Petrobras cobra Eletrobras; bancos perdem R$ 13,5 bi com Oi e Sete Brasil, possível cisão da Usiminas e mais

Confira os principais destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (24)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O noticiário desta quarta-feira (24) é movimentado na Bovespa, com destaque para estudo para privatizações de duas elétricas, estudo para cisão da CSN, Petrobras cobrando dívida da Eletrobras e mais. Confira os destaques:

Petrobras
A Justiça restabeleceu a venda de fatia na Gaspetro, da Petrobras (PETR3;PETR4). O desembargador Kassio Nunes do Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu na terça-feira restabelecer, “em todos os seus efeitos, a validade da venda de 49% da Gaspetro, realizada pela Petrobras, à Mitsui Gás e Energia do Brasil”, segundo comunicado por e-mail da estatal.

A decisão atendeu a recurso da Petrobras, segundo o comunicado, e “suspendeu integralmente liminar do Juízo da Subseção Judiciária de Paulo Afonso, na Bahia, que suspendia a venda”. O “estatuto Social e o Acordo de Acionistas da Gaspetro volta a valer. Em outubro de 2015, a Petrobras autoriza venda de 49% da Gaspetro por R$ 1,9 bilhão, que foi aprovada sem restrições no Cade.

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Triunfo
A Concer/Triunfo (TPIS3) teve aval para reajuste de 12,5% na BR-040/MG/RJ. A ANTT aprova alteração da tarifa básica de pedágio após arredondamento de R$ 11,20 para R$ 12,60 nas praças de pedágio da rodovia.

A resolução entrará em vigor a partir de zero hora do dia 26 de agosto. A Concer tem controle acionário da Triunfo, com uma estrutura societária formada ainda pela Construcap CCPS Engenharia e Comércio, CMSA Participações e C.C.I. Concessões.

Cesp
A Cesp (CESP6decidiu recomendar ao governo do Estado de São Paulo que retome os trabalhos e estudos necessários à privatização da empresa.

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A decisão veio após reunião do conselho diretor do programa estadual de desestatização realizada nesta data, informou a companhia por meio de fato relevante divulgado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Usiminas
De acordo com o Valor Econômico, os controladores já discutem modelo de cisão da Usiminas (USIM5).  Após o aumento de capital de R$ 1,05 bilhão e prestes a concluir a renegociação de sua dívida superior a R$ 7 bilhões com nove bancos credores do país e do Japão, a Usiminas deve caminhar para solucionar o conflito societário entre seus dois maiores acionistas do bloco de controle, informa o jornal, o que passa pela cisão da empresa. 

Em meio ao conflito entre sócios,  fontes ouvidas pelo Valor destacam que a Nippon Steel já contratou advogados e um banco de investimentos estrangeiros para realizar o divórcio e tudo indica que a Ternium caminha no mesmo rumo. Os trabalhos jurídicos estão avançados nessa direção e os planos envolveriam, além da cisão, o fechamento do capital de uma das duas novas companhias resultantes da separação de ativos.

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Eletrobras
Em entrevista ao Valor Econômico, a secretária da Fazenda de Goiás Ana Carla Abrão Costa afirmou que ainda não foi definido um novo cronograma para a venda da Celg Distribuição (Celg D), mas a expectativa é que isso aconteça até o fim da próxima semana, para que o processo possa ser concluído ainda neste ano. 

De acordo com ela, a principal mudança para atrair investidores deve ser no preço e já aconteceram duas reuniões para tratar do tema entre o governo de Goiás, o Ministério de Minas e Energia, a Eletrobras e o BNDES.  

Além disso, a Agência Estado informa que, na semana em que a Eletrobras anunciou lucro trimestral de R$ 12,7 bilhões, a Petrobras bateu à sua porta para negociar uma dívida de R$ 5,4 bilhões, relativa à compra de combustíveis por distribuidoras de energia da Região Norte. A petroleira exige o reconhecimento da dívida para transformá-la em títulos que serão oferecidos ao mercado. Mas aguarda uma sinalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de que os caixas das empresas devedoras vão ser reforçados e poderão pagar a conta.

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O tema foi tratado pelo novo presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, e pelo diretor Financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, na semana passada. Eles tentam chegar a um acordo sobre uma dívida pela compra de combustível para a geração de energia em Estados isolados do sistema elétrico nacional, sobretudo no Amazonas e em Roraima.

