Em busca de se desfazer de braço de baixa renda, construtora dispara até 9%; holding da Gerdau salta 20% em 3 dias

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quarta-feira

Paula Barra

Painel de ações (Shutterstock)

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SÃO PAULO – Poucos minutos após a divulgação da ata do Fomc (Federal Open Market Committee) considerada “dovish”, o Ibovespa virou para o campo positivo nesta quarta-feira (17), enquanto o dólar amenizou o movimento de alta. 

O movimento foi acompanhado pelas ações ligadas a commodities, com a Petrobras acelerando os ganhos, enquanto Vale, que operou praticamente durante o pregão no negativo, passou a subir. As siderúrgicas também ganharam força, com a ação da Metalúrgica Gerdau acumulando valorização de 20% nos últimos 3 pregões.  

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

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Petrobras (PETR3, R$ 14,91, +1,71%; PETR4, R$ 12,76, +2,16%)
As ações da Petrobras aceleraram os ganhos nesta tarde, com a ata do Fomc e dados semanais dos estoques de petróleo nos Estados Unidos sustentando o movimento positivo dos preços do petróleo no mercado internacional. Os contratos futuros do petróleo Brent registravam alta de 1,16%, a US$ 49,80 o barril, enquanto os contratos do WTI subiam 0,62%, a US$ 46,87 o barril. 

Segundo informações da US Energy Information Administration, os estoques de petróleo marcaram queda de 2,5 milhões de barris nesta semana, ficando abaixo das expectativas dos analistas consultados pela Bloomberg e de queda mais moderada pelos especialistas ouvidos pela S&P Global Platts. Com o resultado, o contrato Brent subia 0,51%, a US$ 49,48 o barril, enquanto o WTI praticamente zerava as perdas (-0,06%), a US$ 46,55 o barril.  

No radar da estatal, a Petrobras informou que a Refinaria Abreu e Lima bateu recorde de carga média processada em julho de 2016, com a marca de 99,18 mil barris de petróleo por dia (bpd), 2,3% maior que o recorde anterior, obtido em junho (96,96 mil bpd). No total, foram processados 3,07 milhões de barris, carga 4,6% superior ao recorde de maio de 2016 (2,94 milhões de barris). Esse é o terceiro recorde mensal consecutivo da unidade, localizada em Ipojuca, Pernambuco, no Complexo Industrial Portuário de Suape. 

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A refinaria registrou também recorde de produção de derivados. Em julho, a produção da RNEST de Diesel S-10 foi de 373,57 mil m³, a maior do país, correspondendo a 32% da produção nacional deste derivado, e representando um recorde 1,7% superior ao anterior, obtido em março de 2016 (367,39 mil m³). A nafta petroquímica também registrou sua melhor produção, com um acréscimo de 1,6%, superando a marca de maio de 2016, com o total de 46,64 mil toneladas.

Cesp (CESP6, R$ 13,37, +0,75%)
Depois de caírem 2,03% na mínima do dia perto da abertura da Bolsa, as ações da Cesp ganharam fôlego na Bolsa, com a fala do diretor de relações com investidores da elétrica, Amir Fernando Martins, sobre uma possibilidade de voltar a olhar agora para privatização da companhia. “Surgiram possibilidades de negócios no setor elétrico, como a aquisição da CPFL, que abrem para novas oportunidades”, disse Martins, durante teleconferência com analistas realizada nesta manhã. Apesar do movimento de respiro do papel após o comentário, a Cesp tem dia negativo na Bolsa nesta quarta-feira. 

Log-In (LOGN3, R$ 4,88, -0,20%)
As ações da Log-In dispararam até 4,50% na máxima do dia, a R$ 5,11, mas fecharam em leve queda. Mais cedo, os papéis empolgaram com a notícia da eleição de Enio Stein Júnior como diretor financeiro da companhia.  

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Vale (VALE3, R$ 19,12, +0,74%; VALE5, R$ 16,12, +0,12%)
As ações da Vale viraram para alta nesta tarde, seguindo o movimento do mercado pós-Fomc, anulando a queda dos preços do minério de ferro nesta sessão. A commodity cotada no porto de Qingdao, na China, caiu 1,87% nesta sessão, a US$ 60,87 a tonelada.

Os papéis das siderúrgicas, que tiveram desempenho misto ontem, registraram forte valorização hoje, com destaque para Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,92, +7,69%), que sobe 20% nos últimos 3 pregões, atingindo máxima na Bolsa desde agosto de 2015. Gerdau (GGBR4, R$ 9,92, +3,44%) e Usiminas (USIM5, R$ 3,91, +1,03%) também subiram forte. A exceção foi CSN (CSNA3, R$ 10,34, -1,80%), que atingiu queda de 5,79%, a R$ 9,92, na mínima do dia, dando sequência à derrocada vista pós-balanço fraco divulgado na noite de segunda-feira.  

A CSN teve um prejuízo líquido de R$ 57,24 milhões no 2° trimestre, redução de 90% frente o registrado no mesmo período do ano passado e de 93% contra os R$ 836,69 milhões do primeiro trimestre. Por outro lado, a receita líquida da companhia caiu 23,6%, para R$ 2,19 bilhões. 

