Usiminas salta 15%, mas perde fôlego e sobe ‘apenas’ 2,4%; Petrobras cai 6% e small cap dispara 56%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira (1), sentindo a pressão das ações da Petrobras, Vale, que virou para o negativo durante esta tarde, e bancos. Na ponta oposta, as ações de menor peso das siderúrgicas ganharam destaque, com Metalúrgica Gerdau liderando os ganhos no índice, com alta de 4%. Usiminas, por sua vez, que subiu 15% na máxima do dia, fechou em alta de “apenas” 2,4%.

Fora do Ibovespa, chamou atenção as ações da small cap Brasil Pharma, que dispararam 56% hoje, com volume financeiro de R$ 7,6 milhões, contra média diária de R$ 493,4 mil dos últimos 21 pregões. No radar, no entanto, nenhum comunicado ou fato relevante divulgado pela empresa, apenas uma recomendação de compra dada pelo analista da XP Investimentos, Danilo Zanini, durante a edição da última sexta-feira do Visão Técnica. 

No noticiário do dia, merece menção um relatório do Credit Suisse, que elevou a recomendação do Brasil para market weight (desempenho em linha com a média) e a projeção para o Ibovespa de 50.000 para 60.000. Apesar da visão mais positiva, o banco deu 3 motivos para ainda não conseguir ter uma visão mais otimista com o País (confira a matéria na íntegra clicando aqui). 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 13,32, -4,93%; PETR4, R$ 11,48, -3,29%)
As ações da Petrobras aceleraram as perdas, penalizadas pelos preços do petróleo no mercado internacional. Os contratos futuros do Brent registravam queda de 3,17%, a US$ 42,15 o barril, enquanto o WTI caía 3,85%, a US$ 40,00 o barril.

No radar da companhia, a mexicana Alpek pode gerar até US$ 700 milhões por ativos petroquímicos da Petrobras, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto à Reuters nesta sexta-feira. A estatal anunciou na quinta-feira o início de um período de exclusividade de 60 dias para negociar com a Alpek a venda da PetroquímicaSuape e da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco, conhecida como Citepe. O período de exclusividade é prorrogável por outros 30 dias. A Petrobras não comentou o assunto à Reuters. A Alpek não respondeu a um e-mail pedindo comentários. 

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A gestão da companhia segue focado na venda de ativos, na redução do endividamento, em fazer caixa (com o elevado prêmio de gasolina e diesel) e um dólar mais baixo tem ajudado a empresa a “melhorar” seu caixa, comentou a equipe de análise da XP Investimentos. “Esses são fatores positivos para o ativo, que vem apresentando forte desempenho nos últimos meses e deve permanecer com tendência positiva”, disseram.

Vale e siderúrgicas 
As ações da Vale (VALE3, R$ 18,11, -2,11%; VALE5, R$ 14,81, -1,33%) e Bradespar (BRAP4, R$ 11,99, +1,76%) – holding que detém participação na Vale – caíram por conta da cautela vista no mercado hoje, descolando dos preços do minério de ferro. Os contratos futuros da commodity seguiram em alta após rali de 7,6% na última semana. 

Mais otimistas, os papéis das siderúrgicas subiram nesta sessão, mas perderam força das máximas registradas mais cedo. As ações da Usiminas (USIM5, R$ 3,84, +2,40%) chegaram a subir 14,67% na máxima do dia, a R$ 4,30, mas fecharam em alta de “apenas” 2,4%. Os papéis da Gerdau (GGBR4, R$ 7,91, +2,06%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,81, +3,31%) também fecharam em alta. A exceção foi a CSN (CSNA3, R$ 10,68, -3,52%), que perdeu força e fechou no campo negativo. 

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No radar, a Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP Billiton, estuda a reutilização do Vale do Fundão – área de Mariana (MG) onde uma barragem rompeu em novembro como reservatório de rejeitos de minério, segundo informações de A Folha de S. Paulo. A alternativa foi apresentada pela empresa em um estudo de impacto ambiental elaborado em junho, sete meses depois da tragédia em Mariana. 

Raia Drogasil (RADL4, R$ 66,26, -0,03%)
As ações da rede de farmácias Raia Drogasil operam entre perdas e ganhos apesar de terem seu preço-alvo elevado pelo Credit Suisse de R$ 64 por ação para R$ 80 por ação. “A Raia continua a executar com excelência, especialmente em um periodo onde varios players de consumo estao sofrendo bastante com alguns pontos especificos (maiores impostos, mudanca na provisão, venda de ativos, ajustes de mark-to-market, etc)”, dizem os analistas do banco. Eles também exaltaram a clareza da estratégia da empresa e o conhecimento que a gestão tem da sua indústria. 

Qualicorp (QUAL3, R$ 21,70, +0,93%)
As ações da Qualicorp teve alta antes da divulgação de resultado – hoje após o fechamento do pregão. Segundo o BTG Pactual, o cenário macroeconômico continua pesando, com o mercado de trabalho ainda em queda, o que deve afetar o crescimento de base neste trimestre. Para os analistas, a margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) da companhia deve seguir contraindo, 1,3 ponto percentual neste trimestre, para 39,7%, com Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) indo para R$ 181,6 milhões (alta de 9% na comparação anual) e 8,5% a frente do consenso. 

