Petrobras “sólida”, erros contábeis e boas surpresas: as análises dos 15 resultados de hoje

Entre os balanços que chamaram atenção, a BM&FBovespa foi impactada por fatores extraordinários, o que não abalou a confiança dos analistas

Paula Barra

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SÃO PAULO – Apesar do destaque para o resultado da Petrobras, a sexta-feira (12) é marcada pela reação de pelo menos outras 14 ações aos balanços do segundo trimestre divulgados entre a noite de ontem e esta manhã. No Ibovespa, chamam atenção a Estácio, BM&FBovespa, Kroton, BR Malls e Lojas Americanas.

Entre os balanços que chamaram atenção, a BM&FBovespa foi impactada  por fatores extraordinários, o que não abalou a confiança dos analistas. Já a Estácio, cai forte neste pregão após a empresa identificar alguns erros contábeis no resultado, o que gerou alteração nos números.

Confira as análises dos principais balanços:

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Petrobras (PETR3; PETR4
O resultado: a estatal viu seu lucro líquido ajustado ficar em R$ 370 milhões no 2° trimestre, revertendo prejuízo de R$ 1,24 bilhão do 1° trimestre deste ano, mas uma queda de 30,3% em relação ao lucro de R$ 531 milhões do mesmo período do ano passado. O resultado ficou bem abaixo dos R$ 2,01 bilhões previsto pela Bloomberg, que compilou a projeção de 8 casas de análise. O balanço da companhia refletiu diversos efeitos não recorrentes, como uma baixa contábil de R$ 1,124 bilhão referente ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e R$ 1,212 bilhão em despesas com o programa de demissão voluntária da estatal. A receita de vendas da estatal ficou em R$ 71,32 bilhões, ante R$ 79,9 bilhões registrados um ano antes. A média das projeções apontava receita de R$ 74,5 bilhões no período. Já o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 20,32 bilhões, frente R$ 19,77 bilhões no 2° trimestre de 2015. 

As análises: analistas destacaram um balanço “muito sólido” divulgado ontem, mesmo com a queda do lucro. De acordo com o Santander, a Petrobras reportou resultados operacionais sólidos, impulsionados por “dados sólidos de refino” e pela recuperação trimestral no segmento exploração e produção devido a preços mais altos do petróleo, segundo relatório dos analistas  Christian Audi e Gustavo Allevato, do banco. Já o BTG Pactual destacou um balanço “muito sólido, com geração de caixa de verdade, capex (investimentos em bens de capital) concentrado em exploração e produção e desalavancagem. “Algumas surpresas, porém, tem chegado e a administração tem sido capaz de desbloquear valor. Carcará foi a melhor jogada na nossa avaliação, com campo que estava longe de ser produtivo. As vendas da Liquigás pode chegar a múltiplos muito atraentes. Esperamos que a tendência continue”, observaram os analistas. Apesar de lerem uma tendência positiva após o sólido trimestre, eles mantiveram avaliação neutra para as ações. O preço-alvo para os ADRs fixado para os próximos 12 meses é de US$ 7,60. Por sua vez, o Morgan Stanley também ressaltou “resultado sólido”, com um controle espartano de capex, que permitiu a companhia gerar um fluxo de caixa livre recorde e se desalavancar. Os analistas destacaram que a nova gestão começou com o pé direito na divulgação dos resultados, mostrando melhoria dos números, entregando qualidade e transparência. O banco manteve recomendação overweight (desempenho acima da média) dos ADRs (American Depositary Receipts), mas elevou o preço-alvo de US$ 9,50 para US$ 10,00. 

A reação: após chegarem a subir 3,95% na máxima do dia, a R$ 14,22, os papéis ordinários da estatal avançaram 1,68%, cotados a R$ 13,91. Enquanto isso, os ativos preferenciais fecharam em queda de 0,83%, a R$ 12,00, após chegarem a subir 2,81%, a R$ 12,44 na máxima do dia.