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Gafisa (GFSA3, R$ 2,21, +8,87%)
Em busca de se desfazer do seu braço de baixa renda, a Tenda, as ações da Gafisa dispararam até 9,36%, a R$ 2,22, com forte volume financeiro de R$ 22,4 milhões, contra média diária de R$ 10,3 milhões dos últimos 21 pregões. Em relatório matinal, analistas da Upside Investor comentaram que a notícia poderia ser um gatilho positivo para as ações da construtora. 

No radar, o Grupo Gafisa (formado pelas incorporadoras Gafisa e Tenda, além de uma participação de 30% na loteadora Alphaville Urbanismo) anunciou a contratação do Rothschild como assessor financeiro para separação da subsidiária Tenda, formando, assim, duas companhias abertas e independentes. O processo de separação para capturar o valor do segmento Tenda pode envolver uma oferta de valores mobiliários e/ou a venda de participação societária, além da própria separação através de uma operação de reorganização societária. A companhia acrescentou que informará o mercado tão logo tome qualquer decisão a respeito do tema. A Tenda foi comprada pela Gafisa em 2008, e o processo de separação do grupo foi iniciado em 2014 sob a justificativa de que os negócios têm poucas sinergias. 

Cemig (CMIG4, R$ 9,38, -1,68%)
As ações da Cemig atingiram queda de até 4,9% nesta sessão, a R$ 9,17, após a companhia ter nova derrota na tentativa de manter a usina de Miranda. 
Segundo reportagem do Valor, a companhia teve mais um recurso rejeitado envolvendo a tentativa de manter a concessão de hidrelétricas com o patamar de remuneração anterior à Medida Provisória 579, de 2012. Desta vez, a companhia contestava, na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a recomendação feita ao Ministério de Minas e Energia de retomar a usina Miranda, com potência de 408 megawatts (MW).

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A posição da agência é um novo desdobramento da decisão da Cemig que recusou – a exemplo da Cesp e da Copel – a proposta de renovação antecipada das concessões de geração por mais 30 anos. Em contraste à estratégia do grupo Eletrobras, a companhia mineira não aceitou a prorrogação dos contratos com forte queda na remuneração dos projetos. Na época, o objetivo do governo era viabilizar o plano de redução das tarifas.

Vale lembrar, no entanto, que ontem, a diretoria da Aneel tomou uma decisão positiva que era aguardada pelo grupo mineiro. O colegiado homologou o valor de indenização relacionado aos investimentos em rede de transmissão que não foram amortizados na vigência dos contratos de concessão. A agência reguladora reconheceu que a Cemig terá direito de receber o total de R$ 892 milhões.

Eletrobras (ELET3, R$ 19,51, -0,96%; ELET6, R$ 24,65, -3,18%)
“Não houve interessados em comprar a Celg-D pelo preço determinado, afirmou Sinval Gama, presidente da empresa, em entrevista por telefone à Bloomberg. “Ninguém melhor do que o mercado para dizer que o ativo está caro. Temos agora que descobrir o valor correto da empresa. O valor mínimo para desestatização da Celg-D, somando as ações da Eletrobras e da Celg Par e incluindo o percentual destinado aos empregados, é de R$ 2,8 bilhões. A dívida da empresa hoje soma R$ 2,3 bilhões”, afirma ele.

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Gama afirmou que acredita que o preço da empresa possa ser revisto e que, quanto mais rápido leilão acontecer, melhor. Para ele, faz sentido nova data para o leilão ser em setembro. Os atuais acionistas da Celg não têm fôlego financeiro e, enquanto não há novo acionista, empresa fica sem planos para pagar suas dívidas e voltar a investir

Os interessados em participar do leilão de desestatização programado para sexta-feira deveriam ter apresentado suas propostas em envelopes fechados ontem, na BM&FBovespa. Porém, o ministério informou ontem que leilão será remarcado, pois não houve entrega de documentos e depósitos de garantias de interessados.

“Não esperava por isso, porque o ativo é bom, o estado de Goiás cresce. Achei que teria alguém ousado, que compraria o ativo pensando no longo prazo”, disse Gama

Assim, o leilão da Celg deve ficar para setembro, disse Marconi Perillo, governador de Goiás, mais cedo. O governo vai cortar preço mínimo para acelerar venda da Celg-D, disse a Reuters, citando fontes falando sob anonimato. O cancelamento do leilão representou um revés para o governo do presidente em exercício, Michel Temer. Essa seria a primeira privatização de sua gestão.

Contax (CTAX11, R$ 13,36, +1,91%)
As ações da Contax dispararam até 14,42% na máxima do dia, a R$ 15,00, com notícia de que foi revogada decisão que impedia Nelson Armbrust de ser presidente. Segundo 
comunicado enviado ao mercado, a 28ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo revogou a tutela de urgência que impedia Nelson Armbrust de exercer funções de diretor presidente da companhia.

O executivo havia sido eleito para o cargo em reunião do conselho de administração em 4 de março, após o então presidente da empresa de call center, Shakhaf Wine, ter sido escolhido para presidir o colegiado. Dias após a eleição, uma liminar concedida pelo juízo da 28ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo impediu a nomeação de Ambrust.

A decisão ocorreu por conta do contrato do executivo na concorrente Atento, na qual foi diretor-presidente de 2010 até 2016. Pelo contrato, ele era impedido de atuar por um ano em empresas concorrentes.