Analistas veem melhora para Sabesp após balanço e prejuízo ainda maior para Tecnisa; veja análises

Confira o que os analistas viram de destaque nos principais balanços divulgados na úlima sexta-feira

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Apesar de um dia mais fraco da temporada de resultados, o fim da semana passada foi marcado por uma série de divulgações de balanços, que foram analisados nesta segunda-feira (15) pelas principais instituições.

O destaque ficou para a Sabesp, que teve números considerados fortes, enquanto Cesp e Tecnisa tiveram balançoes considerados fracos pelos analistas de BTG Pactual e Credit Suisse.

Confira as análises:

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Cemig (CMIG4)
O resultado: a companhia teve lucro líquido consolidado de R$ 202,124 milhões no segundo trimestre, uma queda de 62,17% em um ano. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 676,67 milhões entre abril e junho, queda de 45%, enquanto a margem Ebitda passou de 22,85% para 14,24% na mesma comparação. A companhia afirmou que a piora dos resultados decorre, principalmente, da redução da receita, que foi de R$ 4,754 bilhões no segundo trimestre de 2016, abaixo dos R$ 5,392 bilhões anotados no mesmo período de 2015.

A análise: Para o BTG Pactual, o resultado foi impactado por alguns “one-offs” (positivos e negativos) como reconhecimento do pagamento maior do RBSE, enquanto na ponta negativa houve um custo de demissão e provisões relacionadas ao FIP Parati. Os analistas mantiveram a recomendação neutra para a companhia.

Cesp (CESP6)
O resultado: a companhia terminou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 101,3 milhões, uma queda de 61,7% em um ano. Já a receita da companhia caiu 37,4%, para R$ 467,9 milhões, enquanto o Ebitda ficou em R$ 164,4 milhões, uma queda de 67,2% em um ano. Segundo a companhia, a forte queda das receitas aconteceu depois do térmico das concessões das hidrelétricas Jupiá e Ilha Solteira, em 7 de julho do ano passado. Com isso, a empresa deixou de contar com a energia das usinas pelo regime de preços. Ela passou a contar com uma receita transitória como operadora das usinas, decorrente da venda de energia para o mercado regulado, pelo regime de cotas.

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A análise: Para o BTG Pactual, o resultado foi mais fraco que o esperado, com a receita líquida e Ebitda ficando abaixo do projetado. Os analistas destacam que este foi o último trimestre em que a Cesp operou Jupiá e Ilha Solteira e questionam quanto tempo a empresa vai precisar para ajustar sua estrutura de custo agora.

Sabesp (SBSP3)
O resultado: a companhia registrou lucro líquido de R$ 797,5 milhões no segundo trimestre, resultado mais de duas vezes maior que os R$ 337,3 milhões de um ano antes. Enquanto isso, as receitas de venda de bens e serviços da companhia cresceu 22% no período, somando R$ 3,4 bilhões, ao passo que os custos e despesas cresceram 19%, para R$ 1,74 bilhão. A empresa teve uma variação positiva em R$ 251,9 milhões nas despesas com variações cambiais sobre empréstimos e financiamentos por conta da maior desvalorização do dólar frente ao real no segundo trimestre deste ano frente ao mesmo período do ano passado.

A análise: Para o BTG Pactual, o resultado foi forte, com a empresa apresentando recuperação de volume tanto de água (alta de 5,5%), quanto de esgoto (+6,3%). Segundo os analistas, no nível de valuation atual, a ação já parece bem precificada, mas algumas opções ainda tornam o case da companhia ainda atrativo, como o caso da revisão tarifária em 2017, o que poderia levar a um RAB e WACC regulatório melhor que o esperado.

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Tecnisa (TCSA3)
O resultado: a construtora teve prejuízo líquido de R$ 91,81 milhões entre abril e junho, revertendo o lucro líquido de R$ 31,34 milhões um ano antes. Já a receita líquida caiu 72,7%, para R$ 100,53 milhões. A queda das vendas brutas da empresa levou à redução da receita no segundo trimestre e da reversão do lucro líquido. No segundo trimestre, as despesas gerais e administrativas da companhia caíram 38%, para R$ 28 milhões, com um consumo de caixa de R$ 3,28 milhões. A Tecnisa informou também que teria geração de caixa de R$ 79,7 milhões se considerada a redução de R$ 83 milhões da dívida líquida dos projetos consolidados por equivalência patrimonial.

A análise: Para o Credit Suisse, a companhia reportou números fracos, com o aumento no prejuízo mais do que compensando a geração de caixa. Apesar do grande esforço da companhia de reduzir as despesas, os analistas ressaltam que o backlog está em R$ 117 milhões, indicando que o reconhecimento de receita futura vai ser muito dependente das vendas, especialmente das unidades acabadas, que representam 62% do estoque. “Com isso, acreditamos que o prejuízo pode aumentar, caso não aconteça um aumento na velocidade de vendas e, consequentemente, não acelerando uma redução da alavancagem”, afirmam.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.