Holding da Gerdau dispara 25% na semana e CSN afunda 6%; 2 ações saltam até 11% hoje com recomendações

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Mais um pregão movimentado por recomendações na Bovespa. Ontem, uma reportagem do InfoMoney apontava as 7 recomendações que agitaram o mercado (como pode ser vista clicando aqui); hoje, mais duas levaram ações para disparada de até 11%. Sendo elas, Rumo e Ser Educacional.

Embora o movimento tenha sido ameno hoje, o Ibovespa encerrou esta sexta-feira na sua série mais longa de avanço semanal em mais de 10 anos. Nas maiores altas, as ações da Metalúrgica Gerdau e Gerdau foram as “campeãs”, com ganhos de 25% e 14% no período. Na esteira da euforia, um relatório do Morgan Stanley elevando a ação para overweight (exposição acima da média do mercado), enquanto o preço-alvo foi revisado de R$ 7,10 para R$ 12,20 por ação. 

Por outro lado, as ações da CSN – também do setor de siderurgia – encerrou a semana como a pior ação, impactada por um balanço fraco divulgado no 2° trimestre. No mesmo relatório em que o Morgan elevou Gerdau, as ações da CSN foram mantidas em underweight (exposição abaixo da média), embora o preço-alvo tenha sido elevado de R$ 3,20 para R$ 5,60.

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Entenda mais sobre o case das siderúrgicas: Longe de ser uma “Gerdau”: por que ninguém quer se arriscar no rali de 180% da CSN?  

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Vale (VALE3, R$ 19,08, +0,85%; VALE5, R$ 16,17, +1,32%)
As ações da Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 11,32, +1,16%) tiveram dia de alta hoje, acompanhando o preço do minério de ferro, que fechou em alta de 0,3% no Porto de Qingdao, na China, a US$ 60,95 a tonelada. 

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Por outro lado, as siderúrgicas registraram um pregão misto, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,28, -0,58%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,00, +2,04%), CSN (CSNA3, R$ 10,09, -0,88%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,84, -1,03%). 

Em relatório desta semana, o Morgan Stanley comentou que a Gerdau teve o balanço mais forte entre as siderúrgicas brasileiras, com um valuation ainda muito atraente com propostas de chineses por ativos que deixam o cenário ainda melhor. Segundo os analistas Carlos de Alba, Lulica Rocha e Jens Spiess, a forte geração de fluxo de caixa da empresa, combinada com a sólida posição de caixa, deve permitir que ela consiga atender confortavelmente os vencimentos de dívida nos próximos anos.

Apesar do recente desempenho superior das ações ante seus pares, para eles os papéis ainda estão atraentes quando comparados com o mercado brasileiros. Segundo os analistas, ainda há uma chance de reformas no lado de oferta da China no segmento de aços longos, o que pode se tornar mais um fator de alta para ações da companhia.

Já no radar da Vale, a China Investment Corp., fundo soberano de US$ 814 bilhões, lidera grupo de investidores chineses em conversas por um acordo multibilionário de streaming de minério de ferro com a Vale, disseram pessoas familiarizadas com o assunto para a Bloomberg. O Consórcio chinês negocia a compra potencial de uma parte da produção futura de minério da Vale por até 30 anos, disseram 2 das pessoas, pedindo para não serem identificadas porque a informação é privada.

A Vale poderia antecipar cerca de US$ 9 bi em recursos com a venda, disse uma pessoa. Nenhum acordo foi fechado e negociações podem não resultar em uma transação, de acordo com as pessoas. Algumas companhias chinesas e tradings japonesas também mantiveram discussões com a Vale sobre possíveis acordos, incluindo aquisição de fatia minoritária em ativos brasileiros de minério da Vale, disseram as pessoas. Uma transação de streaming permitiria ao CIC, controlado pelo governo do maior importador mundial de minério de ferro, lucrar com uma recuperação dos preços das commodities sem ter de arcar com todos os riscos operacionais associados às minas. 