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Cielo (CIEL3, R$ 37,33, +1,58%)
As ações da Cielo subiram antes da divulgação do balanço do 2° trimestre, que ocorrerá após o fechamento deste pregão. Para o BTG Pactual, a companhia deve mostrar mais um bom trimestre, com volumes e yields desacelerando um pouco ante o 1° trimestre, mas com pré-pagamentos ainda forte (penetração de 20%) e ambiente competitivo saudável. O lucro líquido esperado pelo banco para a Cielo é de R$ 989 milhões no período, representando uma alta de 14% na comparação com o trimestre anterior. 

Embraer (EMBR3, R$ 14,25, -3,91%)
As ações da Embraer abriram em alta, mas em poucos minutos perderam força e viraram para queda, em meio à maré de más notícias. A companhia teve hoje sua recomendação rebaixada de compra para manutenção pelo HSBC. A revisão ocorre após as ações da companhia fecharam em queda de 15,45% na última sexta-feira, com resultado e também com informações sobre propinas pagas a uma autoridade na República Dominicana. 

Segundo reportagem de A Folha de S. Paulo, um delator afirmou ao Ministério Público que a cúpula da companhia autorizou pagamento de suborno a uma autoridade na República Dominicana durante negociações para venda de oito aviões Super Tucano, entre 2008 e 2009. O jornal cita que a empresa pagou US$ 3,5 milhões de propina ao coronel aposentado da Força Áerea Carlos Piccini Nunez, que dirigia a área de projetos especiais do Exército dominicano na época. O caso foi descoberto pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que informou a empresa e as autoridades brasileiras sobre os delitos em 2010.

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Brasil Pharma (BPHA3, R$ 7,77, +33,05%)
As ações da small cap Brasil Pharma dispararam até 57,36% na máxima desta sessão, indo a R$ 9,19, em dia de forte volume financeiro. O giro financeiro alcançou R$ 7,8 milhões, contra média diária de R$ 493,419 mil dos últimos 21 pregões. Com a arrancada, o papel atingia sua máxima intradiária na Bolsa desde fevereiro deste ano. 

Durante a última edição do Visão Técnica, que vai ao ar todas as sextas-feiras na InfoMoneyTV, Danilo Zanini, analista técnico da XP Investimentos, recomendou a compra de 7 ativos “não convencionais” para a semana, incluindo as ações da Brasil Pharma. Os demais da lista são: Rumo (RUMO3), Tupy (TUPY3), BB Seguridade (BBSE3), Cielo (CIEL3), JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3) (clique aqui para ver a íntegra do programa).

Segundo ele, este é um papel para se monitorar de perto, com atenção para o gráfico semanal em que o papel fechar acima dos R$ 6,30 (valor superado nesta sessão). No gráfico mensal, ele chama atenção que os ativos encerraram julho acima de R$ 5,55 pela primeira vez desde dezembro do ano passado. Para o analista, acima de R$ 6,20, as ações BPHA3 se tornam muito interessantes.

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Hypermarcas (HYPE3, R$ 26,88, -2,08%)
A Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) propôs que a operação de venda do negócio de preservativos da Hypermarcas para a Reckitt Benckiser (RB) seja impugnada. A transação, envolvendo a Nances Holdings, subsidiária da Hypermarcas, e a RB, foi anunciada em janeiro deste ano e está avaliada em R$ 675 milhões. Para sustentar tal parecer, a área técnica do Cade alega problemas de concentração no mercado de lubrificantes íntimos, além de uma forte relação entre as marcas deste segmento com os produtos vendidos no mercado de preservativos masculinos. 

Cesp (CESP6, R$ 13,75, -1,22%) 
As ações da Cesp teve leve queda nesta manhã, após ser divulgada a primeira prévia da nova carteira do Ibovespa, que vai vigorar entre os meses de setembro e dezembro. As ações da elétrica foram retiradas da nova carteira do índice na primeira prévia. A segunda prévia do Ibovespa está prevista para ser divulgada dia 17 de agosto e a terceira e última dia 2 de setembro. 

Natura (NATU3, R$ 31,60, -5,11%)
As ações da Natura caíram após subirem 22% em dois dias, entre balanço e elevação de recomendação pelo Credit Suisse de underperform (desempenho abaixo do mercado) para neutro na semana passada. Temos monitorado as novas ações da gestão e acreditamos que nos últimos meses elas têm ganhado tração. Entendemos que o resultado do segundo trimestre [divulgado na véspera] ainda foi fraco, mas mostrou uma melhora, principalmente nas tendências de vendas no Brasil e controle de custos administrativos. Com o resultado ainda ruim, reduzimos nossa expectativa de lucros em 32% e 13% para 2016 e 2017, respectivamente. Mesmo com o lucro abaixo do consenso, ainda esperamos crescimento de 55%, o que pode parecer muito, mas achamos factível uma vez que devemos ter crescimento do Ebitda e queda das despesas financeiras. A nossa nova projeção assume Ebitda crescendo 14% em 2017 na comparação anual;  ou seja, o mesmo nível reportado pela empresa em 2013″, afirma.