IPO do Spotify? Serviço precisa revolucionar seu negócio antes de abrir seu capital

A companhia criou um grande problema para si mesma quando emitiu US$ 1 bilhão em dívidas, e agora precisa dar um jeito em seu negócio antes de fazer o IPO

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Não é de hoje que se fala em um potencial IPO do Spotify nos Estados Unidos. Mas conforme o tempo passa, não só se aproxima o dia em que a companhia de streaming de música se tornará pública, mas também aumenta um dos grandes problemas que ela enfrenta: os direitos de reprodução. Segundo o Wall Street Journal, a empresa sueca está renegociando os contratos com as principais gravadoras antes de fazer sua oferta de ações.

Atualmente o Spotify está operando em extensões de curto prazo de seus antigos contratos com as três maiores gravadoras. A ideia de fazer novos negócios é tentar tornar o seu negócio mais atraente para os investidores no momento do IPO, visto que nos últimos anos diversos problemas surgiram, como no caso da cantora Taylor Swift, que não quis colocar seus álbuns no serviço.

No ano passado, a companhia viu seu prejuízo líquido aumentar cerca de US$ 200 milhões, mesmo em um cenário onde sua receita dobrou para mais de US$ 2 bilhões. Segundo fontes do WSJ, o Spotify quer pagar menos que os atuais 55% de sua receita que paga atualmente para os artistas. A companhia precisa conseguir praticamente se reovlucionar e se tornar realmente atrativa para conseguir fazer um IPO.

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O problema é que alguns dos principais executivos das grandes gravadoras querem que o Spotify pague pelo menos 58% da receita tanto dos usuários pagos quanto dos que usam o serviço gratuito. Isso porque a Apple paga este valor para seus assinantes que não estão no “período gratuito”.

Segundo as fontes, outros executivos disseram que aceitam que o Spotify pague taxas mais baixas, mas somente se o serviço de streaming lhes conceder outros direitos, tais como a capacidade de deixar algumas músicas disponíveis apenas para os 30 milhões de pagantes do serviço e não aos seus mais de 70 milhões usuários gratuitos.

O Spotify está sob crescente pressão para se tornar pública por conta dos termos de sua mais recente rodada de financiamento: US$ 1 bilhão em dívida conversível emitida por um grupo que inclui o private equity TPG, o fundo de hedge Investment Group Dragoneer e o Goldman Sachs.

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A questão é que o débito tem juros que aumentam conforme a companhia atrasa seu IPO, enquanto os investidores também têm direito a um desconto de 20% (que também aumenta conforme o IPO demora) sobre as ações se converterem suas dívidas em capital da empresa. Ou seja, o Spotify corre contra o relógio para conseguir se tornar uma empresa mais rentável, para ser mais atraente aos investidores e então realmente lançar ações na Bolsa.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.