7 ações vão de queda de 16% até alta de 10% após balanços; confira as análises

Pão de Açúcar, Vale e Bradesco caem após balanços; Natura, por sua vez, consegue se manter em alta e dispara 10%

Paula Barra

Setor extrativo foi destaque de baixa em janeiro, mas projeções para o ano são boas

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SÃO PAULO – Com a temporada de balanços ganhando força, o InfoMoney destaca 7 balanços do 2° trimestre divulgados entre a noite de ontem e esta manhã que agitam a Bovespa nesta quinta-feira (28). 

No Ibovespa, as ações que já reagiam negativamente aos balanços aprofundam as perdas nesta tarde, como eram os casos de Pão de Açúcar, que caiu até 10,5% hoje, e Bradesco, que recua mais de 4%. Natura, por sua vez, consegue se manter em alta e dispara 7%.

Fora do índice, destaque para as ações da CVC, que desabaram até 16% na mínima do dia, depois de a companhia informar ao mercado que dois principais controladores vão se desfazer da maior parte da participação acionária da empresa por meio de uma oferta secundária de ações com esforços restritos. 

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Confira abaixo as análises e reações das ações aos balanços do 2° trimestre:

Vale
O resultado: A mineradora teve queda de 30% no lucro líquido, para R$ 3,585 bilhões no segundo trimestre, por conta de uma provisão de R$ 3,733 bilhões relacionada ao rompimento da barragem da Samarco no ano passado. A receita operacional líquida subiu 8% no período, para R$ 23,203 bilhões, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 8,341 bilhões, uma alta de 22%. Os investimentos somaram US$ 1,368 bilhão, ficando R$ 81 milhões abaixo do registrado no primeiro trimestre. A companhia encerrou o trimestre com dívida líquida total de US$ 27,5 bilhões, alta de 4% na base de comparação anual.

AnálisesSegundo o BTG Pactual, o balanço veio sem supresas, com a divisão de ferrosos em linha com o esperado e metais básicos 8% abaixo das estimativas. O fluxo de caixa positivo em US$ 767 milhões com a alavancagem caindo para 3,6 vezes e a relação entre dívida líquida e Ebitda de 3,7 vezes foram destacados pelo banco. Já o JP Morgan, destacou que o Ebitda superou suas projeções em 10% e que a companhia teve volumes sólidos e um desempenho muito robusto no lado dos custos.

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Desempenho das ações: As ações da Vale ficaram entre perdas e ganhos, com os papéis ordinários subindo 0,63%, para R$ 19,04, enquanto os preferenciais caíram 0,40%, a R$ 15,02. Os papéis preferenciais atingiram na máxima do dia alta de 2%.

Teleconferência: O presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse nesta manhã que a companhia conseguiu uma redução “estupenda” de custos no primeiro semestre, economizando US$ 1,8 bilhão em relação ao primeiro semestre de 2015. Entre janeiro e junho, os custos e despesas da companhia atingiram US$ 9,852 bilhões. Ferreira classificou os resultados da empresa como positivos, destacando que a empresa teve uma “boa performance operacional e financeira” no 2° trimestre. 

Bradesco (BBDC3; BBDC4)
O resultado: O banco teve uma queda de 7,6% do lucro líquido contábil, totalizando R$ 4,134 bilhões, mesma proporção de queda do lucro líquido ajustado, que ficou em R$ 4,161 bilhões. O Bradesco também cortou previsões para a carteira de crédito deste ano, com a perspectiva de expansão da carteira sendo reduzida para um intervalo de queda de 4% a estabilidade sobre 2015 ante estimativa anterior de crescimento de 1% a 5%. A despesa com provisão para devedores duvidosos passou de R$ 3,55 bilhões entre abril e junho de 2015 para R$ 5,02 bilhões este ano.

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Análises: A primeira leitura do BTG Pactual é de um resultado pior do que o esperado, enquanto o destaque positivo ficou para a margem financeira que apesar da queda do crédito, segue com performance superior.