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BM&FBovespa (BVMF3)
O resultado: a Bolsa registrou prejuízo líquido de R$ 114,4 milhões no 2° trimestre de 2016, ante lucro líquido de R$ 317,9 milhões no mesmo período de 2015. Dois fatores extraordinários levaram ao prejuízo, explicou Rogério Santana, diretor de relações com investidores da Bolsa. São eles: a venda das ações da CME Group, que gerou um resultado negativo de R$ 572,8 milhões; e as despesas geradas pelo processo de fusão com a Cetip, que somaram R$ 47,8 milhões. Excluindo esses itens extraordinários, o lucro líquido seria de R$ 496,8 milhões, o que representaria alta de 56,2% em relação ao 2° trimestre do ano passado. Já a receita líquida ficou em R$ 563,5 milhões, 3,4% acima dos R$ 544,7 milhões registrados um ano antes. Desse total, R$ 501,2 milhões representaram as receitas oriundas da negociação e pós-negociação dos segmentos BM&F e Bovespa, ou 78,6% da receita total do período. Segundo a Bolsa, o número de pregões (63 no 2° trimestre, contra 61 no mesmo período de 2015) também impactou positivamente essas receitas.

As análises: segundo os analistas do Bradesco BBI, o resultado reforça o otimismo com a BM&FBovespa e a ação como a top pick no setor financeiro, uma vez que eles veem a empresa como sendo a principal beneficiária de uma recuperação mais profunda e duradoura nos mercados financeiros do Brasil. O Santander também destacou balanço melhor do que o esperado. 

A reação: as ações da Bovespa tiveram pouca variação neste pregão e subiram 1,04%, cotadas a R$ 19,35, após chegarem a subir 1,25%, para R$ 19,39 na máxima da sessão.

B2W (BTOW3)
O resultado:B2W, empresa que controla as marcas Americanas, Submarino, Shoptime e Sou Barato, teve prejuízo líquido de R$ 106 milhões no segundo trimestre, aumento de 28,7% em um ano. Na mesma base de comparação, a receita da companhia recuou 5,9%, para R$ 1,77 bilhão. Segundo a empresa, a maior parte da redução da receita está relacionada às mudanças tributárias no país, válidas desde janeiro deste ano. O Ebitda ajustado ficou em R$ 158,9 milhões, uma alta de 11,7% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as despesas com vendas, gerais e administrativas atingiram R$ 303,3 milhões e representaram 17% da receita líquida, queda de 0,6 ponto percentual em um ano.

As análises: o resultado veio em linha com o esperado, sem grandes surpresas, comentou o BTG Pactual. Para analistas do banco, a boa notícia foi que o “marketplace (local onde se faz comércio de bens e serviços) tem aumentando sua representatividade no resultado da companhia, com boa evolução de margem. Eles ressaltaram que a companhia tem feito melhoras expressivas e isso deve se traduzir em uma empresa melhor olhando pra frente. Para eles, a última linha do balanço ainda veio negativo em R$ 106 milhões, o que evidencia que ainda é “cedo para pular nesse barco”. No entanto, eles seguem acompanhando a evolução do case de perto para, em algum momento no futuro, revisitar os números da empresa e sua visão sobre o papel. Eles reiteraram recomendação neutra da ação, mas com viés positivo. Após o balanço, o Santander elevou a recomendação para a B2W de manutenção para compra, o preço-alvo foi elevado de R$ 16,00 para R$ 18,50. Os analistas destacaram que a B2W postou números melhores com contribuição positiva do mercado. Além disso, o Ebitda registrou aumento e houve um controle rigoroso de despesas. 

A reação: as ações da B2W subiram após um resultado em linha com o esperado, avançando 1,52%, a R$ 13,99.

Lojas Americanas (LAME4)
O resultado: a companhia registrou lucro líquido de R$ 50,6 milhões no segundo trimestre, quase três vezes maior que os R$ 17,3 milhões do mesmo período do ano passado. Já a receita líquida da companhia ficou em R$ 3,94 bilhões, queda de 0,9% em um ano, enquanto o Ebitda ajustado atingiu R$ 610,8 milhões, alta de 23,2%. A margem Ebitda ajustada foi de 15,5%, alta de 3 pontos percentuais. 

As análises: a varejista reportou um bom resultado, com Ebitda crescendo 28% na comparação anual e margem bruta bruta expandindo 5,8 pontos percentuais, para 37,5%, mesmo sofrendo com aumento de impostos, destacaram os analistas do BTG Pactual. Segundo analistas do BTG Pactual, o destaque negativo ficou com a desaceleração em vendas, o que poderia dar um tom mais negativo para o desempenho do papel hoje, reiterando mais uma vez a priorização da rentabilidade versus vendas. Para eles, os sinais de melhora no “marketplace (local onde se faz comércio de bens e serviços) da B2W também devem beneficiar a LAME4. Mesmo com a receita líquida fraca, a rentabilidade de fato melhorou o que sem dúvida é notícia positiva para a companhia, disseram. O BTG reiterou a recomendação de compra da ação da varejista, sendo um de seus “top picks” no setor.

