias. O resultado sai na quarta após este período e deve mostrar uma manutenção da taxa básica de juros em 14,25%. Porém, a maior expectativa fica para o comunicado, que agora é maior, com mais detalhes sobre como os membros do comitê estão vendo a inflação e a evolução da economia.

Também na quarta-feira, mas às 9h, será divulgado o PIB brasileiro do segundo trimestre, que os analistas da LCA Consultores esperam que fique em -3,5% na comparação anual, contra um resultado anterior de -5,4%.

4. Dados no exterior
Na sexta-feira (2) será apresentado o relatório de emprego dos EUA, principal indicador observado pelo Fed antes de subir os juros no país, o relatório deve registrar uma criação de 175 mil vagas, de acordo com a expectativa mediana compilada pela LCA Consultores. Ainda vale a pena olhar para os ganhos por hora trabalhada e para a taxa de desemprego, que economistas projetam que cairá para 4,8%. O indicador será divulgado às 9h30.

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Enquanto isso, na noite de quarta-feira serão divulgados três importantes indicadores na China, os PMIs (Índices Gerentes de Compras) da indústria e de serviços da agência estatal NBS, que saem às 22h (horário de Brasília), e o PMI de manufaturas da Markit/Caixin às 22h45. O mais importante, para nós brasileiros, é acompanhar o PMI da indústria chinesa, para o qual se espera uma leve queda para 50,3 pontos, ante um resultado anterior de 50,6.

Destaque ainda para duas notícias que podem afetar o mercado nesta sessão. Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou que é ele que fala pela equipe econômica e que ao falar que aumento de tributos não está descartado no futuro está sinalizando aos mercados tranquilidade, isto é, que não há um problema ideológico contra aumento de impostos, diz o ministro da Fazenda em entrevista a O Globo. Do ponto de vista do mercado, conclusão do impeachment é positiva por eliminar uma incerteza. Ele ainda afirmou que a PEC do teto de gastos passa a ser a prioridade número um passado o impeachment.

Contudo, segundo pesquisa Broadcast, o governo do presidente interino Michel Temer ainda não conseguiu o mínimo de votos necessários entre os deputados para aprovar um dos principais itens de sua agenda econômica, o limite dos gastos públicos, diz O Estado de S. Paulo, citando pesquisa da Broadcast. 7 partidos (PMDB, PSDB, DEM, PP, SD, PPS e PROS) com 220 deputados são a favor da PEC, diz O Estado; 4 partidos (PT, PDT, PCdoB e PSOL) com 94 parlamentares são contra a medida e 148 deputados ainda não fecharam posição (PR, PSD, PSB, PRB e PTB). Para aprovar a proposta são necessários 308 votos, em 2 turnos de votação. O levantamento da Broadcast foi realizado na semana passada com líderes de 16 bancadas que reúnem 462 deputados, de um total de 510 parlamentares em exercício do mandato.

5. Destaques
Entre os destaques corporativos desta segunda-feira, vale destacar a notícia do jornal O Globo de que o erro de projeto causou o desastre da Samarco, joint venture entre BHP e Vale, em novembro passado. Já na Brasil PharmaLeonardo Souza Campos assume como diretor financeiro e de RI. Já a Petrobras e a e Statoil assinarão MOU em 30 de agosto por maior cooperação. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.