Desempenho da ação: Duas notícias fizeram as ações caírem forte nesta data: o balanço e a denúncia do Ministério Público contra executivos do banco. Os papéis ordinários caíram 2,88%, a R$ 28,66 – após mínima de R$ 28,17 com queda de 4,54 -, enquanto as preferenciais recuaram 4,45%, a R$ 27,50, após caírem 5,39% na mínima.

A teleconferência: A inadimplência deve crescer ao longo do ano e atingir pico no quarto trimestre, disse Carlos Firetti, diretor de Relação com Investidores do banco. Apesar disso, ele afirma que o indicador está sob controle. Segundo ele, as despesas irão desacelerar no segundo semestre e ficarão em linha com o guidance de 2016.

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Usiminas (USIM5)
O resultado: A siderúrgica teve um prejuízo líquido de R$ 123 milhões, queda de 81% em um ano, enquanto a receita líquida do período ficou em R$ 2,0 bilhões, estável na mesma base de comparação. Houve aumento da participação do mercado interno para 89% da receita líquida total neste trimestre. O Ebitda ajustado foi de R$ 68 milhões, com expressiva queda em relação aos R$ 227 milhões do mesmo período de 2015, mas com alta de 31% frente os R$ 52 milhões do primeiro trimestre.

Análises: Para o BTG Pactual, do ponto de vista da estrutura de capital, as coisas têm melhorado para a Usiminas. No entanto, a companhia continua a entregar um Ebitda muito fraco, e ainda há muito pouca visibilidade de quando as medidas de redução de custos vão dar resultado. Os analistas também estão preocupados com as divergências em curso entre os acionistas controladores, que representam uma ameaça de longo prazo para a empresa.

Desempenho das ações: As ações da Usiminas amenizam o movimento negativo visto mais cedo, quando tiveram desvalorização de 8,76% na mínima do dia, a R$ 3,02, e fecharam no positivo. Os papéis da companhia fecharam com ganhos de 2,42%, cotados a R$ 3,39. 

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Pão de Açúcar (PCAR4)
O resultado: A companhia viu seu prejuízo saltar de R$ 13 milhões para R$ 583 milhões em um ano, enquanto o Ebitda caiu 59%, para R$ 279 milhões. Em termos ajustados, a geração de caixa recuou 1%, a R$ 760 milhões. A receita líquida consolidada foi de R$ 16,7 bilhões, 5% superior na comparação anual, bem como alta de 3,2% na receita líquida no conceito “mesmas lojas”.

Análises: Para o BTG Pactual, o resultado foi muito negativo com resultado fraco e poluído com muitos ajustes e ajudado por créditos fiscais. “A performance de Assaí segue como grande destaque ajudando a impulsionar a venda nas mesmas lojas de alimentos que veio em 7,1%”, disseram os analistas.

Desempenho da ação: O balanço “muito negativo” levou as ações da varejista para queda de 10,41% hoje, indo a R$ 48,20, praticamente na mínima do dia. 

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Teleconferência: o presidente do Grupo Pão de Açúcar, Ronaldo Iabrudi, disse nesta quinta-feira que a empresa está adotando uma “postura, uma atitude mais defensiva” para adaptar seu negócio à realidade do País, de maneira a criar bases para o crescimento futuro. Iabrudi, no entanto, não detalhou o assunto.  

Natura (NATU3)
O resultado: A maior fabricante de cosméticos do país, registrou lucro líquido de R$ 91 milhões no segundo trimestre, uma queda de 22% em um ano. Já o Ebitda caiu 3,5% e somou R$ 345 milhões no período refletindo, principalmente, o aumento da carga tributária (alta de 31,3%) e o impacto desfavorável do câmbio no custo dos produtos vendidos. Na mesma base de comparação, a receita da companhia cresceu 5%, para US$ 2 bilhões, prejudicada pela carga tributária. A companhia decidiu não pagar dividendos e nem juros sobre capital próprio para o primeiro semestre de 2016.