A reação: os papéis da companhia de varejo subiram forte após o balanço, com ganhos de 4,64%, aos R$ 20,09, após chegar a subir 6,41% na máxima do dia, a R$ 20,43. O volume financeiro superou bastante a média de R$ 38,05 milhões e chegou a R$ 83,74 milhões.

BR Malls (BRML3)
O resultado: a companhia viu seu lucro líquido do segundo trimestre cair 53,8% na comparação anual, sob impacto de maiores descontos a lojistas e de menores vendas nas lojas dos shoppings centers administrados pela companhia. Já a receita líquida caiu 7,5%, para R$ 321,7 milhões. A taxa de ocupação nos shoppings do grupo foi de 95,8%, abaixo dos 97% do segundo trimestre de 2015. O Ebitda caiu 57,1%, para R$ 289,8 milhões. A margem Ebitda caiu 8,2 pontos percentuais, para 71,5%. 

As análises: o resultado da companhia veio mais fraco que o esperado, com maiores descontos de aluguel e provisões maiores por inadimplência, que tiveram um peso importante no resultado, comentou o BTG Pactual. Segundo os analistas, todos os indicadores operacionais da companhia pioraram, o que deve pesar no papel hoje. 

A reação: após chegarem a desabar 8,53%, as ações da companhia aliviraram um pouco e caíram 5,35%, cotadas a R$ 13,09, com um volume financeiro que chegou a R$ 170,51 milhões, ante média de 21 dias de R$ 48,08 milhões.

MRV Engenharia (MRVE3)
O resultado:construtora teve queda de 14% no lucro do segundo trimestre e divulgou expectativa de que pode elevar em até 56% a venda de unidades por mês no médio prazo, como resultado da política de aquisição de terrenos que vem desenvolvendo nos últimos dois anos. A companhia teve lucro líquido de R$ 138 milhões no segundo trimestre, ante R$ 159 milhões um ano antes, quando tinha acelerado a produção de unidades. Na comparação com os três primeiros meses do ano, houve alta de 7,6% no lucro. O balanço mostrou geração de caixa recorde no primeiro semestre, em R$ 324 milhões, mostrando que pode alcançar patamar de vendas de 5 mil unidades residenciais por mês no médio prazo, ante ritmo atual de 3,2 mil unidades.

As análises: segundo o BTG Pactual, o resultado veio mais fraco que o esperado, com menores margens e receita. “No geral, o balanço veio pior que o esperado (com o LPA – Lucro Por Ação – 17% abaixo do esperado), mas estávamos 10% acima consenso do mercado”, comentaram os analistas do banco. Eles reiteraram recomendação neutro para a ação.

A reação: as ações da construtora caíram 0,94%, a R$ 12,63, após chegarem a recuar 3,76%, aos R$ 12,27 na mínima do dia.

Estácio (ESTC3)
O resultado: a Estácio 
encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 19,9 milhões em resultado influenciado por ajuste contábil, frente a lucro líquido de R$ 133,3 milhões no mesmo período de 2015. O Ebitda somou R$ 43,6 milhões, 74% menor na base anual. A empresa apresentou lucro líquido ajustado de R$ 79,1 milhões e Ebitda de R$ 149,4 milhões. A Estácio encerrou o trimestre com 544,3 mil alunos, 8,5% superior em relação ao segundo trimestre do ano anterior. A receita operacional líquida avançou 7,2%, para R$ 835,3 milhões. 

As análises: O Credit Suisse elevou o preço-alvo das ações da Estácio de R$ 15,00 para R$ 18,00, mantendo a recomendação em outperform (desempenho acima da média). 

A reação: as ações da Estácio fecharam na mínima do dia, com perdas de 4,62%, a R$ 17,56 e interrompendo uma sequência de cinco dias de alta, após a companhia ter identificado irregularidades contábeis em seus balanços, entre 2014 e 2016, que apontam efeito negativo de R$ 108,1 milhões no lucro líquido, disse a empresa, em comunicado divulgado ao mercado. Além disso, a companhia realizou lançamentos contábeis com efeito negativo de R$ 105,7 milhões sobre o Ebitda.