A Vale, que disse que tentará levantar cerca de US$ 10 bilhões no próximo ano, receberia recursos imediatamente, enquanto permaneceria no comando dos valiosos ativos. A assessoria de imprensa do CIC não retornou telefonemas em busca de comentários e não respondeu imediatamente a perguntas enviadas por fax. O representante da Vale não retornou telefonemas e pedidos de comentários por e-mail fora do horário comercial.

Vale ressaltar que, atendendo a pedido do MPF (Ministério Público Federal), o Tribunal Regional Federal da 1ª Região anulou a homologação judicial do acordo firmado entre União, os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo e a empresa Samarco e suas acionistas, Vale e BHP Billiton, para a recuperação da bacia do Rio Doce após rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em novembro de 2015. Com a anulação do acordo, a Ação Civil Pública 69758-61.2015.4.3400 deverá ser julgada pela 12ª Vara Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais. A Vale divulgou uma nota para investidores na manhã de quinta-feira em que diz que o “acordo celebrado com as Autoridades Brasileiras em 2 de março de 2016 (Acordo) no âmbito da referida ação civil pública continua válido e as partes continuarão a cumprir com as suas obrigações lá previstas”. A mineradora informou que o valor do acordo firmado em março entre as mineradoras, a União e os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo foi mantido em R$ 20,2 bilhões. 

Petrobras (PETR3, R$ 15,06, -0,79%; PETR4, R$ 12,79, -0,70%)
As ações da Petrobras tiveram dia instável, após subirem por 4 dias seguidos, pressionadas pela queda dos preços do petróleo no mercado internacional. O contrato do Brent registrava queda de 0,20%, a US$ 50,79 o barril, enquanto o WTI subia 0,54%, a US$ 48,48 o barril. 

No radar, a estatal e YPF compraram 67% da concessão Rio Neuquen da Pampa. O Conselho da Petrobras Argentina, unidade da Pampa Energia, aprovou a venda de sua participação na concessão Rio Neuquen para a Petrobras e a YPF, segundo comunicado ao mercado. A Petrobras e YPF terão 33,6% e 33,33% da concessão, respectivamente. 

As empresas vão desenvolver em conjunto concessões de gás natural na bacia de Neuquen. A joint venture planeja investir US$ 500 milhões em 5 anos. A Petrobras também está comprando 100% do Colpa Caranda da unidade Pampa na Bolívia. O Conselho da Pesa também aprovou fusão com controlador Pampa Energia, segundo o comunicado. As aquisições fazem parte do acordo para a venda da participação da Petrobras na Pesa para a Pampa.

JBS (JBSS3, R$ 11,69, +5,70%)
As ações da JBS encerraram como uma das maiores altas do Ibovespa nesta sessão, atingindo valorização de até 7,4%, a R$ 11,88, sem nenhuma notícia sobre a empresa divulgada hoje. No radar, a companhia informou ao mercado há dois dias que conseguiu aval dos seus detentores de títulos para seguir adiante com a reorganização de sua estrutura. O Bradesco BBI comentou ontem que espera que todo o processo seja concluído até o fim deste ano. 

Ser Educacional (SEER3, R$ 17,50, +9,03%)
As ações da Ser Educacional dispararam até 10,72% nesta sessão, após ter recomendação elevada de manutenção para compra pelo Santander. O preço-alvo para 2017 foi elevado de R$ 17,50 para R$ 20,00. 

BR Malls (BRML3, R$ 12,80, +4,07%) e Iguatemi (IGTA3, R$ 29,34, -0,44%)
O Credit Suisse elevou para outperform (desempenho acima da média) as ações da BR Malls e Iguatemi, suas “top picks” para o setor, citando melhora das perspectivas macroeconômicas de médio prazo e potencial compressão da taxa de juros real. Os analistas, por sua vez, mantiveram, no setor, a Sonae Sierra (SSBR3, R$ 17,67, -1,56%) e Aliansce (ALSC3, R$ 15,47, +2,11%) com classificação neutra. 

Mills (MILS3, R$ 5,42, +0,37%)
As ações da Mills desabaram até 4,07% nesta sessão, indo a R$ 5,18, mas viraram para leve alta, apesar de ter tido recomendação cortada de outperform (desempenho acima da média) para market perform (desempenho em linha com a média) pela equipe de análise do Votorantim, chefiada por Sami Karlik. O preço-alvo das ações para os próximos 12 meses é de R$ 6,50.  