A análise: Para o BTG Pactual, o risco de execução continua elevado, apesar de uma leve melhora sequencial nas vendas, mas com a operação no País ainda fraca. Os analistas ressaltam que as vendas líquidas no Brasil caíram 2%, mas o lucro líquido segue em queda: “mantemos visão cautelosa para a companhia”. A análise da maior parte do mercado é de que os números, apesar de ruins, vieram acima da expectativa. O Deutsche Bank destacou melhora nas vendas no mercado brasileiro, após oito trimestres seguidos de declínio nas vendas. 

Desempenho da ação: Os números ainda ruins, mais melhores do que o esperado para a Natura no segundo trimestre impulsionaram os papéis da companhia nesta sessão. As ações registraram alta de 10,13%, a R$ 30,00, perto da máxima do dia.

Teleconferência: Depois de concluir a expansão nacional para as 1.278 lojas da Raia Drogasil, a Natura se prepara para fazer parcerias com outras redes de fármacias, disse João Paulo Ferreira, vice-presidente comercial da varejista, em teleconferência de resultados. “Oportunamente poderemos entrar com a linha Sou em outras redes de farmácias”, disse. 

OdontoPrev (ODPV3)
O resultado: A maior operadora de planos dentais do país teve queda de 11,4% no lucro líquido do segundo trimestre, para R$ 44 milhões. Os custos dos serviços prestados aumentaram 18,7% para R$ 165,2 milhões, enquanto a receita aumentou 12,3%, a R$ 338,7 milhões. O número de usuários de planos dentais em junho ficou em 6,2 milhões, o que representa uma queda de 0,3% em relação ao mesmo mês de 2015. Já o Ebitda caiu 15,7%, para R$ 61,2 milhões.

A análise: Segundo a equipe do BTG, o resultado foi fraco com o cenário macro ainda pesando para a companhia, resultando na perda de clientes. “O grande problema continua sendo o valuation atual, que está muito esticado principalmente se considerarmos o resulto atual e os próximos que estão por vir”, disseram.

Desempenho da ação: A OdontoPrev viu seus papéis caírem 3,98%, a R$ 12,55, na mínima do dia, após balanço. As ações fecharam com queda de 0,54%, a R$ 13,00. 

CVC (CVCB3)
O resultado: A companhia teve lucro líquido ajustado de R$ 17,6 milhões no trimestre, alta de 23% na base anual. A receita líquida teve leve alta de R$ 205,3 milhões para R$ 215,2 milhões, enquanto o Ebitda ajustado somou R$ 81,4 milhões, frente aos R$ 71,6 milhões de 2015. Considerando apenas a CVC, o lucro líquido somou R$ 9,9 milhões, ante R$ 10,3 milhões, com receita líquida de R$ 158,6 milhões, ante R$ 149,3 milhões no ano anterior.

A análise: Segundo a equipe do BTG a companhia teve um resultado sólido , com destaque para o crescimento de reservas mesmo em um cenário macro mais complicado no Brasil. Os números foram impulsionados por um forte desempenho de agentes independentes (+15%) e uma recuperação na demanda por pacotes internacionais, ajudada pela recente queda do dólar.

Desempenho da ação: As ações da CVC desabaram 14,36% nesta sessão, sendo cotadas a R$ 21,41, depois de terem atingido na mínima do dia queda de 16%, a R$ 21,00. O motivo da derrocada, no entanto, não foi por conta do balanço. A reação ocorre após a companhia informar ao mercado que dois principais controladores vão se desfazer da maior parte da participação acionária da empresa por meio de uma oferta secundária de ações com esforços restritos. O volume financeiro também chamou atenção nesta sessão, atingindo R$ 32,5 milhões, contra média diária de R$ 12,6 milhões dos últimos 21 pregões.