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SÃO PAULO – Apesar de um dia mais fraco da temporada de resultados, o fim da semana passada foi marcado por uma série de divulgações de balanços, que foram analisados nesta segunda-feira (15) pelas principais instituições.
O destaque ficou para a Sabesp, que teve números considerados fortes, enquanto Cesp e Tecnisa tiveram balançoes considerados fracos pelos analistas de BTG Pactual e Credit Suisse.
Confira as análises:
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Cemig (CMIG4)
O resultado: a companhia teve lucro líquido consolidado de R$ 202,124 milhões no segundo trimestre, uma queda de 62,17% em um ano. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 676,67 milhões entre abril e junho, queda de 45%, enquanto a margem Ebitda passou de 22,85% para 14,24% na mesma comparação. A companhia afirmou que a piora dos resultados decorre, principalmente, da redução da receita, que foi de R$ 4,754 bilhões no segundo trimestre de 2016, abaixo dos R$ 5,392 bilhões anotados no mesmo período de 2015.
A análise: Para o BTG Pactual, o resultado foi impactado por alguns “one-offs” (positivos e negativos) como reconhecimento do pagamento maior do RBSE, enquanto na ponta negativa houve um custo de demissão e provisões relacionadas ao FIP Parati. Os analistas mantiveram a recomendação neutra para a companhia.
Cesp (CESP6)
O resultado: a companhia terminou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 101,3 milhões, uma queda de 61,7% em um ano. Já a receita da companhia caiu 37,4%, para R$ 467,9 milhões, enquanto o Ebitda ficou em R$ 164,4 milhões, uma queda de 67,2% em um ano. Segundo a companhia, a forte queda das receitas aconteceu depois do térmico das concessões das hidrelétricas Jupiá e Ilha Solteira, em 7 de julho do ano passado. Com isso, a empresa deixou de contar com a energia das usinas pelo regime de preços. Ela passou a contar com uma receita transitória como operadora das usinas, decorrente da venda de energia para o mercado regulado, pelo regime de cotas.
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A análise: Para o BTG Pactual, o resultado foi mais fraco que o esperado, com a receita líquida e Ebitda ficando abaixo do projetado. Os analistas destacam que este foi o último trimestre em que a Cesp operou Jupiá e Ilha Solteira e questionam quanto tempo a empresa vai precisar para ajustar sua estrutura de custo agora.
Sabesp (SBSP3)
O resultado: a companhia registrou lucro líquido de R$ 797,5 milhões no segundo trimestre, resultado mais de duas vezes maior que os R$ 337,3 milhões de um ano antes. Enquanto isso, as receitas de venda de bens e serviços da companhia cresceu 22% no período, somando R$ 3,4 bilhões, ao passo que os custos e despesas cresceram 19%, para R$ 1,74 bilhão. A empresa teve uma variação positiva em R$ 251,9 milhões nas despesas com variações cambiais sobre empréstimos e financiamentos por conta da maior desvalorização do dólar frente ao real no segundo trimestre deste ano frente ao mesmo período do ano passado.
A análise: Para o BTG Pactual, o resultado foi forte, com a empresa apresentando recuperação de volume tanto de água (alta de 5,5%), quanto de esgoto (+6,3%). Segundo os analistas, no nível de valuation atual, a ação já parece bem precificada, mas algumas opções ainda tornam o case da companhia ainda atrativo, como o caso da revisão tarifária em 2017, o que poderia levar a um RAB e WACC regulatório melhor que o esperado.
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Tecnisa (TCSA3)
O resultado: a construtora teve prejuízo líquido de R$ 91,81 milhões entre abril e junho, revertendo o lucro líquido de R$ 31,34 milhões um ano antes. Já a receita líquida caiu 72,7%, para R$ 100,53 milhões. A queda das vendas brutas da empresa levou à redução da receita no segundo trimestre e da reversão do lucro líquido. No segundo trimestre, as despesas gerais e administrativas da companhia caíram 38%, para R$ 28 milhões, com um consumo de caixa de R$ 3,28 milhões. A Tecnisa informou também que teria geração de caixa de R$ 79,7 milhões se considerada a redução de R$ 83 milhões da dívida líquida dos projetos consolidados por equivalência patrimonial.
A análise: Para o Credit Suisse, a companhia reportou números fracos, com o aumento no prejuízo mais do que compensando a geração de caixa. Apesar do grande esforço da companhia de reduzir as despesas, os analistas ressaltam que o backlog está em R$ 117 milhões, indicando que o reconhecimento de receita futura vai ser muito dependente das vendas, especialmente das unidades acabadas, que representam 62% do estoque. “Com isso, acreditamos que o prejuízo pode aumentar, caso não aconteça um aumento na velocidade de vendas e, consequentemente, não acelerando uma redução da alavancagem”, afirmam.