Rumo (RUMO3, R$ 7,57, +6,32%)
As ações da Rumo dispararam até 6,60% na máxima do dia, a R$ 7,59, após ter preço-alvo elevado pelo JPMorgan, com recomendação overweight (exposição acima da média). O banco revisou o target para os papéis de R$ 7,00 para R$ 9,00. 

No terminal Bloomberg, 8 bancos estão com recomendação equivalente a compra para a ação, dois com classificação neutra e um com venda. 

Kroton (KROT3, R$ 14,26, -0,42%)
As ações da Kroton atingiram queda de até 1,47% neste pregão, mas amenizam as perdas nesta tarde. A ação foi incluída na carteira do InfoMoney nesta semana, conforme mostra a matéria divulgada nesta sexta-feira (que pode ser conferida clicando aqui). Trata-se de uma venda a descoberto com as ações da companhia. A alteração ocorreu por conta da nova prévia do Ibovespa, que mostrou que o papel deve ter sua participação reduzida de 2,42% para 2,11% na próxima carteira, que entrará em vigor dia 5 de setembro. A mudança de participação no Ibovespa gerará um impacto negativo de R$ 43,3 milhões na ação por conta de movimentação de fundos que acompanham o índice, o que traduzirá em um efeito de 5,75 pregões no papel.

Sanepar (SAPR4, R$ 7,20, +6,35%)
As ações da companhia tiveram fortes ganhos, chegando a alta de quase 10% na semana após a notícia de que o Governo do Paraná está se preparando para vender seu excedente de participação na companhia, empresa de água e esgoto do Estado. A ideia é realizar a venda ainda em 2016. Na terça-feira, o conselho da Sanepar aprovou a realização de uma oferta de ações e a contratação dos assessores.

O governador do estado, Beto Richa (PSDB), enviou na segunda-feira um projeto de lei pedindo autorização para alienar as ações de empresas públicas, no caso a Sanepar e a Copel, que excedem o controle. “Queremos [manter] o controle, mas não faz o menor sentido ficar com as ações que vão além disso ‘estocadas'”, disse o secretário da Casa Civil, Valdir Rossoni, para o site Brazil Journal.

legislação prevê que o governo precisa manter pelo menos 60% das ações ordinárias, o que permite ao estado vender cerca de 15% desta classe de papéis da companhia, que precisa ser aprovada pela Assembleia Legislativa. Além disso, há uma fatia de 29% de ações preferenciais que também deve ser vendida.

CCX Carvão (CCXC3, R$ 1,734, -8,95%)
As ações da CCX Carvão, única empresa do finado “grupo X” que ainda está nas mãos de Eike Batista, seguiram em derrocada na Bolsa, após a companhia informar ao mercado ontem que fechou acordo para venda de seus ativos para a turca Yildirim pelo valor de US$ 45 milhões, frente os US$ 125 milhões em janeiro de 2014 ou 90% menor do que o preço proposto na primeira oferta, em outubro de 2013, de US$ 450 milhões. Em dois dias, os papéis desabaram 42% na Bovespa. 

Pelo acordo, o valor da transação com a Yildirim foi acertado em US$ 45 milhões, montante que inclui os US$ 30 milhões que já foram pagos à CCX quando houve a assinatura do contrato de aquisição de ativos, em janeiro de 2014 (sendo US$ 5 milhões foram desembolsados na oferta não vinculante em 2013).  

Com isso, está previsto o pagamento do saldo de US$ 15 milhões, dos quais US$ 1 milhão já está disponibilizado para o pagamento de dívidas existentes na Colômbia, além de financiar as despesas operacionais da empresa até o fechamento da transação. Os outros US$ 14 milhões serão depositados em até 10 dias úteis em uma conta da Yildirim, com um mecanismo de liberação dos recursos por meio de assinatura conjunta dos representantes legais das duas empresas. 

O comunicado divulgado pela empresa informa também que o novo acordo substitui os termos do acordo de venda inicial, que previam uma série de condições para a conclusão da operação a um preço de US$ 125 milhões, incluindo o valor pago a título de exclusividade.