Kroton (KROT3)
O resultado: a Kroton registrou um lucro líquido ajustado de R$ 561,8 milhões no segundo trimestre, 13,2% superior ao resultado pro forma verificado no mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado alcançou R$ 632,6 milhões, apresentando um crescimento de 9,0% sobre o pro forma do segundo trimestre. Já a margem Ebitda ajustada situou-se em 45,5%, evoluindo 2,33 pontos-base. No acumulado do ano, o Ebitda ajustado pro forma atingiu R$ 1,22 bilhão, com uma margem de 46,7%. Em relação aos números do segundo trimestre de 2016, a receita líquida aumentou 3,4% em relação ao pro forma do mesmo período do ano passado. 

A reação: após chegarem a cair 4,38% na mínima do dia, a R$ 14,61, os papéis recuaram 2,81%, cotados a R$ 14,85.

Randon (RAPT4)
O resultado: a empresa encerrou o 2° trimestre com lucro líquido consolidado de R$ 6,87 milhões, 5,2% menor do que no mesmo período de 2015 e abaixo das estimativas do mercado de R$ 8,26 milhões, conforme compilado pela Bloomberg. Já o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado cresceu 59% na comparação anual, indo para R$ 86,4 milhões, acima das estimativas de R$ 65,1 milhões, levando a margem Ebitda de 7,4% para 12,4%. Juntamente com o balanço, a companhia cortou seu guidance para receita bruta total em 2016 de R$ 4,2 bilhões para R$ 4 bilhões. 

As análises: o BTG Pactual comentou que o resultado surpreendeu positivamente, com Ebitda ajustado crescendo 8% na comparação anual e margem Ebitda alcançando 12,4%. Segundo os analistas, Autoparts foi o destaque positivo, com números acima das expectativas, além da desalavancagem, que veio foi forte neste trimestre (no segmento industrial caiu para 2,2 vezes, contra 6,2 vezes no 1° trimestre). Os analistas aproveitaram o balanço revisar suas estimativas para a empresa, claramente com viés mais positivo dada a melhora sequencial em rentabilidade. O novo preço-alvo da ação é de R$ 5,00, contra R$ 3,20 anteriormente. Como eles acreditam que o desempenho recente do papel já antecipou bastante essa melhora (+52% nos últimos 3 meses), o banco optou por reiterar a recomendação em neutra.

A reação: as ações da companhia fecharam nesta sessão com alta de 3,02%, a R$ 4,78, após chegarem a subir 3,23% na máxima do dia, a R$ 4,79.  

CCR (CCRO3)
O resultado: a CCR viu seu lucro líquido do segundo trimestre cair 20,7% sobre um ano antes, refletindo queda no tráfego das rodovias administradas pela companhia e maior custo de serviço da dívida. De abril a junho, o lucro da concessionária somou R$ 145,7 milhões. O tráfego nas rodovias da CCR foi 2,6% menor do que em igual etapa de 2015. Operacionalmente, a companhia obteve um avanço anual de 13,6% no Ebitda, para R$ 960,2 milhões, refletindo em parte maior controle de custos. E a margem Ebitda ajustada subiu 0,7 ponto percentual, para 60%.

As análises: para o BTG Pactual, o resultado veio em linha com o esperado, com crescimento do Ebitda de 13% na comparação anual, embora o LPA (Lucro Por Ação) tenha vindo pressionado por despesas financeiras mais altas (+26% na comparação anual). Segundo os analistas, o que vai continuar ditando a performance do papel será a curva de juros e o fluxo de notícias referente ao pipeline de novos projetos de infraestrutura. Para eles, há uma tendência positiva de LPA em 2017, mantendo a recomendação da ação em compra.

A reação: os papéis da companhia recuaram 2,11%, cotados a R$ 17,62, após chegarem a cair 3,22%, para R$ 17,42.

Eztec (EZTC3)
O resultado: a construtora registrou um lucro líquido de R$ 38,7 milhões no segundo trimestre de 2016, 62% menor em relação ao mesmo período de 2015. Já a receita líquida caiu 11% para R$ 155 milhões. O resultado refletiu, entre outros fatores, o menor volume de vendas brutas e de obras e o aumento de distratos. As despesas fiscais, como as relacionadas ao IPTU e condomínio de unidades concluídas, também pesaram sobre seus números do período, disse a companhia. 