Por estarem desconectadas da rede de transmissão que abastece o restante do País, as distribuidoras desses Estados – Amazonas e Boavista (RR) – recebem subsídio para produzir a própria energia localmente, em usinas térmicas. A liberação do dinheiro, no entanto, é condicionada ao alcance de índices de qualidade e de eficiência. Como não atingiram suas metas, a Aneel não autorizou o repasse de subsídios para as distribuidoras, que, por consequência, não tiveram dinheiro para pagar à Petrobras.

A expectativa, no entanto, é que esse cenário seja revertido até o fim do ano que vem, quando o controle dessas distribuidoras será transferido à iniciativa privada. Elas terão um ano para se tornarem sustentáveis. Quando isso acontecer, receberão os recursos negados pela Aneel no passado. Parte desse dinheiro deve ser usada para pagar a Petrobras. Mas a agência ainda precisa fazer a conta do tamanho desse repasse.

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Bancos e Oi
Levantamento feito pelo Valor Econômico revela que as perdas dos bancos com a Oi (OIBR4) e a Sete Brasil, ambas em recuperação judicial, rondam os R$ 13,5 bilhões. O montante não considera a exposição do BNDES nas companhias e tem como base os balanços das instituições financeiras e dados da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Embora os bancos, por questões de sigilo bancário, não citem as empresas nominalmente, os balanços se referem com frequência ao estrago causado por dois “casos específicos” de inadimplência corporativa neste ano, informa o jornal. 

Só para fazer frente ao calote da Sete Brasil, os bancos reforçaram as reservas contra calotes em cerca de R$ 8,7 bilhões no semestre. No caso da Oi, a conta fica em torno de R$ 3,1 bilhões. No Itaú Unibanco, a conta da Sete Brasil é estimada em R$ 2,45 bilhões. No Bradesco, o calote atribuído pelo mercado à Sete Brasil foi de R$ 1,201 bilhão. Já o Santander tinha R$ 1,22 bilhão em crédito com a companhia de sondas. 

CSN 
A CSN (CSNA3) confirmou que venderá a fabricante de latas de aço Companhia Metalic Nordeste para a Can-Pack em um negócio de US$ 98 milhões, a serem pagos em reais. O fechamento da transação está previsto para o dia 30 de setembro e ainda está sujeito ao cumprimento de algumas condições. A companhia contratou a assessoria financeira do Bradesco BBI e do BB Banco de Investimentos para realizar a venda.

A Can-Pack, uma das maiores fabricantes de embalagens metálicas do mundo, foi fundada em 1992 na Polônia e fornece para as indústrias de bebidas, alimentos e produtos químicos na Europa, Ásia e África.

Duratex
A Duratex (DTEX3) chamou AGD (Assembleia Geral de Debenturistas) em 23 de setembro para mudar covenants da 1ª emissão. A decisão de convocar assembleia foi tomada pelo conselho em 22 de agosto, “em decorrência do agravamento da situação econômica do país em 2016”, diz Duratex em ata da reunião enviada à CVM.

A empresa “apresentou piora em seus indicadores financeiros, principalmente o da geração de caixa medida pelo Ebitda, o que levou a companhia a renegociar covenants com seus credores”. A piora fez o índice financeiro da companhia (Ebitda/Despesa Financeira Líquida Consolidada) ficar em 2,63 vezes no 2º trimestre de 2016, abaixo dos 3,0 previstos no item 24.1 da escritura de 1ª Emissão Privada de Debêntures. A Duratex quer alterar indicador para 2,0. A proposta visa equiparar indicadores financeiros às condições negociadas com os demais credores, diz a empresa.

Vale
Destaque para duas notícias sobre Vale  (VALE3; VALE5). A Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP Billiton, divulgará auditoria sobre o acidente em Mariana no dia 29 de agosto por meio de coletiva de imprensa em Belo Horizonte, segundo assessores de imprensa da Samarco e Vale.

A auditoria que investiga causas do acidente em barragem foi encomendada pela Samarco e suas acionistas, Vale e BHP. A Vale, BHP e Samarco contrataram conjuntamente Cleary Gottlieb Steen & Hamilton para investigar as causas do acidente que ocorreu em 5 de novembro do ano passado.

Além disso, a mineradora informou não ter sido citada até o momento em ação da Petros. “A Vale Fertilizantes não foi citada em ação movida pela Petros para discutir equacionamento do déficit do Plano Petros Ultrafértil”, disse a Vale em comunicado de esclarecimento ao mercado.

A Vale Fertilizantes disse também não ter sido intimada da decisão da 30ª Vara Cível da Justiça de São Paulo. A mineradora foi questionada pela CVM por matéria do Estado que dizia que Petros estaria cobrando R$ 843 milhões da Vale Fertilizantes.

 (Com Bloomberg e Agência Estado)