As análises: para o BTG Pactualo resultado veio fraco (mas conforme o esperado), com receita líquida pressionada por um aumento no cancelamento de vendas, enquanto a margem foi impactada por maiores descontos neste trimestre. Os analistas destacaram positivamente também o anúncio do aluguel de 53% do EZTower e 39% do EZMark, o que sem dúvida é notícia favorável para a empresa. Eles reiteraram recomendação de compra da ação. 

A reação: as ações tiveram alta de 1,59%, cotadas a R$ 17,27, ficando próximas da máxima do dia.

Copel (CPLE6)
O resultado: a Copel teve lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 992,9 milhões no segundo trimestre, 3,6 vezes maior do que o registrado no mesmo intervalo de 2015. A receita líquida da companhia somou R$ 3,7 bilhões no trimestre, queda de 5,5% na mesma base de comparação.

As análises: segundo o BTG Pactual, o resultado da companhia foi ajudado pelo reconhecimento contábil do RBSE maior (ganho de R$ 978 milhões) e reversão de provisão, que levou o Ebitda para R$ 1,54 bilhão. Após os ajustes, o Ebitda foi de R$ 456 milhões, ficando um pouco abaixo das expectativas do banco, que giravam em torno de R$ 566 milhões. O banco manteve recomendação neutra para a ação após o resultado. 

A reação: após chegar a cair 1,66%, os papéis ganharam força e tiveram leves perdas de 0,78%, cotados a R$ 31,65. 

CPFL Energia (CPFE3)
O resultado: a elétrica teve lucro líquido de R$ 240 milhões no segundo trimestre, com avanço de 166,1% ante o mesmo período do ano passado. A companhia, maior elétrica privada do Brasil, com atuação em geração, transmissão e distribuição de energia, teve uma geração de caixa medida pelo Ebitda de R$ 902 milhões no período, alta de 30,2% na comparação anual.

As análises: para o BTG Pactual, o resultado veio pior que o esperado, impactado pelas distribuidoras, que tiveram uma performance fraca, com opex saltando 11,9% na comparação anual. Os analistas ressaltaram, no entanto, que a história de CPFL está muito dependente da aceitação por parte dos outros acionistas da proposta da State Grid de R$ 25,00 por ação ação. Eles optaram por manter a recomendação do papel em neutra.

A reação: Após chegar a subir mais de 2% e cair quase 1%, os papéis da companhia elétrica ficaram praticamente estáveis, com perdas de 0,17%, cotados a R$ 22,83.

Gafisa (GFSA3)
O resultado: a Gafisa reverteu o lucro líquido de R$ 28,49 milhões registrado no segundo trimestre do ano passado e teve prejuízo líquido de R$ 38,44 milhões abril a junho, com a divisão Gafisa registrando prejuízo de R$ 47,06 milhões, ante o lucro de R$ 8,45 milhões de um ano antes. Já a Tenda (divisão focada na baixa renda) teve lucro de R$ 8,62 milhões, 57% menor do que o de igual período de 2015. A receita líquida da companhia caiu 20%, para R$ 473,37 milhões, enquanto a margem bruta consolidada teve queda de 26,8%, para 19,8%. A companhia informou também margem bruta ajustada de 29,2%, abaixo dos 33,9% de um ano antes.

As análises: segundo o BTG Pactual, como já era esperado, a Tenda continua performando bem enquanto a Gafisa segue fraca. A melhora nos repasses tanto em Gafisa quanto na Tenda não foram suficiente para compensar a queima de caixa de R$ 40 milhões no trimestre. No geral, os analistas comentaram que o resultado foi fraco, mas acreditam que já está em boa parte no preço da ação. Eles reiteraram recomendação neutro para as ações, aguardando sinais de melhora do ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) e fluxo de caixa livre. 

A reação: os papéis afundaram 5,14%, cotados a R$ 2,03, na mínima da sessão.

Helbor (HBOR3
O resultado: a Helbor viu seu lucro líquido cair 11% na comparação anual, para R$ 4,6 milhões, enquanto a receita líquida teve baixa de 10,5%, para R$ 269,1 milhões. A dívida líquida somou R$ 1,86 bilhão ao fim no trimestre, alta de 30,5%.

As análises: para o BTG Pactual, o resultado veio fraco, mas em linha com o esperado, com cancelamentos pesando sobre o balanço. Os analistas mantiveram recomendação neutra para a ação, acreditando que os resultados vão demorar mais tempo para se recuperarem.

A reação: as ações afundaram 9,43%, para R$ 2,40, na mínima do dia.